Gêmeas que Atormentam - o Retorno escrita por Janus, Lexas


Capítulo 10
Capítulo 10




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     - Droga! Droga! Droga! Droga! Droga! Droga! Droga!E mais droga!
     - Vai ficar com rugas desse jeito, Maya. E imagino que seu noivo vai comentar sobre isso.
     -  Hã...
     - Percebi a aliança, se quer saber.
     - Ele  é...
     - Vou saber no devido tempo.
     - Certo, tia. Mas que droga! Por que isso tem que ser assim? Por que comigo? Por que?
     - É o peso do oficio, querida. Isso acontece.
     - Peso do ofício? Aquelas duas trogloditas não conseguem conter seus hormônios e a senhora me diz que é o peso do ofício?!
     - Sim... do ofício da amizade - ela sorriu levemente - ou não são suas amigas?
     - Bem... - ela ficou mais calma - sim. Elas são. Mas vão ficar um milhão de anos de castigo depois disto. Meu Deus... como elas são complicadas... parecem crianças peraltas as vezes. Por que elas não podem respeitar uma ordem minha? - ela fita Setsuna - o pai delas, ele foi seu aluno. Passou bastante tempo ao seu lado aprendendo com a senhora, sempre te respeitando e aprendendo atentamente com a senhora. Por que elas não podem respeitar minha posição e fazer o mesmo?
     - Talvez porque você pareça tão jovem quanto elas...
     - Isso não é desculpa!
     - Quando você e sua turminha da Lua aprontaram aquilo comigo, foi sim!
     - Hã... vamos pular esta parte? - ela sorriu envergonhada - eu... eu tinha más companhias naquela época...
     - Sei... Mas talvez você é que não esteja se impondo corretamente. Me diga... elas são sempre assim? Além dos pais, quem mais elas respeitam?
     - Hipólita. Se bem que esta, todos os sapecas do futuro respeitam e obedecem. Até Selene.
     - E quem é esta mulher?
     - É uma moça. E... - ela aperta os lábios - ela ainda não nasceu.
     - Hipolita... sei... marciana?
     - Em parte, sim. De certo modo, claro... ela já e uma senshi... uma lunar e... ha... bem... acho melhor parar, seria complicado explicar alguns detalhes sobre ela, sabe.
     - Outra Lunar? - ela maneou a cabeça - que festa vai ser o futuro... será que vou ter filhos? Algum deles irá tentar seguir essa "carreira" de família que muitas vezes nos perturbam a felicidade?
     - TIA! - exclamou Maya assustada. Logo ela que sabia que saber sobre o futuro podia ser tão perigoso lhe fazia esta pergunta?
     - Não estou pedindo uma resposta. Apenas estava pensando alto... mas admito que fiquei curiosa sobre esses tais detalhes dela que você não pode me explicar. Tem algo a ver com a mãe dela?
     - Hein?
     - A mãe dela, sabe. Todas as possibilidades de mãe que essa garota pode ser pode gerar resultados incomuns.
     - Como?! - Maya estava totalmente confusa com o que ela tinha dito. Como assim possibilidades? O que ela queria dizer com isso?
     - Só estava pensando alto... se ela for filha de Joynah, da pequena dama...  como você disse, é uma marciana, não?
     - Acho que entendi onde quer chegar, mas deve se lembrar de que há mais marcianos na Terra do que os que habitam o templo Hikawa.
     - Claro que eu sei... - ela sorria misteriosamente para a sobrinha - mas como eu disse, independente de quem seja a mãe dela, os resultados podem ser bem incomuns para alguém do seu povo.
     - Ainda não estou entendendo. Por acaso está querendo adivinhar alguma coisa... "incomum" que tenha com ela? Bom, desculpe jogar água fria nas suas idéias, mas ela é bem normal.
     Pelo menos, tanto quanto uma marciana filha de dois seres com o mesmo elemento podem ser., pensou ela.
     - Tem certeza? - ela continuava com aquela expressão - diga-me... por algum acaso essa menina... pode fazer surgir asas negras, assim como Joynah?
     - Hã... é, sim, ela pode.
     - Hmmm... certo. Como imaginei.
     - Imaginou?! Sabe de algo que eu não sei?
     - Talvez sim, talvez não. Se tiver curiosidades, pergunte para sua amiga.
     - Vou perguntar sim. Assim que eu souber como traze-la de volta - murmurou ela em voz baixa - bom, sinto que meus poderes estão fortes o bastante para avaliar o fluxo do tempo - ela estende a mão direita e uma bola alaranjada surge entre as duas - vamos ver se o limbo está tranqüilo.
     Maya fica fitando a bola alaranjada por um longo tempo, e é imitada por Setsuna, impressionada com o controle que a sobrinha possuía. Antes ela apenas podia abrir brechas no limbo, agora podia visualiza-lo.
     - Parece que está tudo limpo... mas.... - ela franziu o cenho - droga, onde eles estão?
     - O que disse?
     - Nada - ela fechou o punho e a bola luminosa desapareceu - apenas pensava alto.
     Seus companheiros de viagem não estavam no limbo, portanto, tinham caído em algum período de tempo. Como não percebia nenhuma anomalia temporal, estava ficando preocupada com o que isso poderia significar.
     - Está me escondendo algo, minha sobrinha favorita?
     - Você só me chama assim quando quer que eu conte alguma coisa...
     - E eu quero.
     - Bom, eu contarei. Daqui a quarenta anos... estou me sentindo bem melhor, acho que já posso abrir o portal.
     - Então, podemos chamar os aprendizes de sailors?
     - Nenhum deles é aprendiz, tia. Nem sailors são. Só a Hipólita.
     - Claro.
     - Senti uma ironia na sua frase?
     - Não, sarcasmo mesmo! Está me dizendo que aquelas duas não tem interesse ou pretensão de ser sailors um dia? Então porque agem assim?
     - Vício - ruminou ela desgostosa - apenas isso. Cresceram tomando gosto por lutas, e não pararam mais. Elas tem o pai para lhes dar apoio, coisa que ele não teve quando era mais novo, sempre sendo considerado um brigão que adorava confusões.
     - E o que elas são agora? - Setsuna cruzou os braços e a encarou em forma de desafio.
     - Adolescentes que aprontam confusões, como eu aprontei no meu tempo, e como as lunares fazem hoje.
     - E não são brigonas?
     - Elas adoram uma luta, mas não uma luta de rua. Não ficam procurando valentões para se exibir. Lutam não para provar algo ou para vencer, mas pelo prazer da luta, pura e simplesmente. Assim como alguns por aqui, e como algumas lunares vão descobrir quando aflorarem suas verdadeiras naturezas.
     - Ah não... - ela olhou para o teto e fez um muchucho - não venha me dizer que tem mais filhas de Makoto que vão ficar assim.
     - Tudo bem - ela sorriu - eu não digo... mas que essa sua reação é estranha, com certeza é!
     - Como assim?
     - A senhora não "morreu" como as demais senshis. Está viva desde o Milênio de Prata. Conheceu os povos do sistema solar e seu  temperamento. E a senhora andou viajando no tempo para épocas antes de nascer, antes mesmo das senshis surgirem, não é mesmo? Imagino se não deu um pulo na arena joviana na época de ouro... o que quero dizer é que estou espantada pela senhora achar estranho elas terem tal comportamento, levando em conta que a raça das mesmas adora uma luta.
     - Mas eles sempre deixavam isso sob controle! Não procuravam uma briga assim que possível.
     - Por isso que eu disse que são adolescentes que procuram encrenca... por que acha que o pai delas sempre freqüentava aquele ginásio no inicio do milênio?
     - Desculpe, Maya... mas minha memória não anda tão boa assim, sabe. E a sua também não, se me lembro bem, você era bem mais nova do que ele naquela época.
     - Eu... - ela começou a ficar vermelha e a se sentir desconfortável - ouvi falar....
     - Duvido! Aposto que fez o mesmo que eu, andou passeando pelo tempo e vendo umas coisinhas por ai... não foi?
     - Hã... só um pouco - ela fica levemente envergonhada, ainda mais quando se lembra da vez em que caiu acidentalmente na época em que o líder de sua linhagem e seu irmão tinham apenas dez anos, e se divertiu um pouco as custas dos dois - mas eu também estou passeando com esses adolescentes, acabo descobrindo algumas coisas, tia.
     - Certo. Bom, vejamos... a época, Maya.
     - Ok, estou ajustando...vejamos...sim, achei. Está pronto, já podemos abrir o portal.
     [[Makoto, Roger, Joshua e Haruka. Venham ate aqui, já consegui abrir o portal]]
     [[tem que ser agora? Estou no meio de um banho!!!]]
     [[Quer que eu vá até ai para traze-los na marra?! É fácil...]]
     [[Que tal entrar no limbo, abrir uma brecha aqui e nos pegar? Até lá já estaremos decentes...]]
     [[Já chega! Querem parar de agir como crianças para cima de mim?]]
     [[ Maya... quer que eu saia na rua assim? não que me incomode, mas minha avó não vai gostar muito sabe.]]
     [[Vai sonhando que você sai assim na rua, Josh. Maya, a gente já tá indo, ok]]
     [[Venham rápido! Não quero deixar esta brecha aberta por muito tempo. E nada de ficar perdendo tempo se despedindo. Apenas digam adeus e pronto!]]
     [[Se a dona Minako não grudar no Josh, tudo bem]]
     [[Fale a verdade para ela, oras! E vocês dois? Roger e Makoto, pegaram a mensagem?]]
     [[Pegamos sim, já estamos indo. Vamos, Mako-chan.]]
     - Pronto, já estao vindo, tia.

