Sob o luar escrita por Pixel


Capítulo 1
Capítulo 1 - Visita inesperada


Notas iniciais do capítulo

Olá, é a minha primeira vez postando algo aqui no Nyah então as coisas ainda são meio novas.

~~boa leitura



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 Adrien

 Ele andou pelo pequeno jardim da mansão Agreste, procurando um lugar aconchegante entre os arbustos e as árvores. Adrien precisa de um tempo sozinho. Seu dia não tinha sido nenhum pouco fácil.

 Desde que chegou em casa, a única coisa que ele queria era ficar um pouco sozinho, mas foi obrigado a participar de uma festa que seu pai organizou. Ele tinha que dar uma boa imagem, afinal.

 Durante seis horas inteiras ele teve que fingir sorrisos, rir de piadas sem graça e agir como se ele estivesse bem, como se fosse o orgulho de seu pai. Quando a festa finalmente acabou, já era pelo menos duas da manhã, e ele pode finalmente ir para seu quarto e tentar descansar um pouco.

 Por mais que Adrien tentasse, a sua mente insistia em repassar os eventos do dia diversas e diversas vezes.

  Desculpa... Ela disse, tentando dar um sorriso gentil, mas falhando dolorosamente. Adrien podia notar em seus olhos que ela estava mais confusa e agitada que ele - Mas eu já gosto de uma outra pessoa...

 A lembrança se repetiu de novo e de novo, até que Adrien decidisse se levantar da cama e tomar um pouco de ar puro. Ele estava mais do que agradecido por ter conseguido sair do quarto sem acordar Plagg, isso significa: um tempo sozinho sem o cheiro de camembert impregnando seu nariz.

 Ele tinha sido rejeitado pelo amor da sua vida.

 Adrien estava apaixonado por Marinette durante dois anos agora. Há um ano, ele não era nem ao menos capaz de falar com ela sem gaguejar ou passar vergonha. Depois de diversas tentativas, ele finalmente conseguir se aproximar e fazer amizade com a mestiça.

 Tudo parecia que estava indo bem, até que sua paixão se tornou algo impossível de ignorar, ele tinha que colocar aquilo para fora de alguma maneira. Adrien e Nino começaram a criar um plano: um momento perfeito em que o loiro poderia se confessar para Marinette.

 É claro que Adrien apreciava a ajuda que recebeu de Nino, mas agora todos seus esforços foram em vão. Nada daquilo valeu a pena.

 Acabou que o "momento perfeito" nunca veio. Tinha sempre alguma coisa para atrapalhar o casal, ele nunca pode dizer o que realmente queria sem ser interrompido.

  Até hoje.

 Adrien fechou os olhos com força e forçou sua mente a deixar a lembrança de lado. Como ele iria encarar Marinette amanhã? Seria tão doloroso olhar nos olhos dela novamente.

 Saber que a garota por quem ele estava apaixonado nunca iria olhar para ele da mesma forma quebra seu coração em mil pedaços. Adrien só quer desabar em lágrimas e deixar que a dor o leve embora.

 Ele não é forte o suficiente para lidar com isso.

 O loiro se perguntou por um breve momento sobre quem era o cara sortudo que tinha ganhado todo o afeto dela. Esse sim é, sem dúvidas, alguém de muita sorte.

 Marinette o encantou desde o primeiro momento em que a viu. Ele sempre viu algo familiar em seus olhos azuis, algo que parecia muito obvio, mas ao mesmo tempo algo difícil de identificar. Adrien se viu perdido em seus grandes olhos durante muito tempo.

 Ele pensou que sentia uma enorme admiração por ela, e nada além disso. Marinette sempre foi muito forte e valente, defensora dos mais fracos. Ela tem um confiança em sua voz e uma grande alegria em seus olhos. À primeira vista, ela chega a parecer uma punk encrenqueira. Não foi até que ela o salvou de uma briga que as coisas começaram a se clarear em sua mente.

