Delirium escrita por Karina A de Souza


Capítulo 22
Adeus, Pequeno Gilbert


Notas iniciais do capítulo

Olá, fantasmas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767601/chapter/22

—Estão todos alertas. -Matt disse. -Não sabemos o que você e Klaus querem. -Assenti.

—Tem algum plano contra nós?

—Por enquanto não. Mas Damon disse que se você atacar, te prenderão na tumba junto com Klaus.

—Okay. Isso foi bem construtivo.

—O que você quer aqui? Não ia embora para longe?

—Eu ia. Mas o “team Delena” mexeu com quem não devia. E agora, medidas drásticas serão tomadas.

—Que tipo de medidas?-Toquei o rosto dele.

—O tipo de medida em que alguém sempre acaba ferido.

Avancei, cravando as presas no pescoço dele. Matt tentou recuar, mas o agarrei com força. Minhas vítimas nunca escapavam.

Deixei o garoto cair, inconsciente no chão e agarrei uma flecha que ia me atingir no peito.

—Pequeno Gilbert, que surpresa. -Me movi para o lado dele, enfiando a flecha em sua perna. -Você tem um anel que te trás de volta à vida, não é? Vai precisar dele. -Quebrei seu pescoço. -Boa noite, Jeremy.

***

—Onde ele está?-Elena exigiu, se apoiando no balcão do bar. O Grill estava vazio, tirando nós duas e Damon, atrás da garota.

—Quem?

—Matt. Você o pegou, onde ele está?

—Ah. Certo. -Terminei minha bebida num gole e deixei o copo no balcão. -Quanto tempo leva para um humano sangrar até a morte? Suponhamos que ele tenha um corte profundo no pescoço e está num lugar isolado... Quanto tempo ele teria? Eu realmente gostaria de saber. Acho melhor ir pegar meu vestido preto para o velório. -Olhei para Elena, que parecia horrorizada. -Tic tac, garota Gilbert, o tempo está correndo. -Ela se foi, como um raio. Encarei Damon. -Não vai ajudar a achar Matt?

—Eu não me importo com o quarterback. -Retrucou. -E pelo jeito, você também não.

—Não parece surpreso.

—Não estou. Sabe com o que eu me importo?

—Com Elena Gilbert? Se não se apressarem, ela vai em mais um enterro. Que deprimente. As pessoas próximas à ela sempre morrem. Acha que é uma maldição. -Agarrou meu braço.

—Definitivamente gosto mais de você antes.

—Sério? Prefiro eu agora. Estou ótima assim. Viva, pela primeira vez.

—Semanas atrás estava implorando para que eu parasse você caso se tornasse um monstro.

—Agora decidiu cumprir promessas?-O empurrei, fazendo-o ficar na minha frente e ser atingido por uma flecha que Alaric disparou. -De repente todo mundo se tornou o Gavião Arqueiro? Isso está ficando cansativo. -Joguei Damon para o lado. -Tem um anel mágico também, Ric?-Ergueu a mão, mostrando-o. -Ótimo. Vai precisar dele...

***

—E então?-Klaus perguntou. Troquei o celular de lado e me joguei no sofá.

—Já acharam Matt. Jeremy e Alaric ainda não acordaram... E todo mundo está com raiva de mim. E já que falei sobre o pequeno Gilbert... Ele está aqui.

—O que está armando agora?

—Eu conto os detalhes depois, minha convidada chegou. -Desliguei o celular. -Olá, Elena. -Tentou passar pela porta, mas foi barrada. -Você precisa de um convite, mas a dona da casa está indisponível no momento.

—Devolva Jeremy. -Mandou, olhando para o irmão, então para mim.

—Eu não posso. Preciso dele pra algo.

—O que?-Sorri.

—Você já vai ver. Bem vindo de volta, pequeno Gilbert. -Jeremy se sentou, respirando fundo, me abaixei ao lado dele. -Tenho uma curiosidade: com o anel, morrer dói, ou você não sente nada?-Franziu a testa.

—Ludmille, por favor, deixe-o ir. -Encarei Elena.

—Você quer seu irmão de volta?

—Sim. Por favor... -Quebrei o pescoço de Jeremy. -Não!

—É melhor se sentar. Graças a esse anelzinho interesse, nós estamos apenas começando.

Não lembro quantas vezes quebrei o pescoço de Jeremy depois disso. Elena continuou na porta. Ela não aguentava mais assistir a morte do irmão, mas se recusava a deixá-lo sozinho comigo.

Quando amanheceu, Damon chegou, catou Elena do chão (onde ela estava ajoelhada, chorando), e a deixou de pé.

—Vá com Stefan. -Mandou.

—Não. Jeremy...

—Vá. -Olhou para o garoto e se foi. -Agora é entre nós. O que acha que está fazendo?

—Estou matando Jeremy Gilbert, repetidas vezes, na frente da irmã dele.

—Agora acabou. Entregue o garoto.

