Sob as sombras e a lua escrita por William de Lemur


Capítulo 2
Capítulo II - Espinhas e sujeira




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Capítulo II
 Espinhas e sujeira
Sarfi se põe a pensar, pondo um pouco sua revolta de lado, ela põe a lembrar-se de tempos passados. Tempos alegres em que ela e Hagry eram mais jovens.
— Quando pensam eh Hagry todos imaginam que ele sempre foi esse homem forte, sábio, corajoso e galanteador. Sua postura nobre, seus olhos de uma seriedade serena e inabalável, seu porte que trás uma sensação de confiança, de proteção. Sempre bem vestido e bem armado liga-nos logo ao pensamento do nobre- galanteador-guerreiro. De certo, nos anos que sucederam a criação do reino de Tartolia o Rei Hagry realmente tomara para si todas essas características, tomara de tal forma que se tornou algo próprio e natural dele. Mas nem sempre foi assim.
Nos tempos sombrios de guerras entre os povos mágicos, os vistosos Elfos da Luz, portadores de todos os conhecimentos de todos os universos e realidades, propuseram aos sete povos - os Elfos, os Dragões, os Anões, as Fadas, os Centauros, os Leões Guerreiros e os Homens - uma reunião no Palácio de Aristel, a terra dos Elfos da luz, afim de propor a paz entre os povos, nesse período em que a guerra era tão comum ao dia dia como é o próprio respirar.
De todos os povos vieram representantes, os dragões enviaram Escafunis, o Dragão sábio, um dragão de gelo, magestozo como suas escamas prateadas, seus pelos e barba brancas, olhos azuis como o gelo da água mais cristalina. Escafunis era o rei de Dracanor, o reino dos dragões.
Os anões enviaram como representante o chefe ferreiro Tarusmir, portador do Martelo da Montanha, um anão de gênio forte ede muita força física. Sua postura inflexível é bem representada por suas vestimentas. Seus cabelos ruivos, barba cheia e barriga protuberante em nada retiravam a força de seus braços, de sua expressão facial, sempre de cenho franzido e olhos fechados, de forma contemplativa. Sua grossa armadura de couro de boi das montanhas - um dos animais de pele mais espessa no reino dos anões - mostrava sua força, e as placas de metal que a ornavam ampliavam sua proteção e mostravam como os anões eram guerreiros, nobres ferreiros e bons caçadores, afinal, capturar um boi das montanhas é um feito que poucos possuem.
Ainda as Fadas enviaram suas representantes. As fadas são seres, que na maioria das vezes possuem uma forma feminina, graciosa e meiga. Algo que desperta em todos uma paz de espírito, sempre bem vestidas e com asas bem luminosas, são na sua maioria ruivas, de feições rosadas, traços faciais suaves e graciosidade no andar, assim como no voar. Suas asas são de uma delicadeza e uma suavidade comparada apenas as belezas mais sublimes da criação. Podem assumir tamanhos de humanos normais ou se manterem em sua forma de luz minúsculas. Trajam em vestes verde folha, com uma cinta de ouro e uma bolsa de couro bem ornada pendurada a seu cinto. Como representantes foram enviadas a rainha Lúminia e sua comitiva, formada por sua farda pessoal e seu conselheiro
Os centauros vinham logo em seguida.
Com suas majestosas roupas de couro, próprias para corridas rápidas, uma roupa leve revestida por camadas de couro e estofados de lã. Com ornamentos em prata e suas espadas longas e pesadas a cintura. Sempre sábios e exímios guerreiros. Seu lord Edmund era seu representante, seguido de sua comitiva de generais e nua guarda pessoal.
Do reino dos homens vinham os chefes da aldeias, bem vestidos - para humanos - e com duas cortes, com seus conselheiros e velhos sábios das tribos. Dentre os homens estava um jovem franzino, esquelético, de cabelo negro seboso e rosto espinhento. Se via por suas roupas gastas e sujas que ele não era da nobreza, mas ele estava lá. Mas, por que ele estava lá? Nesse momento eu não sabia a resposta para essa pergunta.
 Mas, definitivamente, aquele jovem espinhento não lebra em nada o grande rei e sábio Hagry. Isso me faz rir ao lembrar dessa primeira imagem do Hagry. Aquele jovem fraquinho e inseguro se tornaria o rei mais justo, forte e corajoso que eu veria em toda minha vida.


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