 Adrien é um nerd, ele sempre se considerou fraco em relação aos demais alunos — mesmo isso sendo mentira —, por isso, quando um valentão tentou lhe intimidar, ele não reagiu.

 Ele esperou o golpe, esperou a dor e a humilhação, mas nada nunca veio. A lembrança esteve sempre tão clara em sua mente, foi naquele dia que ele se viu apaixonado por Marinette Dupain-Cheng.

 Marinette podia ser pequena, mas ela nunca deixou sua altura interferir em seus conceitos. Ela entrou numa briga apenas para impedir que Adrien se machucasse. Nem ao menos levou em consideração o fato de seu adversário ser duas vezes maior que ela.

 Marinette sim, é uma verdadeira amiga. Alguém que Adrien deveria estar feliz em apenas ser chamado de amigo, mas seu coração era mimado demais para se contentar com apenas isso.

 Adrien se sentou no chão, sem nenhuma árvore ao seu redor, ele queria apenas observar o céu em paz. Descansar um pouco de seus pensamentos embaralhados.

 A noite estava fria e bela. A lua dominava o céu, iluminando a noite com um brilho prateado maravilhoso — é noite de lua cheia, e isso só deixava a vista melhor e melhor. As estrelas estavam espalhadas por toda a imensidão escura, algumas brilhando mais do que as outras. Era raro ver tantas estrelas assim em Paris.

 Adrien respirou o ar gélido sentindo um pouco de paz depois desse dia que não parecia ter fim. Ele fechou os olhos e aproveitou. Não era uma noite relativamente fria, era apenas agradável.

 — Adrien? — A voz feminina parecia um pequeno sussurro fraco, Adrien a reconheceu de imediato e olhou para a dona.

 Ladybug, sua parceira e amiga, estava em cima do murro que cercava a mansão Agreste. Ela olhava para o rapaz, mas sua expressão era inelegível por causa da escuridão da noite.

 — Ladybug? — Ele forçou uma risada.

 Adrien sempre odiou esse fingimento idiota. Ele tinha que agir como se não conhecesse Ladybug, como se não fossem amigos quase íntimos, como se ele não fosse Chat Noir.

 — O que faz acordado a essa hora? — Ela perguntou e pulou para o chão, aterrissando ao lado de algumas flores e arbustos perfeitamente podados.

 — Só olhando para o céu... — Adrien observou a super-heroína se aproximar dele. Seus olhos era a única coisa além da máscara que ele conseguia identificar; parecia até mesmo brilhar — A noite está linda hoje...

 — Sim... — Ladybug levantou o olhar para o céu e deu um suspiro feliz — Geralmente não tem tantas estrelas assim... — Ele apenas concordou com a cabeça em um breve aceno.

 Adrien se surpreendeu quando ela se sentou ao seu lado para observar as estrelas. Ele estava muito consciente do fato dela não saber sua verdadeira identidade, e isso estava o deixando nervoso e desconfortável.

 Estar com Ladybug nunca foi desconfortável.

 — Se me p-permite p-perguntar... — Adrien encolheu os ombros, se sentindo extremamente exposto sem o terno de couro para protege-lo — Por que está fora tão tarde...? — A pergunta pareceu extremamente pessoal, e de fato era, mas Adrien não pode resistir. Já passavam das 3 da manhã e Ladybug ainda estava em uma “patrulha”.

 Isso não era normal dela fazer.

 Chat Noir trabalhou ao lado de Ladybug durante três anos, mas nunca teve uma conversa "informal" com ela. Os dois sempre falavam dos Akumas, de Hawk Moth, de kwamis, mas nunca falaram de suas vidas pessoais. Isso sempre foi uma barreira.

 Não ajuda o fato de Ladybug flertar com ele a cada 5 minutos.

