Overlord - A batalha de FourKnights escrita por TDK FanFics


Capítulo 17
Um reino nasce com o fim de uma profecia




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  O som de carne sendo dilacerada era audível por todas as partes do campo de batalha enquanto os guardiões geravam um massacre em meio as tropas de demi-humanos que investiam sobre eles.
  Demiurge e Albedo focavam em um inimigo por vez afim de poupar seus poderes para possíveis grupos de inimigos mais poderosos que poderiam aparecer. Embora quisessem acabar com aquilo o mais rápido possível, eles haviam aprendido com Ainz que ser cauteloso era a melhor opção enquanto enfrentavam um inimigo no qual a força era desconhecida.
  Cocytus balançava suas quatros espadas de forma coordenada em meio aos inimigos à sua frente, fazendo com que sangue e membros dançassem enquanto eram arrancados dos seres que ficavam em seu caminho.
  Shalltear perfurava o peito dos inimigos com sua lança antes que pudessem se aproximar o suficiente dela para atacar, enquanto suas servas vampiras passavam como o vento por entre eles, cortando-os tão rápido quanto se moviam.
  Aura e Mare lutavam como uma dupla. Enquanto Aura usava as criaturas mágicas que ela invocava para atacar os demi-humanos, Mare podia usar magias de efeito em área para elimina-los e também causar vários debuffs nos inimigos em volta, como por exemplo os debuffs de lentidão, que poderiam ser usados para retardar os inimigos para que não pudessem escapar das garras das criaturas de Aura.

  Momon cortava incessantemente com sua Katana. Ele havia decidido deixar Excalibur para uma situação mais extrema, não viu o porquê usá-la se a Katana estava facilmente suprindo sua necessidade. Realmente ela era uma espada incrível, sua lâmina leve dançava no ar enquanto cortava a carne dos inimigos que ela atingia, separando seus membros com muita facilidade e fazendo com que o sangue se espalhasse aos montes pelo chão. Os inimigos eram mortos no mesmo instante em que a lâmina os atingia, e os que conseguiam sobreviver ficavam agoniando de dor enquanto rastejavam pelo chão apenas esperando que a morte viesse rápido o suficiente para livrá-los de tal sofrimento.

  Vários minutos se passaram desde que a batalha havia começado. O chão estava tomado pelos corpos dos demi-humanos que foram brutalmente mortos, ao mesmo tempo que o solo bebia o amontoado de sangue que havia sido espalhado pelo terreno, exalando um cheiro de morte que se misturou ao ar e foi levado até a capital real, o que fez com que muitas pessoas que não estavam acostumados ao campo de batalha tivessem seus estômagos revirados ao ponto de vomitarem devido ao forte cheiro de sangue que entrava em suas narinas.

  Se há uma palavra que possa ser usada para descrever aquela situação, sem sombras de dúvidas ela seria ‘massacre’.

     “Isso me traz algumas lembranças...”

  Algumas lembranças da batalha contra o exército do reino vieram a mente de Momon. Mas nem mesmo as recordações tiraram seu foco dos inimigos a sua frente.

  Quando ele finalmente atravessou a parede de demi-humanos que os cercava, ele se virou para os guardiões.

   - Cuidem desses. -Momon diz em voz alta para que todos os guardiões, enquanto apontava seu dedo para o senhor das trevas. – Eu fico com ele!

  Os guardiões acenam positivamente com a cabeça na direção de Momon, mostrando que eles haviam entendido, logo, eles voltaram a se concentrar nos inúmeros adversários ao seu redor.

   - Estou contando com vocês! -Ele diz enquanto se vira e corre em direção ao senhor das trevas.

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  Momon não tinha certeza do poder daquela criatura, mas enquanto se aproximava, ele sentia uma estranha sensação de desconforto que ficava cada vez mais intensa, até que finalmente se tornou uma sensação de ansiedade que fez Momon ter calafrios – apesar de não saber como era possível - por debaixo da armadura.

  Aquele seria um adversário de poder incomparável, com certeza seria o maior desafio que ele enfrentaria desde quando se tornou Ainz Ooal Gown, mas ele estava preparado para isso.
  No passado, Ainz havia feito alguns experimentos com Albedo e Demiurge para o caso de algum dia ele ser morto em combate. Claro que eles fizeram isso pensando na possibilidade de que ele poderia ser revivido no futuro, mas isso não seria possível neste mundo.

    “Se for para mantê-los seguros, acho que não me importaria de...”

  Ele espantou seu pensamento assim que voltou a si. Não era hora de pensar sobre isso. Ele deveria se concentrar na batalha que logo aconteceria.

  Enquanto tentava manter o foco à sua frente, uma bola de lava veio em sua direção. Por pouco ele conseguiu desviar, mas alguns respingos do material escaldante atingiram sua armadura, derretendo algumas partes da mesma.

  Quando se aproximou da criatura, ele pode notar algumas características interessantes em seu corpo. Ela não havia pernas, ou provavelmente elas ficavam abaixo do solo, pois enquanto ela se movia, um poderoso grave fazia com que o chão ao seu redor tremesse. Havia lava que cobria suas mãos até na altura do antebraço e seu tronco até alguns metros acima do solo. Uma pequena camada rochosa separava a lava do restante de seu corpo, que era composto de uma pele enrijecida e escura.

