Extreme Elite escrita por Gothic Princess


Capítulo 4
Capítulo III - A Elite


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Ressuscitando pra voltar a postar essa história que tanto amo e que venho desenvolvendo mais no tumblr do que na própria fic. Felizmente esse é o ano em que decidi voltar com todos os meus Work in Progress, então espero que consiga terminar essa primeira parte dela até o final do ano :)

Quem for novo por aqui, tenho um tumblr pra fic onde posto as fichas dos personagens, perguntas e respostas, contos e edições especiais, então fiquem à vontade pra dar uma olhadinha: https://extremeeliteheroes.tumblr.com/



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Roterdã, Holanda

13 de Julho, 2044

 

Era cedo quando eles haviam sido acordados abruptamente com a notícia de que um trem carregando metais preciosos havia sido sequestrado. Aquilo deveria ser um problema para a polícia, porém envolvia um grupo de Evolutioners, alguns dos mais abusados que Charlie já havia encontrado. Geralmente criminosos amadores se rendiam assim que a equipe Beta chegava no local, mas esses simplesmente tentaram lutar contra eles. 

Por causa da reputação da EE, eles raramente tinham muitos “momentos de super heróis”, a menos que fosse um Evolutioner fora de controle. Isso, ou pessoas simplesmente insanas. Os que haviam enfrentado hoje só não pareciam respeitar a autoridade deles. 

— Os caras maus estão sempre tão bem armados assim? — Nasir perguntou, sentando-se ao lado dela na plataforma. 

A frente deles havia um dos vagões do trem, com um buraco enorme na lateral do mesmo, onde um dos criminosos havia colocado uma bomba ativada por sensor, que por pouco não a pegou quando entrou. Por sorte, conseguiu virar fumaça a tempo. 

— Só se forem do Triângulo Vermelho. É bem difícil conseguir armas hoje em dia, principalmente na Europa. E esses são Evolutioners, não trabalham com eles, então podem ser de algum outro grupo criminoso — a ruiva olhou na direção de Matt, que conversava com uma oficial de polícia sobre o ocorrido. 

Ele estava tranquilo como sempre e nem parecia cansado, como se não tivesse acabado de lutar contra três pessoas ao mesmo tempo e quase levado tiros diversas vezes. Ela queria ter essa calma e paciência dele um dia, pelo menos com missões de quase morte como essa. 

Charlie se virou para o jovem egípcio ao seu lado, o mais novo membro da equipe Beta e da Extreme Elite. Ele não havia se saído mal durante a luta, o que ela tinha quase certeza que iria acontecer depois do treinamento que fizeram juntos alguns dias antes. Nasir era impulsivo demais, egoísta de certa forma, pensando que seus poderes poderiam derrubar qualquer um. Ele realmente tinha uma vantagem, acertar um raio em alguém poderia ser útil para paralisá-los. Mesmo assim, não adianta ser poderoso e burro.

— Da próxima vez que quiser bancar o herói, novato, mire no cara com a arma apontada para a cara de um dos seus colegas de equipe — ela se levantou. 

— Tá irritada porque ajudei o Sentinel ao invés de ajudar a Dragon? — ele também se colocou de pé e começou a seguí-la até onde Ian escaneava os rostos dos criminosos. — Até numa equipe precisamos ter prioridades. 

— Então aprenda a analisar suas prioridades, porque a Yue precisava de muito mais ajuda do que ele. 

— Por que até quando faço algo bom você me critica? — ele soltou uma risada sem humor e Charlie se virou, colocando a mão no peito dele para que parasse. 

— Você tem um ego do tamanho de um arranha céu de Hong Kong, é irresponsável e não quer nem tentar criar uma dinâmica de equipe, que por acaso estava perfeita antes de você aparecer. Então ou você se toca, ou volta para a sede Oasis, onde vão voltar a te ensinar uma coisa ou outra sobre responsabilidade — ela deu um leve empurrão nele e se virou para Ian, que agora encarava os dois. 

Mesmo com a armadura fechada, ela sabia que ele estava sorrindo. 

— Quer que eu deixe vocês sozinhos? — o inglês perguntou. 

— Quem são eles? — ela questionou, o ignorando. 

— Mercenários franceses contratados por um empregador anônimo, que ofereceu muito dinheiro para ter esses metais precisos. Pelo que entendi, acreditam que eles foram encontrados em um local onde um dos portais se abriu, então foram modificados também. 

— E como ainda não sabíamos da existência desses metais? — Nasir se intrometeu, e Charlie revirou os olhos. 

