Oceans escrita por Lady Nara


Capítulo 2
Capítulo 02




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767376/chapter/2

Depois do que aconteceu no apartamento de Temari, eu não demorei a ir embora. Fiquei algum tempo pensando no que tinha acontecido e me lembrei de todas as vezes que Naruto e Ino fizeram comentários sobre uma tensão entre Temari e eu, será se aquilo sempre esteve ali? Não, nós sempre tivemos esse tipo de amizade.

Mais uma vez não encontrei Temari na empresa, o que era estranho, pois, na época em que os eventos organizados pelas empresas em que nós trabalhávamos estavam perto de acontecer ficávamos mais próximos.

A manhã passou rapidamente e na hora do almoço Tayuya esperava por mim do lado de fora do prédio. Fomos a um restaurante no Centro, ficava próximo do trabalho e não era tão formal.

Como das outras vezes, era mais fácil falar sobre situações do trabalho ou deixar que ela falasse, entretanto, ainda assim era fácil de lidar, de prever. Afastei essa linha de pensamento tão rápido ela veio.

Quando o horário do almoço acabou nós voltamos para a empresa, acompanhei Tayuya até seu andar e ela me olhou divertida e maliciosa antes de me dar um selinho rápido e entrar em sua sala.

— Até logo, Shikamaru. – ela gritou, escandalosa demais.

*

Era por volta das seis horas da noite quando Temari finalmente chegou a meu apartamento. Assim como eu, ela não precisava avisar que chegara, simplesmente subia.

— Usou sua própria chave. – falei para mim mesmo. Ela tinha uma cópia da minha chave por motivos de ficar mais tempo aqui que no próprio apartamento, entretanto, ela raramente a usava.

— Eu não sabia se você já havia chegado. – ela franziu as sobrancelhas, confusa. – Algum problema? – Eu neguei.

Fomos para a cozinha buscar o que eu tinha comprado para a noite do filme. Uma vez por semana, toda semana, nós nos encontrávamos com nossos amigos, normalmente no meu apartamento para ver filmes juntos.

— Onde estão os outros? – ela falou quando voltamos à sala.

— Eu desmarquei com eles. – disse baixo. – Eu na verdade queria pedir outra coisa a você. – Ela arqueou uma sobrancelha. – Você sabe, a festa de Ino está chegando. – Eu voltei a falar perante o silêncio dela e vi que sua respiração ficou um pouco mais pesada. – É problemático, mas eu sou o padrinho dela... Eu pensei que talvez você pudesse... – parei sem saber ao certo o que dizer.

A verdade é que eu havia ficado sem palavras quando nossos olhos se encontraram.

— Que eu pudesse? – ela me incentivou.

— Você é uma das melhores dançarinas que eu conheço. – voltei a dizer. – Talvez você pudesse me ensinar a dançar.

Primeiro ela começou a rir, mas, quando viu que eu estava falando sério, ela parou.

— Quer que eu ensine você a dançar? – ela estava incrédula, tenho certeza que eu carregava uma expressão derrotada no rosto.

— Você falou que me ajudaria mulher! – retruquei com a expressão fechada. Aquela de longe tinha sido a pior das minhas ideias.

— E porque não pediu a Ino?

— Ela iria debochar de mim pelo resto dos meus dias.

— E você acha que eu não vou fazer isso? – Temari era mesmo cruel.

— Eu sei que você não vai. – ela arqueou a sobrancelha. – Porque você adora quando eu me esforço por algo.

— É bom você não pisar no meu pé. – ela tirou–me de meus devaneios e eu não pude evitar sorrir para ela.

Desde quando eu me sentia constrangido ou intimidado por Temari? Desde que essa história começou. No entanto, hoje, essencialmente, estava pior. Talvez se devesse ao fato dela estar com os cabelos soltos, o que raramente acontecia. Ou aquele sorriso que enfeitava seu rosto agora, que era ainda mais raro. E que eu tinha certeza, ela só mostrava para mim.

— Não seja problemática, mulher. – ela fez uma careta e foi colocar uma música no som. Quando voltou parou de frente para mim. Olhos nos olhos. Uma onda de eletricidade percorreu meu corpo quando nos tocamos; ela também sentiu, pude notar, mas fui eu quem desviou o olhar.

— Olhe para mim. – ela pediu e eu a olhei.

