Olhar Preto e Branco escrita por ShiroiChou


Capítulo 5
Entrando pelo cano


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas o/
Mais um capítulo de confusão.

Boa leitura!



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O silêncio reinava dentro do quarto. Fazia algumas horas que Gray estava deitando olhando para o teto. As palavras de Samantha rondavam sua mente.

Ele não acreditava nela, por isso duvidava da veracidade dos avisos que ela deu. Afinal, o que tinha de tão estranho em Luzmia para ela ir até sua casa, alertá-lo para não ir até lá?

— Eu deveria pesquisar sobre essa cidade ou perguntar para alguém que saiba sobre... — desviou sua atenção para a porta que tinha sido aberta.

— Oh? Você está aí. Desculpa entrar sem bater — Lucy estava com a cabeça para dentro do quarto.

— Lucy... Preciso da sua ajuda!

— Minha ajuda?

— Sim, senta aqui. Você já ouviu falar de Luzmia?

— Ouvi, por quê? — perguntou, sentando-se ao lado dele.

— O que sabe sobre ela?

— Bem... Luzmia é uma cidade cercada de mistérios, ninguém tem coragem de ir lá por causa dos boatos que a cercam.

— Boatos?

— Sim, dizem que quem entra lá, nunca mais sai. A magia que existe lá faz com que a pessoa fique presa dentro da cidade, sendo obrigada a viver lá para sempre.

— Então ninguém nunca voltou de lá...

— Não.

— A informação pode ser mentira.

— Pode, mas é como eu disse, o medo faz com que ninguém se aproxime.

— Entendi...

— Gray.

— Hum?

— Você não está pensando em ir lá, está?

— Não, claro que não — mentiu. — Eu nem sei onde fica.

— Ninguém sabe, dizem que só entra quem tem a permissão de alguém que já more lá, porém a localização é um segredo. Eu já conheci uma senhora que diz ter entrado lá através de um sonho, mas nem ela mesma acredita nisso...

— Que estranho...

— Muito. Enfim, como se sente? Eu não sabia que você já tinha saído da enfermaria.

— Polyusica-san me liberou, eu me sinto renovado.

— Isso é bom.

— Lucy, como você e Juvia conseguem entrar aqui?

— Ah! É simples. Com isso — mostrou uma pequena chave em suas mãos. — Depois que a porta nova foi colocada, o Mestre pediu para ficarmos com uma cópia da chave.

— Entendi, fique com ela. Assim nunca mais precisarão derrubar a coitara da porta.

— Sério? Vou deixar lá em casa, mas duvido que alguém vá precisar dela tão cedo.

— Para os inovadores de casa que chamamos de amigos, pode ser bem útil — riu.

— Olha quem fala, o papai noel que entra pela chaminé.

— Espera, mas eu nã... Ah! É verdade.

— Enfim, a conversa está boa, mas marquei de me encontrar com a Erza e sabemos o que acontece com quem atrasa.

— Nem me fale...

— Qualquer coisa me chama — sorriu, dando um beijo na bochecha do moreno. — Tchau!

— Tchau!.. — olhou para a porta corado. — Eu vou ficar maluco.

—— // ——

O mês passou de forma lenta e tortuosa para Gray. Todas as noites a magia dos cadeados aparecia e um se abria, a cada novo cadeado, sai impressão era de que o tempo não avançava.

A competição de patinação no gelo era sua única fonte de entretenimento, por isso acordou animado, pois poderia ocupar sua mente com algo interessante.

Acordou animado, fez o que tinha para fazer e saiu de casa o mais rápido que conseguiu. Algo o dizia que algo aconteceria, ele não sabia se era bom ou ruim, mas não sua animação não permitia que pensasse no pior.

A guilda estava vazia quando chegou, o Mestre pediu para que ele chegasse bem cedo e foi o que fez. Apenas Makarov estava lá, esperando-o em sua sala.

— Mestre? — chamou, batendo na porta. 

— Pode entrar, aproveita e me ajuda a sair daqui — respondeu do outro lado da porta.

A sala parecia ter sido atacada por um furacão, folhas espalhadas para todos os lados, a mesa de cabeça para baixo, a cadeira com as pernas presas no teto, janela quebrada e o mestre tentando sair do mar de papel.

— Mestre, o que aconteceu aqui? — perguntou ajudando o velhinho a levantar.

— Eu fui em uma loja de decoração e comprei uma lácrima com magia de vento dentro, coloquei em cima da mesa e fiquei admirando. Então me lembrei que tinha muita coisa para fazer, esbarrei na lácrima, ela caiu e esse é o resultado — riu com gosto. — Vou comprar mais delas para jogar no meio da guilda quando todos estiverem brigando.

