Miranda: Coven escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 1
The Seventh Act




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Greeny Wicked.

Depois dos últimos acontecimentos eu sabia que algo estava diferente, mas não sabia o que, talvez todo o tempo que passamos juntos tenha nos aproximado mais ainda.

— Heróis locais salvam a ilha após golpe! Minkis Mackenzie, Greeny Wicked, Thay Scott e Juan Hussie foram os responsáveis por pararem os planos de Dylan Brincadeira e seus lacaios. Como foi esse processo? — Perguntou a Tia Arctic. Nós estávamos em um grande divã cor de rosa no programa ao vivo da jornalista de penas verdes com roupas chiques.

Juan estava com um smoking grená, uma calça preta e sapatos sociais, Minkis estava com uma blusa branca solta e uma calça social preta boca de sino, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo, Thay estava com um vestido tubinho roxo cintilante e seu cabelo estava preso em um coque frouxo. Eu estava com uma blusa verde e um colete preto, e por cima eu usava um poncho com pedraria nas golas, minha calça também era preta e tinha pedraria nos bolsos.

— Nós fomos mudando de iglu para iglu, como uma expedição até chegarmos ao iglu de Greeny, nas montanhas. — Disse Thay, ajeitando os fios do seu cabelo preso em um coque frouxo.

— Depois, nós fizemos alguns experimentos que nos levaram até o subterrâneo, e aconteceu tudo, o portal, a prisão de todos os encapuzados... — Continuou Minkis.

— Houve boatos de que um dos encapuzados estava infiltrado no grupo de vocês, é verdade? — Perguntou Tia Arctic.

— Sim, Lina, nós não notamos suas atitudes estranhas... — Disse Juan.

— Imagino que tenha sido muito difícil lidar com tudo isso, mas vocês conseguiram! Parabéns! Obrigada pela entrevista e nós nos vemos na próxima semana com os preparativos para o ano novo, tenham uma boa tarde, todo o material dessa edição está no website do Club Penguin News, até amanhã! — Terminou a repórter.

Tia Arctic nos cumprimentou e nos despedimos, precisávamos tirar umas férias depois de tudo isso, foi tão desgastante... Tantas entrevistas, podcasts, reportagens...

***

9 meses depois.

Os últimos meses foram de entrevistas de vários jornais, nós tínhamos ganhado certa fama, mas nenhum de nós nunca previu isso.

No começo de outubro, nós começamos os preparativos pro Halloween, cortamos papéis pra decorar o meu iglu e plantamos abóboras para depois cortarmos e colocarmos velas, meu jardim se tornou praticamente uma fazenda de abóboras, por isso demos o nome de Wicked Pumpkin Farm, as flores estavam tão bonitas! Algumas abóboras já estavam prontas para serem colhidas, mas preferimos aguardar até o outro dia. Também fizemos alguns bombons recheados e colocamos luzes assustadoramente perversas para decorar o jardim.

Minkis estava com um rabo de cavalo e seus clássicos óculos de lentes redondas, uma blusa de manga curta listrada e uma calça marrom escuro. Juan usava uma blusa vermelha e uma calça preta, Thay usava uma blusa de mangas compridas lilás com uma saia de tule preta. Eu estava de chapéu, ele era preto e tinha pedras no laço, usava também um poncho preto com pelos verdes, uma blusa de manga comprida preta com estampa floral e uma calça.

Estávamos conversando normalmente e cortando os desenhos decorativos, até que de repente, parecia que alguém estava caminhando pelo quintal, era possível escutar passos afundando na neve fofa. Eu me levantei silenciosamente e quando ia atacar, Juan segurou minha nadadeira dizendo “não” com a cabeça.

Olhei pela janela bem devagar e vi um pinguim de capuz agachado no meu jardim, ele estava tentando separar uma abóbora madura do seu caule.

Eu já estava com muita raiva, não só por estar sendo roubado, mas porque tentavam me conter (é recomendado que ninguém tente barrar uma bruxa), então com minha outra nadadeira, teletransportei a varinha de condão que Lizzie e Lucy tentaram roubar uma vez. Com ela, enviei a mim e meus amigos para o jardim. O pinguim de capuz se assustou caindo para trás chocado, revelando ter cabelos compridos loiros e uma voz feminina grave. Era uma pinguim aparentemente muito pobre.

— Quem é você? Como se atreve a entrar no meu jardim para roubar? — Eu disse com raiva apontando a varinha pra pinguim que logo se levantou cambaleando.

— Minha família está passando fome! Eu não consegui comprar comida! Me desculpe! — Disse a pinguim chorando e se ajoelhando aos meus pés.