 

-x-

 

     - Vamos, amor?
     - Vamos. Mas eu quero seguir o trajeto bem agarradinha em você!
     - Claro.
     - Claro?!??
     - Sim. Uma caminhada não faz mal a ninguém, e o Josh não vai chegar tão cedo com sua irmã.
     - A Maya vai jogar pedras na gente...
     - Está com medo dela? - ele a olhou divertido - Nem parece a poderosa guerreia de Júpiter...
     - Estou com medo da bronca que posso levar do vovô no nosso tempo. Isso sim me assusta!
     - Ora, vamos. Hmmm... que tal passarmos na casa dele para nos despedirmos?
     - Bem... - ela começou a remexer o pé e a olhar para o chão - logo depois da cara feia que ele fez para a gente?
     - Pelo menos, não partiremos com a desfeita de não falar adeus.
     - Certo... me convenceu.
     - Só queria que o otousan estivesse por perto. Queria só ver a reação dele ao nos encontrar aqui.
     - Acha mesmo que ele não percebeu quem vocês eram ? Depois de tudo, é bem capaz que tenha percebido.
     - Ok. hmmm... Allete e Marina estão em casa, junto do vovô e da vovó. E a Joynah também. Vamos... mas nada de dar em cima delas!
     - E porque eu daria? Bom, tio Hoshi não se incomodaria, mas é claro que Herochi iria me matar se...
     - Você me entendeu!!!
     - Ok, ok...
    

