Olhar Preto e Branco escrita por ShiroiChou


Capítulo 2
Atitude


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinha que está lendo :3
Vim apenas dar um avisinho.

AVISO:
A história as vezes ficará um pouco confusa, mas não ao ponto de ninguém entender, e sim de acontecer algo e acabar não sendo verdade, ou meia verdade. Foi proposital de toda forma kkkkkkkkkkk.



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Observar, um verbo, uma palavra e para Gray, o resumo de sua situação.

Uma única risada já era motivo para perder a concentração e olhar fixamente para a loira. Quantas vezes arregalou os olhos ao perceber que observava descaradamente todo e qualquer movimento dela? O problema estava no fato de que ele não conseguia controlar a si mesmo.

Juvia sempre estava de olho em seus movimentos, pronta para dar uma cutucada ou pisar em seu pé, para avisar que ele estava vidrado há muito tempo ou alguém desconfiava de algo. A azulada sempre o salvava de possíveis constrangimentos.

Pensar nisso fazia com que se sentisse envergonhado. O que aconteceria se sua amiga não estivesse sempre por perto para alertá-lo? Mira com certeza surtaria na primeira olhada. Arrepiou-se só de imaginar a situação, mas esqueceu disso quando a cortina balançou e os raios de sol entraram pela janela.

A manhã tinha começado fazia tempo, mas para Gray isso não fez diferença nenhuma, afinal tinha passado a noite em claro pensando em sua própria vida. Isso já vinha acontecendo há alguns dias, a razão era óbvia, pois tinha nome, sobrenome e um sorriso que o deixava bobo só de imaginar.

O moreno levantou-se da cama e seguiu para o banheiro onde fez sua higiene, depois desceu as escadas de sua casa e foi direto para a cozinha. Abriu os armários e a geladeira, encontrando poucas coisas, o que indicava que estava na hora de fazer uma missão para conseguir dinheiro.

Comeu uma simples omelete, pegou sua camisa e começou a andar em direção à guilda, tinha certeza que lá encontraria algo. Durante o trajeto, o moreno observou um pouco os arredores, tinha mudado de casa fazia menos de um mês e agora morava um pouco longe da guilda. Seu objetivo inicial não era mudar-se por necessidade, sua antiga casa tinha tudo o que precisava, e sim porque assim ficava mais longe da casa da loira e ela ficava com preguiça se ir até lá.

A razão pareceu bem estúpida depois que fechou o negócio, porém, não voltaria atrás, estava feliz com seu novo lar e só isso importava. Seus amigos apreciaram a mudança, diziam que um lugar maior com certeza faria bem e por ser longe da guilda ele poderia fazer caminhada. Só que nem todo mundo gostou da ideia e essa pessoa foi a maga da água.

Juvia acabou tornando-se seu cupido sem que percebesse, quando ela soube de sua mudança só faltou matá-lo afogado de tanta raiva. Ela sabia o porquê daquela escolha e não escondia sua desaprovação, estava sempre mandando cartas com ameaças dizendo que se ele não deixasse logo de ser um observador ela mesma revelaria tudo. Claro que ele sabia que ela nunca faria isso, mas ficava agradecido por saber que ela o apoiava e tentava ajudá-lo, da sua forma.

Porém, essas não eram as únicas ameaças que ele recebeu no último mês. As de Juvia ele sabia que não passavam de blefes, mas as outras tinham cara de serem muito verdadeiras.

Tudo começou no dia em que se mudou e encontrou um envelope preto na porta de sua geladeira. Dentro achou apenas um pedaço de papel da mesma cor, sem nada escrito. No dia seguinte achou um envelope idêntico, dessa vez com um P escrito em branco.

Isso aconteceu durante mais quatro dias, em cada um deles uma nova letra aparecia até todas juntas formarem o nome de uma cor: PRETO. Claro que o moreno pensou que fosse alguém de brincadeira com sua cara, talvez seus amigos que eram peritos em invadir casas.

O tempo se passou e nada mais apareceu depois da letra O, até que no dia anterior ele desceu para beber água de madrugada e viu um envelope cinza grudado na porta da geladeira, dessa vez o papel da mesma cor tinha uma nova letra: E.

Algo que já não fazia sentido fez menos ainda, o que queriam dizer com preto? A cor de seu cabelo? Sua calça favorita? Ou será que ele deveria pintar a casa toda de preto? Com certeza não era nenhuma das alternativas, mas para alguém que nada sabia, qualquer tentativa de desvendar aquele pequeno mistério já valia.