 Desde o começo, a heroína de Paris sempre foi muito ousada — em todos os sentidos da palavra — ela era valente, corajosa e implacável — menos quando estava flertando descaradamente com ele.

 Adrien já pensou na possibilidade de ela estar apaixonada por Chat Noir, mas ele sempre se recusou em acreditar nisso. Chat é apenas uma máscara, apenas metade dele. Existia uma grande chance de Ladybug gostar apenas da máscara e não da pessoa por trás.

 — Eu não estava conseguindo dormir... — Ela se jogou para trás, se deitando na grama úmida. Soltou um suspiro satisfeito e voltou a falar — As coisas estão um pouco complicadas na minha vida pessoal agora... E você?

 — Também não estava conseguindo dormir — Ele confessou, relaxando um pouco os ombros. A conversa estava tomando um rumo calmo e confortável. Algo raro para Adrien Agreste.

 — O que foi loirinho? — Adrien piscou algumas vezes e se virou para encara-la. O apelido o pegou de surpresa, mas ele não disse nada remetente a isso — Não era para você estar cansado? Eu ouvi falar sobre a festa que seu pai deu hoje...

 — Eu não ia conseguir dormir nem se um caminhão tivesse me atropelado... — Adrien suspirou e abaixou o olhar para suas mãos.

 Ladybug riu.

 — Uih — Adrien endureceu quando sentiu uma mão quente alisar suas costas com carinho.

 Ele se surpreendeu ao notar que o toque não tinha segundas intenções. Ladybug sempre tentou flertar de todas as formas possíveis, e isso inclui toca-lo sem um aviso prévio. Adrien estava acostumado com abraços ousados e mãos bobas, não a carinho real.

 Ele reprimiu um ronronar que estava querendo subir pelo seu peito.

 — O que está te deixando tão pra baixo? — Sua voz estava doce, cheia de carinho e de preocupação. Adrien olhou nos olhos de Ladybug e sentiu uma vibração familiar.

 Seus olhos azuis tinham um brilho carinhoso, algo que fez seu peito tremer. Ladybug nunca tinha olhado para ele assim antes, é algo novo e certamente bem-vindo. Ele se sentiu quente e sorriu.

 — Fui rejeitado pela garota que amo... — Dizer isso com um sorriso no rosto era irônico, mas ele não podia se ajudar. É a sua forma de lidar com a situação.

 Ladybug piscou em surpresa.

 Adrien se virou para frente e levantou seu olhar para o céu, tentando evitar a sensação de ser observado. Ele se limitou em apenas respirar, tentando reprimir as lágrimas que insistia em cair.

 Ele tinha um aperto doloroso em seu peito, e não demorou para formar um nó em sua garganta.

 Não importa o quanto doesse, ele se recusou a chorar na frente de Ladybug.

 Ladybug se sentou e voltou a acariciar suas costas, a diferença foi que dessa vez sua mão subiu e bagunçou seus cabelos.

 — Sei como se sente loirinho... — Adrien fechou os olhos e uma única lagrima caiu em sua mão. Ele aproveitou a sensação de carinho.

 É algo tão bom, ele nunca experimentou isso antes. A sensação dos dedos leves e gentis coçando com amor seu coro cabeludo era relaxante. Ele se perguntou em como viveu sem isso antes.

  O toque leve apagou a amenizou a tristeza em seu peito, e Adrien era mais do que grato à Ladybug por isso.

 — Estou apaixonado por uma pessoa que não me nota... — Ela disse tristemente e abaixou as mãos. Adrien foi trazido de volta a realidade e olhou de soslaio para Ladybug.

 — Ele deve ser cego — Adrien disse sem pensar e recebeu um olhar quase mortal de Ladybug.

 Ele tinha acabo de insultar o cara que ela gosta e esse fato praticamente bateu em sua cara. Adrien corou fortemente e tentou amenizar o dano.