-x-

 

     - Boa tarde. Querida, acho que chegamos na hora do almoço...
     As três filhas do casal olharam para os recém chegados na sala. Reconheceram um deles imediatamente mas o outro era aquele lindão que viram no dojo.
     - Ora, ora, ora... se não é a casa das mais belas moças da cidade...
     Ninguém percebeu, nas Roger precisou de muito autocontrole para não gritar de dor quando recebeu aquela canelada de Mako-chan.
     - Obrigada - disse Marina s levantando para fazer questão de cumprimenta-lo.
     Ela o enlaçou e encostou o seu nariz no dele, mexendo a cabeça levemente de um lado para o outro. Logo depois, se afastou e olhou de lado para sua acompanhante, sorrindo levemente e com certa discrição.
     - Aham, mocinha - Makoto chamava sua atenção - tenha um mínimo de decência aqui em casa, por favor. Ao menos isso.
     - Como é? - Marina a olhava sem entender - mas desde quando a senhora se incomoda...
     - Desde hoje! - ela estava séria e determinada - E isso vale para vocês também!
     - Não sei do que esta falando - Joynah erguia o dedo para observar a aliança nele.
     Quanto a Allete, a mesma sente suas pernas se enroscaram quando ia em direção a Roger, de modo que toma um senhor tombo no chão.
     - QUEM FOI QUE ME PASSOU UMA RASTEIRA?!
     Não responderam, apenas continuaram rindo. Mesmo quando Allete se pôs de pé e - vermelha de raiva - procurava saber quem tinha sido o autor da brincadeira. Alguma coisa moveu a sua perna, tinha certeza.
     - Não tem graça! - bufava ela sentindo-se injuriada - não tem graça nenhuma! -  ela caminha até o rapaz, como se buscando um prêmio de consolação
     No entanto ela para, percebendo que a moça de cabelo espetado estava em seu caminho.
     - Sim - ela sorria levemente - ele já tem compromisso, e a compromissada é muito, mas muito ciumenta!
     - Mesmo? E porque esta super ciumenta não reclamou quando a Marina fez o bico de nariz com ele?
     - Porque você, ao contrário dela, gosta muito de gente do tipo dele.
     - Hã?
     - Você sabe - agora ela ficou sem jeito - do tipo dele...
     - Não entendi.
     - Allete - a matriarca da família falava com voz forte - chega! Mako-chan, veio para o almoço?
     Mas como ela soube quem era ela? Claro, talvez por estar com Roger... ou será que era outra coisa?
     - Na verdade - Roger começou a falar - viemos nos despedir. Desculpe, mas não podemos ficar nem para um tira gosto...
     - Mas já está de partida? Tão cedo?
     - Sim. Nosso expresso já está pronto, então temos que partir o mais rápido possível.
     - Puxa... que pena. Bem, se é assim....
     Ela se aproximou deles, e com cuidado, abraçou a moça ternamente - uma vez ou outra apertando com uma força enorme.
     - Vou sentia sua falta, sabe.Seu pai deve ter orgulho de você, uma bela moça.
     - Mamãe também tem - ela sorriu levemente e piscou o olho - mas isso com certeza você já sabia...
     - Acho que não vai me contar quem ela é, certo? De novo...
     - Não.
     - Sei. Pensei que depois de mil anos, iria saber.
     - Vai conhece-la bem melhor... em alguns anos.
     - AINDA FALTAM ALGUNS ANOS?!
     - Mãe - Joynah a olhava curiosa - do que estão falando?
     - Coisa particular, filha.
     - Como eu disse, ainda faltam alguns anos para conhecê-la MELHOR, senhora Makoto  - ela caminha até Sohar e lhe da um forte abraço.
     - Adeus vovô. Desculpe a confusão no lago...
     - Já desculpei. Mas sabe que vocês me deram uma grande idéia?
     - Imagino. Eu é que fui uma tonta, o papai tinha dado uma idéia para gente ficar lá embaixo sem emitir barulho, e eu tinha me esquecido. Mas deixa estar, posso aproveitar isso depois.
     - Imagino o que seus pais aprontaram na época deles....
     - Sabe que eu também? - ela olhou para o lado o sorriu se divertindo com o que imaginava - do jeito que ela é, e do jeito que ele é... hum..... melhor não! Os dois vão me dar umas chineladas se eu fizer isso! Bom, eu já vou indo. Até daqui há pouco, senhor Sohar  - ela caminha e percebe um movimento do lado de fora. A porta se abre, e uma mulher vestindo um jaleco branco com dois meninos segurando nele adentrava na porta.
     - Vovó - Mako-chan dizia, sem conseguir segurar a surpresa.
     Makoto olhou para ela e ficou levemente surpresa com o que ouviu. Ela disse aquilo mesmo? Ela chamou Amy de “vovó”?!
     - Eu a conheço? - perguntou Amy a observando curiosa - bom... Makoto, pode cuidar destas duas pestinhas para mim? Suzette e Anne sumiram e Sume está ocupado. E da última vez que os deixei com Rei...
     - Pode deixar - ela sorria ao se lembrar da confusão - estou com três babás de primeira aqui. Certo meninas?
     Um grunhido surpreso foi a resposta.
     - Viu? Tudo certo. Venham meninos, vocês vão ficar na casa da tia Makoto.
     - Oba! – disseram os dois pequenos.
     - Você me é familiar - Amy a olhava clinicamente, analisando a moça - hmmm... esses cabelos, esse olhar... - ela observa a postura - essa guarda... não, deve ser impressão.
     - Depois eu te explico melhor.... - tentou falar Makoto.
     - Não! - Roger entrou rápido na conversa - desculpem, mas... é melhor deixar as coisas assim.
     - Como? - Agora a visitante estava realmente confusa - o que está acontecendo aqui?
     - Nada - Roger tornava a falar - apenas umas visitas de ocasião, certo?
     - Sim... certo. Bom, tenho que ir - ela se virou para Makoto e sorriu - tchau! Comportem-se meninos!
     Dito isso, ela sai da casa e Makoto olha aquilo abismada. Mas como ela aceitou aquilo tão facilmente?
     - Sabe, Makoto... eu podia jurar que aquela garota iria começar a me fazer um monte de perguntas a respeito do milênio de prata, sabe. Jurava!
     - Não seria surpresa... - Makoto ria observando sua amiga.
     - O que foi?
     - Nada, não... apenas algo engraçado que acabei de pensar, só isso.
    