  Momon tentou verificar mais a fundo as características daquela coisa.

   ‘Seu corpo principal é protegido por uma barreira impenetrável [...]’

  As palavras de Vritra vieram a sua mente.

  Ele não sabia o que ele queria dizer com ‘corpo principal’, mas provavelmente esse monstro é mais do que aparenta ser.

    “Bom... que seja então.”

  Momon lançou seu corpo para cima para que pudesse investir e dar um golpe direto na criatura, sem que precisasse se aproximar das partes que continham lava, assim ele evitaria levar uma quantidade de dano desnecessária que poderia influenciar no resultado da batalha.

   - Mas o que... -Momon nota que ao se aproximar do monstro, pouco acima da metade de seu tronco surgem algumas formas pontudas.

   “Dentes!? O que está havendo aqui?”

  Duas fileiras de dentes pontudos se mostram ao notar a ameaça que estava se aproximando. A parte entre essas duas fileiras se abrem e uma enorme boca surge em meio a pele rochosa, mostrando mais de seus monstruosos dentes que ela possuía.

  Momon cancela seu ataque e rapidamente ativa as asas flamejantes em suas costas para planar e desviar do ataque do monstro, mas um de seus punhos flamejantes veio antes que ele pudesse perceber. Alguns milésimos de segundos antes do punho do monstro atingir Momon, o bracelete dourado de Leviathan o envolver em um escudo mágico, que se transformou em nada mais que fragmentos de magia que flutuavam no ar com o impacto do ataque, arremessando Momon vários metros para cima.

  Com um pouco de esforço, ele consegue ajustar suas asas e fazer com que ele se estabilizasse no ar.

   - Preciso abrir uma ferida em sua pele para que eu possa atacá-lo diretamente. -Momon disse para si mesmo. – Uma explosão talvez seja o suficiente para quebrar sua pele dura como pedra.

  Momon opta por usar uma magia da 9ª aba.

   - Nuclear Blast! -Ele invoca enquanto estende sua mão para o monstro.

  O ar acima do que ele achava ser a cabeça daquilo incha e entra em combustão, causando uma terrível explosão que treme toda a área ao redor dele. O que o fez optar por usar esse ataque foi principalmente o dano de concussão que a explosão causa, pois como o monstro possuía partes de seu corpo que eram cobertas por lava, o dano de fogo talvez não faria muito efeito sobre ele.

  Mesmo que a fumaça estivesse tampando a visão de Momon, os gritos da criatura eram audíveis de onde ele estava, o que significava que o ataque havia causado algum efeito. Era hora de atacar com tudo o que ele tinha.

  As asas nas costas de Momon se desfizeram e ele despencou no ar, ajustando a espada na mão para desferir um golpe cortante com todas as suas forças pouco antes de ele ser engolido pela fumaça densa e escura. Para isso, ele focou o fluxo de energia em sua lâmina, forçando com seu antebraço direito a parte de cima da empunhadura para aumentar a força do impacto.

  Depois de alguns segundos caindo, Momon sentiu que estava próximo da criatura e logo viu algo se mexendo em meio a escuridão da fumaça.

   - Te peguei! -Momon gritou.

  Quando ele acertou a criatura, a lâmina de sua Katana se quebrou em vários pedaços diferentes. Com a onda de choque que o impacto causou, a fumaça espalhada no ar se dissipou instantaneamente, revelando o que havia acontecido. A pele do monstro estava intacta, a magia Nuclear Blast não havia causado nenhum dano nele, e quando a espada atingiu sua pele rígida com tanta força, o metal de que sua lâmina era feita se partiu.

  Momon foi arremessado um pouco para trás devido ao impacto que também havia o incapacitado temporariamente. Mais uma vez o punho do monstro veio em direção a Momon, que apenas pode olhar até ser atingido, sendo arremessado para longe. Sua armadura se quebrou em vários lugares com a força do golpe, deixando seus fragmentos espalhados por onde Momon passava. Ele teria morrido se não fossem as propriedades de proteção contra dano que ela possuía.

  O poderoso golpe o arremessou para além do local onde os guardiões estavam lutando. Ele atingiu o chão algumas vezes e logo pressionou seu joelho e seu pé esquerdo no chão, parando alguns metros depois disso.

  Uma sensação horrível tomou conta de Momon naquele momento, o que o deixou incapaz de se mover. Talvez aquilo era o que os humanos conheciam como medo, mas não havia como ter certeza já que a anos não sabia o que era temer algo, mas quando ele olhou para o monstro ao longe dali ele entendeu o que estava sentindo.

  O monstro estava com sua gigantesca boca aberta enquanto canalizava uma bola de energia negra que possuía um poder destrutivo que Momon nunca havia visto antes, e ele estava mirando em sua direção. Com um estouro, o raio seguiu seu caminho rapidamente até Momon, devastando tudo que se encontrava à sua frente, até mesmo os demi-humanos que não conseguiram desviar a tempo.

