Segredos' escrita por Kamila Geliel


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde Guerreiros!

Mais um capitulo para seu deleite. Chegamos ao momento em vamos descobrir o que realmente aconteceu com os pais de Alice e Igor, os próximos capítulos irão ficar mais interessantes.

Espero que gostem,

bjus.



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Flashback 1

Lembranças do dia em que eu estava sentada na grama molhada, devido à chuva que não parava de cair, estavam rondando a minha mente. Estava conversando com a minha melhor e única amiga, estava lhe contando tudo o que tinha acontecido comigo, como eu estava, quais os meus sonhos, ela simplesmente escutava e não me respondia, queria dialogar com ela e não fazer um monologo. Sentia as lágrimas mesclada com a chuva escorregando pelo meu rosto. Eu sabia que ela não iria me responder, o tempo dela acabou e eu fiquei sozinha. Olhei para sua foto na lápide, seu sorriso radiante que iluminava seus olhos, abaixo uma simples frase, mas para mim uma grande verdade ‘Uma mãe dedicada e amorosa’.

Lembro do dia em que descobri que minha mãe estava doente, eu cheguei da escola e ela estava jogada no chão da cozinha, corri em desespero para o seu lado, não sabia sentir o pulso naquela época, então simplesmente aproximei meu dedo de seu nariz e senti uma leve rajada de ar, e soube que ela estava viva. Minha mãe foi esperta o bastante para me ensinar o que fazer nessas situações. Peguei o telefone na sala e liguei para a emergência. Praticamente gritando com a mulher do outro lado da linha.

— Socorro, minha mãe está desmaiada.

......

Presente

Hoje me perguntava como é possível que uma pessoa morta, esteja viva? Cientificamente, quando uma pessoa morre, ela não reaparece viva anos depois. Só então eu percebi, ela tinha me abandonado, me deixou sozinha em um mundo grande demais para uma criança de 12 anos. Minha mãe, a pessoa em quem eu pensava que poderia confiar, me abandonou há 10 anos. Será que ela sabia o quanto eu vinha sofrendo desde sua morte? Acho que não! Pois neste exato momento ela estava sentada na minha frente como se nada tivesse acontecido. Olhando para o lado, um homem moreno, com os cabelos longos presos em um rabo de cavalo alto, estava sentado ao lado da minha mãe, ele tinha lá os seus 40 anos, o reconheci de algumas fotografias que minha mãe tinha em casa.

— Mãe? – eu disse, no mesmo instante em que Igor disse ‘pai’.

No mesmo instante em que eles se levantaram, todas ao seu redor ficaram de joelhos em sinal de reverencia, com exceção de mim e do Igor.

— Olá crianças – falou ele olhando para o Igor – Sei que vocês devem estar muito confusos com os recentes acontecimentos, mas nós podemos explicar...

— EXPLICAR – Igor gritou ao meu lado. No mesmo instante, os guardar se puseram ao redor dos dois, prontos para defendê-los – Como você pode explicar que morreu e ressuscitou? Como você pode explicar que abandonou seu filho? Eu só tinha 12 anos... Eu vi você morrer naquela cama de hospital – soluçou – VOCÊ ME ABANDONOU.

— Igor, meu filho...

— Não me chame de filho, você não tem esse direito, não mais.

Enquanto eles se entendiam, eu olhava para minha “mãe” que estava ao lado do meu “pai”, percebi que ela também me olhava, seus olhos demonstravam a angustia que estava sentindo. Mentira, esse olhar é falso, ela te abandonou lembra? A raiva que eu estava sentindo por eles terem me abandonado começou a florar dentro de mim, mesmo sabendo que eles deveriam ter tidos ótimos motivos para terem feito o que fizeram, eu não conseguia perdoá-los e nem sei se um dia conseguiria. Piscando o mais forte que consegui, limpei as lágrimas intrusas que ousaram escorre pelo meu rosto. Eles foram se aproximando de nós com cautela, mas a cada passo que eles davam para frente eu dava um para trás, até que esbarrei em alguém atrás de mim, era Alexandre, não percebi que ele não tinha se colocado a frente das pessoas que se pareciam com os meus pais, como fizeram os outros, não conseguia ficar nem mais um minuto neste lugar, me virei e sai correndo da sala. Não queria acreditar no que tinha acabado de ver.