Ela me deu algumas instruções e nós começamos aquela “aula”. Acabou sendo mais divertido do que eu imaginei. E mais fácil também. “Você sempre acaba me surpreendendo” ela disse quando eu acertei o ritmo da música de primeira. Nós ficamos mais ou menos duas horas treinando e quando ela achou que eu tinha pegado o suficiente nós paramos. Apesar de não gostar muito eu até que me saí bem. Créditos a ela é claro.

Durante todo o tempo, eu senti novamente as emoções de quando quase nos beijamos no quarto dela. Ignorei esses sentimentos com a desculpa que ela era minha melhor amiga e isso não era certo.

— Finalmente algo em que você não é o melhor. – ela riu com vontade. Era sempre assim com ela: desafios, competições, provocações, sinceridade brutal.

— Eu aprendo rápido. – retruquei.

— Eu sei. – eu sorri de novo. – Eu estou exausta. – ela se jogou no meu sofá. Sentei ao lado dela, a cabeça apoiada no encosto do sofá observando o teto. – O que há com você? – ela perguntou. Nós realmente nos conhecíamos muito bem.

— Eu só estava pensando... – no motivo daqueles sentimentos confusos novamente – em como nos tornamos melhores amigos.

— Essa é fácil. – ela começou debochada. – Você não conseguiu resistir a minha personalidade contagiante. – era algo que Ino tinha dito a ela, vi Temari jogar uma mecha do cabelo para trás, claramente imitando Ino e não pude evitar rir junto com ela.

— E você?

— Eu só vou sair de perto de você quando te vencer no xadrez! – ela fez uma careta. Sendo assim, eu tinha que ficar cada vez melhor. Ela levantou.

— Isso não vai acontecer, mulher. – disse baixinho enquanto ela ia escolher qual filme íamos ver.

— Veremos. – ela respondeu irônica.

— Qual vai ser hoje? – Semana passada nós tivemos que ver uma comédia romântica que Ino e Sakura escolheram. Hoje seria um filme envolvendo investigação criminal. Era sempre esse gênero quando estávamos sozinhos.

— Aposto que eu acerto primeiro desta vez. – ela disse se referindo a uma brincadeira nossa de quem desvendava o crime primeiro.

*

Nós caminhávamos lado a lado, eu a observando com o canto dos olhos, enquanto ela comia seu algodão doce.

— O que você está olhando?

— Eu não acredito que você ganhou. – eu disse dando de ombros.

— Você facilitou as coisas. – ela reclamou e eu neguei com a cabeça.

— Eu não faria isso com você.

— E por que não? – ela se pôs a minha frente.

— Você não precisa que eu facilite nada, e você sabe disso. – tomei o algodão doce da mão dela. – Além do mais você não teria gostado se eu o fizesse.

Ela deu um sorriso de lado. – Sim, você sabe, eu adoro um desafio.

— Hei, Shikamaru. – a voz de Naruto impediu que eu respondesse. – Vocês também estão voltando para a empresa? – assenti e ele começou a nos acompanhar. – Então, se divertiram ontem? – ele disse maliciosamente, Temari revirou os olhos.

— Nós estávamos trabalhando. – eu disse e Temari arqueou a sobrancelha para mim, mas não me entregou para Naruto. Ela sabia que ele contaria a todos se descobrisse que eu estava tomando aulas de dança.

— Sei... Mas a Temari dormiu lá sozinha com você, não é?

— O que você está insinuando? – ela lançou a ele um olhar assassino.

— Nada. – ele respondeu rindo. – Nadinha. – mas, o olhar e o sorriso malicioso permaneceram em seu rosto.

*

— Você acha que conseguimos terminar aqueles relatórios hoje? – Temari questionou. – Eu estava pensando em...

— Ai está você, te procurei em todo lugar! – a voz de Tayuya a interrompeu. Nós nos viramos para vê-la se aproximar, Temari estreitou os olhos.

— Vocês marcaram de se ver? – eu meneei a cabeça em negação. Depois daquele almoço eu havia encontrado com Tayuya outras três vezes durante as duas últimas semanas, sem nunca ter feito o pedido.

— E aí, Tayuya. – ela não respondeu, estava observando Temari com curiosidade. – Essa é Temari Sabaku... Minha amiga.

— Ela é a representante do complexo de Indústrias de Suna aqui? – Tayuya questionou surpresa e Temari riu.