  Naquele momento, o tempo se tornou lento, deixando Momon a sós em seus pensamentos. Seu corpo não o respondia, não havia como escapar. Ele abaixou sua cabeça enquanto seu capacete rachava e se despedaçava, revelando seu rosto esquelético. Ele passaria seus últimos momentos como Ainz.

   - Parece que minha hora chegou... -Ainz pensou.

   - Meus amigos... meus filhos... -Ainz diz com um pesar no coração. - ...me perdoem!

   - Não há pelo que se desculpar Ainz-sama! -Ainz escuta uma voz distorcida, mas ao mesmo tempo familiar para ele, tão familiar que ele ficou assustado.

   - Não pode ser... -Ainz diz enquanto se força a olhar para um forte brilho que surgiu à frente dele.

  Era Victim, o guardião do 8º andar de Nazarick.

   - Victim, o que está fazendo!? -Ainz diz. – Sai logo daqui!

  Mesmo após a ordem de Ainz, Victim não se moveu, ele apenas continuou a observar Ainz enquanto o raio negro se aproximava de suas costas.
  Ao olhar à sua volta, Ainz notou que os guardiões tentavam correr em sua direção. Seus movimentos eram muito lentos devido aquele estranho espaço de tempo criado por Victim. Seus rostos possuíam expressões assustadas e ao mesmo tempo tristes. Eram expressões profundas que Ainz nunca havia visto no rosto de nenhum dos guardiões.

   - Você notou, não é? -Victim perguntou a Ainz. – Eles não conseguiriam seguir em frente sem o grande Ainz-sama para instruí-los.

  Ainz sabia o que Victim queria dizer com tais palavras, mas se recusava a aceitar.

   - Não posso deixar que você morra aqui, Ainz-sama. -Victim diz.

   - E VOCÊ PRETENDE ENTREGAR SUA VIDA DESSE JEITO? MESMO SABENDO QUE NÃO PODERÁ SER TRAZIDO DE VOLTA APÓS SUA MORTE? -Ainz não conseguia mais segurar seu tom de voz.

   Ele não podia ver, mas sentiu que Victim, de alguma maneira, sorria para ele.

   - Por você ter permanecido conosco enquanto os outros seres supremos haviam nos deixado, fui capaz de conhecer e me dar bem com os outros guardiões. -Victim diz enquanto se lembra do tempo em que passou com os outros seres de Nazarick. – Além disso, você me deu a maior honra que um guardião poderia receber, que é a de poder servi-lo e ser útil para com seus desejos.

  Ainz apenas conseguia permanecer em silêncio enquanto Victim expressava seus sentimentos.

   - Além disso... você me chamou... -As palavras de Victim vacilam. Ainz podia sentir tanto felicidade quanto tristeza em sua voz. - ...de seu filho...

   - ..... -Ainz permanecia ouvindo. Não havia o que ser dito, ou ele apenas não conseguia encontrar as palavras certas para dizer naquela situação.

   - Que tipo de filho não protegeria o pai que lhe ensinou o que é ser feliz? -Victim diz. – Eu fui criado por esse momento... esse é meu destino, e também... minha maior felicidade...

  As palavras de Victim vacilam enquanto ele lentamente se virava para encarar o raio negro que vinha em sua direção.

   - VICTIM! -Ainz grita por ele, mas é ignorado novamente.

    - De verdade... -Victim diz enquanto seu brilho fica cada vez mais intenso. - ...obrigado por tudo...

  Agora, apenas os orbes negros de seus olhos eram visíveis em meio ao brilho produzido por ele. Duas últimas palavras foram pronunciadas por Victim, antes que ele fosse engolido totalmente pelo brilho, elas eram:

   - ...Ainz-sama!

  Após dizer isso, Victim foi atingido pelo raio negro e absorveu toda a energia do ataque, que explodiu toda a área do campo de batalha que Ainz e os guardiões estavam. Um misterioso escudo apareceu ao redor de seus corpos, era como uma magia de nível mundial que anulava todo e qualquer tipo de dano a quem era protegido por ela.

  Normalmente, aquilo despertaria a curiosidade de Ainz, mas ele apenas permanecia ajoelhado de cabeça baixa preso em seus pensamentos, que naquele momento haviam se fixado em apenas uma coisa.

    “Victim... um de meus filhos... está morto.” 

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  A massa de escuridão aos poucos se dissipava, revelando novamente a área ao redor de Ainz. O exército de demi-humanos havia sido engolido por ela, eliminando todos. Os guardiões estavam todos no chão enquanto lutavam para se levantar. Mesmo com o escudo proporcionado pela morte de Victim, o choque da explosão foi tão potente que ainda os atordoou mesmo que tenha tido seu dano anulado.
  Um forte rugido chamou a atenção de Ainz para o monstro que havia lançado o poderoso e devastador ataque. A lava de seus braços estava caindo e sua pele estava se desfazendo, se soltando de seu corpo à medida que tomava um tom acinzentado. O monstro logo se inclinou para frente e deixou seu corpo cair, causando um poderoso tremor.

