Definitivamente um encontro escrita por llucida


Capítulo 1
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Gente, Emi nem tem o nome aqui na lista do Nyah,como pode?
Para os amantes do casal, não me deixem sozinha nessa



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Emi estava coberta de poeira. Mal conseguira tossir quando seu peito foi inundado mais uma vez pela onda de poeira do último estrondo. Então ela se sentou. A polícia poderia lidar com aquilo agora.

"Esse é o quê, o quarto ataque em um ano?" Ela perguntou ao lado de Aizawa ainda recuperando a respiração

"Quinto", ele respondeu com um estalo na língua.

Emi franziu o cenho.

"Você experimentou chamar um monge, um padre ou um guru pra 1-A?" Ela indagou e por um segundo pode jurar que quase viu os lábios dele se contorcerem.

"Acredite, penso nisso todos os dias".

"Deveria investir seriamente nisso. Cinco vezes é um bom número" ela sacudiu os braços tentando se livrar da camada de poeira que a cobria deixando-a cinzenta.

Deveria ter se lembrado da fama da 1-UA quando propôs o treinamento em conjunto. Aquelas crianças eram um imã de problemas. Felizmente os vilões foram rapidamente contidos, eram apenas bandidos comuns como os que pegava no seu turno, "Onde está a Eri-chan?".

"Mirio a levou em segurança", ele respondeu. "Graças a você".

Emi havia sido brilhante ao livrar Eri de dois sequestrados, por suas suspeitas, a criança albina era o alvo dos bandidos, não as turmas de primeiroanistas como queriam fazer parecer.

"Olha como você fica bonito sendo 'todo pai de família', poderia me chamar pra sair pra agradecer".

"Tudo bem".

"Ai, Eraserhead, uma vez não ia matar", dizia distraída quando parou "O quê?"

"Você ouviu perfeitamente".

Emi corou violentamente e Aizawa desviou o olhar. Algo naquilo havia soado estranho.

Eles só iria pagar um almoço de agradecimento, certo?

Aquela ideia foi respondida com um sim pela mente dos dois e Emi bateu na própria bochecha, chamando seu bom senso e se arrastou sobre os próprios pés, sondando-o com olhos curiosos.

"Você teve uma concussão" ela se aproximou, levando a mão em sua testa " Quantos dedos têm aqui? Qual é o meu nome?"

"Joke, eu estou bem" ele retirou a mão dela de seu rosto. Aquela proximidade era... Desconcertante.

"Eraser, você não pode apenas chamar uma garota para sair e depois afastá-la, não é educado", ela fez um muxoxo.

Ele abriu a boca em protesto, mas a primeira palavra falhou, e ele engoliu em seco antes de continuar, "Eu não te chamei para sair".

"Não se faça de difícil!", ela se levantou "Esperei por isso por anos, não estrague. Quero flores, bombons e um balão amarelo", ela listou " e não esqueça de um cartão no fim da noite"

"Noite? Estamos falando de almoçar".

"Não estrague as coisas, Aizawa. Quero meu encontro perfeito em agradecimento" Ela virou as costas, "Te vejo mais tarde".

Antes que ele pudesse formular qualquer resposta, ela já partia em direção a polícia para relatar o caso.

.......

O coração de Emi não pode evitar o retumbar.

Aizawa não possuía flores, um cartão, nem estava elegantemente vestido. Aquele não era um encontro, afinal. Ele só havia aceitado pagar uma comida para ela em agradecimento.  O sensei da turma 1-A era capaz de dar um braço e uma perna por cada uma daquelas crianças, claro que não queria ficar em débito com ela. Entretanto, apesar de ele não estar, assim como ela, vestido como se estivesse em um encontro real, a visão não poderia ser melhor: Ele estava de cabelo preso. Aquele despreocupado coque que prendia algumas de suas mechas estava lá. Ela se sentiu flutuando.

"Oh, dessa eu tenho que me recuperar" ela se sentou em frente a ele na mesa do restaurante chinês que haviam combinado de se encontrar, "como consegue sair assim sem ser seguido por todo o público feminino- e masculino?"

Shouta ignorou o comentário, "Está atrasada".

  "Tava com medo de eu não vir? Não se preocupe jamais perderia a noite em que começa o nosso romance", ela sorriu abertamente.