— Porque já teríamos pego todos e muita gente ficaria puta por causa disso. Tentamos saber o máximo que podemos, mas sempre tem um infeliz com dinheiro o suficiente pra ocultar algo de nós — Ian respondeu. — Vamos levar esses aqui para interrogatório na base Citadel em Washington. 

— Acho que o Esquadrão Gamma ainda está naquela missão na Suécia — Yue estava sentada ao lado de uma máquina de tickets, o mais longe possível das câmeras. — Podemos levá-los pra Exodus e esperar que voltem. 

O holograma que ocultava sua metade dragão foi danificado durante a luta e ela odiava aparecer em jornais sem a ilusão do holograma. Charlie estava quase indo na direção de todos aqueles repórteres do outro lado da estação para chutar suas câmeras por fazer sua amiga se sentir desconfortável. 

— Por que não os interrogamos nós mesmos? — Nasir perguntou. 

— Porque não é o nosso trabalho. Cada Esquadrão fica encarregado de uma área, e interrogatórios com certeza não é a nossa. Não leu a droga do manual antes de vir pra cá ou é bom demais pra isso também? — Charlie teria continuado, porém sentiu uma mão em seu ombro. 

— Acho que já chega de interações de equipe por hoje, Shadow — Matt disse, mencionando com a cabeça para que ela fosse com ele. 

Ele não parecia irritado, mas seu tom de voz indicava que ela estava prestes a receber uma leve bronca. 

— Não acha que está sendo dura demais com o novato? — o herói questionou quando estavam mais afastados dos outros. 

— Até pensei em ser legal com ele, mas você viu nosso último treinamento, ele está pouco se fodendo para o resto de nós. Não sei por que está na equipe se não consegue trabalhar como um grupo — Charlie cruzou os braços e desviou o olhar para qualquer coisa que não fosse Matt. 

— Sei que é difícil pra você aceitar um membro novo no time porque somos como uma família, e até o presente momento ele é um estranho pra você. Não quer dizer que ele não possa mostrar que não é tão egoísta quanto você assume, se dermos uma chance — Matt bagunçou o cabelo ruivo da jovem, que se afastou com um leve sorriso para que ele parasse. — Não seja tão dura com o Nasir, ele passou por muita coisa até chegar aqui e merece estar na equipe. Espero que sejam amigos no futuro. 

— Se serve de consolo pra você, também não gostava do Ian quando ele entrou, agora suporto ele — ela deu de ombros. 

— Já é um começo. Agora vamos voltar, Harlan disse que tem uma surpresa esperando por nós na base. 

— Por ele estar no comando, assumo que a surpresa é que o Esquadrão Delta não destruiu a base — ela riu, pulando nas costas dele enquanto o mais velho andava. 

Como ele tinha quase dois metros de altura e era bem forte, ela conseguia ficar pendurada ali sem problemas, e Matt já estava acostumado. 

— Se for só isso, já vai ser uma ótima surpresa — ele sorriu e continuou seu caminho até os outros. 

Depois de colocarem os criminosos a bordo da pequena aeronave em que vieram, seguiram seu caminho para Viena. Duas horas depois estavam aterrisando no hangar da enorme base Exodus, a principal da Extreme Elite. 

Todos notaram que o movimento era grande na base, o que significava que alguém importante estava lá, ou que havia um incêndio em algum lugar. Ver o líder do Esquadrão Delta de pé ao lado do hangar esperando por eles com um sorriso no rosto os fez pensar que talvez fosse a primeira opção. 

Alguns agentes apareceram para levar os criminosos para as celas no prédio A, enquanto o Esquadrão Beta andou na direção de Harlan. Charlie o ignorou e correu para abraçar o golden retriver, que também corria na direção deles. 

— Alger, seu lindo, perfeito! — o cachorro pulou em cima da jovem, a força anormal do animal Evolutioner a derrubando facilmente. — Quem é um bom menino? Quem é o melhor cachorrinho?

Ele latiu e continuou a lamber o rosto dela animadamente, parando ao ver Matt e então ignorando completamente a ruiva para pular em cima dele. 

— Me sinto trocada — ela fez um bico, aceitando a ajuda de Harlan para se levantar. 

— Como acha que eu me sinto? É o meu cachorro — ele tentou soar ofendido, mas não conseguia esconder a felicidade ao ver Matt brincando com o animal. — Como o novato se saiu na primeira missão?

— Poderia ter sido mais útil — Charlie comentou em alto e bom som. 

— Derrubei pelo menos cinco dos criminosos! — Nasir argumentou. 