— Então?

— Eu pensei que poderíamos ir ao cinema hoje, o que você acha? – eu olhei de soslaio para Temari, que deu de ombros discretamente. – Te espero às oito horas então. – e me beijou antes de voltar pelo mesmo corredor de antes.

— Eu não vou fazer o seu trabalho, Nara. – ela ralhou andando na minha frente.

— Você disse para eu aceitar. – resmunguei. – No que você estava pensando afinal? – retomei nossa conversa anterior.

— Noite das garotas.

— Problemático. – foi a vez dela de revirar os olhos.

*

O cinema talvez tenha sido uma má ideia no fim, escolhemos um filme de terror e eu acabei dormindo antes da metade, porque o final era óbvio demais; depois, fomos a um restaurante e a noite deu uma virada, ficando surpreendentemente divertida e quente. Já passava e muito da meia-noite quando eu fui deixa-la em casa.

Ainda estávamos dentro do carro, em frente ao prédio em que ela morava, quando eu decidi que aquele era o momento.

— Você quer... – muito mais constrangedor do que eu supus que seria. Ela arqueou uma sobrancelha. – Namorar comigo? – desviei os olhos.

— Pensei que você nunca ia pedir. – ela disse com um sorriso malicioso nos lábios e se inclinou em minha direção.  – Você quer subir? – ela sussurrou em minha orelha.

— Eu quero, mas não hoje. – ela franziu o cenho, no entanto assentiu e me beijou antes de sair do carro.

Fui para casa o caminho inteiro pensando porque recusei subir. Eu não era um Don Juan, contudo, eu também não era um padre. E nós estávamos namorando agora, não é?

*

O toque do celular me acordou, eram três e meia da manhã e Ino estava me ligando.

— Shikaaaa, você tem que vir para cá! – ela disse manhosa logo que eu atendi. A voz denunciando que ela estava bêbada.

— O que aconteceu? – perguntei alarmado. Ela riu.

— Vai acontecer se você não vir. – escutei vozes rindo ao lado dela e franzi o cenho.

— Agora. – a voz de Tenten soou séria. Mais risadas e elas desligaram.

Então, recebo uma mensagem de Ino. Um endereço, ótimo. Suspirei e coloquei o endereço que Ino tinha me enviado no GPS. Era uma boate no subúrbio da cidade.

Foi fácil encontrar o lugar certo mesmo no meio de tantas outras boates, pois era a mais lotada, é claro que seria a mais lotada.

Não demorei a reconhecer Ino, Sakura e Hinata, elas estavam dançando no meio da pista de dança, embaixo do globo de luz.

— Shikamaru? – Sakura foi a primeira a me ver, visivelmente era a mais sóbria das três. – O que você está fazendo aqui?

— Você demorou! – Ino ralhou e eu revirei os olhos. Sakura abriu a boca num perfeito ‘O’ e Hinata riu.

— Não acredito que você fez isso. – ela disse para Ino.

— O que está acontecendo? – perguntei cansado e, enquanto Ino se justificava para Sakura, Hinata foi quem me respondeu. Ela apontou algo atrás de mim e eu vi que Temari estava no bar, acompanhada por uma sonolenta Tenten e Itachi Uchiha, e ele estava abraçando ela. Noite das garotas, é?

Só percebi que tinha ido até lá quando parei em frente a eles, Tenten abriu um sorriso enorme, enquanto os outros dois pareciam surpresos. Eu sou um idiota.

— Shikamaru, que coincidência. – Tenten foi a primeira a falar, tentando desfazer o clima estranho que ficou quando eu cheguei.

— Ino me ligou pedindo carona.

— Sei que é contra mão para você. – Itachi disse. – E eu estava justamente me oferecendo para levá-las em casa. – Ele apontou para as duas mulheres ao nosso lado.

— Não é esforço algum. – fiz o melhor para não demonstrar que a ideia dele leva-las para casa não me agradava. – Se elas quiserem vir.

— Quem sabe na próxima vez eu aceite, Uchiha. – Temari nos interrompeu, e dando de ombros se afastou de nós, indo para a pista de dança.

Itachi deu um sorriso mínimo. – Você é um cara de sorte, Shikamaru. – Tenten desviou os olhos.

— Porque me ligaram? – ela piscou confusa.

— Por que Itachi Uchiha é muito gostoso mesmo quando está do lado do Neji. – ela respondeu como se aquilo fosse obvio.