Com raiva, eu fiz um feitiço transformando-a numa estátua de concreto.

— Ela só veio pegar comida, Greeny! Não precisava disso tudo! Desfaça o feitiço! — Disse Minkis elevando seu tom de voz.

— Ela roubou! Isso não é certo! — Eu gritei, indo em direção ao meu iglu.

Antes que Minkis retrucasse uma ventania muito forte começou, era como se estivéssemos dentro do olho de um furacão. As caixas de fertilizante tremiam quase se quebrando, as folhas das plantas voavam assim como tudo que estava ao redor, incluindo eu e meus amigos.

— Segurem-se! — Eu gritei, fincando a varinha na neve para eu agarrar, se ela se quebrasse a queda seria grande.

Minkis e Thay seguraram em uma rocha bastante rígida enquanto Juan segurava apenas em um punhado de neve que parecia ser forte, mas de repente tudo parou, a calma depois da tempestade.

De súbito, as caixas de fertilizante se abriram, o céu começou a escurecer gradualmente. A temperatura abaixou muito, uns dez graus celsius a menos.  A montanha já era fria, tornou-se muito mais gelada. Era como uma verdadeira geladeira. Depois dava pra ver uma escuridão vinda do oeste como uma imensa tempestade. Os puffles começaram a correr por todos os lados, perturbados com o escurecimento, provavelmente achavam que era hora de ir dormir. Rajadas de vento muito fortes aconteciam de repente nos arrastando para trás. Ainda havia uma pequena luz até ela desaparecer de repente escurecendo totalmente, como se fosse de noite.

Por tratar-se de um eclipse sem previsões, tudo estava apagado na ilha. Havia uma pequena luz no horizonte na altura do mar e o céu estava estrelado, seria muito bonito se não fosse catastrófico para a visão.

As ventanias se intensificaram e começaram a durar mais tempo, até ficarem sem pausas.

Algumas nuvens apareceram, tapando a visão do céu e uma nevasca começou, o vento piorou, estava tudo muito aleatório, eu não conseguia entender nada. Nesse momento nós saímos do chão, só a varinha me mantinha no chão, se ela se quebrasse eu provavelmente cairia da montanha.

O clima estava muito estranho, era possível escutar os gritos dos pinguins no Centro provavelmente pensando que era um blackout.

Após as seis caixas de fertilizante se abrirem, saíram seis pinguins com mantos pretos bastante desgastados e rasgados.

O primeiro tirou o capuz, revelando ser uma pinguim de cabelos grisalhos compridos bem bagunçados, trançados e frisados na altura das suas nadadeiras. Suas penas eram brancas e também estavam desajeitadas. Ela não me era estranha, mas ao mesmo tempo eu nunca tinha visto seu rosto.

Ela foi em direção à estátua e colocou uma de suas nadadeiras na face de concreto da pinguim enfeitiçada, desfazendo o feitiço. Ela e os outros cinco pinguins conseguiam se manter de pé mesmo com o vento, era tão estranho...

— Isso era realmente necessário? — Disse a pinguim de vestimenta esfarrapada em um tom bem calmo e suave olhando para mim.

Eu não conseguia responder, era como se minha voz tivesse desaparecido, eu só conseguia ficar com o bico aberto. A ventania parou, agora eu conseguia falar... Ou pelo menos gaguejar...

— Q-quem é vo-você? — Eu perguntei.

— Eu sou a sua mãe, querido. — Disse a bruxa abrindo um sorriso perverso.

Minha mente ficou bagunçada, eu sempre acreditei que meus pais estavam em outra ilha vivendo sem mim, aquilo era um choque, mas como eu poderia acreditar em alguém que nunca vi na minha vida inteira?

— Finalmente o sétimo ato. Agora nós estamos livres, de novo. Podemos concluir nossa missão, mas para isso, precisaremos da sétima bruxa para nos ajudar, e essa bruxa é você. — Continuou a bruxa.

— Eu? O que você está falando? — Eu perguntei bastante confuso.

— Você é uma das bruxas mais poderosas da ilha, você deve usar seu poder para proteger as suas irmãs, nossa sociedade está em perigo desde há muito tempo atrás. O episódio de Salem vai se repetir, e a Seventh Waning Moon precisa estar completa para os inquisidores não saírem vencedores desta vez. — Disse ela.

Eu não sabia o que dizer, o que perguntar o que responder, nem pensar.

— Quando a hora chegar, meu pequeno, você vai deixar suas raízes crescerem. — Disse a bruxa mexendo suas nadadeiras desaparecendo na escuridão junto com os outros cinco pinguins.