-x-

 

     - Mas já tem que ir? Chegaram ontem!
     - A linha temporal, vovó - o loiro se mantinha impassível - não podemos fugir disto.
     - Mas... mas... por que não fica mais um pouco? Ao menos, para o almoço! Vou fazer uma coisa deliciosa para você! Aposto que adivinho qual é o seu prato favorito!
     - Pode até ser, mas a nossa "motorista" é também uma joviana impaciente... - ele olha para Haru-chan e sorri meio sem jeito - e não se pode adiar essa viagem não... sabe como é... portais abertos, invasão de dimensões...
     - Mas... acabou de chegar... e já vai partir? Seu avô ficou tão surpreso... Rita ficou tão alegre... e eu também... minha jóia...
     - Não tenho escolha. Desculpe, mas sabe que tem de ser assim. Especialmente a senhora!
     - Mas... por favor - ela une as mãos - por favor, não vá... por favor... por favor.
     - Josh? - Haru-chan o observava, imaginando o desespero dele. Realmente o mesmo não queria magoar os sentimentos daquela mulher.
     - Não posso, vovó. Não me peça isso, por favor.
     - Snif...
     Ah, não. Aquilo era demais. Era só o que faltava.
     - Sem choro! E sem trapaças. Desculpe, mas tem de ser assim - ele estava inflexível - ou prefere ver a Rita me agarrando toda noite?
     - O QUE? - gritou Haru-chan ao ouvir aquilo
     - E dai? - ela enxugava as lágrimas - seu pai vivia agarrado com ela, e nada demais acontecia.
     - Não posso ficar aqui, já disse. Mas se serve de consolo...
     - Josh! - Haruka fica pálida.
     - Ele vai dar as caras por aqui no máximo em três anos.
     Ela sorriu levemente, logo depois lágrimas escoaram de seus olhos.
     - Minha.. jóia!
     - Josh, você...
     - Se é um crime faze-la sorrir, então pode me prender, Haru-chan.
     - Hum... - ela sorriu levemente - certo! Bom, adeus.
     - Tsc, tsc, tsc - Minako balança a cabeça, dando um abraço em Haru-chan - você é igualzinha aos seus pais, sabia?
     - Ainda bem! Já pensou se otousan pensar que a okaasan andou traindo ele?
     - Só se ela fosse uma grande safada, mesmo - Minako segurava um risinho - por que a sua avó o criou de forma dura, praticamente exigindo que ele fosse um santo, gentil e educado rapaz com as mulheres, e ele se dedicaria por completo a sua mãe, mas sem desrespeitar os sonhos dela, os desejos, os anseios e seus planos.
     Haru-chan não disse nada. O encantamento dela por seu pai já vinha de longa data.
     - Bem, então tchau - ela se despede - Josh?
     - Espera um pouco... acho que ainda temos tempo para algo - ele se dirige até o piano que estava no canto da sala, abrindo-o.
     - JOSH! Não vai começar com um recital agora...
     - Só cinco minutos... claro que não vai ser algo tão belo quanto eu estou compondo para você... é uma palhinha de algo que estou compondo para o aniversário da vovó.
     Ele começa a tocar, extraindo uma doce melodia daquele piano. Minako se senta, observando calmamente aquilo, a maneira bela e suave como a música preenchia o ambiente.
     E não só música. Luzes também. Uma sinfonia de cores se espalhava pela sala, e algumas pareciam se enrolar no corpo da companheira dele.
     Ele usava seus poderes de forma natural em seu dia a dia, deixando o ambiente mais agradável ao som da melodia.
     Que nem seus sobrinhos durante os concertos, Hoshi e... e...
     SEIZA?!?!? Ah, não, tudo menos isso! Com tantas noras por ai, que ela fosse livrada desse castigo!!!!!
     - Josh... com quem aprendeu isso?
     - Com o meu pai.
     - Não, as luzes!
     - Com ele também. Uma vez fez um concerto para a senhora bem luminoso, com centenas de espectadores...
     - Ele fez isso? Na frente de todo mundo?
     - O pai e a mãe dele se revelaram, dona Minako - respondeu Haru-chan - todos sabem quem eles são. Não há mais esse segredo de vocês em nossa época.
     - Todo mundo sabe quem são as senshis?
     - Sim - Josh respondia enquanto tocava - não precisamos viver escondendo nossos poderes quando temos uma vontade enorme de libertá-los para o mundo. Papai nunca gostou disso, a senhora sabe. E pelo que me consta, ele ocasionalmente usava seus poderes em publico sem a menor preocupação.
     - Ele causou muitos problemas por causa disto.
     - Vovó - ele terminava de tocar - não vou ficar bancando o sabe-tudo só por que vim do futuro, mas pelo que me consta, ele causou muitos problemas e assumiu as conseqüências de todos os atos, certo? Chegou até mesmo a dispensar as regalias que teria por ser filho da lidar da guarda, para resolver isso por si próprio, não como filho da senshi sailor Vênus, mas da venusiana Aino Minako.
     - Quando isso aconteceu? - questionou ela curiosa.
     - A senhora anda com a memória fraca... já aconteceu, e diversas vezes, no passado, lembra? Quando policiais assustados perguntavam o que era aquela luz ao redor dele, ou coisas assim.
     A melodia termina, com ele estalando os dedos, observando sua avó, que chorava emocionada.
     - Certo, loirinho... desculpe ser uma chata nesta cena tocante, mas Maya vai comer nosso fígado se nos demorarmos mais.
     - Tudo bem. Até daqui há pouco, vovó.
     - Até, meu lindo... Josh... que nome bonito... de Joshua...
     - Hmmm?
     - Nada não... apenas algumas lembranças agradáveis de um passado esquecido... ou quase...
     - Certo... adeus!