— E quase deixou um de nós morrer no processo! — os dois começaram a discutir, enquanto Ian e Yue passaram tranquilamente por eles. 

Fizeram isso até Matt se colocar entre os dois.  

— Acho que deveriam ir tomar um banho, esfriar a cabeça. E quando terminarem, podem fazer o circuito de dezoito voltas na sala de treinamento — antes que pudessem protestar, ele continuou. — Talvez com esse tempo vocês descubram coisas que têm em comum, e não vão discutir a cada cinco minutos. 

Nasir revirou os olhos e seguiu seu caminho, o que a fez bufar e olhar feio para Matt. 

— Altas tensões na equipe, espero poder tranquilizar vocês com uma ótima notícia — Harlan disse, assobiando para Alger parar de pular em cima de Matt. 

— Conseguiram ficar seis horas sozinhos na base sem destruir ela? — Charlie brincou e o loiro deu uma risada. 

— Tive que prender Marisha e Alexei na dispensa, mas sim, mantive a base sem caos enquanto estiveram fora. Mas a boa notícia, na verdade, está chegando nesse momento — ele apontou para um jato particular que estava pousado nos fundos do hangar. 

Charlie arregalou o olhos e voou em sua forma de fumaça até onde viu Diego e Amari saindo do jato. Se materializou no momento em que chegou na líder da Extreme Elite, lhe dando um grande abraço. 

— Vocês estão aqui! — ela gritou, sorrindo para Diego. 

— Estamos aqui, chica! — o latino imitou a animação dela e a abraçando. 

Alguns outros membros se aproximavam para falar com os dois recém chegados, então Charlie aproveitou para falar com a mulher ruiva que estava atrás deles. 

— Olá, meu nome é Charlie, sou parte do Esquadrão Alfa e do Beta — ela estendeu a mão. 

— Sou a Doutora Katya Zeigarnik, nova chefe do departamento médico — ela apertou sua mão e Charlie não pôde deixar de notar o forte sotaque russo dela. 

— Vai ter muito trabalho aqui, tenha certeza disso.

— Foi o que eu disse — Diego piscou para a médica, que apenas sorriu e revirou os olhos. 

— Estamos muito felizes em vê-los, mas algo aconteceu para voltar mais cedo das suas férias, Amari? — Matt perguntou depois de abraçá-la.

Ela trocou olhares com Diego, porém conseguiu disfarçar sua preocupação com um sorriso. 

— Vamos falar sobre isso no meu escritório. Quero a opinião de vocês antes de falar com os outros membros. 

— Então cheguei na hora certa — uma voz vinda de trás deles disse, e todos se viraram para ver Seung se aproximando. 

Amari correu para abraçá-lo e o espião precisou girá-la no ar para os dois não caírem. Eles não se viam há pelo menos cinco meses por causa das missões que o mantinham longe. 

— Você está ótima, férias fazem bem para te deixar menos estressada — ele comentou. 

Enquanto todos conversavam, viram Hannah e Paul passarem levando um homem alto algemado. Ficaram em silêncio ao notarem o símbolo de um triângulo vermelho no ombro dele. 

— Temos muito o que conversar pelo visto — Amari ficou mais séria. 

— Quer dizer que posso ignorar o castigo? — Charlie olhou esperançosa para Matt.

— Castigo adiado até entendermos tudo o que está acontecendo — ele bagunçou o cabelo dela e seguiu os outros. 

Ela suspirou e também os seguiu. Adorava quando todos os membros fundadores estavam na base ao mesmo tempo, o que era raro, já que tiravam férias em épocas diferentes e viviam em países diferentes. Mas também sabia que sempre que se encontravam, era porque algo grande estava acontecendo no mundo, e que precisariam de todas as forças para vencer. 

Pela cara de Amari e com um membro do Triângulo Vermelho preso ali, a coisa era séria.


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Notas finais do capítulo

Esquadrões:
— Alfa: Consiste na equipe original, os fundadores da Extreme Elite. Costumam lidar com problemas mais sérios e de escala global.
— Beta: Lidam com problemas de alto nível, porém de forma discreta e eficiente, escolhidos para missões de resgate ou diplomáticas.
— Gamma: Equipe espiã.
— Delta: É encarregada de missões mais explosivas e de alto risco, envolvendo esquemas criminosos ou até desastres naturais.

Capítulo curtinho, quis mostrar mais interações nele. O próximo vai ter o desenrolar de outras questões interessantes!!

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de me falar o que acharam nos comentários porque amo ouvir a opinião de todos vocês :3



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