—E acabar com a minha diversão? Nunca. Chame Elena de volta, logo Jeremy deve acordar de novo... -Bonnie apareceu ao lado de Damon, e de repente minha cabeça estava sendo atacada por facas invisíveis. A dor não me deixava pensar, e impediu que eu percebesse Alaric se esgueirando por trás de mim, com uma seringa cheia de verbena líquida...

***

Não me surpreendi ao acordar no porão dos Salvatore, acorrentada. Damon apareceu apenas para dizer que tinham me injetado muita verbena, e tirado muito sangue meu, então eu não representava perigo.

Ele também disse que se não conseguisse me fazer ter sentimentos bons, sentimentos ruins teriam que servir.

No dia seguinte, o rosto de Elena apareceu entre as grades da porta, e ela entrou.

—Quer saber como o dia está lá fora?-Perguntou, se abaixando na minha frente, mas fora do meu alcance.

—Não. -Engoli seco, estava morrendo de sede. -Sabe o que eu quero, Elena? Sair daqui e acabar com todos vocês. Vou deixá-la por último pra assistir enquanto mato Jeremy pela última e fatal vez; para ver Caroline e Bonnie queimarem; Matt com a garganta cortada; Stefan levando uma estacada no peito; Alaric com o pescoço quebrado; e Damon, enquanto arranco o coração dele. -Ficou de pé, os olhos brilhando pelas lágrimas.

—Você não vai fazer nada disso.

—Quer apostar?-Saiu apressadamente. -Eu vou sair daqui, Elena. E não vai demorar nada.

Minhas visitas pararam, mas os carcereiros mudaram. Ninguém se atrevia a entrar depois do leve terror psicológico que fiz com Elena.

—Ludmille, olhe o que eu tenho aqui. -Damon disse, passando pela porta. Tinha uma taça em mãos, com sangue. A colocou no chão, na minha frente. Tentei alcançá-la, mas as correntes nos meus braços não me deixavam. -Aposto que está com sede.

—E eu que não vai me dar essa taça.

—Isso está te deixando irritada? Com raiva? Desesperada?-Me encostei na parede. -Okay, não funcionou. -Pegou a taça e a virou, derrubando o sangue no chão. -Tenha um bom dia.

***

—Matt. -Chamei, ao vê-lo espiar pelas grades da porta. -Matt, o que está acontecendo? Por que estou aqui?

—Ludmille?-Empurrou a porta e entrou, hesitante. -Você...

—Por que estou presa aqui? O que houve?

—Graças a Deus. Você voltou. -Se aproximou, tirando uma chave do bolso. -Você desligou sua humanidade.

—Desliguei?-Se abaixou na minha frente e começou a soltar um dos meus pulsos.

—Sim. Apavorou todo mundo. -Terminou de me soltar.

—Apavorei? Que ótimo.

—O qu...

Agarrei os ombros do garoto, afundando as presas em seu pescoço. Escapar nunca foi tão fácil.

***

—Bom dia, senhora Forbes. -Saudei, sentando na frente dela. A mulher tirou os olhos do jornal e me encarou.

—Você não tinha saído da cidade?

—Sim, mas... Tenho alguns assuntos para resolver aqui.

—Que tipo de assuntos...?

—Ah...

—Mãe?-Caroline se aproximou da mesa, apoiando-se nela. -Ludmille...

—Olá, Care. Saudade?

—Matt quase morreu por sua causa, duas vezes.

—Pobre Matt Donovan, cercado por vampiros.

—Fique longe de nós. -Agarrei a faca da xerife e a enfiei na mão de Caroline.

—Fique fora do meu caminho. Ou sua mãe vai ganhar uma cova no cemitério. -Fiquei de pé. -Tenham um bom dia.

***

—Olá, Elena. -A garota parou aos pés da escada, surpresa. Lá fora estava escuro e chovia forte. -Te assustei?

—O que você quer?

—Acho que estava na hora de lidar com você. -Me virei, arrancando a besta que Jeremy segurava e segurando-o pela nuca ao meu lado. -Você gosta muito do seu irmão, não é?

—Ludmille, deixe-o em paz. -Tirei o anel do dedo de Jeremy.

—Tenha bons sonhos, pequeno Gilbert. -O lancei para frente. O garoto atingiu a grade de proteção e caiu no piso do primeiro andar com um som alto.

—Por quê?-Elena gritou, puxando-o para o seu colo. Lágrimas caíam no rosto sem vida de Jeremy. Eu tinha vencido. E era só o começo. -Por quê?

—Eu te avisei, lembra? Um por um, todos vão morrer. -Dei alguns passos para frente e joguei o anel, que caiu aos pés de Jeremy. -Me responda uma coisa: como é perder tudo?

A porta principal abriu com violência, Stefan e Damon entraram. O primeiro se abaixou ao lado da namorada, tentando acalmá-la. Damon observou a cena, então ergueu o olhar para me encarar.

Sorri e acenei, então fui embora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Delirium" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.