— O senhor não acha isso muito cruel? — perguntou com uma gota.

— Cruel é o prejuízo que eu tenho depois. Enfim, vamos falar de coisa boa. A competição! — pulou animado.

— Onde que vai ser?

— Hum?.. Eu tinha pensando em fazer na parte da piscina, mas só de pensar nela quebrada, dá calafrios. Vamos fazer no salão mesmo, só precisamos arrastar as mesas e cadeiras um pouco para o lado. Vamos logo!

— ... Ok.

Descendo para o salão principal, o moreno teve a primeira ideia. Usou sua magia para transformar todo o chão em gelo, assim seria bem mais fácil para arrastar as mesas e cadeiras.

O Mestre não ficou para trás, mesmo escorregando algumas vezes ele se divertia. A ideia original de apenas impedir Gray de sair, tinha sido descartada, a diversão agora era sua prioridade, pois queria e precisava esquecer um pouco os problemas.

Rapidamente, o moreno afastou a maioria das mesas e cadeiras, deixando o meio livre para o que quer que o Mestre queria fazer.

— Mestre, o que fazemos agora?

— Hum?.. Lucy e Mira ficaram encarregadas da decoração, então você pode fazer algumas decorações de gelo aleatórias. Aliás... Tive uma ideia, espera um pouco.

Mesmo com dúvida, fez o que lhe foi pedido. Utilizou o gelo que já cobria o chão e transformou, fazendo algumas lombadas e obstáculos para dificultar. Duvidava que o Mestre quisesse apenas apresentações normais.

Makarovo logo voltou com uma mangueira nas mãos, pedindo para o moreno fazer o formato de gotas com o gelo, porém cheias de água. Assim faria uma bela decoração e se alguém causasse confusão, tomaria um banho grátis.

— CHEGAMOS — Natsu chutou a porta e entrou.

— AYE, SIR!

Um único passo foi o que bastou para que o rosado escorregasse no gelo, caindo de cara no chão.

— Quem foi o idiota que colocou isso aqui? — levantou-se revoltado.

— O único idiota é você, não olha para onde anda e ainda reclama — o moreno alfinetou.

— O que disse, cérebro congelado?

— O fogo queimou seus ouvidos?

— Ainda bem que eu sei voar — Happy deu de ombros.

— Vocês dois, nada de briga — o Mestre separou os dois sem dificuldade. — Vamos voltar ao trabalho.

— Se deu mau, picolé — zombou Natsu.

— Você também, Natsu.

— Ah!..

— Eu vou comer meu peixe, antes que eu seja convocado também — Happy riu e voou para longe.

—— // ——

— Nunca achei que um dia me perderia em Magnólia — resmungou a loira.

A loira estava vasculhando algumas lojas de decoração a mando do Mestre, mas bastou afastar-se de Mira que os problemas começaram.

Primeiro entrou em uma loja visualmente vendia decorações, mas assim que entrou deu de cara com um mercadinho. Depois entrou em uma rua já conhecida por si por vender artesanato, só que do outro lado ela encontrou um lugar deserto e sombrio. Assim que tentou voltar, a passagem simplesmente não existia mais.

Quanto maia andava, mais perdida ficava. Aquelas ruas eram estranhas, não tinha ninguém e nenhum estabelecimento aberto. Apenas o silêncio a acompanhava, enquanto caminhava por entre as casas velhas e desgastadas.

Magia não funcionava, Lucy tentou invocar Loki e simplesmente não conseguiu. Ela tinha magia, apenas não conseguia usá-la. 

Lucy parou, respirou fundo e olhou ao redor. Na sua frente tinha uma praça que não conhecia, ao longe conseguiu ver algumas barracas, aumentando a esperança de encontrar alguém. Correu até as barracas, típicas de um festival, porém igual o restante: tudo fechado e sem ninguém.

— O que tem de errado com Magnólia?

— Você não está em Magnólia, mocinha — um senhor, vestindo uma roupa cinza com estranhas meias amarelas. — Sou o prefeito dessa cidade, você não é daqui, certo?

— Eu? Não, eu vim de Magnólia. Acabei me perdendo e cheguei aqui... Onde estamos? 

— Bem-vinda a Luzmia, minha jovem — sorriu.

— LUZMIA? Meu Deus! Como vim parar aqui? Eu só queria comprar simples decorações...

— Várias entradas para Luzmia estão espalhadas pelo mundo, elas trocam constantemente de lugar. Você apenas deu a sorte de encontrar uma, assim como seu amigo, o mago de gelo.

— Gray já esteve aqui?

— Claro, ele veio até aqui para me ajudar com um pequeno problema, mas felizmente tudo se resolveu sozinho, por isso ele voltou. Ele não contou sobre a visita que fez?

