Rebel Mermaid escrita por nekokill3r


Capítulo 18
O desespero da rebelde dos pulsos amarrados




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Uma certa tristeza me atinge ao acordar e não sentí-lo ao meu lado, mas me alegro ao perceber que o cheiro de seu cabelo ficou pregado no travesseiro —– o mesmo que coloco no rosto sorrindo, ainda não acreditando em tudo o que havia acontecido no dia anterior. De todas as manhãs da minha vida, essa é a primeira que realmente acordo de bom humor.

 Fico a tarde toda pensando em tudo, porém, a felicidade dura pouco. Perto de anoitecer Prim entra no meu quarto e sei que Ethan deve ter dito algo ou viram o meu surto pelas câmeras, porque ela volta com as amarras. Dessa vez as colocam nas minhas mãos, ela tenta não apertar tanto por saber que meus pulsos ainda doem, e preciso sorrir para que Prim não se sinta culpada por estar fazendo aquilo. Ela me ajuda a tomar banho, a tomar os remédios que me esqueci mais cedo, depois se desculpa e vai embora. E eu fico lá na cama, imóvel, sabendo que por mais que eu tente tirar aquelas coisas não irão sair.

Às 19:00, recebo a visita de Ethan. Ele vem com duas bandejas igual a noite anterior e não consegue deixar de me olhar triste, o que faz com que eu pense que está começando a sentir pena de mim. Agora que não estou mais usando a peruca azul, parece que minha aparência fica mais decadente, como se as feridas sentimentais afetassem mais meu corpo do que meu cérebro. Ele me dá comida na boca, sorri quando não consigo comer direito, fala sobre o meu aparelho para o ouvido estar quase pronto e ficamos relembrando de várias coisas boas do nosso distrito. A pulseira dele apita e Ethan promete voltar mais tarde, para me ajudar a conseguir dormir, e eu apenas confirmo com a cabeça por não confiar na voz.

É impossível não me sentir culpada. Venho fazendo de tudo para que as coisas dêem certo e eu possa melhorar, mas então, em uma única noite, surto completamente e já estou tentando me matar mais uma vez. Também me sinto envergonhada de olhar para as pessoas quando isso acontece, porque sei que o ápice de um ser humano é a vontade de morrer. Ansiedade, depressão, traumas... Tudo isso tem me afetado como nunca antes, sendo que nunca havia passado por tantas coisas. Me recordo de como eu era há uns dois anos atrás, antes de ser sorteada; apesar da situação precária do meu avô e da minha casa, eu costumava sorrir muito, ser mais esperançosa sobre as coisas, ter a certeza de que a situação melhoraria não importasse o quão difícil parecesse. E hoje em dia, sou um resultado do que fizeram comigo, assustada até com a minha sombra, desconfiada com todos, praticamente massacrada pelos danos sentimentais. Mal percebo e já estou chorando, por perceber que dessa forma eles nunca vão me enviar para um quarto normal e vou passar o resto da vida dentro desse hospital.

Lembro que não li um motivo para viver ontem, algo que se eu tivesse feito talvez poderia ter me ajudado, e com uma certa dificuldade escolho um papel. O sorteado é Finnick.

Porque você é nossa sereia mais linda

Eu sorrio, apesar de as lágrimas ainda estarem escorrendo pelo meu rosto. Imagino que algumas pessoas morreriam para ouvir algo assim dele, mas eu, logo eu, tenho esse privilégio. Minha primeira impressão de Finnick foi que ele adorava a vida de vitorioso, com seu dinheiro e sua beleza eterna, só que depois que ganhei pela primeira vez os Jogos foi que entendi que tudo não passa de uma grande farsa. Sequer sou capaz de pensar que alguém consegue dormir bem —– ou ao menos dormir —– quando sai de uma arena, depois de ter visto pessoas inocentes morrendo de forma tão cruel e saber que, de 24, o único com sorte e vida foi você. Não era assim tão assustador, tudo bem que assistir aquilo me fazia ter enjôos, porém eu não poderia pensar que o impacto era muito maior do que isso.

Para recompensar por ter me esquecido, leio mais um motivo para viver. Agora faltam poucos e me corta o coração, mas escolho um e vejo que a sorteada é Johanna. Fico um pouco receosa pela incerteza do que ela deve ter escrito, afinal ainda desconfio que ela me odeie mesmo depois do tempo que acabamos nos tornando "amigas".

