De Repente Tudo Muda escrita por Mizi


Capítulo 1
A luz na nebulosidade


Notas iniciais do capítulo

Comecinho!!
Eu não sei se vocês vão adivinhar os principais da história logo de cara e... bem a ideia era essa mesmo, depois eu acho que fica meio óbvio. u.u'
Boa leitura pra vocês povo. =3



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Entrou no carro sem saber aonde ia. Como discutir com sua madrasta sem seu pai ficar sabendo disso? Sabia que entrar no carro e concordar com ela iria lhe trazer problemas, mas seu pai estava tão feliz depois de anos que não queria ser a pessoa que lhe faria sofrer, não depois da terrível morte de sua amada esposa.

*Flashback On*

- Mãe! Um homem quer falar com você no telefone! Disse que é uma emergência!

- Ah, obrigada querida. - pegou o telefone de suas mãos e o levou ao ouvido. - Alô? Sim, ela mesma... Meu Deus isso é muito grave! Estou a caminho!

- Vai sair mamãe?

- Sim filha, alguém se machucou feio caindo de um telhado... Deviam proibir as pessoas de trabalhar com ferramentas depois de beber tanto sakê.

- Isso diminuiria muito os acidentes. - disse a filha levando a bolsa e o jaleco para sua mãe.

- Obrigada querida. - a mãe seguiu para a porta vestindo o jaleco sendo seguida pela filha - Tchau meu bem, eu te amo. - e deu um beijo na testa de sua pequena antes de sair pela porta... Pela última vez.

*Flashback Off*

- Eu também te amo mamãe. - disse isso num sussurro enquanto enxugava seus olhos lagrimosos e segurava uma foto de sua mãe, junto com ela e o pai num campo florido. Sua mãe estava usando o seu melhor vestido, com o seu sorriso perfeito e sincero, linda como sempre fora. Aqueles eram dias felizes, dias que jamais esquecerá.

Começou a chover e o caminho estava nebuloso, assim como sua mente. Ela sempre se perguntou: por que atendeu ao telefone naquele dia? E quem era o homem que ligara?. Talvez ela nunca descobrisse isso.

- Aonde vamos? - perguntou com uma falsa curiosidade. De que importava saber aonde iria? Sabia que esta decisão não cabia a ela e que teria que aceitar os fatos quaisquer que fossem.

- Seu pai acha que você anda muito sozinha desde o meu casamento com ele, por isso eu sugeri que você fosse a uma escola de intercâmbio, passar algum tempo com alguém da sua idade, se divertir, talvez arrumar um namorado...

- Sei. - namorado? O que aquela mulher sabia sobre o amor? Só estava é de olho no dinheiro que a sua mãe deixara por salvar vidas. Obviamente ela queria ficar sozinha com o pai e se livrar da garota.

O carro parou em frente ao aeroporto. Todas as pessoas estavam fugindo da chuva arrasadora. Algumas dessas pessoas corriam para as suas famílias que não viam há um bom tempo, ela sabia que nunca iria poder fazer isso.

- Está pronta filha? - disse-lhe seu pai com um sorriso triste no rosto. Ela sentiria falta dele.

- Sim papai. - dentou sorrir para acalmá-lo, só o que conseguiu foi levantar o canto dos lábios e conter o choro, sem nenhuma emoção.

- Nos escreva, sim? Coloquei alguns papéis de carta na sua mala.

- Pode deixar. - abriu o guarda-chuva e saiu do carro seguindo para a esteira de bagagem onde colocou suas malas.

Entrou no avião e olhou pela janela. Eles ainda estavam lá. Seu pai acenava feito uma criança e, mesmo de longe, ela pôde ver que seus olhos estavam marejados. Já a madrasta parecia acenar apenas e se mostrava muito impaciente.

No avião, ela sabia que sentiria algo ruim, uma preocupação enorme pelo seu pai, sozinho em casa com aquela mulher. Decidiu que iria deixar isso passar e seguir adiante, afinal nada iria acontecer e de qualquer modo ela não poderia fazer nada quanto a isso.

