Após descer do carro com a Lua do carro eu observei toda aquela multidão me olhando com caras de espanto.  Minha mochila batia nas minhas costas pra me fazer lembrar da culpa que eu carregava ao escrever um diário e deixei ele cair em mão errada.

  Minha vontade era sair recolhendo cada página impressa da mão daquele povo sem noção, inútil e tecnicamente um lixo.   Minha cabeça estava em uma bagunça só eu estava em uma bagunça sozinha, Lua me agarrou no braço e foi andando comigo enquanto cada pessoa me olhava nos olhos querendo quase me comer com as expressões faciais.  Naquele momento eu queria apenas sumir do mapa...

  Na mesma direção o Diego vinha com seus cabelos vermelhos e terno azul, pisando forte com suas botas. Ele me olhou com uma cara de quem estava explicando as melhores explicações possíveis e eu mesma não sabia o que fazer para concerta tudo aquilo.

    - Quer dizer que no seu diário eu sou um alcoólatra e tenho medo de tomar atitude e dizer que eu amo a Lua?

  Ele falou me encarando frente a frente.

  - Não é isso. Na verdade é. Diego você te que tomar cuidado com a bebida há 30 dias atrás você bebeu tanto que se não fosse a Lua e o Pedro você estaria aí morrendo.

 Falei empurrando-o de perto de mim.

   - Se você quer se preocupar com alguém   faz isso com o Miguel Anahí.

    Ele falou apontando o dedo na minha cara.

    -  Diego, não é assim você precisa saber ouvir as argumentações das pessoas.

   Lua falou tentando amenizar a confusão.

  -  Quer saber?  As duas vá pra o inferno não quero ninguém me dando lição de moral, já basta meu pai pra me chamar de inútil e dizer que eu vou morrer de fome no jornalismo.

  Diego falou cuspindo na minha bota e saiu andando e chutando a lata de lixo que se encontrava perto do armário do corredor.

   - Calma Anahí, tudo vai se resolver e eu vou matar quem roubou seu diário.

     Lua falou andando comigo.

  Os olhares no corredor se fechavam e eu só queria imediatamente entrar na sala e me sentar, eu ficava pensando em tudo e olhava o telefone varias vezes pra decifrar quem era aquele anônimo. Entrei na sala e me sentei e no quadro havia palavras escritas como:’’ No curso há drogados, gay, lesbicas , alcoólatras, doentes mentais e uma mexicana com um pai drogado.’’

 Enquanto Lua apagava o quadro eu me sentei na quinta cadeira da fila cinco e abaixei a cabeça e comecei a chorar por cinco minutos. Meus ouvidos doíam, tudo estava doendo e a jogada de quem queria me ver no chão, bem funcionou.

 A professora Mel entrou na sala e em seguida o Miguel, Ícaro, Márcia, Pedro, Fernando, Fábio e Diego sentando nas cadeiras com a cara feia.

  -  Gente, a aula hoje é sobre ética abra seus cadernos e copiem o que eu escrever no quadro negro.

   A professora falou virada pro quadro negro.

  Eu copiava tudo que estava escrito no quadro negro com uma preguiça e triste olhando meus cabelos caírem sobre a minha cabeça. De repente, a Carla entra atrasada de saia, blusa branca, gravata e seus cabelos estão ruivos. Ele senta do meu lado e me beija.

  - Porque todo mundo tá nos olhando Anahí?

  Carla falou com a caneta na boca.

  - Alguém fez o favor de roubar o diário da Anahí e espalhar página por página.

  Lua falou enrolando os cabelos.

—  Gente, eu juro que não era minha intenção expor ninguém. eu estou me sentindo tão envergonhada.

 Falei de cabeça baixa.

  - A gente vai dar uma lição em quem fez isso, há se vai.

  Lua falou estralando os dedos.

 Perdida na conversa com as meninas a professora se vira e foca na minha direção.

 - Já que as senhoritas Anahí, Carla e Lua estão com um papo tão bom eu convido as três pra vim aqui na frente explicar o que é ética.

   Fomos ate a lousa e enquanto a professora se sentava Lua escrevia no quadro, Carla ia para o lado direito do quadro roendo as unhas e eu tentava olhar pro teto.

  - Ética pra mim é quando você reconhece suas qualidades e defeitos e tenta ser o mais verdadeiro possível com as pessoas a sua volta.

       Lua falou.

 -  Ética pra mim é a identidade da pessoa, são os valores que ela costuma passar para as outras pessoas juntamente com as atitudes,

   Carla falou.

— Sua vez Anahí.

 A professora falou.

— Como ela pode falar de ética se ela mesmo não tem professora.

  Fabio falou.

 - Você por acaso pode? ah deixa eu ver, você quase matou a Anahí com o Fernando e o Miguel por um acaso você colocou como próximo alvo né?

   Lua falou quebrando o piloto na mão.

  -  São 3 idiotas se bem que uma é drogada.

     James falou rindo.

 Lua saiu do quadro em direção ao James e bateu na sua cara com tanta força que ele caiu da carteira que ele estava sentando.

  - Antes de falar dos outros se olhe e se avalie como ser humano, seu idiota!

  Lua falou puxando-o pela gravata.

  - Continua... isso tá ótimo.

 James fala rindo.

 Pedro segura a Lua e tentar acalma-la.

  -  Aposto que foi ele quem pegou o diário da Anahí.

     Carla fala.

 A professora bate na mesa e me olha com os olhos de quem queria matar alguém que no caso seria eu.

— Anahí, Carla, Lua, James e Pedro se retirem da minha sala.

  A professora falou brava.

  - Ei, mas ele quem tá errado.

   Lua falou.

 -  Saiam!

 A professora falou.

  Saímos da sala e eu me senti mais culpada ainda  porque  eu estava arrastando meus amigos comigo, parece que dentro de mim havia uma solidão incurável ...