  Ainz continuava no chão enquanto um orbe negro saía dos restos mortais da gigante criatura. Ele veio voando para perto de onde eles estavam, parando a cerca de quarenta metros de Ainz. A camada negra do orbe se desfez e uma silhueta humana se mostrou no lugar enquanto descia lentamente até que seus pés encostaram no chão, onde ele retomou sua postura.
  Ele possuía uma roupa preta bordada em vermelho, aberta da altura de seu peito até o seu pescoço. Era alto e tinha longos cabelos brancos que cobriam um de seus olhos que eram de uma cor vermelha vibrante, o que os destacava de sua pele pálida.

   - Vejo que ainda estão vivos, não é? -O estranho que havia se revelado pousou seu olhar sobre o rosto esquelético de Ainz. – Se é que posso dizer isso de você.

  Ainz permanece em um profundo silêncio mesmo enquanto o ser se apresenta.

   - Meu nome é Érebo. -Ele diz. – Posso saber como se chama?

  Um brilho verde envolve o corpo de Ainz, que ainda possuía - mesmo que estivessem em péssimas condições – sua armadura negra. Aquele era o mesmo brilho que aparecia para suprimir suas emoções. Mas havia uma diferença naquele brilho, ele não estava desaparecendo, pelo contrário, estava tentando suprimir a aura negra que crescia mais e mais dentro de Ainz. Logo o brilho verde desapareceu. Não porque havia suprimido suas emoções, mas sim porque ele foi engolido pelo profundo ódio de Ainz.

  Lentamente ele se levantou do chão, com a cabeça ainda baixa enquanto Érebo o observava. Ainz finalmente ergueu seu rosto para encarar o inimigo à sua frente. Suas orbitas oculares estavam negras, mas não negras como de costume. Ele estava inconsciente, tomado pela sede de sangue que estava o controlando por dentro.
 Ele não respondeu Érebo. Ao invés disso, ele enfiou sua mão direita – com algumas partes mostrando seus dedos esqueléticos devido a armadura danificada – em sua bolsa presa na cintura e retirou o adorno de espadas que havia obtido ao derrotar o gigante que atacou o Fort Myrth. Após isso, ele usou a mão esquerda para pegar sua espada restante, puxando sua lâmina da bainha que estava em suas costas.

   - Oh! -Érebo diz surpreso. – Ainda pretende lutar?

  Ainz ignora a pergunta e prende o adorno a empunhadura de sua espada. Sua aura negra salta para fora de seu corpo ao mesmo tempo que ele coloca em evidência sua intenção assassina, fazendo com que Érebo tenha calafrios, mas nada que pudesse assustá-lo ainda. Ainz caminha lentamente em direção a ele, balançando sua espada enquanto mantinha seus braços relaxados.

   - Mas que incômodo você é. -Érebo diz enquanto estende seu braço direito. – Tenho muito a fazer ainda, então morra de uma vez!

  Ele invoca uma pequena bola negra de energia enquanto Ainz continua avançando em sua direção. Quando seu ataque está totalmente pronto, Érebo lança sua bola de energia negra, acertando Ainz em cheio.

   - HAHAHAHA! -Érebo gargalha. – Então era isso? Parece que sua determinação foi... hum.

  Os olhos de Érebo se focam no meio da fumaça da explosão de seu ataque. Ainz continuava seguindo seus passos ileso, como se nada tivesse acontecido, não havia nem mesmo um arranhão em seu corpo. Ele invoca mais e mais massas de energia que eram lançadas de maneira seguida na direção de Ainz, mas ele nem mesmo pensava em recuar, apenas continuava a ignorar os ataques enquanto seguia em frente.

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   - Temos que sair logo daqui! -Demiurge diz para Albedo enquanto ela se levanta do chão.

  Demiurge estava segurando Shalltear em seus braços enquanto Cocytus carregava Aura e Mare em seus ombros.

   - Não temos muito mais tempo. – Cocytus diz. – Temos que partir agora!

   - E quanto a Ainz-sama! -Albedo pergunta. – Vamos deixá-lo aqui?

   - Ele vai ficar bem. -Demiurge responde. – Se ficarmos aqui mais tempo, nós que iremos morrer!

  Albedo não entende as palavras de Demiurge, mas ao olhar para Ainz, suas dúvidas são esclarecidas.

  Ele seguia na direção de Érebo sem se distrair ou desviar dos ataques que o atingiam a todo momento. Ele estava diferente, era de longe o ser que ela tanto respeitava. Reencarnação da fúria ou personificação do ódio eram meros apelidos para descrever o que estava vendo. Naquele momento, aquele ser esquelético não era mais Ainz, Momon ou um ser supremo, ele havia se tornado um verdadeiro monstro dominado pela sede de vingança.

   - Ainz... sama. -Albedo diz pouco antes de acompanhar os outros guardiões para dentro do portal que um deles havia aberto.

  Eles não tinham energia o suficiente para que pudessem se viajar a uma longa distância, mas tudo que precisavam fazer era ir para o mais longe possível.

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   - AHHHHHHHHH! -Érebo gritava enquanto lançava sua magia em Ainz. – POR QUE VOCÊ NÃO CAI!?

  Ele junta suas palmas da mão e lentamente as puxa para invocar uma magia muito poderosa. Ela se assemelhava ao Chain Dragon Lightning de Narberal, mas era feito a partir da energia negra que Érebo produzia de dentro de seu corpo.