Horas se passaram e o avião pousou. Durante o vôo ela simplesmente dormiu e não teve nenhum sonho, estava cansada demais pra isso.

Quando desceu do avião ela não acreditou: estava em Nova York.

Em sua mala continha o endereço e o nome da escola, bastava perguntar para as pessoas.

Ela sabia muito falar bem inglês. Além de ter dinheiro para pagar as aulas, sempre sentiu muito entusiasmo em aprender novas línguas.

Perguntou várias e várias vezes pela sua próxima moradia, até que finalmente achou a New York High School. O lugar era enorme. O portão era todo feito de titânio com as iniciais da escola gravadas bem no topo de uma forma elegante.

Os muros eram de um tom pastel coberto por plantas distanciadas quase simetricamente, formando uma grade verde em volta de tudo. Por dentro era mais magnífico ainda, havia um campo enorme com canteiros de flores e árvores com sombras aconchegantes, algumas pedras formavam um caminho até a escola e cada uma das casas para os alunos.

A garota seguiu para o local das casas pretendendo achar o seu quarto e deixar suas coisas. Precisava pensar. Tentar assimilar tudo o que aconteceu e não se desesperar. Ser forte. Era disso que se tratava desde o incidente e era assim que permaneceria para sempre.

Chegou a uma das casas e viu o número que também estava junto com o endereço. Entrando na casa ela viu apenas duas camas num quarto grande, sua colega de quarto não parecia ter chego e ela não sabia qual das camas era dela, decidiu deixar as malas em algum cantinho e sair sem olhar direito para o quarto.

O lugar era grande e as aulas começariam em uma semana.

Ela encontrou uma árvore de frente para a sua “casa” e encostou-se nela, tudo o que queria era relaxar e esquecer-se da vida por alguns instantes.

Olhou em volta e viu alguns jovens chegando, do outro lado umas meninas conversando alto. Falavam sobre as férias e as festas em que foram. Os garotos estavam separados em grupos pequenos, alguns meio perdidos procurando suas casas, outros correndo para dentro da escola e mais alguns outros indo para a lanchonete perto da quadra que ficava do lado leste. Poderia se acostumar com isso, teria que se acostumar com isso.

Não havia nada para fazer durante um bom tempo então ela simplesmente pegou o seu MP3 e ficou ali mais alguns minutos ouvindo música baixinho.

...

Passaram-se horas. Mal chegou e o tédio predominava.

Desistiu de sua ideia de "isolamento" e levantou-se para ir à sua casa, talvez a sua colega de quarto estivesse lá e ela ocupando o quarto todo com a sua bagagem!

- Droga, acho que acabei dormindo aqui.

Ela correu para sua casa, mas... acabou esbarrando em algo.

Simplesmente não soube o que aconteceu, tudo o que sabia é que alguém a segurava.

- Ei, cuidado!

Olhou para o dono daquela voz e dos braços que a seguravam e ficou paralisada.

Ele era o garoto mais lindo de todos no universo. Sentiu que ao olhar para ele toda aquela nebulosidade em sua vida sumira, dando espaço para a luz. Uma luz quente e aconchegante nos seus olhos negros como a noite.

- Está tudo bem com você? - perguntou o ser magnífico ainda segurando-a em seus braços.

- Si... Sim. Desculpe. - disse ela soltando-se dele contra a sua vontade.

- Tudo bem, isso acontece. É nova aqui, certo? Qual é o seu nome?

O garoto disse isso com um sorriso tão perfeito, tão quente que ela simplesmente não sabia o que responder.

"'Qual é o seu nome?' Qual é o meu nome? Meu Deus, esqueci o meu nome! Diga algo!"

Olhou para ele totalmente perdida, até que finalmente conseguiu dizer:

- ... Sakura.


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Notas finais do capítulo

Huhu era a Sakura o tempo todo! O que acharam?Olha o cap 2 já está sendo escrito n.n mas não acho que eu vou postar hoje... talvez semana que vem. Mas posso demorar menos tempo se alguém me mandar reviews sabe? *assovia*Bye.~



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