 

-x-

 

     - Vai abrir um buraco no chão...
     - CADÊ ELES?! - Maya parou de andar em círculos e ficou encarando sua tia com o rosto transpirando ansiedade.
     - Calma! Eles devem estar vindo. Porque não se comunica novamente com eles?
     - Josh fechou o elo... ou então estão me ignorando, o que dá na mesma. AH meu Deus... que um dia eles se tornem senshis, só para eu poder trucida-los pessoalmente!
     - Maya... lembre-se de que um dia você será mãe...
     - Justamente! Vou providenciar para que meus filhos não sejam assim!
     - já ouvi isso antes... na verdade, um monte de vezes, se quer saber.
     - Não seja agourenta, por favor!
     - Apenas realista minha cara, apenas realista...
     No fundo sua tia tinha razão. Como seu primo havia dito "Darei o meu melhor para a criação delas, mas não exigirei o melhor delas"
     Realmente, ambos amavam as filhas que tinham, do jeito que eram, sem tirar nem por.
     Bom, talvez tirando uma coisinha ali e pondo outra aqui...  Como elas seriam quando tivessem seus filhos e fossem mais maduras?
     Pensando bem... pelo visto novas crianças estavam a caminho... as de seu irmão... seu outro irmão que pelo visto andava passando  muito tempo com a prima...
     É... o futuro revelava muitas surpresas
     - Algum problema?
     - Nada... só pensando nas coisas... ONDE ESTÃO ELES?!
     - Seu cristal vai explodir desse jeito. Relaxe, vamos.
     - Mas eu não consigo!!!! AAAAAAAHHHHHHH!!!!!!!!
     - Agora você sabe o que nós sentíamos quando você, Yuki, Kaede, Sumire, Megumi, Seiza, Anchitka e Sakura aprontavam conosco...a vingança tarda, mas não falha!
     - Nunca apontamos com algo tão sério assim!
     - Não?! - ela sorriu - Levar a Tchadoll para uma loja de animais para ela abraçar os bichinhos foi o que?
     - Ainda se lembra disso? - ela sorriu arreganhando os dentes - bom... foi divertido...
     - O coitado do irmão da Chi-chan não achava... nem os outros garotos quando vocês aprontavam com eles...
     - Ah, mas não vale! Kinji-kun sempre era o mais irritado com as nossas brincadeiras!
     - Não é a toa que ele deu a vocês um segundo nome. Como era mesmo? Ah, sim, a "Gangue da Coelha".
     Quem não gostou disso foi a rainha.. - ela soltou algumas risadas - acho que ela não gostou foi da concorrência...
     - Não gostou foi do trocadilho, isso sim! Tem idéia de quantas vezes Rei comentava sobre isso só pelo prazer de ver Usako subir pelas paredes?
     - É o mal das reprises.E quantas vezes as lunares já fizeram o mesmo? Fiquei sabendo de uma vez em que aprontaram com a senhora no lago.
     - Você ficou sabendo?
     - O vento e o tempo se encarregam de carregar as noticias, tia.
     - Haruka e... quem foi a outra?
     - Bom, já vi que a senhora entendeu...
     - Foi sua mãe, não foi?
     - Na verdade, foi a Allete, quando estive aqui, quase um ano atrás acompanhando meu irmão e Sumire.
     - Allete? Ela viajou no tempo também?!
     - Não! Fui eu no meu tempo passeando por aqui. Foi bem no meio do torneio das Lunares, lembra?
     - Há.... mas que linguaruda!!!
     - Foi um comentário ocasional... mas que diabos.... ONDE ESTÃO ELES?!
     - Já disse que devem estar a caminho. Não espera que eles venham correndo, certo? Devem estar se despedindo dos parentes. Afinal, serão apenas alguns segundos para vocês, mas vários e vários anos para nós.
     - Devia ter feito como antes... aparecer, pega-los pelo colarinho e arrasta-los comigo!
     - Antes quando?
     - Hã... deixa para lá. Assuntos extra-temporais.... MAS ONDE ELES ESTÃO?!?!? ARGH!!! EU VOU COLOCAR UM SININHO NO PESCOÇO DELES DA PRÓXIMA VEZ!!!
     - Que seja um sino discreto, por favor - Mako-chan respondia calmamente enquanto adentrava no local.
     - O meu tem que ser de uma cor que combine comigo - Roger completava.
     - Branco brilhante - disse ela com as mãos na cintura - igual o que você colocou na Diana.
     - Ela ficou bonito com ele...
     - Suas roupas também, depois que ela as arrancou fora...
     - Certo... vamos parar. É esse o portal? Que coisa mais...
     - Original... - terminou Mako-chan com uma entonação cheia de sarcasmo.
     - O que esperavam? Holofotes? Sons ensurdecedores? Efeitos especiais?
     - Uma mulher encapuzada dizendo que nos conduziria até o seu destino.
     - Se é assim... - ela pega um pedaço de pano do bolso e o põe na cabeça, fazendo uma cara de séria e com voz rouca - venham... sigam-me que quando chegarmos... SEUS PAIS VÃO OUVIR UM MONTE!!!!
     - Não aprontamos tanto assim, Maya.
     - Fizeram o suficiente. E os outros dois? Onde estão?