   - Vamos ver se você consegue se manter de pé após receber este... o que!? -Érebo diz novamente.

  Sua poderosa magia se desfez antes mesmo de ele a lançar em Ainz, que estava quase o alcançando. Ele tenta novamente, mas o efeito é o mesmo.

   - Não me diga que... -Érebo se lembra do ser que havia bloqueado seu ataque. - ...aquele verme...

  Ao ouvir a palavra ‘verme’, os olhos de Ainz ardem em chamas e ele avança em uma explosão de velocidade para cima de Érebo, abrindo uma grande cratera no solo de onde ele partiu. Érebo, em uma desesperada tentativa de parar Ainz, lança mais várias das pequenas bolas de magia que ele conseguia produzir, mas foi em vão.

  A espada de Ainz veio em direção a seu braço, que foi arrancado de maneira precisa. Os ataques não se limitaram a apenas o braço de Érebo, mas todo seu corpo estava sendo atingido pela rápida lâmina de Ainz.
  Após alguns segundos os golpes cessaram. Não porque Ainz havia se cansado, mas sim porque a espada estava agora cravada no peito de Érebo, que cuspiu uma grande quantidade de sangue e caiu de joelhos.

  Érebo não podia se mexer. Ele escutou enquanto os passos de Ainz ressoavam suavemente atrás dele enquanto passavam pelo seu lado direito, até que ele finalmente parou diante dele.

  As partes danificadas de sua armadura desapareceram no ar, dando lugar a um manto roxo escuro e roxo claro nas bordas com detalhes em dourado, com dois protetores de ombros feitos de ossos e com dois círculos de cristal vermelho em ambos. Aquela era a roupa que ele usava quando se apresentava como o ser supremo.

   - C-Como... -Érebo reúne forças para tentar dizer algo, mas Ainz coloca o dedo esquelético a frente de sua boca.

  A espada cravada no peito de Érebo estava sugando cada traço de sua energia, impedindo-o de se mover, mas ela estava se quebrando, pois, aquele adorno concedia poder em troca da lâmina do usuário, além disso, só pode ser usado apenas uma vez. Quando a espada se quebrasse por completo, Érebo seria capaz de recuperar sua força, mas Ainz já sabia disso, e não pretendia deixá-lo vivo por tempo suficiente para recuperar suas forças.

   O dedo esquelético foi da boca de Ainz até a testa de Érebo. Tudo estava em um profundo silêncio, até que o som do ponteiro de um grande relógio que havia aparecido nas costas de Ainz ecoou pelo terreno. Tic e ele se movia para o um, Tic e ele se movia para o dois, e assim ele continuava enquanto Ainz se preparava para dizer algo.

   - O nome dele... -Ele diz com a voz transbordando o ódio de seu coração. - ...era Victim!

  Quando Ainz termina sua frase, o ponteiro do relógio chega a 12, concluindo os preparativos para uma das suas magias mais poderosas e destrutivas.

   - Widen Maximize Magic: The Goal Of All Life Is Death! -Ele invoca.

  Um gigantesco e magnifico orbe de luz surge no céu, caindo como um meteoro em direção aos dois.

   - M-Me diga... -Érebo diz em seus últimos momentos. - ...q-quem é você?

   - Meu nome é Ainz Ooal Gown! -Ainz diz com todo seu ser. – E eu sou um dos quarenta e um seres supremos. Eu sou a morte encarnada, trazendo sofrimento a qualquer um que se ponha em meu caminho. Eu sou um Overlord!

  Ainz pode notar em pequeno sorriso no rosto de Érebo, mas aquilo não importava, não mais.

   - Ainz, hum... -Érebo diz. Que patético...

  A bola de luz atinge os dois ao mesmo tempo, mas como Ainz era o invocador da magia, ele não sofreu nenhum dano.
  Érebo teve seu corpo instantaneamente desintegrado, juntamente com toda a vida a uma distância de cerca de um quilômetro dali. O solo havia se tornado cinza e as arvores antes verdes, agora não passavam de meros pedaços retorcidos de madeira negra, criando-se assim, o que no futuro seria chamado de ‘Valley Of Undeads’.

  Apenas a lâmina de uma espada quebrada havia restado no local. Ela tinha sido cravada por Ainz, que retornava para a capital. Mesmo que sua boca permanecesse em silêncio, algo dentro dele gritava por sua perda.

   - Victim... -Ele disse num tom tão baixo que mesmo ele quase não tinha notado.  

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  Algum tempo tinha se passado desde que a batalha havia acabado. Ainz estava em frente aos portões da capital. Não estava se passando por Momon, estava cansado de se esconder. Após a morte de Victim, ele estava decidido a enfrentar a todos de cabeça erguida, sem precisar esconder quem ele realmente era. Logo, ele empurrou o portão com suas mãos esqueléticas, adentrando o lugar que estava repleto de refugiados das vilas vizinhas.