  — Q-Quer dizer — Ele desviou o olhar e coçou a nuca de forma desajeitada —  você é tão bonita e elegante, é difícil imaginar que alguém não iria te notar... — Ele riu nervosamente e desviou o olhar.

 Ter uma Ladybug irritada era a última coisa que ele queria no momento.

 — Uhf... Mas é verdade — Ela bufou e abraçou seus joelhos. Ela se encolheu em uma pequena bola preta e vermelha — Não importa o que eu faça, Chat simplesmente não me vê da mesma forma que eu o vejo... —  Adrien engasgou com a própria saliva.

 — C-C-Chat? —  Ele gaguejou um pouco alto demais, e o som ecoou por todo o jardim.

 — Não se faça de surpreso... Toda Paris sabe disso... — Ela murmurou emburrada, fazendo um biquinho bravo.

 Adrien tinha suas dúvidas, mas agora era oficial, Ladybug gostava dele. Não, dele não. Ela gosta de Chat Noir, o super-herói atraente e sexy que tem diversos fã clubes por toda Paris.

 Ele não sabia como se sentir em relação a isso. Era estranho, os dois eram companheiros, ele nem ao menos conhecia Ladybug direito — pelo menos não inteiramente. Como ela poderia ter se apaixonado por ele?

 — Então eu ouso dizer que ele é um idiota por não notar você — Adrien gemeu internamente. Ele estava tentando ser gentil e anima-la, e agora estava insultando a si próprio.

 A que ponto ele chegou.

 — De qualquer forma — Ela sorriu, um sorriso doce e gentil, que lhe lembrou vagamente de Marinette — Estamos no mesmo barco

 — Sim, estamos — Ele deu um leve aceno de cabeça tentou um sorriso.

 — Então! — Ela se endireitou e lhe deu um olhar presunçoso — Posso saber o que você viu nessa garota? – Ladybug lhe deu um sorriso presunçoso, que parecia algo rebelde em seu belíssimo rosto.

 Adrien fechou os olhos, sentindo todas as suas ideias sobre Marinette se organizarem em sua mente e deu um pequeno sorriso de canto.

 Havia tantos motivos, era difícil até mesmo começar.

 — Marinette é, sem dúvidas a garota mais inteligente e corajosa que eu já conheci — Adrien fechou os olhos e deixou que as palavras fluíssem livremente de sua boca — Ela tem um jeito próprio, algo que chamou minha atenção desde que a vi pela primeira vez. Ela se importa com todo ao seu redor, até com a Chloé... Além do mais... Ele é uma pessoa forte, diferente de mim...

 Adrien abriu os olhos. Ele sentiu uma brisa gelada bater em seu rosto quente, provavelmente estava corado. É a primeira vez que ele fala sobre seu amor por Marinette tão ampliam ente.

 O loiro se virou para Ladybug, se surpreendendo quando olhou em seus olhos. Ela parecia hipnotizada, mesmo na escuridão da noite, Adrien pode ver uma coloração mais escura em suas bochechas por debaixo da máscara.

 Ela piscou algumas vezes, desviou o olhar e logo voltou a encara-lo, um brilho de determinação em seus olhos azuis. Ela fez um biquinho e estendeu a mão para o braço de Adrien, dando um aperto naquela região.

 — Não acho que você seja fraco... — Ela murmurou emburrada e completou a frase entre os dentes, tão baixinho que Adrien quase não ouviu — acho que você é mais forte que eu...

 Adrien arregalou os olhos e corou fortemente — mais fortemente do que já estava. Ele estava intensamente consciente de sua mão e um pouco desconfortável.

 — É... Er. E-Eu... — Adrien não sabia o que disser, ele estava perturbado e sua mente estava bagunçada. Podia sentir o calor de sua mão, mesmo com o terno no caminho.

 Isso bagunçou todos os seus sentidos.

 Ela riu. Uma risada leve e que parecia uma música para seus ouvidos. Ele sentiu seu rosto esquentar mais ainda e seus estômago embrulhou em nervosismo.

