O futuro da fênix escrita por CrushHP


Capítulo 3
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767599/chapter/3

— Harry, Teddy está tendo um ataque de pânico. — Ginny disse aflita.

Ela tinha ido procurar Teddy e o encontrara de olhos abertos e a boca seca. Seus cabelos brancos e sem vida. Isso já havia acontecido uma vez quando sua avó Andrômeda tinha tido um ataque cardíaco. Só Harry conseguira ajudá-lo naquela ocasião, por isso Ginny correra atrás do marido.

Harry demorou menos de dois segundos para entender. Andou apressadamente para a porta sem olhar para trás. Apenas no batente, disse suavemente:

— Preciso ir. Outra pessoa virá interrogar vocês…

E, para o espanto dos viajantes, ele saiu porta a fora sem mais nem menos.

— Ele está sufocando, Harry. Teddy está sufocando! — Ginny estava entrando em estado de histeria.

Harry parou apenas para colocar as mãos nos ombros dela e dizer:

— Acalme-se, meu amor. Vai dar tudo certo.

Ginny assentiu respirando fundo e Harry não disse mais nada. Segurando a mão da esposa, correu para a sala de Teddy o mais rápido que pode.

"^"^"^"^"^^""^"^"^"^^"

— Quem é Teddy? — Sirius perguntou confuso e indignado. O homem chamado Harry saíra correndo da sala C sem nem ao menos prestar esclarecimentos.

Ninguém respondeu.

James, Minerva e Fabian falaram a mesmo tempo:

— Eu tive um filho?! — James exclamou em um misto de sentimentos contraditórios.

— Você-Sabe-Quem está morto nessa época e querem trazê-lo para cá? — Minerva perguntou preocupada.

— Que ruiva gata aquela — Fabian elogiou. Gideon e Sirius concordaram.

Lily ainda estava encolhida entre os braços de James. Ele a segurava tão firmemente que ela só levantou um pouco a cabeça e disse baixinho para ele — embora todos fosse capazes de escutar, pois o silêncio era assustador:

— Ele se parece com você — disse sorrindo, triste e apreensiva como estava nem se dava ao trabalho de esconder as lágrimas que tentavam rolar de seus olhos.

— Mas tem os seus olhos, Lily. — completou James sorrindo.

— Albus, como assim Você-Sabe-Quem…?

— Não sei, Minerva. — Albus suspirou. — Estamos sendo vigiados… a segurança do Ministério está incrivelmente bem elaborada. Muita coisa mudou em quarenta anos.

— O que vocês acham dele? Quero dizer, de Harry Potter? Sabemos que ele é filho dos dois — Gideon apontou para o casal Potter abraçado a um canto e ignorando as perguntas anteriores. — Ele foi rude...

— Claro que não — Sirius negou agora levantando e andando pela sala do mesmo jeito que Harry havia feito momentos antes. — Ele foi calculista. Bem estranho para alguém que é seu filho, Pontas.

— O que quis dizer com isso? — James perguntou arqueando uma sobrancelha para o amigo.

— O Sr. Black está certo. — Minerva disse. — Seu filho é muito calculista, frio e…

— Frio? Não sei, Minerva — Dumbledore disse pensativo. — Ele é um homem contido e o melhor oclumente que já vi. Inteligente e sábio demais para alguém com…

— Menos idade que o senhor — completou Lily que também percebera isso. — Ele deve ter tido uma vida difícil.

"^"^^^"^"^"^"^"^"^"^"^"^

— Teddy, — disse Harry bem baixinho ao lado do afilhado. — Respire, ok? — Teddy olhou para ele encolhendo os ombros, a boca ainda seca e os cabelos brancos como neve. Parecia o menino que um dia tivera medo do escuro. Como tantas coisas poderiam estar acontecendo ao mesmo tempo? — Isso já aconteceu uma vez, Teddy. É só respirar e pensar em coisas boas. Não pense no que está acontecendo. Pense em algo feliz.

Teddy sentia-se em pânico, era como se as paredes tivessem diminuído e elas o estivessem sufocando aos poucos. Quando seu padrinho chegou ali, ele queria gritar e perguntar o que estava acontecendo. Eram coisas demais em sua cabeça e ele sentia o mundo, no qual conhecia tudo, desabar.