  Ao verem Ainz se aproximando, o medo toma conta das pessoas que estavam espalhadas sem nenhuma organização dentro da capital. Algumas correram no mesmo instante em que viram seu rosto esquelético, os que ficaram para trás apenas puderam sair de seu caminho, eles estavam quase paralisados pelo medo que a aura de Ainz emanava, nem mesmo os guardas podiam sequer apontar suas armas para ele.
  Enquanto andava pela rua, Ainz avistou Liz e Lizandra em meio as pessoas. Ele se aproximou delas enquanto Lizandra segurava firme a filha em seus braços, o jeito típico de uma mãe confortar a filha diante uma ameaça. Ele não se incomodou com isso, até porque ele entendia a reação delas ao verem um ser de uma espécie que odiava a vida em frente a elas.
  Ainz retira algo que estava cuidadosamente embrulhado em uma de suas bolsas e entrega nas mãos de Liz.

   - Isso foi bastante útil. Obrigado! -Ele diz, virando as costas e seguindo seu caminho para o palácio logo em seguida

   - O-O que aquela coisa está fazendo aqui!? -Liz escuta uma das pessoas ao seu redor.

   - Por que os guardas não fizeram nada quanto a ele? -Outra pessoa diz.  

  Liz os ignora e começa a delicadamente desenrolar o item em suas mãos com sua mãe a observando. O item deixou as duas surpresas. Era uma empunhadura de espada, mas não era de qualquer espada, era a espada que Liz havia entregado a Momon quando ele salvou sua vida dias atrás em seu vilarejo. A lâmina estava partida em vários pedaços, mas aquela não era a questão no momento. As duas olharam para aquele misterioso ser que havia as entregado o objeto.

   - Momon... -Liz disse para si mesma num baixo tom de voz.

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  Ainz estava de frente para a porta que levava a sala do trono. Antes que ele estendesse sua mão para abrir a grande porta dupla, elas são abertas pelos guardas de dentro da sala. As expressões de Alícia e de Zahir se tornam expressões de extrema surpresa enquanto Ainz se aproximava, mas a expressão de Joseph continuava a mesma. Um dos guardas tentou apontar sua arma para Ainz, mas foi impedido por um sinal vindo de seu superior.

   - Parece que você não está muito surpreso em me ver, não é? -Ainz diz para Joseph enquanto olha para seus dois irmãos que estão ao seu lado.

   - Eu já podia sentir que estava escondendo algo. -Joseph responde. – Mas isso foi bastante inesperado, até mesmo para mim!

   - Deixando isso de lado... -Ainz diz. – Vim aqui para tratar algumas coisas.

   -Imagino que tenha derrotado o senhor das trevas e agora esteja aqui para tomar posse da capital, não é? -Joseph diz.

  As expressões de Alicia e Zahir mudam ao ouvirem as palavras de seu irmão. Eles estavam sérios agora, não havia mais nenhum traço de surpresa em suas faces.

   - Hahahaha. -Ainz deu algumas gargalhadas ao ouvir a resposta de Joseph.

   - Como esperado de você. -Ele diz. - Mas não. Não é exatamente por isso que vim.

  Joseph encara Ainz com curiosidade.

   - O que quer dizer com isso? -Ele pergunta.

   - Creio que o povo não aceitaria a ideia de um novo governante após uma crise como essa. -Ainz explica, se lembrando de sua experiencia com E-Rantel. – Então tenho uma proposta para vocês.

  A curiosidade de Joseph aumenta ainda mais.

   - E qual seria sua proposta? -Ele pergunta.

   - Me entregue o castelo a oeste daqui e as terras ao redor dele. -Ainz diz. – Dou minha palavra que não tenho a intenção de ferir ninguém que vive naquelas terras, pelo contrário, posso garantir a total segurança de todos que vivem nelas!

  Os protestos de Zahir e Alícia chegaram rapidamente até Ainz.

   - Como ousa fazer uma proposta dessas!? -Zahir diz.

   - Aquelas terras são do nosso falecido irmão Reiss! -Alícia o segue. – Nós nunca deixaríamos...

  Joseph gesticula com sua mão para que os dois fiquem em silêncio.

   - Acredito que pretende ficar com ele mesmo que recusemos sua proposta, não é? -Ele diz.

  Ainz não responde à pergunta, mas Joseph nota um breve e intenso brilho vermelho que havia escapado de suas órbitas oculares.

   - Tudo bem. -Joseph diz enquanto os olhares de seus irmãos pousam sobre ele. – Eu aceito seus termos!

   - Uma sábia decisão de sua parte. -Ainz diz.

   - Desde que o cavaleiro que protegia aquelas terras foi morto, precisaremos de alguém forte para auxiliar a população que eventualmente terá de retornar para suas casas. -Joseph diz. – Acredito que posso confiar isso a você.

  Ainz não diz mais nada, apenas se vira e caminha em direção a saída.

   - Anunciaremos que você nos ajudou a acabar com essa calamidade, e que agora irá ser responsável pela segurança das pessoas nas terras a oeste daqui. -Joseph diz. – Talvez isso amenize um pouco o medo delas de estarem sobre a proteção de um undead.

  Ainz não interrompe seus passos, apenas continua seguindo seu caminho para fora da capital, deixando Joseph e seus irmãos para trás.

  Nas ruas fora do palácio, as pessoas não olhavam Ainz com tanto medo como quando ele entrou.