 — E-Eu já f-fiz k-karatê... — Adrien lutou conta as próprias palavras, tentando formar uma frase coerente.

 Ele congelou quando Ladybug se inclinou para ele, se aproximando e deixando apenas alguns centímetros de distância um do outro.

 Eles estavam tão próximos, Adrien podia até mesmo ver as pequenas sardas em cima de seu nariz e sentir a sua respiração.

 — Qual faixa? — Ela perguntou em um sussurro. Um sorriso desafiador surgiu em seu rosto.

 — P-Preta... 

 De repente, para a surpresa de Adrien, Ladybug se afastou dando uma gargalhada gostosa e divertida. Ele soltou o ar que nem ao menos notou que estava segurando.

 Ladybug sempre teve dois lados da mesma personalidade, ela podia ser gentil e amigável num instante, e no outro ser uma verdadeira fera. Ele aprendeu a ter medo da parte “fera” dela.

 — Fraco? Eu acho que você ganharia de mim numa luta! — Ela parecia tão descontraída, como se fossem amigos íntimos, mas não estavam conversando nem por 15 minutos.

 Ele sorriu para isso, Ladybug sempre foi uma boa companhia. É bom saber que ela estava ali para ajudá-lo, mesmo não sabendo do seu outro lado.

 — E você? — Adrien sentiu a ansiedade revirar em seu estômago. Agora que ele sabia que Ladybug tinha um crush nele como Chat, estava curioso para saber o porquê — O que vê no Chat Noir?

 Ladybug desviou o olhar, olhando para as estrelas por longos segundos. Ele notou que suas mãos estavam inquietas e seu rosto extremamente vermelho.

 — Ele sempre parece tão... corajoso — Ela sorriu, com um brilho carinhoso tomando conta do seu olhar — Toda vez que eu entro em uma enrascada ele aparece pra me salvar — Ela respirou fundo e Adrien se viu esperando que ela continuasse.

 Ladybug tinha sua total atenção.

 — Eu não sei quando me apaixonei por ele. Foi algo gradual. Quando eu menos esperava já estava ansiosa para vê-lo de novo — Até mesmo as orelhas dela estavam vermelhas. Parecia nunca ter dito isso para ninguém — É difícil chamar a atenção dele, até parece que ele não gosta de mim...

 "É claro que eu gosto de você My lady!" Adrien respondeu internamente "Não do jeito que você espera..."

 — Talvez! — Ele disse muito alto, sua voz ecoou por todo o jardim.

 Adrien nem ao menos notou que estava tenso, as mãos firmemente fechadas em punhos e os ombros retos. Seu rosto estava corado de vergonha e realização.

 Ele sempre pensou que, se Ladybug gostasse dele, seria pela máscara, e não por quem ele é, mas ouvi-la falar desse jeito, com amor e carinho dançando em sua voz, fez ele reconsiderar.

 Marinette não gostava dele, ela tinha outra pessoa em sua vida, mas Ladybug só tinha Chat. Talvez ele devesse desistir de Marinette, talvez ele devesse dar uma chance à Ladybug.

 Mas... Ele poderia esquecer Marinette?

 Será difícil esquecer a garota que senta atrás dele na aula. Que almoça ao lado. Que tem a melhor e mais contagiante risada de todos os tempos. Que tem o mais belo sorriso e o coração mais nobre.  

 Esquece-la seria como jogar parte dele fora. Arrancar uma parte de seu coração e enterrá-lo o mais fundo possível.

 Ele poderia fazer isso?

 Talvez, apenas talvez, ele a esqueça.

 Adrien engoliu o nó em sua garganta e forçou sua voz, jogando as palavras para fora de sua boca e mais rápido e claro que ele conseguiu.

 — Um dia vocês fiquem juntos! — Ele respirou fundo antes de continuar — Não sou bom com essas coisas, mas acho que você deveria tentar um pouco mais...