Como ela conseguia falar essas coisas com tanta naturalidade? Shouta desviou o olhar envergonhado.

"Achei que sua agência a havia chamado".

"Sim, eles me chamaram. Querem estar à frente das investigações".

"Malditos".

"Não fale assim", Emi censurou. Ela sabia que o herói apagador queria que sua agência tivesse conseguido o caso, "Você está pessoalmente envolvido, um olhar de fora seria de maior ajuda".

"Pessoalmente?" Ele se inclinou com um vinco entre a testa.

"Não disfarce. Você adora aquela garota", ela colocou os cotovelos na mesa encarando-o, "Foi você que fez aquele penteado adorável, não?", seus lábios contorceram-se zombeteiros.

Ele se retesou, "Alguém tinha que fazer".

"Aí está, não há mais limites entre o profissional e pessoal. Eu particularmente acho formidável," ela riu.

"Isso não tem graça. Eu sou um profissional". Sim, ele era e particularmente queria arruinar qualquer um que estivesse querendo pôr as mãos em Eri.

"Eu sei, e o manterei informado sobre o andamento das investigações. Afinal, o pai tem o direito de saber quem está querendo chegar perto de sua preciosa criança não?"

"Emi," ele contestava quando uma sonora gargalhada saiu da boca dela.

"Primeiro nome? Estamos avançando muito rápido não?"

"Eu desisto", ele murmurou e acenou para o garçom. Quando o funcionário do restaurante se aproximou ele entregou o cardápio, indicando o que desejava. Emi fez o mesmo.

"Como ela está?" Ela perguntou após um curto período de silêncio.

"Assustada, devo tentar inclusive chegar mais cedo hoje" ele olhou o relógio.

"Como um pai responsável" ela mal pode conter o comentário, "Sabe Aizawa, eu sempre pude vê-lo ativamente nesse papel, mas há alguns anos atrás qualquer um achava que era uma de minhas piadas", ela riu com gosto.

"Está enganada", ele a ignorou em tom frio.

"Por que estaria?"

"Só há uma ou duas coisas com as coisas com as quais sei lidar na vida – meu trabalho e talvez com gatos, família e esses devaneios não se incluem no catálogo".

"Pode ser, mas você está se saindo muito bem até agora com o bônus".

"Porque é um trabalho", ele permaneceu inflexível.

A boca de Emi se abriu quase que em choque.

"Um trabalho, a Eri-chan é um trabalho?" Uma nuvem de irritação que Shouta raramente via partir dela logo se fez presente no ar, podendo ser quase tangível.

"Naturalmente."

 "Quer dizer que assim que essa menina consegui controlar os poderes você vai abandoná-la?"

A pergunta o pegou de surpresa, aqueles termos eram no mínimo cruéis.

"Está se enganando, Eraser, isso é feio", Joke respondeu no lugar dele.

Ele suspirou, desejando partir pra ofensiva, "E você?"

"O que tem eu?" Ela se fez de desentendida.

 "Porque não tem sua própria família?"

Foi a vez de Emi parecer sem resposta. Aquilo particularmente o intrigava. Joke não era como ele, cheio de limites para interações pessoais. Ela era agradável e estava sempre cercada de pessoas. Já vira mais de uma vez homens a chamarem para sair, muitos realmente apaixonados ou encantados por seu humor e personalidade radiante.  Ela sempre os rejeitava.

"Pode não parecer", ela começou com um olhar debochado, " mas também levo muito a sério minha carreira, apenas ainda não veio o momento".

Ele podia aceitar aquela resposta. Não tinha nenhuma queixa para fazer de Emi como profissional, a vira se dedicar a carreira tanto quanto ele. A piadista parecia entender o grande peso que heróis profissionais carregavam quando se tratava de proteger as pessoas próximas a si dos riscos inerentes a carreira.

"Creio que não terá problemas quando decidir," ele falou forjando displicência.

"Faz com que eu pareça uma Casanova", ela riu exageradamente. "Eu sei que sou linda, e muitos caras caem por meus cabelos turquesa, mas tenho altos padrões, Shouta", ela destacou o primeiro nome "e no momento ele envolve um pai solteiro de duas crianças mais um agregado demasiadamente protetor de sua adorável turma de primeiroanistas." Pondo nessas palavras, ela notou ficava difícil pra qualquer homem competir com Aizawa.