*

Meia hora e mais algumas doses depois, eu reconheci o carro de Neji vindo em direção à boate, ele também estava dormindo quando Tenten ligou para ele.

— Achei que iam voltar de táxi. – ele comentou saindo do carro, usava uma calça de moletom e uma blusa com estampa de banda, os cabelos presos; ela sorriu travessa.

— Não passa táxi aqui. – e cutucou Sakura. – Você e a Hinata podem vir com a gente. – a rosada assentiu. Temari e Ino iriam embora comigo.

— E você disse que não ia ser problemático. – resmunguei e Temari riu.

— Obrigada, Neji. – Temari gritou quando as garotas finalmente entraram no carro dele. Ele acenou de volta.

— Meu apartamento ou o seu? – ela deu de ombros e eu segui para o dela, mesmo sendo o mais longe.

— Shikamaaaaaru... Você sabia que a Temari tem uma foto sua no celular? – Ino disse manhosa no banco de trás. Olhei de soslaio para Temari.

— O que tem isso? Também tenho uma sua Ino. – ela respondeu com a voz firme, mas estava corada. Pegue no flagra. Eu sorri minimamente com isso.

— Itachi Uchiha? – aproveitei que Ino tinha adormecido e iniciei uma conversa. Ela arqueou a sobrancelha. – Eu não sabia que eram amigos.

Temari cruzou as pernas pela quarta vez. – Nós somos. – disse simplesmente. Eu assenti. – Esforço algum, é? – ela riu.

— Tsc, problemática. – ela revirou os olhos. – Você sabe que ele só queria uma desculpa...

— Você sabe que eu não deixaria qualquer cara me levar para casa. – ela me interrompeu.

Eu sabia. Temari estaria onde quisesse estar e com quem ela quisesse estar.

— Eu sou um cara de sorte, então? – lembrei-me das palavras do Uchiha.

— Talvez você seja.

Não demoramos a chegar ao apartamento dela depois disso, não obstante como a boa amiga que Ino era, ela vomitou em mim pouco antes de entrarmos.

— Vou ajuda-la a tomar um banho e você devia tomar um também, usa o banheiro do outro quarto. – Temari disse enquanto guiava Ino até o próprio banheiro.

Era a primeira vez que eu entrava no quarto dela desde que quase nos beijamos. O cheiro dela continuava impregnado ali, o ambiente inteiro gritava Temari. Abri a porta do guarda-roupa e encontrei uma das minhas antigas blusas, agradeci a mania dela de nunca devolver minhas roupas, e rumei para o quarto de hospedes.

Não impedi o sorriso que surgiu em meu rosto ao me lembrar das palavras de Ino e como Temari tinha corado.

E então meus pensamentos se voltaram para a roupa que ela estava hoje. Céus! Meu corpo se arrepiou com as lembranças da última vez que estive aqui. Temari era... Bonita demais, quente demais em uma blusa masculina, usando um vestido como aquele ela era a própria definição de problema. E agora eu estava mais acordado que nunca, nem mesmo a água mais gelada do mundo me ajudaria agora.

— Ei, Shikamaru, você esqueceu-se de pegar a... – ela parou de falar, a boca aberta e os olhos arregalados em direção ao meu ‘amigo’.  Senti meu rosto ferver e puxei a toalha da mão dela, me cobrindo da melhor maneira que conseguia, enquanto ela começou a rir descaradamente e virou de costas. – Parece que alguém está animado. – ela disse irônica.

— Você não devia ter entrado no banheiro. – resmunguei.

— Desculpe, não achei que você ia fazer isso aqui. – dessa vez ela estava me provocando. 

— Eu já estava em casa quando Ino ligou. Acabei dormindo com a roupa que estava usando.

— E... Como foi?

— Divertido. – Temari arqueou as sobrancelhas. – Ela aceitou.

— Foi mesmo fácil, afinal. – não tinha raiva na voz dela, mas alguma outra coisa que não me deixou contente. – Fique com esse quarto, a Ino vai dormir comigo. – assenti e ela saiu. 

*

Temari POV

Sempre que eu estava na casa de Shikamaru e acabava dormindo lá no dia seguinte eu ia embora com uma blusa dele emprestada, deixando a minha lá, então quando ele disse que estava namorando a Tayuya semana passada, eu decidi ir buscar qualquer coisa que pudesse ter esquecido lá.