Os pensamentos continuaram rodando em sua cabeça. As dúvidas pareciam rir de si e só pararam quando Gray chegou na guilda e, por estar distraído, acabou batendo com a cabeça na porta e caindo para trás.

— Gray, você está bem? — perguntou Lucy, como sempre preocupada com o amigo.  

— Ah! Sim. Eu apenas estava distraído e cai. Vai entrar também? — perguntou já segurando a porta para ela passar.

— Sim, obrigada — sorriu.

— Por nada — retribuiu o sorrindo, entrando em seguida.

— Gray, finalmente você chegou. Quase esqueço, bom dia — Erza já o puxava para uma mesa.

— Bom dia, aconteceu algo?

— Sim. Natsu foi em uma missão com os outros Dragon Slayers e a Juvia me convidou para uma também. A Lucy precisa de dinheiro para o aluguel, então você vai com ela.

— Eu?

— Sim, por quê? Tem algo mais importante para fazer? — perguntou já nervosa.

— Não, nadinha de nada. Também preciso de dinheiro.

— Ótimo, Juvia escolheu uma missão para vocês.

— Está brincando, né?

— Juvia escolheu uma ótima missão, Juvia tem certeza de que vocês completarão ela com sucesso, além de ter uma boa recompensa — a maga da água tirou um papel do bolso.

— Cidade Luzmia, nunca ouvi falar.

— Juvia pesquisou, fica perto de Crocus.  

— Ok...

— Bom dia, meninas. O que contam de novo? — Lucy aproximou-se animada com um copo de suco na mão.

— Bom dia, Lucy. Você e o Gray vão em uma missão, ele também precisa de dinheiro.

— Oh! Que incrível! Qual a missão? — perguntou sentando-se ao lado do moreno que ficou levemente nervoso.

— Juvia leu que vocês devem investigar uma caverna, é fácil e paga bem.

— Gostei, eu topo. Quando saímos?

— Juvia acha que vocês devem sair imediatamente — sorriu animada, piscando rapidamente para o moreno que a olhava incrédulo.

— Certo, vou arrumar minhas malas. Vou te esperar na estação, Gray — sorriu antes de se levantar e sair.

— Perfeito, vou avisar o Mestre sobre nossa missão, Juvia — Erza também se levantou, subindo as escadas.

— Juvia...

— O quê? O plano de Juvia é perfeito, vocês estarão sozinhos e ninguém vai atrapalhar sua declaração.

— Não vai dar certo, olha para mim. Eu não consigo nem ficar um minuto perto dela sem ficar nervoso.

— Juvia acha que você vai arrumar um jeito.

— Você é doida... Obrigado por estar sempre me ajudando.

— Juvia fica feliz, agora a missão chama a Juvia e ela precisa arrumar suas coisas. Juvia deseja boa sorte para vocês na missão — sorriu antes de se afastar.

— Eu vou ficar maluco, com certeza vou... — resmungou antes de se levantar e voltar para casa.

O caminho de volta foi mais rápido, provavelmente por não estar distraído. Entrou e nem se preocupou em trancar a porta, apenas subiu a escada e pegou uma mala que sempre deixava pronta para casos de emergência, ela ficava debaixo de sua cama.

Tudo pronto, desceu novamente e foi até a cozinha para pegar alguns enlatados, era sempre bom estar preparado para qualquer situação. Pegou o que encontrou, guardando dentro de uma pequena mochila. Quando foi pegar algumas garrafinhas de água, achou algo não tão impressionante grudado no armário: um envelope branco. A letra da vez era B.

— Só pode ser brincadeira, quem é o idiota que está colocando isso aqui? Tenho cara de adivinhador para entender esse negócio? — perguntou para o nada, guardando o envelope em sua mala, junto dos demais.

A paciência que ainda tinha dentro dele, logo sumiu. Adorava brincadeiras, mas odiava demorar para saber quem era o brincalhão, sentia-se como um peixe mordendo a isca.

Balançando a cabeça, Gray espantou tudo o que bagunçava sua cabeça e focou-se apenas no problema principal, o qual envolvia ele, uma missão e a mulher que ele ama. Agora ele sabia muito bem o que sua insegurança podia fazer, ou melhor, o que uma amiga podia fazer.

Respirou uma, duas, três vezes. Tentou acalmar-se, então respirou o mais fundo que conseguiu, pegou suas coisas e saiu de cada, trancando a porta logo em seguida.

