O Recomeço escrita por Katherine


Capítulo 1
I




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Isabella Swan.

 

Havia oito vampiros na clareira.

A menina estava enroscada como uma bola ao lado das chamas, os braços envolvendo as pernas. Era muito nova. Mais nova do que eu – parecia ter quinze anos, dezesseis no máximo. O cabelo escuro e liso. Os olhos estavam focalizados em mim e as íris eram de um vermelho vivo e chocante. Muito mais brilhantes do que as de Riley, que não estava ali. Giravam loucamente, descontroladas.

Edward viu a minha expressão confusa.

— Ela se rendeu – disse-me em um sussurro – É uma coisa que nunca vi na vida. Só Carlisle pensaria nessa oferta. Jasper não aprovou.

Eu não conseguia tirar os olhos da cena ao lado da fogueira. Jasper esfregava distraidamente o braço esquerdo.

— Jasper está bem?

— Sim, o veneno incomoda.

— Ele foi mordido? – perguntei surpresa.

— Sim. Jasper tentava estar em todos os lados ao mesmo tempo, tentando se sacrificar para que Alice não tivesse nada a fazer. Ela não precisava da ajuda de ninguém – Edward disse calmamente.

A baixinha de cabelos curtos fez uma careta para o companheiro.

— Todo superprotetor.

Os olhos amarelados de Jasper se prenderam a garota ao lado da fogueira com uma expressão torturada no rosto, os sentimentos dela com certeza estavam o torturando.

Carlisle estava ao lado dele num instante. Pôs a mão restritiva no braço do filho mais recente.

— Você mudou de ideia, jovem? – o patriarca perguntou – Não queremos destruí-la, mas o faremos se não conseguir se controlar.

— Como pode suportar isso? – grunhiu olhando diretamente em minha direção.

— Deve suportar! – Carlisle disse, dessa vez mais firme – Deve exercitar o controle, é possível e é a única coisa que a salvará agora.

Suas mãos estavam grudadas no chão tentando mantê-la ali para não me atacar a qualquer momento.

— Não deveríamos nos afastar? – perguntei.

— Não, temos que ficar. Eles estão chegando – se referiu aos Volturi – Riley não está aqui, mas está por perto. Consigo sentir o seu cheiro.

Desviei minha atenção da menina para procurar pelos monstros que se aproximavam enquanto o restante dos Cullen se aproximavam ainda mais de nós.

— Hummm – uma voz monótona foi-se ouvida juntamente com a chegada da névoa.

— Bem-vinda, Jane – o tom de Edward era friamente cortês.

As formas escuras se aproximaram, separando-se da névoa. Eu sabia que seria Jane na frente – o manto mais escuro, quase preto, e a figura mais de meio metro menor. Mal pude distinguir os traços angelicais na sombra do capuz. Ao todo eram quatro. Deixaram o capuz cair com tranquilidade revelando suas feições.

Edward estava imóvel ao meu lado.

O olhar de Jane caiu sobre a menina que aparentava ter a mesma idade que ela.

— Ela se rendeu – meu noivo explicou rapidamente.

Ela voltou-se para Edward, arrancando um suspiro aliviado da recém vampira.

— Rendeu-se?

Felix e Demetri trocaram um olhar rápido.

— Carlisle lhe deu essa opção.

— Não há opções para os que quebram as regras – a Volturi disse.

Carlisle tomou o comando da situação.

— Está em nossas mãos. Como a menina se dispôs a parar de nos atacar, não vi necessidade de destruí-la. Ninguém lhe ensinou nada.

O gêmeo encarou a garota com curiosidade.

— Ela nunca se alimentou? – Alec perguntou.

— Não – Edward sussurrou.

— Isso é irrelevante – Jane disse.

— Como quiser.

— Aro esperava que viéssemos mais a oeste para ver você, Carlisle. Ele manda lembranças.

— Eu agradeceria se transmitisse as minhas a ele.

A loira sorriu.

— Claro. Parece que vocês fizeram o trabalho por nós hoje... Bom, a maior parte dele – seus olhos vermelhos e intimidadores voltaram para a menina – Só por curiosidade profissional, quantos havia? Eles deixaram uma bela esteira de destruição em Seattle.

