James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 24
Dia 31 de outubro




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— Por quê? – Lílian perguntou, franzindo as sobrancelhas para Sirius. – Por que você não quer ser o Fiel do Segredo?

— Escute-me, Lílian, ficará muito na cara – Sirius explicou exasperado; não podia dizer que o verdadeiro motivo era enganar Remus, que, em sua cabeça, era o espião. – Escolham Pedro. Ninguém desconfiará. Lançaremos a informação de que eu fui o Fiel do Segredo enquanto Pedro fará esse serviço.

— Mas...

— É um bom plano, na verdade – James concordou, tomando as mãos da esposa. – Voldemort irá esperar que escolhamos Sirius ou Remus. Jamais suspeitaria de Pedro.

Lílian suspirou. Não tinha pensado nisso...

— Olha – Sirius recomeçou, atraindo a atenção do casal –, não estou tentando fugir das responsabilidades, nem correr do perigo. Vocês sabem muito bem que daria a minha vida para salvar a de vocês. E é justamente por isso que estou oferecendo Rabicho como solução... Para que vocês possam ter alguma chance... Depois que Marlene se foi... – Sirius engoliu em seco e olhou para baixo, aparentando dificuldade para falar no assunto.

Lílian tocou sua mão e disse com suavidade:

— Você não teve culpa, Sirius. Ninguém poderia prever.

— Eu não pude salvá-la... – ele lamentou-se, ainda incapaz de olhar para a amiga. – Não pude... Não pude fazer nada e ela...

— Sirius, olhe para mim – Lílian pediu, forçando o rosto do bruxo para cima. Ela percebeu como seus olhos azuis estavam marejados.

Falar da morte de Marlene não era algo fácil para os dois. A amiga tinha partido há um mês, mas era a primeira vez que ouvia Sirius pronunciar seu nome ou falar sobre ela. Ele fora ao funeral e conseguira esconder bastante as emoções, mas James e Lílian sabiam que ele estava destruído por dentro.

— Você não teve culpa, Sirius – ela repetiu, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. – Ninguém teve culpa. Não podíamos prever que Voldemort fosse... – Lílian respirou fundo, sentindo que iria sucumbir às lágrimas a qualquer momento. – Não podíamos... Não teríamos como... Marlene se foi e precisamos... Precisamos...

— Sirius – James chamou com firmeza, forçando o amigo a virar-se para ele. – Você não teve culpa, cara. Marlene estava com os pais. Eles foram brutalmente assassinados em sua própria casa. Como alguém poderia prever algo assim? Ela nem era procurada como nós! Não teria como prevermos que isso aconteceria.

Sirius assentiu lentamente e enxugou as lágrimas com o braço. Soltou o braço de Lílian e se pôs a andar pela casa.

— Então me deixem fazer algo por vocês— ele pediu em tom de súplica. – Me deixem dar uma chance a mais a vocês. Por favor? Escolham Pedro. Voldemort virá atrás de mim e não dele. Vocês estarão salvos.

Lílian olhou para James e o marido assentiu.

— É um bom plano – James repetiu, concordando com o amigo.

Sirius deu um suspiro de alívio e uma sombra de sorriso perpassou seu rosto.

— O mais importante é que ninguém descubra nosso acordo – ele frisou com exasperação.

— Nem mesmo Dumbledore? – Lílian questionou, enquanto enxugava o rosto.

— É melhor assim.

— Dumbledore pode ficar no escuro, mas Remus não – James decidiu, encarando Sirius com severidade. – Faço questão que ele saiba. Você entendeu, Sirius?

— Eu mesmo me encarregarei de contar a ele – o amigo mentiu prontamente. – Não precisa se preocupar em informá-lo.

James encarou Sirius com desconfiança. Apesar de nunca ter contado ao amigo em voz alta suas desconfianças, James conseguia ler, pela expressão de Sirius, o que se passava em sua cabeça.

