Recebi um e-mail que a sessão de fotos que iria cobrir foi remarcada para sábado e hoje era apenas segunda. Depois de me recuperar da conversa mais bizarra que já tive, desfiz minha mala e me preparei para tomar um bom e relaxante banho. Deitada na banheira, com uma taça de vinho fiquei refletindo nesses acontecimentos e faço isso com muita frequência, não é mesmo? É difícil de acreditar todos os rumos que a vida tomou até chegar aqui, mas ainda não consigo aceitar que John pense em mim desta forma, preciso esperar ele se acalmar e afastar essa impressão dele, pois no fundo deve muito a John.

Ele foi essencial para o ponto pé de inicio na minha nova vida em New York, pensamentos flutuavam na minha cabeça até que meu celular começou a tocar, estava em cima da cama e para não sair correndo o deixei. Sai calmamente da banheira, me sequei e alcancei o telefone, era Louis. 2 ligações perdidas, retornei.

— Hallo! – falei tranquilamente

— Então? Aceita essa aventura até Berlim ou vou ter que ir para Londres mesmo?

— Achei que já estava a caminho – falei terminando com uma risada baixa.

— Eu realmente estava torcendo para falar isso, porque já estou embarcando, mas de avião para não precisar perder 10 horas até chegar aí – Louis falou calmamente

— Mas Louis... – Não consegui pensar em mais nada para completar a frase, no fim sorri e concordei com a aventura.

De avião a viagem ficava em torno de 5h, então calculei mais ou menos o tempo para que eu pudesse me arrumar e me preparar para a sua chegada. Louis não era muito ativo nas redes sociais, mas fiquei mais surpresa que ele tinha deletado seu instagram, voltando a me olhar no espelho, preparei algo que pudesse estar a altura. Simples, mas estilosa também.

Eram quase 19hs quando me dirigi para o saguão do Hotel, estava hospedada no St Jame’s Park Hotel, havia encaminhado a localização para Louis, que estava prestes a chegar, mexendo no meu celular olhei em direção a porta e ele estava descendo de um carro, com uma pequena bagagem nas mãos. Ele estava tão... GOSTOSO! Minha mente gritava, minha barriga se contorcia e eu comecei a ficar nervosa.  Com passos um pouco mais espaçados chegou a minha frente, com um sorriso no canto da boca e os olhos mais verdes que o habitual, deveria ser pelo clima cinza e chuvoso.

— Posso deixar minha mala no seu quarto? – ele deu um pequeno suspiro

— Claro que sim, estou morrendo de fome – aproveitei o embalo para que ele pegasse o gatilho e pudéssemos sair logo para comer

Subimos até meu quarto, pelo elevador em silêncio, apenas com troca de olhares e pequenas risadas. Era um clima gostosinho, com aquele gosto de quero mais. Ele não tinha dado nenhum indício de que queria trocar algum afeto, então me mantive sem avançar, porque vontade não faltou. Abri a porta do quarto e ele largou a mala bem na entrada e já saímos de volta, fomos caminhando até um pequeno bar, um pouco distante do hotel (The Bay and Bracket) no caminho trocamos conversa sobre trabalho e um pouco do dia a dia. Chegando ao local sentamos em uma mesa mais reservada, pedimos bebidas e algum petisco para acompanhar.

— Se você ficar com fome, procuramos outro local – Disse Louis, gentilmente

— Para mim está ótimo aqui, satisfeita – respondi com um sorriso. – Gosto da sua companhia, me faz sentir aquela sensação de frio na barriga – baixei a um pouco a cabeça com vergonha, Louis fez um movimento e sentou-se na cadeira ao meu lado puxando levemente meu rosto de volta para cima e me beijou, foi um beijo calmo, sem aquela pressa, mas tinha um desejo mutuo.

— Queria ter feito isso no dia em que pegou minha camiseta e não devolveu – ele sorriu e eu fiquei com os olhos arregalados e soltei uma risada

— Esqueci completamente, esta no meu apartamento em New York, você terá que busca-la - flertei

— Com certeza buscarei, vamos sair para caminhar – Louis disse já se levantando da mesa e deixando uma nota de euro no local abaixo de um copo.

Saímos do pequeno bar e começamos a caminhar calmamente pelas estreitas ruas de Londres, era tão incrível, a sensação medieval e o prazer de estar ali eram indescritíveis. Louis passou o braço pelo meu pescoço para andarmos juntinhos e eu me aconcheguei.

— Tive relacionamentos bem conturbados – Louis falou calmamente olhando para horizonte – Há algum tempo não saia com alguém com intenções sentimentais, se é que me entende – ele baixou os olhos para encontrar os meus olhos

— Estive em algumas situações também, mas acho que devemos curtir o momento – falei com medo, pois logo voltaríamos para nossas rotinas e ficaria conciliar algo.

— Do que você tem medo, Dani? – disse Louis, pensativo novamente

— Não sei, é bem complexo, mas venho de um lugar onde a maioria dos sonhos não saem do “papel” e estar vivendo isso – apontei para o ar fazendo um gesto ao redor – Estar vivendo isso, é algo que eu jamais tinha imaginado, então pretendo dar o melhor de mim – ele segurou minha mão e quando percebi já estávamos de volta ao hotel

— Então vou te proporcionar uma noite incrível – Louis me puxou para perto de seu corpo e nos beijamos novamente, desta fez com mais intensidade, entramos no hotel e subimos para meu quarto.

Quando abri a porta do quarto ele voltou a me pegar em seus braços e trocamos mais beijos e carícias, estamos empolgados, em pequenos passos e já ofegantes íamos nos dirigindo para a cama e quando cai deitada meu celular começou a tocar, fiz sinal para ele ignorar e o puxei para cima de mim e trocamos mais amassos, beijos e carinhos. Ele estava por cima de mim e em segundos ele já tirou minha blusa e já fui puxando a dele e mais uma vez meu celular grita na mesa ao lado da cama.
       Entre os beijos, espiei a tela para ver quem era, 2 chamadas do John. Depois daquela ligação do aeroporto pensei que ele não queria mais falar comigo, será que aconteceu algo? 
        - Louis, desculpa eu realmente preciso atender - me afastei calmamente
        - Claro, claro, sem problemas - ele sentou do meu lado, fazendo carinho no meu braço.
          O telefone chamou algumas vezes e a voz do John do outro lado fez minha espinha arrepiar - Dani, i'm a asshole (sou um babaca), posso me desculpar quando voltar? -  Passei minha mão livre na testa, pensando que ele deve ter visto alguma noticia do Bill ser bissexual para ter mudado tão repentinamente de ideia.
          - Claro que sim, John, acredito que na próxima segunda eu já esteja de volta, vamos nos comunicando. Tudo bem? - Senti seu suspiro aliviado do outro lado da linha
           - Obrigado, Dani - desligamos, virei para Louis e sorri - Onde nós paramos mesmo? - Louis retribui o sorriso e eu pulei para cima dele, e lá estávamos nós novamente no nosso clima quente e perfeito.