— Dezoito, incluindo ela.

— Dezoito?

— Todos novos. Eram inábeis.

— Todos? – ela oscilou por um momento – Então, quem foi o seu criador?

— O nome dela era Victoria.

—Era? – não houve resposta, ela sabia o que significava – Essa Victoria... eram ela e mais dezoito daqui?

— Sim. Tinha um deles com ela. Não tão jovem quanto está daqui, mas não deveria passar de dois anos mais velho. Este também se rendeu.

— E onde ele está? – novamente, não houve resposta. Ninguém sabia onde ele estava – Você aí... seu nome?

A recém-criada lançou um olhar maléfico para Jane que retribuiu com um sorriso angelical.

O grito da menina veio em seguida, com o corpo arqueado. Eu virei a cara sentindo o meu estomago revirar enquanto ouvia o grito agudo de perfurar os tímpanos. Senti Edward ficar tenso ao meu lado e por fim o grito cessou. Pude virar-me novamente na direção. Riley estava ali, parado ao lado da morena que respirava afobada, mesmo que não precisasse. Suas mãos estavam na própria garganta como se quisesse arrancá-la. O olhar de Riley estava fixo em Jane.

— Quem é você? – perguntou com desdém.

— Riley.

— Recém-criado – ela concluiu.

— Riley estava ao lado de Victória, sendo manipulado por ela – Edward disse.

Jane encarou novamente a menina ainda agarrada ao próprio pescoço.

— O seu nome.

A resposta veio rapidamente.

— Bree – sussurrou.

Jane sorriu e a garota gritou novamente, mas dessa vez não tirei os meus olhos da cena. Riley rosnou baixo, antes de avançar na direção da Volturi, mas antes que pudesse, seus joelhos já estavam no chão, também gritando de dor.

— Vão lhe contar o que quiser, Jane. Não precisa disso!

— Ah, eu sei – eles pararam de gritar e aos poucos se recompuseram. Emmett e Jasper seguravam Riley, impedindo que avançasse na direção de Jane e acabasse prejudicando todos de uma só vez – Bree, a história dele é verdadeira? Vocês eram vinte?

— Dezoito ou vinte, talvez mais, eu não sei! – ela se encolheu, apavorada com medo que sua não afirmação trouxesse uma nova rodada de tontura – Sara e aquele que não sei o nome brigaram no caminho...

— E essa Victoria, ela criou você?

— Não sei – se encolheu ainda mais, olhando para o loiro alguns metros a sua frente com medo de proferir o restante das palavras – Riley nunca disse o nome dela. Eu não vi naquela noite... Estava escuro, e doía – ela encarou as costas de Riley novamente e continuou com a voz ainda mais trêmula – Ele não queria que pudéssemos pensar nela, disse que nossos pensamentos não estavam seguros.

Jane encarou Edward e logo em seguida Riley, por fim voltando para a Bree.

— Fale-me de Riley. Por que ele a trouxe aqui?

— Por ela – apontou para mim.

— Victoria tinha ressentimentos com ela – a voz de Riley era firme – E com ele.

A gêmea riu.

— Isabella parece provocar reações estranhamente fortes em nossa espécie. Então, renderam-se de fato?

Bree assentiu rapidamente, não houve nenhum gesto ou palavra vindo de Riley.

— Podemos cuidar disso, Jane – Carlisle disse.

— Creio que não – ela sussurrou – Aro gostaria de conhece-los e talvez até se interesse, ao que me parece você tem espirito de liderança. Já a garota...

— Vamos com vocês – Riley disse.

Jane sorriu.

— O quê? – Bree se desesperou, levantando-se do chão.

Armou corrida para o mais longe que conseguiu. Não passavam de cem metros quando Felix a segurou nos braços.

— Eu se fosse você não fugiria – colocou-a sob os ombros e estava amontoado com os Volturi e a garota entre si.

Riley soltou-se de Jasper e Emmett e caminhou lentamente até os Italianos.

Eles se despediram cordialmente e colocaram o manto novamente, sumindo entre a névoa tão rápido quanto apareceram.


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