     - Estão vindo - Roger se pronunciava - Josh estava tocando uma música para a avó, fora que ela não queria deixá-lo ir de jeito nenhum.
     - E ainda falam que não aprontaram...
     - Nesse ponto eu discordo de você. Além de mim, ela é a única pessoa que ele pode se ligar nessa época sem causar problemas. É praticamente uma tortura para ele esse sentimento de solidão, e ele não queria vê-la chorar mais ainda.
     - Aham... única?
     - Tá bom... mas da família dela, é a única.
     - Certo, certo - Maya já estava sem nenhum tipo de força para fingir paciência - vamos indo, A-GO-RA!
     - Bom dia, dona Setsuna - Josh chegava - é bom ver a senhora. Como tem passado?
     - Com as orelhas vermelhas de tanto ouvir Maya reclamar. Quem é o noivo dela? Espero que ele saiba domar essa fera, e que tenha bons ouvidos!
     - Bem... - todos se entreolharam e abaixaram a cabeça, esperando Maya explodir de vez e mandar todos calarem a boca - vamos dizer que...
     - NEM - UMA - PALAVRA! Entrem agora ou levam uma surra.
     - Ótimo! - Mako-chan e Haru-chan respondiam ao mesmo tempo - que tal agora?
     De seu canto, Setsuna segurava um riso. Realmente ameaçar uma criança joviana com uma surra para conseguir algo não era uma boa idéia.
     - Que tal de seus pais?
     - Mas isso não é novidade...
     - ENTREM!!!!
     - Tá bom, tá bom! Isso também já está ficando chato. Tchau, Setsuna. Até daqui há pouco.
     - Boa viagem... e não se desviem do caminho!
     Mako-chan se aproxima e dá um abraço bem gostoso dela, e Haru-chan faz o mesmo em seguida.
     - Até daqui há pouco, então.
     Sem dizer mais nada, os quatro atravessam pela fenda aberta no meio da sala, deixando apenas Maya - bem mais aliviada - e Setsuna na sala.
     - Mais tranqüila agora?
     - MUITO! - disse ela de boca cheia - plenamente. Bom... adeus tia. Te vejo no futuro.
     Com um último aceno ela cruza o portal, deixando a senshi do tempo daquela época para trás.
    

-x-

 

     Tóquio de cristal. Um bom lugar para se morar.
     Em outras épocas, um palco de grandes batalhas, muitas das quais decidiram o destino da humanidade.
     E, aparentemente tal coisa ainda estaria longe de acabar.
     Em meio a multidão de pessoas que passeavam pelo meio da rua, um brilho surge, mas ao contrário do que normalmente aconteceria, as pessoas não se assustam e correm, pelo contrario, elas apenas desviam do ponto luminoso, o qual aumenta de tamanho até tomar a forma de dois rapazes, uma mulher e duas moças.
     - Lar doce lar - disse Roger inspirando o ar com vontade - e sem ninguém nos olhando torto...
     - É mesmo? - Mako-chan aponta para trás com o polegar e ele divisa a figura de sua tia andando calmamente e com uma cara de "o que foi que vocês fizeram agora?" para eles.
     - Saudações, sailor Marte - começou Maya se antecipando - hã... nós acabamos de chegar e....
     - Cadê Hip-chan?! - disparou ela praticamente soltando fogo pela boca - Rita me disse que ela partiu com vocês há algumas horas para a última lição de não brincar com o tempo e ficar de olho nos mais novos. Por falar nisso, onde estão estes mais novos?
     - Eles... vão chegar mais tarde...
     Ela vira um olhar assassino para Maya e, talvez por puro acaso não a agarra pelo pescoço.
     - Mais... tarde?! Quer que eu acredite que minha filha resolveu passear um pouco mais?
     Maya realmente reavalia a possibilidade de mentir para uma telepata, ainda mais uma que se divertiu com a mesma tantas vezes.
     - Querer eu quero... mas acho que não vou convence-la...
     - Sailor Plutão - ela a pegou pelo ombro - vamos ter uma conversa. E vocês... apresentem-se aos seus pais e contem TUDO o que houve.
     - Sim senhora! - Roger e Joshua respondiam quase que automaticamente.
     - Ótimo! Vamos! A líder das Lunar Senshi vai querer saber disto.
     - Não é melhor deixar Marina fora disso por enquanto? É que ela vai querer montar uma expedição para ir atrás e isso pode ser ainda pior...
     - Ainda estão ai? - a marciana olhava feio para eles - vão!
     Eles se afastam, pensando no que fazer, mas antes, decididos a irem ate seus pais.
     - Bom, se não quer a líder das lunares, que tal a líder das senshi? Ou  a rainha?
     - Eu... – Maya começou a suar frio. Saiba que Megumi iria ficar alterada, mas não imaginava literalmente trombar com a mesma – eu..
     - Coleguinha da turminha da Lua - começou ela numa voz um tanto infantil - que tal nós duas irmos no corredor do tempo e procura-los?
     - Boa idéia! Mas elas podem ter caído em qualquer lugar e...
     - Nem pense nisso, ok? Se algo acontecer com ela, você não vai se casar!
     - glup!