Seguindo os conselhos de Harry, Teddy tentou não pensar. Ou melhor, pensou. Fechou os olhos e pensou em Victorie, estagiando na Gemialidades Weasley do Beca Diagonal. Seu sorriso meio veela que o tinha conquistado há tantos anos. Pensou em Lily Luna que voltaria para casa em dois dias. Sua princesinha ruiva, como ele a chamava.

Abriu os olhos e se deparou com o sorriso de Ginny e o rosto preocupado de seu padrinho.

— Como eles vieram parar aqui? — sua voz não era mais que um sussurro sôfrego aos ouvidos de quem o escutava.

— Ainda não sabemos. Mas não se preocupe — Harry disse calmamente. — É muita coisa acontecendo, Teddy. Vá para a casa, ok? Melhor vá para nossa casa, sim? Eu não vou ficar aqui por muito tempo…

— Não — Teddy o interrompeu. — Vou ficar. É meu emprego!

— Os aurores que estavam estagiando vão ser mandados embora, Teddy.

— Mas eu quero ficar. Eu já estou bem. E os novatos são muito pixados aqui dentro, tio. Eles pegam no pé. — Harry sentiu orgulho da coragem de Teddy.

— Então fique longe da sala C, por enquanto. Seu chefe deve reunir vocês pela manhã.

— Tudo bem — Teddy concordou e saiu da sala.

— Preciso voltar ao interrogatório. — Harry falou culpado olhando para Ginny. Ela apenas suspirou e lhe deu um sorriso compreensivo.

^'^'^'^'^'^''^'^'^'^'^'^'^'^

Na sala C, as coisas estavam muito silenciosas. Dumbledore se recusava a dizer qualquer coisa. Lily ainda estava encolhida entre os braços de James quando Sirius levantou-se e saiu andando em direção à porta resmungando:

— Eu não vou ficar preso aqui dentro. Que absurdo!

— Você não vai conseguir sair, Sr. Black. — Dumbledore se pronunciou e Sirius estacou com a mão na maçaneta. Virou-se lentamente e viu Dumbledore olhando para o vidro da sala como se pudesse transpassá-lo.

— Por que não? — Gideon perguntou tão indignado quanto seu amigo. — Não podem nos prender aqui.

— Na verdade, podemos sim — uma mulher baixa e com cabelos cacheados presos em rabo de cavalos disse à porta. Respirou fundo e entrou lentamente na sala. — Tecnicamente falando, vocês invadiram meu Ministério. — disse sorrindo.

— E você quem é? — Perguntou Remus curioso.

A mulher de uns quarenta anos no máximo sorriu mais um pouco como se revisse um velho amigo a muito perdido. Esse pensamento assombrou Remus. Ela o conhecia afinal.
— Ministra da Magia, Hermione Granger-Weasley. — disse sentando-se na cadeira que Harry havia sentado antes dela.

— Weasley é? Casou-se com algum filho de Arthur? — Gideon perguntou curioso.

— Me desculpe, Sr. Prewett, mas isso não vem ao caso agora. Estamos tentando descobrir como vieram parar aqui. Se conseguiram trazer vocês para esse ano, podem tentar trazer outras pessoas… indesejáveis.

— Então Voldemort está morto mesmo? — James perguntou e Hermione assentiu. — Graças a Merlin! —exclamou suspirando.

— Lorde Voldemort foi morto há mais de 20 anos, Sr. Potter — Hermione esclareceu depois de decidir que eles descobririam isso cedo ou tarde.

— Então isso significa que ele só foi morto no final da década de 90. E você estava na década de 90, Ministra. — Minerva completou astutamente.

— Sim, estava. Mas isso não importa no momento. Harry já veio aqui, certo?

— O filho estressado do Pontas? — Sirius perguntou sarcástico. — Sim, veio.

— Ótimo. Quero o nome de vocês escritos nesse pergaminho…

— Mas por quê? Vocês nos conhecem! — Fabian a interrompeu.

— Procedimento padrão — Hermione puxou uma varinha do bolso do seu casaco e conjurou um pergaminho. Então completou: — Escrevam suas idades, a data que saíram e tudo o que acharem relevante para solucionarmos essa viagem temporal.