— E eu posso confiar em você quanto a isso, Almofadinhas? – James pressionou, enrugando a testa. – Porque você sabe, não é? Não existe espião. Confiamos cegamente em vocês em três. Você, Remus e Pedro. Sabemos que nenhum de vocês seria capaz de nos trair.

Sirius assentiu, mas não disse nada. Não queria ter que mentir para James ou se desentender com ele por causa de Remus. O bruxo levantou-se depressa e apanhou sua capa de viagem.

— Trarei Pedro aqui em uma hora – ele garantiu, atravessando rapidamente a porta da frente e desaparatando assim que chegou perto do nível de proteção.

*

Quando James ouvira o barulho, ele soubera imediatamente do que se tratava. O Feitiço Fidelius deveria garantir proteção. Nenhum dos seus amigos chegaria daquele jeito, arrombando a porta.

No minuto em que ele correu para ver que suas suspeitas se confirmaram, ele percebeu. Havia sido traído. Havia realmente um espião e não era Remus. Não teve tempo para sentir o peso da traição de Pedro enquanto gritava urgentemente para que Lílian se safasse com Harry. A mulher deu-lhe um apressado e urgente beijo de despedida e subiu aos tropeços para o patamar de cima. James só teve tempo de virar-se para encarar Voldemort quando a luz verde o atingiu e ele tombou no chão, sem vida.

O grito de horror que Lílian dera poderia despertar empatia de muitas almas viventes de Godric’s Hollow, tamanho o seu sofrimento. Contudo, o causador dessa dor apenas riu, sem sequer mostrar o menor sinal de empatia pela dor da mulher.

Ele subiu lentamente as escadas. Queria apreciar cada momento dessa vitória. Finalmente, encurralara os Potter, destruiria o bebê que poderia, quando mais velho, ser o causador de sua derrota. Depois dessa noite, ninguém mais ousaria se levantar contra Lorde Voldemort. Depois dessa noite, livrar-se da resistência da Ordem da Fênix seria fácil demais...

Voldemort abriu a porta com violência e, mais que imediatamente, Lílian colocou o filho no berço e abriu os braços como se assim pudesse defendê-lo do destino que o bruxo reservava a ele. Assim como James, não teve tempo de sentir o peso da traição de Pedro e nem de sentir o luto pela morte do marido. Precisava salvar o filho.

Ela suplicou a Voldemort e ele apenas riu de seu sofrimento. Quão patética era ela por desistir de bom grado de sua vida por causa de um bebê... Ele cansou-se das súplicas da mulher, cansou-se de oferecer-lhe chances de viver; agora, tinha pressa. Queria acabar com a criança, que olhava a cena com curiosidade. Matar a mulher seria tão fácil quanto fora matar o marido...

O quarto lampejou sob a luz verde e Lílian tombou como James sem nem sequer ter tempo de olhar uma última vez para o filho... Não teve tempo de dizer mais uma vez que o amava...

Voldemort passou pelo corpo da mulher e aproximou-se do berço. Harry agora chorava. Percebera que algo não estava certo... Não era seu pai ali... Não era ninguém que ele conhecia... Com um riso de triunfo, Voldemort apontou a varinha para a criança, certo de acabaria com ela da mesma forma que fizera com os pais.

Todavia, o feitiço voltou-se para ele e, antes que pudesse pensar no que acontecera, já não tinha mais um corpo... Já não empunhava a varinha... O grito de pânico nunca saíra. A criança continuava intacta em seu berço e o andar de cima da casa estava destruído.

Como o menino o derrotara? Como ele sobrevivera? Era só um bebê, sem poderes excepcionais, sem nada comparado à grande perícia de Lorde Voldemort... Como Harry Potter sobrevivera?

Sentindo uma dor física alucinante, o destroço que era Voldemort deixou a casa, jurando que voltaria para, finalmente, derrotar o Menino-Que-Sobreviveu.

Harry Potter não lhe escaparia duas vezes.


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Notas finais do capítulo

Então, gente, esse é o último cap da fic, mas vou dividir o epílogo em 7 partes, cada uma contando o que aconteceu com um personagem depois dessa cena.



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