 

-x-

 

     - Em casa! - Mako-chan abria a porta - OTOUSAN! - ela se atira nos braços do homem que estava na sala, recebendo um gostoso abraço de volta.
     - Oi filha.. minha pequena tempestade... onde está sua irmã?
     - E ainda pergunta? Cadê a okaasan? Está fora da cidade? Não sinto ela...
     - Está indo para nossa casa em Ganimedes e vai voltar amanhã a tarde. E então? Perceberam o tamanho do erro que poderiam cometer naquela sua viagem por diversão?
     - Sim, sim, sim...
     - Filhota...
     - Tá bom, tá bom! Desculpe, não devíamos ter feito aquilo! Mas não precisava ter deixado nós duas de castigo por dois meses com a Maya!
     - Vocês tinham que encarar as conseqüências de seus atos, de uma maneira ou de outra, ou acharam que iriam passear sem que ninguém percebesse? - ele sorria ternamente para ela, acariciando seu cabelo.
     - Achamos... afinal, a princesa já fez isso...
     - Vocês não são a princesa. Bom, Cadê a Haru-chan? Imagino que esteja com Josh.
     - Sim, eles estão na casa de Minako conversando com ela.
     Ela sente seu corpo ser puxado, ao passo que as mãos dele apertam sua barriga, enchendo-a de cócegas.
     - Ai,aiaiaiaiai!! Otousan! para, para, eu não estou agüentando!
     - Hmmm... quer dizer que minha princesinha está pedindo uma trégua?
     - Você sabe o meu ponto fraco. Isso não vale! Pai... não sou mais uma criancinha...
     - Mas ainda é levada! E muito! Acho que vou deixar vocês na casa de seu avô enquanto cuido das coisas em Júpiter. Minako é muito boazinha com vocês.
     - Hã... vamos deixar para discutir isso depois? Vovô é muito liberal, mas quando ele pega no pé...
     - Por isso mesmo. Seria perfeito para vocês. E a Maya, como está? Não aprontaram muito com ela, aprontaram?
     - Com ela, não...
     - Filhota... onde vocês foram parar?
     - Hã... tivemos um erro de viagem e caímos na época dos generais de Klarta, Otousan.
     Ele coloca a mão na testa, e a mesma já antecede o que viria.
     - Deixe-me adivinhar... já que estavam ali, não podiam perder a oportunidade de terem um amistoso com suas tias enquanto estas estavam bem menos poderosas, correto?
     - Quase.
     - Mesmo? O que eu esqueci?
     - Haru-chan desafiou a tia Rei.
     - Ai... - fez ele fechando os olhos - não me diga que ela aprontou demais...
     - Não deu. Maya apareceu e acabou com a festa. E eu nem pude desafiar a tia Marina...
     - Ai...
     - Desculpa, Otousan! Eu... a gente não queria...
     - Não vou dar uma bronca em vocês duas por seguirem sua natureza, mas há situações em que devem se controlar.
     - Mas... mas...
     - Sem mas! Sabia que por causa deste ímpeto de nossa natureza, eu poderia ter feito com que seu avô nunca se casasse com sua avó?
     - Sério?
     - É... foi sim. Eu não me incomodei com o que ele pensava, fui egoísta naquele desafio, e podia por tudo a perder. Minha sorte... nossa sorte foi que ele não ia deixar que nada o impedisse de tentar construir uma vida. Nem mesmo eu!
     - Puxa, otousan... eu... me desculpe, eu...
     - Não é a mim que você deve desculpas, filha. Imagino que Maya deve ter ficado uma pilha de nervos, não foi?
     - Ela sempre fica quando está com a gente...
     - E porque será? Que tal começarem a atendê-la nas situações em que ela está no comando? Podem não ser senshis, mas ela era a responsável por vocês.
     - Tá bom, tá bom. Desculpe.  Vou pedir desculpas para ela também. Quando ela voltar...
     - Voltar de onde?
     - Hã.. acredita que... nós.. hã... perdemos nossos companheiros pelo caminho?
     - Sim, eu acredito - ele estava com uma expressão bastante séria - quem foi?
     - Hã - ela não acreditava que ele não estava furioso com isso - Hipólita, Yuki, a princesinha e os tios de Roger.
     - Hipólita...
     - Otousan? Pai?
     - Tudo bem. Filhota, por favor fique aqui que eu verei se ainda consigo alcançar Maya, ok?
     - Hã... a tia Megumi está com ela.
     - Pior ainda - ele dava um tapa na testa - ela pode causar um problema maior ainda. Me espere só um instante, quando eu voltar, levarei vocês duas ao Tókyo café, ok?
     - Pensei que iria ficar furioso...
     - Depois! Agora com licença - ele dá um beijo em sua testa, e ela devolve com um abraço - mas eu tenho que ir.
    