O homem desviou o olhar, só então observando que a comida já havia sido servida "seu prato vai esfriar".

Ela assentiu.

O jantar se seguiu através de breves silêncios constantemente interrompidos por troca de experiências sobre os últimos trabalhos realizados por eles. Havia um certo tom nostálgico no modo que falavam sobre os tempos em que pegavam mais trabalhos profissionais, mas os dois concordavam que ser professores os atarefara mais que qualquer outro serviço que tenham prestado na vida.

Quando eles se levantaram, Emi sugeriu que caminhasse no sentido da praça uma vez que havia visto uma maçã do amor para Eri. Apesar de inicialmente discordar obre a ideia da garota comer doces àquela hora, ele se viu sendo convencido por Emi e seu ponto sobre açúcar liberar dopamina, e que devia tornar aquele dia mais agradável.

 Ao chegar a porta de Emi ela parou, subindo um degrau do portão para ficar mais perto de seu nível.

"Obrigado por essa noite, Shouta", ela falou, comendo a maça que compra pra si mesma "Eu sei que não foi um encontro de verdade, mas quero te dar algo em troca" ela se inclinou em sua direção, lançando os braços em volta de seu pescoço.

Ela iria beijá-lo.

Havia tempo para fazer com que ela declinasse.

Ele mesmo poderia perfeitamente afastá-la, mas os lábios aveludados foram estavam indo vagarosamente em sua direção, e ele não podia ver muito além deles, até senti-los contra os seus.

O beijo foi suave e muito rápido. Um estalar de segundos foi o quanto durou. Ela o encarou com cautela, captando uma expressão vulnerável no rosto impassível masculino.

"Muito pra um primeiro encontro?", ela zombou.

"Isso não foi um encontro", ele corrigiu incisivo.

Ela levantou o nariz com um sorriso que não alcançava seus olhos, "Você está em negação".

 Emi deu então um passo em direção ao portão, libertando-o daquela proximidade perigosa.

"Mas não se preocupe, exagerei um pouco hoje. Não voltará a acontecer", ela captou o constrangimento do colega de profissão. "A não ser que me chame pra outro encontro".

"Não foi um encontro".

"É, eu sei", ela deu de ombros já entrando no portão.

Aizawa foi até ela.

"Se esse não foi um encontro como pode acontecer outro, está se contradizendo", ele ficou de frente para ela.

Ela deu de ombros confusa.

"Não sei, Eraser, estou concordando com você."

"Você me beijou", ele acusou, como se fosse resposta.

"Se eu beijo é um encontro pra você?" Ela se inclinou provocativamente para ele.

Foi a vez dele captar os lábios dela. Dessa vez foi respondido com empolgação suficiente para que a maçã açucarada que Emi comia caísse no chão.

Não era para ser assim, aquilo não era um encontro. Só havia duas coisas que achava que podia lidar em sua vida, uma mulher não era uma dessas coisas. Mas infelizmente para ele, as situações com Emi costumavam tomar vida própria, como suas piadas. Antes que pudesse notar, ele já estava impregnado pela heroína profissional, o calor de seu envolvendo-o, o cheiro impregnado na própria pele. Joke rompeu o beijo após furtivas carícias no cabelo escuro.

"Então isso é um encontro".

Por deus, aquilo era um encontro, Aizawa tremeu sob a própria respiração, e como se não restasse mais nenhuma dignidade para si aquela noite, se viu admitindo "É um encontro".

"Perfeito" Emi pulou com palminha animadas, "Agora por mais que eu fantasie sobre você me atando em suas faixas para performances sexuais e tudo, acho adequado que volte para UA, e leve a maçã para a Eri-chan" ela falou traçando a mão em sua gola.

Se ela tivesse dito que fazia parte da liga dos vilões o herói apagador certamente não a olharia com o alarde que a olhou naquele momento.

"Oh, estou exagerando" ela se afastou, fechando o portão, "Até porque antes disso eu quero que coloque um anel aqui", ela indicou o anelar esquerdo "para formarmos uma família feliz e cheia de risos", ela lhe ofereceu uma piscadela.

Aizawa deu de ombros. Onde ele estava indo parar?


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Notas finais do capítulo

Se curtiram apareçam, é muito chato shippar sozinha hausha



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