Corri o máximo que eu pude, já estava a desistir quando avistei uma árvore grande o suficiente para me esconder, quando olhei para trás, não consegui ver nada além de um castelo longe. Me encostei no grosso tronco da árvore e fui descendo até estar sentada na areia, sentindo que meus pulmões iriam explodir a qualquer momento e meu coração ia sair pela boca.

Todos as lembranças do ocorrido vieram à tona, mas as memórias do meu passado eram as que mais doíam, eu lembro do dia em que perguntei para minha mãe quem era meu pai, porque ele não tinha ficado para cuidar de mim, se ele não me amava o suficiente para querer me conhecer. Ela sempre me dava a mesma resposta, que ele tinha morrido 2 semanas depois que eu nasci, mas que ele me amava muito e tudo que tinha acontecido foi porque ele se importava conosco.

Flashback 2

Na sala de espera do hospital, descobri que ela estava doente, câncer, e que só tinha mais 1 mês comigo. Os médicos me informaram que teriam que entrar em contato com o conselho tutelar, já que não tinham contato com nenhum outro parente da minha mãe ou do meu pai. Eles me disseram que logo eu estaria por conta própria e que precisaria ser forte, confirmei e pedi para ficar com ela no quarto, eu não podia, mas eu não tinha mais ninguém com quem ficar, então eles abriram uma exceção para mim e ainda colocaram uma poltrona reclinável para eu descansar.

Não chorei perto dela naquela noite, estava triste e com muito medo é claro, mas eu queria que ela soubesse que era forte o suficiente para cuidar de mim mesma, que conseguiria e que lutaria para me manter viva.

— Filha... – estava descansando na poltrona perto de sua cama quando a ouvi me chamando, segurei a sua mão e depositei um selinho ali.

— Estou aqui mãe.

— Eu quero que você me perdoe por ter sido fraca e não ter te protegido desde o início.

— Mãe pare com isso, a senhora sempre me protegeu...

— Não filha, eu não o fiz. Um dia você vai descobrir o quanto eu fui fraca. Não sei se vai conseguir me perdoar, espero que sim, mas eu quero que saiba que o que eu fiz foi pensando em vocês. Foi para proteger vocês...

— Vocês? Vocês quem mãe? – seus olhos foram fechando lentamente enquanto lagrimas escorriam pelo seu rosto – Mamãe? Mãe está me ouvindo? – de repente um barulho muito doloroso se fez ser escutado na máquina em que ela estava conectada. Médicos e enfermeiros começaram a invadir o quarto. Eu os vi fazendo o procedimento de ressuscitação na minha mãe, ouvi eles gritando ‘afastar’ inúmeras vezes, mas no final eu os ouvi informando a hora do óbito. 03:56 da manhã. Desmoronei, meu mundo praticamente se foi junto com ela. Os enfermeiros me levaram para outro quarto e eu nem hesitei. Me deixei ser levada dali, para longe dela.

Não consegui dormir o resto da noite, na minha mente as imagens da minha mãe fechando os olhos, os médicos gritando e eu sendo carregada vinham como flechas na minha cabeça, rápidas e mortais.

Presente

Enquanto as lembranças voltavam, a dor que eu sentia se transformou em raiva, então eu deixei que as lágrimas escorressem livremente por meu rosto, não queria e nem iria pará-las. Foi a única maneira que encontrei para expulsar toda dor, raiva e angustia que eu sentia há anos. Felizmente o cansaço foi maior que a minha dor e eu acabei adormecendo com um único pensamento: descobrir o que realmente tinha acontecido.


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