   - Vocês ouviram os boatos? -Um dos cidadãos comenta.

   - Sim! Parece que foi ele que nos salvou. – Outro deles diz.

   - Um undead salvando os vivos? Só pode ser brincadeira.

   - Ouvi dizer que ele derrotou sozinho o senhor das trevas que dizia a profecia.

  Vários boatos estavam se espalhando entre as pessoas que se refugiaram na capital, mas muitos deles não conseguiam acreditar no que estavam ouvindo. A pergunta que não queria calar era:

  “Como um morto-vivo, criatura que odiava a vida, seria capaz de ajudá-los?”

  Enquanto Ainz passava pelas pessoas ignorando seus comentários, uma pequena bola rolou até seus pés, e do meio da multidão, uma pequena garota humana surgiu para pega-a, parando à frente de Ainz.
  Quando notou sua presença, ela o encarou intensamente, mas aquele não era um olhar de medo, e sim um olhar de curiosidade, provavelmente era a primeira vez que ela via um undead como Ainz tão de perto. As pessoas não tinham coragem para se aproximar e tirar a criança de seu caminho, todos apenas observavam de longe esperando o que viria em seguida.

   - Quem é você? -Ela pergunta com sua fina voz feminina.

  Ainz levantou sua grande mão esquelética e acariciou a cabeça da garotinha, que logo o retornou com um sorriso de felicidade.

   - Meu nome é Ainz Ooal Gown. -Ele se apresenta não só para a garotinha, mas para todos ao redor deles. – E a partir de agora, eu serei um dos responsáveis para manter a segurança de todos do reino de FourKnights.

  A população se entre olhou confusa diante as palavras de Ainz, que passou pela garota e seguiu para fora dos portões da capital, deixando todos a mercê de sua confusão.

  Os guardiões aguardavam Ainz depois da extensa ponte que levava para fora da capital.

   - Vocês estão bem? -Ainz pergunta enquanto para em frente a eles.

   - Sim, Ainz-sama! -Eles respondem em uníssono.

  Todos com um sorriso no rosto em ver o ser supremo que tanto admiravam de volta a si.

   - Bem, então vamos indo. -Ainz diz para eles enquanto abre um portal à frente de todos. – Temos um novo reino para construir.

  Todos eles entram no portal que logo desapareceu, deixando apenas o brilho dourado do majestoso por sol que iluminava o ambiente, proporcionando um momento de paz depois de todo o caos.

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  Alguns dias se passaram desde que Ainz e os guardiões chegaram ao castelo que era governado por Reiss, o cavaleiro de prata. Os mortos-vivos que Ainz havia invocado estavam sendo usados para ajudar na reconstrução da cidade. O lugar não era tão grande quanto a capital real, mas possuía uma área semelhante à de E-Rantel.
  Pouco a pouco as pessoas retornavam para a cidade, encontrando vários mortos-vivos que estavam fazendo serviços manuais de construção assim como os poucos humanos que os ajudavam. Logo eles se juntaram aos undeads para ajudar na reconstrução. Ainz ficou um pouco perplexo ao ver a cena onde humanos trabalhavam ao lado dos undeads para reconstruir seu lar. Eles ainda possuíam um pouco de medo em seu coração, mas aquilo era algo compreensível aos olhos de Ainz, não havia o que ser feito quanto a isso, a não ser esperar e ver o que o tempo reservava para o futuro entre eles.

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  Um ano se passou desde que Ainz assumiu o controle das terras a oeste.

 Ele havia assinado um importante documento para separar a área oeste do domínio de FourKnights. Os cavaleiros não aceitaram muito bem no início, mas ao ver o quão bem a governo de Ainz estava se desenvolvendo, eles não viram muitos problemas quanto a isso, e acabaram por ceder no final. E assim, mais uma vez o Reino Arcano de Ainz Ooal Gown havia surgido.

  A taxa de criminalidade era praticamente inexistente, os humanos haviam se acostumado com os mortos-vivos que estavam espalhados por toda a cidade, resolvendo qualquer problema que aparecesse. Usar os undeads no dia a dia também havia se tornado algo muito comum para eles, pois eles eram trabalhadores bastante eficientes e que não se cansavam, mantendo assim um ritmo de trabalho sempre contínuo. Desse jeito, todas as mercadorias do Reino Arcano eram muito acessíveis para todas as pessoas, mantendo baixo até mesmo o índice de pobreza dentro de seu domínio.

  Ainz observava de cima do palácio que havia sido parcialmente refeito a mando de Albedo.

   ‘Esse não é um lugar adequado para um governante como Ainz-sama.’

  Essas foram as palavras que ela havia usado como argumento para fazer uma reforma na construção. O palácio estava mais alto e mais brilhante do que era antes, se tornando bastante chamativo até mesmo por dentro, onde foi redecorado em todos os lugares, podendo encontrar até mesmo algumas estátuas de Ainz em certos lugares em seu interior. Ao conversar com Albedo a respeito das estátuas, ela apenas respondeu:

  ‘Um grande governante deveria ter estátuas ainda maiores do que essas para representar sua grandiosidade.’

  Ao ouvir sobre ‘estátuas maiores’, ele apenas deixou o assunto de lado antes que ela levasse o assunto mais a sério.