Porque você é uma chata insuportável de ficar sem

Começo a rir fraco, pois é certamente algo que ela me diria. Johanna, sendo péssima em demonstrar sentimentos e parecer que não ter nenhum, é uma pessoa melhor do que eu poderia imaginar. No começo achei que ela seria a primeira pessoa a me matar na arena, lembro que eu morria de medo de ficar perto dela no Centro de Treinamento, mas só depois de alguns dias convivendo juntas é que fomos conseguindo suportar a companhia uma da outra. E foi no dia dos Gaios Tagarelas que descobri algo que nos tornava iguais: não tínhamos mais ninguém que amávamos que estivesse vivo. Gosto dela de verdade e morro de pena por vê-la tão mal, e espero que com o tempo ela possa melhorar tanto quanto eu estou tentando.

Tudo o que me resta fazer é esperar. Que as horas passem rápido. Que Ethan volte. Que ninguém venha me visitar. Que o pesadelo acabe logo. Que eu consiga dormir. Que eu não me descontrole de novo. Mas, principalmente, queria saber que posso voltar no tempo, que posso morrer na primeira arena e meu corpo seja levado de volta dentro de um caixão.

(...)

Como eu havia previsto, Ethan não vem. Tento entender que ele já havia perdido um dia de trabalho e não podia ficar se ausentando só para me fazer companhia, mas me sinto meio triste mesmo assim. Não quero nem começar a pensar nos dois beijos que demos ontem, sei que o primeiro foi ideia minha e o segundo foi por ele não saber como me acalmar, só que não dá para ficarmos trocando carícias dessa forma e depois um ficar longe do outro, sem certeza nenhuma dos motivos que nos levam a essas atitudes. As provas de que ele gosta de mim são visíveis e eu seria uma idiota se não notasse, porém não sei se quero me envolver dessa forma, uma vez que penso na minha saúde mental primeiro antes de ter esse tipo de afeto.

Agora sou somente eu e a minha cabeça fraca, esperando que o sono venha até mim enquanto a madrugada passa. Quero poder me levantar, dar voltas pelo quarto, talvez até fazer algo no meu cabelo que me acalme de pensar, mas não posso por conta das minhas mãos amarradas. Me irrita o fato de estar desse jeito como um animal selvagem, assim como na sela da Capital, porém preciso entender que isso é para o meu próprio bem. Pelo menos me livrei do treino com armas, ainda que Boggs esteja mais amigável comigo.

O aperto no peito é mais rápido do que o ponteiro marcando duas da madrugada. Ethan está longe de mim, Snow pode estar por perto; deve ter visto que me envolvi com ele e agora vai querer matá-lo para me punir. Minha respiração fica ofegante, com dificuldade consigo descer da cama. Com a porta aberta aproveito que não há ninguém por perto e saio correndo, sem saber ao certo para onde devo ir. Não faço ideia do lugar que Beetee trabalha, mas sei que não é algo da minha conta.

Avisto Haymitch parado na parede de braços cruzados, com sua touca preta e a mesma expressão perdida de sempre. Vou até lá apressada, tentando não tropeçar por estar descalça e minhas mãos não ajudam a me equilibrar.

—– Haymitch, onde está o Ethan? —– pergunto apressada e ele se assusta por não ter me visto chegar. —– Haymitch, onde o Beetee trabalha? Me leve até lá, por favor! Eu preciso ver o Ethan! Haymitch, por favor!

—– Krystal, você não deveria estar aqui! —– exclama ele e percebo que não fica surpreso pelas amarras, confirmando que a notícia da minha situação já havia se espalhado. —– Vou te levar de volta ao seu quarto, venha.

—– Não, Haymitch, você não entendeu! —– aumento o tom de voz soltando as mãos dele dos meus braços. —– Eu preciso ver o Ethan, por favor, me leve até ele!

—– Ele está trabalhando agora, não podemos ir até lá —– diz ele e sinto as lágrimas começando a escorrer. —– Mas por que quer tanto vê-lo?

—– Eu senti... Snow, ele... ele sabe que me envolvi com Ethan... ele sabe que Ethan veio para cá por minha causa... ele vai matar o Ethan por causa disso... —– respondo entre soluços, vendo um Haymitch preocupado de sobrancelhas juntas tentando me entender. —– Haymitch, eu... eu preciso ver ele... se Snow for capaz de machucar ele, por minha causa...

Ele me segura pelos ombros, sinto o seu hálito de álcool vindo em meu rosto, mas não me importo no momento porque estou chorando tanto que sequer consigo pensar nisso.

—– Krystal, me escute: Snow não está aqui, ele não vai fazer mal algum contra você ou Ethan, me entendeu? —– Eu afirmo com a cabeça, ainda que continue não acreditando. —– Não tenho permissão para levar você até onde ele está, mas sei que Ethan está bem e salvo.

—– Me leve lá, Haymitch, por favor... —– peço novamente, a voz embargada junto com a visão embaçada de lágrimas. —– Eu não vou voltar pro meu quarto... não vou conseguir dormir... por favor, Haymitch...