Caminhando em passos curtos, o moreno tentou não pensar no que estava prestes a acontecer, a ficha ainda não tinha caído, mesmo assim ele queria fugir para longe e se esconder. Por mais que estivesse agradecido pelo apoio e ajuda de Juvia, duvidava que fosse obter resultados, pois acreditava que Lucy apenas o via como amigo.

A chance era boa, tão boa que chegava a ser perfeita, só que todas suas tentativas foram completamente falhas. Quem disse que essa daria certo?

— Gray, vamos? — chamou a loira com um olhar preocupado. — Está tudo bem? Você está parado no meio do caminho faz alguns minutos...

— O quê? — olhou ao redor, vendo que realmente estava parado na entrada da estação. — Eu só estava pensando, nada de mais.

— E no que você tanto pensa?

— Na missão — respondeu rapidamente.  

— Sabe, não estou com uma boa impressão sobre ela, mas agora não podemos recusar...

— É verdade... Então, acho melhor nos apressarmos ou o trem vai embora sem nós dois.

As passagens foram compradas rapidamente. Lucy entrou na frente para procurar uma cabine vazia, enquanto Gray continuou andando lentamente, pensando se a loira tinha ou não acreditado em sua desculpa. A missão era o que menos o preocupava, na verdade parecia ser a parte mais fácil nos próximos dias.

Dessa vez, mesmo com a cabeça cheia de pensamentos, o moreno focou sua atenção no caminho e chegou na cabine com sucesso, onde ajudou a loira a guardar a bagagem.

Sentaram um de frente para o outro e ficaram em silêncio por longos minutos, apenas olhando a paisagem pela janela do trem. Gray ficou absorto em seus pensamentos, sendo observado por Lucy que o olhava curiosa, tentando descobrir o que se passava na cabeça dele.

— Estou ansiosa. O que diz no pedido? — perguntou, quebrando

— Devemos investigar uma caverna onde os moradores dizem ouvir barulhos estranhos — respondeu saindo de seus pensamentos e olhando o pedido. — Essa é a única informação, além do nome da cidade.

— Vamos ter que partir do ponto zero... Nada de estranho, pelo menos.

— ...

— Eu tenho a impressão de que você está escondendo algo.

— Eu? Por que acha isso? — perguntou em alerta.

— Talvez seja porque você fica olhando para o nada com cara de quem não comeu hoje.

— Mas eu comi hoje.

— Não muda de assunto — retrucou irritada. — Fala logo, o que está acontecendo?  

— Ok. Eu falo — pensou rapidamente e decidiu não contar tudo o que o incomodava. — Esses envelopes andam aparecendo na minha casa aleatoriamente, não sei quem coloca lá e nem o que significa — abriu o bolso da mala e entregou os envelopes para a loira.

— Talvez seja aviso sobre a missão. Preto e... branco, certeza que esse B é de branco — disse analisando cada letra.

— Faz sentido, como não pensei nisso antes? Eu achava que era brincadeira de alguém.

— Duvido muito que seja brincadeira, está com cara de aviso mesmo...

— Só saberemos quando estivermos lá.

— Nós já chegamos.

— Como?

— Vou ficou tanto tempo no mundo da lua que nem percebeu o tempo passando — riu do amigo.

Ignorando sua falta de atenção, o moreno ajudou com a bagagem e saiu do trem junto com a loira. Luzmia era uma cidade focada no comércio de lâmpadas, por isso o nome. Os dois descobriram isso tanto pelas lojas, quanto pelas placas que exibiam o significado do nome da cidade.

O cliente continuava um mistério, não faziam ideia de quem era, por isso decidiram seguir direto para a caverna. Perguntaram para uma comerciante onde ficava e ela indicou rapidamente, apenas precisavam seguir a rua principal e virar à direita quando chegassem no final dela.

— Eu não sabia que existiam tantos estilos de lâmpadas, tem uma mais estranha que a outra — Lucy olhou admirada para as lojas. — Vou me lembrar de comprar uma de lembrança antes de voltarmos.

— Tipo aquela — apontou para uma em formato de chave. — Combina com você.

— Com certeza será uma assim — sorriu animada.

Gray sorriu sem perceber, adorava ver a loira sorrindo, pois isso indicava que ela estava feliz e não tinha nada melhor para ela do que ver a felicidade de sua amada. Pena que sorriso dos dois sumiu logo após chegarem e entrarem na caverna.

Lucy tinha razão, aqueles envelopes eram um aviso.


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Notas finais do capítulo

Postarei assim que possível, pois sou meio lerda para escrever mais de 1k de palavras.

Até o próximo o/



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