— O que acabou de acontecer aqui? — Perguntou Minkis ajeitando seu cabelo depois da ventania.

— Juan! — Disse Thay tentando encontrar algum sinal do pinguim que desapareceu.

— Cadê ele? Ele sumiu? — Perguntei olhando para os lados.

— Eu não escutei a voz dele depois que as bruxas chegaram... Quem são essas bruxas e por que elas te chamam de “A Sétima Bruxa”? — Interrogou Minkis.

— Eu sei tanto quanto vocês. Eu nunca ouvi falar sobre um clã ou culto de sete bruxas no qual eu sou integrante dele. — Eu respondi.

— Você me disse uma vez que a varinha tinha certo limite... Provavelmente depois de ter congelado aquela pinguim você quebrou a maldição que as prendia... — Disse Thay.

— Sobre aquela pinguim, porque você fez aquilo? Não era necessário! — Disse Minkis.

— Eu estava com raiva, certo? Eu já disse isso! Não acho certo roubar. — Respondi.

O silêncio tomou conta do lugar naquele momento, eu estava um pouco arrependido de ter congelado aquela pinguim, mas ao mesmo tempo eu acreditava que tinha feito certo em ter a impedido de pegar o que não pertence a ela. Se tivesse me pedido teria sido mais nobre.

A cada momento, nós pensávamos mais em Juan que havia desaparecido, aonde ele poderia estar? Nada importava no momento, nem as bruxas, só nosso amigo. Resolvemos ligar para a polícia, mas acabamos sendo ignorados. No final vimos que a fama não traz tantos privilégios, pelo menos não trouxe pra gente.

Tentamos ligar para o vendedor de iscas que ficava atrás da Cabana, mas ninguém atendia, talvez ele pudesse ter visto Juan rolar a baixo da montanha.

— Então... Quando iremos descer a montanha para procurar o Hussie? — Perguntou Minkis.

Quando eu ia responder sua pergunta, acabei sendo interrompido. Uma das bruxas, a mesma que falou comigo no jardim apareceu dentro do meu iglu, mas dessa vez ela estava diferente, suas roupas estavam novas, ela vestia o mesmo manto só que agora, ele estava costurado com veludo e tinha um forro de cetim verde por dentro, sendo acompanhado por um broche dourado com pedras de diamante formando a letra G, seu cabelo agora era curto, ondulado e ruivo, aproximadamente na altura do seu pescoço. Ela carregava uma pulseira e luvas pretas como acessórios.

Ela pegou a minha varinha do bolso do manto e conjurou algum feitiço no céu.

— Acredito que seja melhor aguardarem a tempestade de neve passar. Oops! — Disse a bruxa desaparecendo em uma névoa cinza.

— Nós vamos descer a montanha amanhã, cedo. — Eu disse, indo em direção ao meu quarto para me preparar para dormir.

Tomei um banho e escovei meus dentes, eu nem sabia que horas era naquele momento, mas eu estava muito cansado.

Logo que deitei, fiquei um tempo olhando para o teto tentando digerir tudo que acontecera naquele dia.

Juan estava perdido em algum lugar, o clima havia mudado drasticamente, uma pinguim que eu nunca vi apareceu alegando ser a minha mãe, eu descobri que sou integrante de uma longa linhagem de bruxas. Tudo isso em só um dia, era inacreditável.

Quando eu ia finalmente fechar meus olhos para dormir, ouvi a campainha tocar, eu não sabia quem poderia ser naquela escuridão gelada.

Levantei-me da cama e vesti um roupão verde, arrumei meu cabelo com uma escova e fui em direção à porta. Minkis e Thay pegaram no sono e dormiram no sofá, bem que eu escutei alguns roncos.

Coloquei minha pantufa e abri a porta, quando abri, vi uma silhueta escura com uma touca com bastante pelos, quem poderia ser?

Dei alguns passos para fora e tentando ver a face do pinguim, acabei escorregando na neve e quase caí no chão. Torci meu pé direito, mas a silhueta misteriosa me segurou pelas nadadeiras me ajudando a levantar, poderia ter sido pior.

— Obrigado. — Eu disse com um sorriso no bico entrando mancando no iglu. O pinguim entrou e me ajudou a sentar em uma cadeira próxima dali, no momento eu não sabia quem era, mas provavelmente me conhecia para ter me ajudado tão rápido assim.

Eu agradeci mais uma vez, e então o pinguim tirou o capuz mostrando seu rosto, um rosto que eu nunca me esqueci desde o nosso último encontro. Eu não sabia o que ele queria comigo dessa vez, mas eu podia imaginar que era pelo motivo de termos nos separado.


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