Eu sabia que hoje ele não estaria em casa por causa de uma reunião, e não queria ter que encontra-lo ou a sua namorada, então era o dia ideal para ir buscar tudo. Subi direto para seu apartamento, sem dar ouvidos ao que o porteiro dizia.

Eu não estava fugindo, longe disso, contudo, eu não via motivos para criar uma situação desnecessária. Abri a porta com minha própria chave e estranhei pela janela da sala ter ficado aberta, ele nunca esquecia.

Dei de ombros e segui em direção à área de serviço, evitando demorar muito, contudo minhas roupas não estavam lá.

— Temari? – uma voz firme soou atrás de mim e eu virei devagar para encarar uma mulher com um sorriso no rosto.

— Dona Yoshino! – Fazia sentido à janela está aberta e as panelas sobre o fogão que eu ignorei ao cruzar a cozinha. Ela me deu um abraço rápido.

Eu a conheci há quatro anos e nós acabamos nos dando muito bem, ela era realmente inspiradora.

— Shikamaru não está em casa, querida. – Ela disse displicentemente. – Mas, você já sabia, não é? – Eu havia descoberto que, assim como Shikamaru, Yoshino também era muito observadora.

— Sim, eu... Só vim buscar algumas coisas que esqueci aqui. – ela franziu o cenho, visivelmente desconfiada. – Quando chegou? – tentei mudar de assunto.

— Ontem à tarde. – ela franziu o cenho. – E como você entrou?

— Eu estou com as chaves. – Ela arqueou a sobrancelha pedindo uma explicação. – Bem, Shikamaru me entregou para que eu buscasse minhas coisas.

— Aquelas roupas são suas? – ignorei o contentamento na voz dela e assenti. – Estão no quarto dele.  

— Obrigada. – me dirigi para o quarto com ela ao meu lado.

— Ele tentou guardar antes que eu conseguisse ver. – ela revirou os olhos e eu ri, era bem a cara dele tentar evitar explicar algo assim. – Ele tem uma empregada? – ela questionou genuinamente curiosa. Eu neguei com a cabeça e ela fez uma cara de surpresa.

— Ele é bem dedicado quando quer. – ela assentiu e sorriu.

— Eu espero que você venha jantar comigo logo, temos muito que conversar desde que você não vai me visitar a um bom tempo. – ela ralhou e eu voltei a rir.

Com a promessa de que não demoraria a voltar eu deixei o apartamento.

*

— Por que não me disse que já tinham se encontrado? – Shikamaru sussurrou para que a mãe não o ouvisse. Yoshino terminava o jantar e nós estávamos colocando a louça sobre a mesa.

— Achei que ela teria dito a você. – ele negou. – Eu ainda não...

— Aqui está. – Yoshino nos interrompeu, um sorriso mínimo nos lábios enquanto olhava de mim para Shikamaru.

Estávamos conversando sobre minha última viagem quando notei que Yoshino lançava olhares de soslaio para Shikamaru, que hora franzia o cenho, hora desviava os olhos.

Chutei-o por baixo da mesa e ele levantou os olhos para mim, arqueei as sobrancelhas e ele suspirou. Olhei novamente para a mulher que comia tranquilamente, a expressão satisfeita no rosto. Arregalei os olhos e ele assentiu discretamente.

— Então Temari, é você quem vai me contar? – Yoshino nos interrompeu novamente.

— O que? – questionei e Shikamaru ficou vermelho e a mulher franziu o cenho para o filho.

— Naruto esteve aqui ontem e deixou escapar que Shikamaru está namorando... Não precisam mais ficar enrolando. – ela revirou os olhos quando Shikamaru engasgou.

— Não sou eu. – fez-se um silêncio constrangedor por alguns segundos.

— Não é você? Mas, eu podia... – ela se interrompeu e eu notei que Shikamaru tinha tocado a mão dela discretamente. – Por que você não me contou logo quem era? – ela não iria deixar as coisas mais fáceis para ele.

— Talvez ele esteja calculando o momento certo. – os dois olharam para mim surpresos e Yoshino assentiu.

— Vou buscar a sobremesa. – ela levantou e saiu.

— Porque não contou a ela ainda?

— Não sabia como. – ele suspirou. – Obrigado.

— Você me deve uma, bebê chorão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oceans" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.