O pergaminho dela voou para as mãos de Minerva que colocou o nome de todos ali como a Ministra havia pedido mesmo que achasse que aquilo não era um procedimento padrão, nem se comparasse a tal coisa.

— Ótimo — Hermione disse ao receber de volta o pergaminho. — Agora preciso arranjar um lugar para vocês ficarem. Tenho que falar com Harry…

— Estou aqui. — Harry disse adentrando a sala. — Ron pediu pra avisar que vai levar Ginny para casa.

Hermione assentiu.

— E como está Teddy? — impressionando a todos foi Remus quem perguntou.

Harry trocou um sorriso com a Ministra antes de responder:

— Ele está bem, Remus. Obrigado por perguntar. A propósito, saí sem me apresentar. Sou Harry Potter. Mas disso vocês já sabem, imagino.

Todos assentiram. Sem aguentar mais, Lílian saiu dos braços de Tiago e aproximou-se de Harry.

— Você é meu filho, não é?

Harry respirou fundo, tentando segurar as lágrimas. Observou o rosto de Lílian e de Tiago, que se aproximara e colocara a mão no ombro da esposa.

— Sim — disse, por fim, e saiu da sala deixando todos sozinhos com a Ministra. Os Potter se entreolharam, confusos.

Hermione suspirou pesadamente e virou para eles sendo simpática como sempre.

— Bom… está bem tarde… Vocês podem esperar aqui enquanto arranjo lugares para vocês descansarem?

— Mas não invadimos o seu Ministério, Sra. Weasley? — Sirius perguntou com um tom de voz afiado. — Deveríamos ser mandados para Azkabam para apodrecermos com os dementadores, não é?

— Tem razão, deveriam. — Disse a ministra assustando Sirius que ficou branco.

— Ei! Sra. Ministra, não escute o Sirius! — Gideon disse apavorado.

— Mas há um porém, Almofadinhas… No meu governo não existe e nem existirá dementadores em Azkabam. Com licença. — E saiu deixando todos estupefatos.

^"^"^""^^""^^"^"^"^"^"^"^"^"

Harry caminhava pelos corredores de seu antigo departamento. Os cubículos dos Aurores hoje eram muito bem organizados e estavam vazio, exceto pelo de Teddy. Porém não foi atrás do afilhado. Precisava de um tempo sozinho. Por isso, partiu para a sua sala alguns andares abaixo.

Adentrou a sala agora conhecida e viu uma pilha de papéis em um canto para a segunda e suspirou. Já não é mais o mesmo não é Potter? Abandonou a vida de ação e investigações pela de democracia. Riu desgostoso, um peão do ministério, só que agora ao invés de ser controlado, ele controlava. Pare com pensamentos sombrios. Reprendeu-se. Só feche sua mente, a esvazie.

Tentou inúmeras vezes manter com a mente longe. Mas era impossível. Há menos de duas horas estava com sua esposa prestes a ter uma noite de amor incrível e agora estava envolto no caos de viajantes temporais.
Sentiu o corpo tremer e deslizou devagar até o chão e chorou como um menino que fugia do primo maior, chorou como se não fosse um homem velho, com filhos e sobrinhos incríveis.

Apenas chorou. Soluçou silenciosamente como era acostumado e não soube quanto tempo passou desde que estava ali e sentiu batidas na porta.

Sabia quem era antes que a porta se abrisse e Hermione jogasse os braços ao seu redor e soluçou de novo.

— I-isso não po-pode estar… acontecendo. — Falou ainda abraçado à velha amiga.

— Eu sei, Harry. — Ela sentiu até as lágrimas se acumularem. — Shii. Está tudo bem.

— Eles parecem tão bem. E eu não posso impedir que eles morram. Eu não posso nem abraçá-los, tenho a impressão que vou desabar… se fizer isso.
— Disse ao ouvido de Hermione.

Permaneceu ali abraçado a ela como fez em tempos passados quando ela o consolava.
Aos poucos recuperou o ar e parou de chorar.

— Está melhor, meu amigo? — Hermione perguntou ainda junto dele.

Ele assentiu minimamente e disse num sussurro baixo e sôfrego.

— Estou. Obrigado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O futuro da fênix" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.