Vejo a expressão no rosto dele que claramente dizia "garota, eu vou me ferrar se eu fizer isso", mas ele suspira e me puxa pelo braço caminhando junto comigo. Conforme andamos sinto algo atrás de nós, me viro para ver a Avox ruiva me encarando do chão e o sangue do outro Avox pinga sobre ela. Embora suas vozes jamais saiam, consigo ver suas bocas dizendo que a culpa foi minha. Haymitch percebe a diferença em mim e me vira, incapacitando que eu olhe por cima do meu ombro de novo e tento não surtar.

Quando chegamos na sala eu quase abro a porta com o pé, avistando Ethan de longe; apoiado com uma mão na mesa e outra na cintura, o corpo curvado um pouco para frente, os olhos concentrados no papel, conversando distraído com Beetee. Ao me ver ele ergue as sobrancelhas surpreso e confuso por eu estar fora da cama a essa hora, numa certa situação lamentável. Antes que Haymitch possa explicar a minha presença inesperada, eu corro em sua direção e o impacto do abraço desesperado faz ele dar alguns passos para trás.

—– Você está bem, você está bem... —– repito enquanto sinto suas mãos passando em meu cabelo tentando me acalmar.

—– O que você faz aqui? O que aconteceu? —– pergunta ele me afastando um pouco, percebo em seus olhos apreensivos. —– Eu estou bem, mas e você? Pensei que já estivesse dormindo...

—– Eu não pude dormir... eu achei que iriam te machucar... por minha causa... —– respondo aos poucos ainda soluçando, a mão agarrada ao seu uniforme. —– Eu achei que Snow te machucaria... te levaria de mim...

—– Eu estou bem, Krystal —– repete ele passando as mãos em meu rosto. —– Nada aconteceu, nada vai acontecer. Você tem que voltar para o seu quarto.

—– Não, eu não quero ir sem você... —– admito não me importando mais com Haymitch e Beetee nos observando. —– Eu não vou conseguir dormir sem você...

Ele me olha mais apreensivo ainda, imagino como deve estar sendo agoniante decidir entre ficar no trabalho e ficar comigo. Sei que estou incomodando por estar aqui, devia ter só aguentado como costumava fazer antes, mas não quero perdê-lo de vista mais como aconteceu duas vezes. Não acho que vou conseguir viver comigo mesma se deixar que isso aconteça.

—– Beetee, posso levá-la no quarto? —– pergunta Ethan e olho para Beetee, meus olhos transbordando lágrimas. —– Prometo que volto assim que ela dormir.

—– É claro que sim, não estamos fazendo nada realmente importante —– responde ele sorrindo de lado para mim, e suspiro aliviada. —– Fique à vontade para acompanhá-la e se certificar que ela vai ficar bem.

Agradeço silenciosamente a ele enquanto Ethan me pega no colo quase como um bebê, como se eu fosse muito frágil, me levando devagar de volta ao quarto. No caminho fico observando seu rosto, o jeito que ele olha para frente e não consegue disfarçar a preocupação. Acabo sorrindo por poder estar tão perto dele, sentindo seu coração batendo, a respiração dele em meu rosto.

Ao me colocar na cama, nos deixa no escuro fazendo somente a luz do corredor iluminar nossos rostos. Ele enxuga minhas lágrimas que ainda insistem em cair, segura na minha mão e me lança um sorriso tímido. Não consigo retribuir, mas continuo me sentindo aliviada por ele estar ali.

—– Você se lembra de quando ficava comigo, depois da escola? —– começa ele com um sorriso triste, dessa vez olhando para o colchão. —– Eu me recordo que você usava uma calça grande pro seu tamanho e o cabelo sempre preso, por isso brincavam dizendo que parecia um menino. Você costumava sempre comer mais na hora do lanche, não sei o por quê. Lembro de quando brincávamos na praia, correndo e caindo na areia. De quando colocaram você para fazer dupla comigo, porque ninguém parecia nem notar minha presença, e de como tinha paciência por eu nunca conseguir conversar direito. —– Ele ri como se estivesse lá, e eu o olho triste. —– Teve uma vez em que eu caí no recreio e acabei ralando o joelho, você se recorda disso? Eu comecei a chorar, mas você me ajudou a voltar pra sala, passou água no machucado e ficou soprando depois, me dizendo que iria passar logo. E você ficou comigo até a minha mãe chegar. Ela tinha uma mania de dizer que iríamos nos casar, lembra? Eu morria de vergonha, brigava com ela no caminho para parar de fazer isso, mas ela ria e dizia que só estava falando a verdade. —– Ele ri mais uma vez, e percebo o quanto soa torturante de ouvir. —– Não me lembro direito do seu avô, só sei que zombavam dizendo que ele era um Avox. Eu não acreditava naquilo, achava que não iria gostar se fizessem o mesmo, então nunca entrei na brincadeira. Vi ele uma vez, quando foi te buscar na escola...