-x-

 

     - Maya, ainda não encontrou minha filha?
     - Calma, eu tenho que me concentrar ainda!
     - Calma? Minha primogênita está perdida no tempo e você quer calma?
     - Nos apressarmos não garantirá que ela retorne mais "cedo". É com o tempo que estamos mexendo. E... porque não quer falar com Marina ou com...
     - E eu ouvir um monte de meu marido? Sem chance. Pode se concentrar, anda!
     - Discutir assim não vai dar em nada.
     - Akira – Megumi se volta e percebe ele pousando no chão - não a defenda!
     - Não estou defendendo - ele estava com o braço segurando um cetro - mas você sabe muito bem que não foi culpa dela.
     - Como é? que história é essa, primo?
     - Maya... bem... Hipólita tem um certo problema com o tempo, o qual eu peço que deixe as explicações para depois. Agora temos que encontrá-la.
     - Sabe onde sua filha está?
     - Tenho uma boa pista. Ela deve ter pego o fluxo paradoxal deixado por nós no passado, lembra?
     - O fluxo? - Maya estava surpresa - mas... estudei sobre ele, quando as lunares... tem certeza?
     - Queria não ter. Minhas filhas o ativaram por alguns instantes quando foram ao passado, e Hipolita deve ter sido pega nele. É provável que ela tenha caído na mesma época que eu encontrei com minhas filhas pela primeira vez, ou...
     - Ou? - Maya erguia uma sobrancelha.
     - Ela pode ter caído na época em que seu pai despertou, Maya. Lembre-se, três linhas temporais se encontraram em um período só. Vocês não a encontraram há 40 anos atrás, correto? Ela pode estar em um desses lugares.
     - Sabe a complicação que é passar em algum destes períodos?
     - Sei, por isso peguei isto com a sailor Sol. Ela não virá com a gente pois pode complicar mais as coisas se aparecer numa destas épocas.
     - Certo, eu....
     - Megumi, melhor você ficar. Se Maya for, terá que se preocupar só com ela, e acho desnecessário levar muitos, fora os problemas.
     - Quer que eu fique de braços cruzados para com minha filha?
     - E minha afilhada. Mas você sabe que estou certo. Não podemos evitar danos, mas podemos amenizá-los.
     - Porque você  pode ir e eu não?
     Akira puxa-a para perto, sussurrando.
     - Por que, bem ou mal, é uma missão para ela. Ela tem que aprender a se virar com essa habilidade dela, e ter em mente a responsabilidade que recebeu quando se tornou uma senshi. Me desculpe, mas embora dura, ela pode ficar desconfortável com a sua presença.
     - Então porque não deixamos isso com a sailor Sol? - cochichou ela de volta.
     - Porque ela é apenas a guardiã das passagens temporais, não do fluxo do tempo. Fora que Diana não tem experiência com os problemas que Hip-chan pode causar por causa das suas peraltices de adolescente.
     - Eieieie! Agora a culpa é minha?
     - Sabe muito bem que eu não disse isso.
     - Ok, Akira... mas é bom que vocês voltem antes do jantar, ok? Eu e meu marido vamos estar esperando vocês no Tókyo café, e não ouse aparecer aqui sem ela, ouviu?
     - Tudo bem... vamos, Maya.
     O cetro gera um brilho, o qual engolfa ambos, sumindo em seguida com eles.
     Enquanto isso, uma marciana caminhava pelas ruas de Tóquio de Cristal, bastante preocupada. Sabia que teria que contar aquilo para sua filha algum dia, mas todos entrarem em comum acordo que ela teria que ter maturidade para compreender aquilo primeiro.
     Pois bem, havia chegado a hora.
     Só esperava que não fosse tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Na época em que esta fic foi feita, eu, o Lexas e a Mistress9 queriamos fazer esses visitantes do futuro se encontrarem com todos os nossos personagens. Na primeira fic apenas as duas gêmeas caíram no universo de Akira (a fic do Lexas). Nesta segunda, elas (e mais personagens do futuro) visitam as lunares. Há uma terceira fic que ficou incompleta que seria deles visitando os Pirate Knight (a fic da Mistress9.
Tenho contato esporádico com Lexas e a Mistress9 está no momento desaparecida (pode até ter casado, ja faz dez anos desde que tudo começou). E quando possivel pretendo terminar a fic final. A aventura das visitantes do futuro com as lunares acaba aqui. E quem ainda quer saber quem é a mãe das gêmeas, uma delas soltou uma frase que não deixa mais dúvidas. (é uma frase que a mãe delas costuma falar as vezes).



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