Flowers are talking and I'm silent escrita por Ariel F H


Capítulo 10
Solangelo


Notas iniciais do capítulo

oizinho gays

não demorei tanto pra atualizar dessa vez. acho que tô conseguindo sair do meu bloqueio ♥

então, assim, a camila comentou sobre um au em que o nico é assexual e eu tava há muito tempo querendo escrever algo e acabou que saiu isso aí que é mais ou menos: um au onde, por nico ser assexual estrito e will não, eles têm um relacionamento em que will pode se relacionar sexualmente com outras pessoas. dos amigos de nico, apenas jason sabe, então quando percy vê will com outra pessoa ele acredita que will está traindo nico.

então o capítulo é sobre isso, basicamente...... socorro talvez eu me arrependa de postar isso aqui porque eu literalmente acabei de escrever e eu nunca faço isso

enfim, enfim, eu só queria pedir pra: CONTINUEM MANDANDO PLOTS. POR QUE VOCES PARARAM DE MANDAR PLOTS? ME ENCHAM DE PLOTS EU QUERO PLOTS

e boa leitura amo voxes



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Nico di Angelo estava com a colher cheia de sorvete a meio caminho da boca quando seu celular tocou.

Ele ficou sem reação por alguns segundos enquanto uma música do Ramones tocava na cozinha. Havia duas pessoas que poderiam ligar para ele: seu pai — com quem teve uma conversa dois dias atrás, o que já completava a cota de conversas que tinham na semana — e seu namorado, que por coincidência havia saído daquela mesma cozinha apenas quinze minutos atrás.

Assim que viu a foto de Will Solace no visor, Nico largou a colher novamente no pote de sorvete e atendeu a ligação:

— O que aconteceu?

O quê? — a voz de Will soou meio confusa através do celular.

— Você está bem?

— Sim. Por quê? Você está bem?

— Will, você saiu de casa tem menos de meia hora e está me ligando.

Mesmo com quase dois anos morando juntos, ainda sentia um gosto bom na boca quando se referia como “casa” ao lugar em que os dois moravam sozinhos.

Ah! — Will falou. — Não aconteceu nada. Eu te atrapalhei? Você já começou a fazer seu trabalho?

— Não. Eu estava jantando só.

— Você comeu a lasanha que eu fiz? É uma receita da família da minha mãe. Originalmente leva frango no recheio, mas eu adaptei pra deixar vegetariana e coloquei brócolis, porque sei que é seu favorito, e…

Will! Eu comi. Tudo o que você deixou, por sinal.

— Bom saber.

— Na verdade… Eu estou comendo sorvete agora.

Nico pegou o pote de sorvete de cima da pia e se sentou em uma das cadeiras da pequena mesa, com o celular grudado em uma das orelhas.

De novo? Nico, a gente tá no meio do inverno.

— Exatamente. Tudo fica melhor no inverno. Aliás, você pode comprar mais quando voltar? Tem aquele mercado no meio do caminho que fica aberto a noite toda.

— Você comeu tudo!?

— Quase.

Por Deus. Você ainda vai ser responsável por acabar com todo o estoque de sorvete de menta com chocolate do mundo.

— Esse é o meu objetivo de vida, na verdade. Mas… Por quê é que você está me ligando? A garota não foi? Qual é o nome dela mesmo?

— Reyna. Ela ainda não veio. Eu estou adiantado, na verdade. Dez minutos. E eu estou nervoso, eu acho.

— Hmm. — Nico resmungou enquanto comia um pouco de sorvete. — Por quê?

— Por quê o quê?

— Por que você está me ligando e por que está nervoso.

— Por que você sempre me acalma. E porque Reyna é linda demais. Eu estou com medo de ter um ataque quando ver ela ao vivo.

Nico sorriu.

— Você é bobo demais.

— É verdade. Eu te mostrei uma foto dela, não mostrei? Que mulher, Nico, que mulher. Inferno, eu estou nervoso demais. A gente ficou conversando por quase um mês no Tinder. E se ela me ver aqui e se arrepender de tudo?

Nico riu ainda mais. Era engraçadinho ver Will daquele jeito.

Mas, mesmo assim, ele conseguia sentir que Will estava nervoso de verdade. Will sempre pensava o pior de si mesmo e, desde que começou a sair com outras pessoas, Nico havia notado em como Will era inseguro sobre a própria aparência.

— Você sempre pode desistir se quiser, sabe. — Nico disse. — Mas eu tenho certeza que a Reyna não vai se arrepender. Você já se olhou no espelho, Will? O seu rosto é a prova de que Deus existe. Ele te esculpiu como uma obra de arte.