  Diante aquela cena de humanos coexistindo com mortos vivos, Ainz se lembrou do tempo em que ele e seus amigos de guilda passavam se divertindo enquanto jogavam. Seres de várias espécies que riam e se divertiam juntos, era como um sonho realizado.

   - Pessoal... -Ainz diz para si mesmo enquanto relembra seus dias no passado, até que algo o interrompe.

  Ele escuta batidas na porta e uma voz chama por seu nome.

   - Ainz-sama. -Demiurge diz.

   - Entre! -Ainz diz enquanto recompunha sua postura.

  Demiurge abriu as grandes portas duplas e adentrou alguns passos a sala.

   - Estamos prontos! -Ele diz a Ainz.

  Ainz acena com a cabeça e desce alguns dos degraus que ficavam à frente do trono que havia sido construído na sala.

   - Vamos. -Ele diz quando passa ao lado de Demiurge.

   - Sim, Ainz-sama. -Ele responde enquanto seguia Ainz.

  Os dois deixaram a sala e seguiram em direção a saída do palácio.

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  Milhares de pessoas estavam reunidas no centro da cidade que a pouco havia se tornado a capital real do Reino Arcano. O centro era uma área circular que era protegida por uma grade feita de metais preciosos. A multidão estava agitada para o evento que aconteceria naquele dia. Era o evento de inauguração da capital real do Reino Arcano.
  Mesmo com a empolgação das pessoas pelo evento, todos ficaram em silêncio quando Ainz apareceu no alto da escadaria. Não ficaram em silêncio por medo de Ainz os repreender, mas sim por respeito a ele, pois hoje também era o aniversário de morte de um de seus amigos mais importantes.

  Todos abaixavam suas cabeças à medida que Ainz passava por eles, até que ele finalmente alcançou o centro. Todos tinham um profundo respeito por Ainz, e não poderiam ser mais gratos de tê-lo como seu governante.

  Ainz olhou ao seu redor, humanos e undeads estavam misturados na multidão, eles não tinham mais medo uns dos outros, conseguiam conviver juntos e sem conflitos. Ele virou sua atenção para o centro cercado e começou seu discurso.

   - Victim... meu amigo... um de meus filhos. A um ano atrás nesse mesmo dia você dedicou sua vida e suas esperanças em mim. Crendo que eu conseguiria construir um futuro onde nós poderíamos viver em paz. Graças a você esse dia chegou! Se não fosse por seu sacrifício e sua confiança, talvez esse dia não teria chegado para ninguém mais. Se não fosse por minha falta de força, talvez você ainda pudesse estar aqui compartilhando conosco esse dia tão importante, por essa mesma razão, me desculpe!

  Ainz se curva enquanto pede perdão por não ter sido forte o suficiente para proteger Victim.

  A multidão o acompanha, todos se curvam em silêncio enquanto dedicam orações ao ser que eles nunca conheceram, mas que por causa dele, eles ainda podiam sorrir.

  Ainz retoma sua postura e levanta sua mão esquelético para o alto. Um forte brilho ilumina o local enquanto um objeto surge no ar acima dele. Era o item mais precioso de sua guilda, o Staff Of Ainz Ooal Gown. Ainz o segura firme enquanto ele descia lentamente no ar. Logo ele continua seu discurso.

   - É por isso que eu dedico esse monumento, símbolo absoluto do Reino Arcano a você! -Ainz diz enquanto levanta seu cajado dourado que emanava um brilho dos cristais de diferentes cores em seu topo.

  Ele bate o cajado no chão e o brilho das joias é transferido para o centro da área cercada, onde um enorme monumento feito de cristal se formava. Ele possuía 4 metros de altura, e era feito de um cristal parcialmente fosco na cor branca, que formava o símbolo da bandeira de Ainz Ooal Gown.

   - Por sua causa, os humanos aqui vivem em harmonia com os mortos-vivos, criando assim o reino que sempre almejei! Por esse motivo... -As palavras de Ainz vacilam por um momento. - ...aonde quer que esteja, desejo que descanse em paz, e mais uma vez, obrigado por tudo!

  A multidão se levanta logo em seguida, todos estavam profundamente admirados pelo monumento que Ainz havia feito no centro da capital real.

  Após alguns segundos em seus pensamentos, Ainz levanta sua voz para anunciar o que todos estavam esperando.

   - Agora, no dia de hoje, eu declaro que essa cidade é oficialmente a capital real do Reino Arcano de Ainz Ooal Gown!

  Gritos e aplausos ecoaram por toda a capital, e a felicidade tomou conta da multidão. Seus corações pulavam de alegria com a inauguração da capital real enquanto gritavam o nome de Ainz.

   - Vamos fazer deste dia, o marco inicial para escrever o nome do Reino Arcano na história deste mundo! -Os olhos de Ainz ardem como bolas de fogo vermelhas enquanto ele escuta o clamor do povo que o adorava.


  Esse é o início da história de um dos maiores reinos conhecidos nesse mundo. O denominado Reino Arcano, que era governado pelo ser, cujo poder podia ser comparado ao de um Deus, um undead da classe overlord chamado Ainz Ooal Gown!


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