—– Você viu ele? —– o interrompo com a voz embargada. —– O meu avô... antes de morrer, você viu ele?

A expressão dele muda como se estivesse com medo ou receoso de responder, o que me faz ficar em dúvida.

—– Tem algumas coisas que eu ainda não te contei, Krystal... —– Ethan segura minha mão mais forte. —– Eu não quero que piore, então só vou dizer se você me prometer que não vai ficar mais mal.

—– Se te mostraram o meu filme e te disseram tudo o que me ocorreu nos últimos tempos —– digo sorrindo de lado. —–, você deveria saber que nada é capaz de me destruir mais do que a forma que já me encontro.

Confirmando com a cabeça, chega a cadeira para mais perto de mim. Quase sinto sua respiração no meu rosto novamente, enquanto ele olha nos meus olhos criando coragem.

—– Sim, eu vi o seu avô antes de ele morrer... —– diz ele e o ouço com atenção. —– Ele costumava dar umas voltas, ia até o mar e depois voltava para casa. Eu o observava apenas de longe, tentando ver se estava tudo bem na medida do possível. Apesar de algumas senhoras irem até lá e o fazer visitas, ele não parecia que estava comendo muito. —– Ele começa a acariciar minha mão com o dedão. —– Na noite das entrevistas nos primeiros Jogos que participou, ficamos todos assistindo no centro do distrito, depois fomos mandados para casa. Mas, lá pelas dez da noite, ouvimos o barulho de um carro e eles foram em direção a sua casa... Fiquei observando pela janela os Pacificadores descendo, eles não pareciam ser do nosso distrito e, bem... invadiram o lugar e tudo o que ouvi foi um barulho de tiro, mas não tiraram o corpo de lá. —– Respiro rápido, a boca entre aberta e os olhos cheios de lágrimas. —– Depois que a arena foi destruída no Massacre Quaternário, aconteceu a mesma coisa, a única diferença foi que demoliram a casa por completo. Deixaram o estrago lá mesmo, sequer tiveram a preocupação em limpar nada. Eu costumava passar em frente a sua casa para depois ir pra praia com meu pai, e enquanto observava os destroços, pude perceber que a perna do seu avô estava naquele meio... —– Abro a boca surpresa e espantada, e Ethan aperta minha mão com mais força. —– Eles demoliram a casa com ele lá dentro, por isso não retiraram o corpo. Fizeram tal coisa porque sabiam que você iria querer voltar naquele lugar, justamente para você encontrar tudo destruído daquela forma. Alguns homens mais corajosos conseguiram resgatar vários, bem... pedaços do corpo dele... e o enterraram... sei que é algo que não se deve cobrar, porém imagino que essas pessoas esperam algo em troca quando você decidir voltar para o 4... —– Abaixo a cabeça tentando digerir tudo o que disse, que foram como facas para mim. —– Esse foi um dos motivos para que eu decidisse vir para cá, porque sabia que estava sozinha... não faço ideia de como, mas sempre acabei tendo facilidade em mexer em computadores. Muitas pessoas falam que nasci no distrito errado. Ao chegar aqui e contar essas coisas para a presidente Coin e os de mais, me disseram que era melhor que eu escondesse de você pois poderia passar mal, só que... eu não quero mentir para você...

Afirmo com a cabeça, percebendo que eu estava errada ao pensar que nada poderia me machucar mais. Tenho uma visão da minha antiga casa de apenas três cômodos, mas que me fazia incrivelmente mais feliz do que a mansão que nem tive muita oportunidade de aproveitar. Todas as minhas melhores lembranças, os dias ensolarados brincando no quintal com meu avô me observando, as noites chuvosas em que era difícil não pensar para onde foram meus pais. Todos os momentos bons da minha vida agora não passam de pedaços destruídos no chão, assim como o corpo do meu avô dentro de um caixão.

Tento não chorar para ele não se sentir tão culpado, mas é inevitável. Ethan se senta na cama e coloca minha cabeça em seu peito e acabo molhando o uniforme, repetindo que já não suporto mais, que já não quero mais suportar. Ele tenta me acalmar me apertando mais contra o corpo e mesmo sem dizer palavras de consolo, é capaz de fazer meu coração ir desacelerando.

Como eu havia tomado o remédio na hora certa, a sonolência estava começando a me dominar. E seu cheiro também ajudava mais para que isso acontecesse.

—– Sobre minha mãe dizer que ainda iríamos nos casar... —– diz ele bem baixinho, quase sussurrando. —– Eu queria que um dia isso fosse se tornar verdade...

Eu também, respondo apenas mentalmente adormecendo em seus braços mais uma vez, eu também queria...


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