Oh. Isso foi fofo. Mas a sua opinião não conta. Você é meu namorado. Sua opinião não é imparcial.

— Rude. Estou sendo sincero.

Ai, meu Deus. Acho que acabei de  ver a Reyna. Preciso ir.

— Tá bem. Se cuida.

Amo você. — Will disse antes de terminar a ligação.

Nico largou o celular em cima da mesa, ainda sorrindo.

Ele terminou com todo o sorvete antes de abrir o notebook e iniciar as pesquisas para seu artigo sobre mitologia grega. Esteve adiando aquele trabalho por dias, mas não podia mais procrastinar, principalmente porque história da antiguidade era uma de suas matérias favoritas da faculdade. Não aceitaria tirar uma nota ruim.

Depois de visitar dois sites e ler metade de um artigo, percebeu como estava frio. Foi até o quarto e abriu o guarda-roupas. As suas roupas e as de Will estavam todas misturadas desde o primeiro dia em que dormiram ali pela primeira vez, mas não era difícil de diferenciar de quem era o quê. Se fosse roupa preta, rasgada propositalmente ou com estampa de super heroí, era de Nico. Se fosse colorida ou tivesse estampa de qualquer referência à série medicinal, era de Will.

Nico saiu do quarto vestindo um moletom amarelo que ficava um pouco grande nele, mas o cheiro que aquela roupa tinha era confortante.

Ele tinha acabado de se sentar na cadeira novamente quando ouviu alguém bater na porta.

Aquilo era estranho. Will não voltaria tão cedo assim. Por mais que tivesse dito que iria apenas encontrar Reyna em um bar e logo depois ir para um motel se tudo desse certo, não seria tão rápido assim.

Além disso, Will tinha uma chave, obviamente.

E todos os amigos de Nico — em resumo, Jason e, às vezes, Percy — avisavam antes de o visitar.

Isso só podia significa que algo havia acontecido.

E ficou claro que algo ruim aconteceu quando Nico abriu a porta e encarou Percy.

Os dois ficaram em silêncio por longos segundos enquanto Nico tentava decidir se Percy parecia mais bravo ou mais nervoso. Definitivamente alguma coisa não estava bem.

— Eu posso entrar? — Percy perguntou lentamente.

Nico apenas acenou com a cabeça.

Percy foi direto para a sala, como se precisasse caminhar para pensar melhor. Nico o seguiu, ainda confuso.

— O que aconteceu?

Percy não respondeu. Ao invés disso, ficou de pé no meio da sala, parecendo não saber o que fazer.

— Você está bem? — Nico perguntou. — Usou alguma droga? Eu falei pro Jason que te dar um baseado era uma péssima ideia.

Percy não pareceu achar a piada engraçada.

— Você precisa se sentar.

— Mas o que é que aconteceu?

Percy apontou para o sofá.

Nico se sentou lentamente, encarando Percy. Era estranho ver Percy todo sério. Geralmente ele estava rindo e contando alguma piada.

— Você pode só me falar de uma vez por que é que está com essa cara. — Nico resmungou.

— Will está traindo você. — Percy disse de uma vez só, como se lançasse uma bomba.

Nico travou.

A menos que Will estivesse dormindo abraçado com alguém naquele instante ou estivesse assistindo Grease com outra pessoa, não havia nenhuma chance de Will estar traindo Nico.

— Lembra daquela garota com quem eu estou saindo? — Percy continuou, provavelmente vendo que Nico não diria nada.

— Annabeth? — Nico arriscou.

— Sim. Eu combinei de ir com ela em um bar hoje e… Eu vi Will com uma garota. No início eu achei que eles eram apenas amigos, sabe? Mas então eu fiquei reparando e…

— Percy…

— E ele beijou ela, Nico! E eu vi....

— Percy…

— Eu sinto muito, muito mesmo. Eu sei como você gosta do Will e eu nunca achei que ele faria algo assim, mas eu jamais mentiria pra você sobre algo tão sério e eu prometo que…

Percy!

Nico só se deu conta de que havia gritado quando Percy o encarou assustado.

Merda.

— Você pode… — Nico fez um gesto vago para o sofá.

Percy entendeu, graças a Deus, e se sentou devagar.

— Eu sinto muito mesmo. — Percy disse.

Nico fechou os olhos com força por alguns segundos.

— O nome dela é Reyna. — ele

— A garota com quem Will estava no bar.