— Não... Que estranho, Gray nem sequer saiu de Magnólia se bem que eu também não... Bem, isso não importa agora — olhou ao redor, procurando uma saída. — Como eu volto para casa?

— Assim como todos os que um dia entraram aqui: fazendo um favor para a cidade. As pessoas só entram aqui quando estão destinadas a nos ajudar, afinal nós moradores não podemos sair...

— Entendo... Qual minha missão?

— Seguindo reto, no final da cidade, tem uma trilha que leva para uma caverna. Ontem pela tarde eu fui até lá e descobri um pequeno problema no encanamento, a cidade está sem fornecimento de água desde então... A senhorita pode me ajudar a consertar?

— Claro, com muito prazer — sorriu carinhosa.

— Perfeito! Siga-me, vou levá-la até lá.

O caminho foi calmo, porém, estranho. Lucy ficou com vontade de perguntar o porquê de só ter os dois caminhando, mas segurou-se. Apesar de aceitar ajudar, a desconfiança ainda continuava intacta, afinal não era todo dia que achava a entrada secreta para uma cidade e ela estava vazia.

O cenário mudou sem que a loira percebesse. O prefeito a guiou por uma pequena trilha até chegarem na caverna. A caverna não tinha nada demais, podia facilmente passar despercebida se não fosse uma porta de metal, a qual os dois entraram.

O interior da caverna assemelhava-se a um contêiner branco e vazio, com várias outras portas.

— Essa é a Central de Manutenção da cidade, aqui cuidamos da distribuição de água, eletricidade, controlamos o comércio e ficamos de olho na rede de esgoto — disse orgulhoso, apontando para uma porta diferente para cada área. — Naquela última porta, são rastreadas todas as entradas para a cidade, assim sempre sabemos quando um visitante chega.

— Isso é... incrível. Eu nunca vi tudo em um único lugar, ainda mais dentro de uma caverna — Lucy olhou ao redor admirada.

— A caverna ocupa um grande espaço, primeiramente ela seria destruída para que tudo fosse construído, mas creio que usar toda essa área sem causar maiores danos, foi a melhor escolha.

— Concordo. O problema é na distribuição de água, certo?

— Sim, fica nessa sala — guiou a loira até a segunda porta da direita.

A sala era cercada por canos, em sua maioria grande. No centro ficava uma escrivaninha de madeira branca, com três monitores, um teclado e um mouse. Não tinha nenhuma cadeira no local.

Lucy aproximou dos monitores e viu um ponto vermelho piscando no primeiro. Ela não entendeu onde estava o problema, afinal estava olhando para um mapa de canos e, por não conhecer o sistema de encanamento da cidade, tudo parecia mais um labirinto.

— O cano quebrado está logo abaixo de nós, está vendo aquele -1 no canto da tela? Indica o andar. Aquela letra C do outro lado significa “caverna”.

— Ah! Agora faz sentido. Como faço para descer?

— Então, é aí que está o problema... Eu não sei — respondeu envergonhado. — Nenhum dos canos do subterrâneo apresentou problema nos últimos anos, então não vimos necessidade em construir um acesso lá para baixo.

— Entendi. Bem, sei perfeitamente como descer, mas o chão vai ficar com um pequeno buraco.

— Ora! Sem problemas, pode fazer o que achar necessário — sorriu compreensivo. — Agora preciso me apressar, tenho uma pilha de papéis para ler e assinar. Volto daqui a uma hora, pode ser?

— Claro, como o senhor quiser.

— Ótimo. Boa sorte.

— Obrigada!

Depois que o Prefeito saiu da caverna, Lucy invocou Virgo, afinal ela era perita em fazer buracos.

Com todo o cuidado possível, a rosada fez um buraco com espaço necessário para a loira passar, sem ficar presa. O andar inferior não tinha uma luz sequer, o escuro tomava conta do lugar. A única coisa que Lucy pode sentir o descer, foi a água molhando suas botas.

Virgo, percebendo o escuro, entregou uma pequena lanterna para Lucy, antes de voltar para o Mundo Espiritual.

Acendendo a pequena, mas potente, lanterna, a loira vasculhou rapidamente o lugar com o olhar. Ela estava dentro de outro contêiner, dessa vez com mais canos do viu na outra sala, e mais grossos também.

Encontrar a fonte do vazamento foi um grande problema, pois teve que se agachar na água e passar por debaixo de alguns canos, só assim encontrou o que procurava. Em um dos últimos canos da sala, um buraco, mais ou menos do tamanho de uma bola de beisebol, permitia que a água saísse sem impedimento.

— Certo, hora de trabalhar! 


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Notas finais do capítulo

Até o/



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