Nico abriu os olhos apenas para ver a cara de confusão de Percy.

— Você… — ele começou.

— Sim. — Nico confirmou a pergunta não dita. — Eu sei.

— Mas… Vocês… — Percy gesticulou com a mão. — Vocês tem um relacionamento aberto e nunca me contaram? Ou… Vocês terminaram?

Nico trincou o maxilar. Ele teria de dizer.

— Mais ou menos.

— O quê? Vocês terminaram?

Nico piscou.

— Não. — respondeu. — Não sobre isso. Sobre o relacionamento aberto.

Agora Percy parecia genuinamente confuso.

Ele encarou Nico, como se de repente Nico fosse outra pessoa. Ele sabia o que Percy deveria estar pensando: Nico não era do tipo que tinha sexo casual.

E Percy estava certo.

— Só Will sai com outras pessoas. — Nico esclareceu.

Ele queria fugir da parte de ter que sair do armário sem estar devidamente preparado. Apenas duas pessoas no mundo sabiam de sua assexualidade: Will e Jason. E já tinha sido bem difícil sair do armário para Jason, mesmo depois de ficar dias pensando no que diria.

— Mas… — Percy murmurou. — Isso é meio abusivo, não é? Digo, se é aberto só pra ele…

Percy ainda encarava Nico quando deixou a própria frase morrer no meio.

Eles eram amigos o suficiente para Percy saber que Nico não beijava casualmente outras pessoas e nem sentia vontade de fazer isso, da mesma forma que era estranho o fato de Nico nunca ter mencionado que Will estava saindo com outras pessoas.

Nico decidiu que soltar de uma vez só era melhor:

— Eu sou assexal.

Percy ergueu as sobrancelhas, então franziu o cenho logo em seguida, pensativo.

Depois de segundos em silêncio, finalmente disse:

— Ah.

Nico sentiu vontade de bater nele.

— O que “ah” significa?

Percy se mexeu, um pouco desconfortável, no pequeno sofá.

— Eu não tenho certeza se sei o que isso significa.

— Uh, significa que eu não gosto de sexo. — ele explicou, sem realmente conseguir olhar para Percy. Ainda não estava realmente acostumado a dizer aquilo em voz alta. — Quero dizer, eu sou assexual estrito, então eu não quero fazer sexo nunca, mas existe outros tipos de assexualidade, tipo demissexual, que são pessoas que sentem atração sexual apenas por pessoas com quem tem uma forte ligação sentimental. Não é o meu caso, mas enfim, existem outros tipos. De qualquer forma, Will não é assexual. Ele, uh, gosta. De sexo, eu digo. Enfim. É meio que recente isso tudo, sabe? Will me ajudou a entender melhor a minha sexualidade alguns meses atrás. Sem ele eu ainda estaria, sabe, tentando me forçar a gostar. A gente meio que chegou a conclusão de que tudo bem ele sair com outras pessoas porque, bem, não é grande coisa e… Eu não quero privar ele de algo que ele gosta e eu não posso fazer com ele então, tudo bem, né? E eu estou falando demais, desculpa, eu estou nervoso.

Nico virou o rosto para Percy, o encarando.

— Por que… — Percy começou, então pigarreou. — Bem, agora eu me sinto meio idiota de vir aqui no meio da noite sem avisar só para dizer que Will está te traindo quando ele… Aparentemente não está.

Nico não conseguiu não rir, mesmo que ainda estivesse nervoso.

— Tudo bem. Eu devia ter previsto que algo assim poderia acontecer.

Nico encarou os próprios pés, sem saber direito o que fazer.

— Por que você nunca me contou? — Percy perguntou. — Digo, sobre você ser assexual.

— Ah. — Nico engoliu em seco. — Eu não sei. Por medo, eu acho. As pessoas costumam pensar que assexuais são doentes ou… Sei lá. — deu de ombros. — Eu li algumas coisas na internet e… Bem, as pessoas geralmente acham que assexuais são só errados de alguma forma. É como se todo mundo tivesse que gostar de sexo pra ser… Normal.

— Isso… É uma coisa bem babaca de se dizer, não é?

Nico virou o rosto para Percy.

— É, sim. — ele disse, relaxando.

— Quero dizer, não é como se todo mundo fosse especialista em sexualidade pra dizer isso. Além de que não é só porque a maioria das pessoas gosta de sexo que todo mundo precisa gostar disso.

Nico sorriu.

Talvez não tivesse sido tão ruim assim que Percy tivesse vindo até ali pensando que Will estava traindo.


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