 Adrien fechou os olhos e se concentrou apenas nas batidas aceleradas de seu coração. Ele tentou não pensar muito no que estava fazendo e aceitou os fatos.

 Ele estava dando a Ladybug a esperança de um dia ela ficar com Chat Noir.

 Longos segundos se passaram e Adrien sentiu seu coração desacelerar. Para sua surpresa, um peso extra foi jogado por cima de seus ombros e ele foi puxado bruscamente para baixo. Braços quentes enrolaram seu pescoço o prendendo naquela posição.

 Ele arregalou os olhos e engasgou.

 —.... Obrigada loirinho... — Ela se esticou mais ainda, fechando seus corpos juntos em um grande e forte abraço.

 Era quente e confortável. Ele nunca recebeu um abraço nesse nível. Podia sentir a respiração dela fazendo cocegas em sua nuca e o cheiro agradável de rosas e pães. Adrien queria se enterrar para sempre naquele abraço.

 Pela segunda vez naquela noite, ele engoliu o nó em sua garganta e retribuiu o abraço da melhor maneira que pode.

 Era estranho ter Ladybug em seus braços. Ela era pequena e magra, mas ao mesmo tempo muito forte. Ele não podia se livrar se seu abraço nem mesmo se tentasse.

 O cheiro dela dançou em seus sentidos e Adrien se viu enterrando seu rosto no cabelo azulado, em busca de mais daquele cheiro agradável.

 Eles ficaram assim por longos segundos até que Ladybug quebrou o abraço. Adrien sentiu como se metade do seu calor corporal tivesse sido arrancado dele e estremeceu.

 — Eu preciso ir — Ela desviou o olhar limpou a garganta — Já passei da minha hora de dormir — Completou com uma pequena risada.

 — Preciso confessar que eu também passei da hora... — Adrien coçou a nuca rindo nervosamente.

 Ele sabia que tinha diversas coisas para fazer amanhã — entre elas encarar Marinette e tentar não desmoronar em lágrimas — mas estaria cansado demais para isso. Seria milagre se ele não adormecesse na aula amanhã.

 — Será que eu.... Posso voltar amanhã? — Ela encolheu os ombros e desviou o olhar — Eu gostei de falar com você....

 Adrien sorriu amplamente.

 — Claro, você é bem-vinda! — Adrien mal podia esperar para vê-la amanhã. Ele descobriu que gostava muito de conversar com Ladybug.

  Ela retribuiu o sorriso e se inclinou para frente novamente, dando um leve beijo na bochecha de Adrien. Ele sentiu seu rosto corar novamente e encolheu os ombros.

 — Obrigada! — Ela se levantou e se virou — Até amanhã loirinho...

 Adrien não conseguiu desviar o olhar dela. Ele a observou subir o murro, sua figura pequena foi iluminada pela lua e ela parecia um anjo aos olhos dele. Adrien perdeu totalmente a sua respiração.

 Ele nunca notou o quanto Ladybug é bonita. Ele reparou no brilho de seus cabelos e as leves curvas de seu corpo. Ela é perfeita.

 Quando Ladybug sumiu da sua vista, Adrien começou a pensar com clareza. Ele encarou os arbustos e a escuridão por longos minutos quando finalmente sentiu seus olhos a arderem de sono.

 Ele não estava mais se sentindo tão sobrecarregado. Todo o peso desse longo dia havia sido tirado de seus ombros e ele não podia ser mais grato por isso.

 Ladybug o ajudou mais do que ela jamais irá imaginar.

 Adrien se levantou e sua cabeça girou por alguns segundos. Ele estava com sono, muito sono.

 Ele fez um esforço enorme para voltar ao seu quarto sem fazer nenhum barulho. Parecia que cada passo causava um rangido diferente, que ecoava pela casa até sumir. Com um grande sacrifício, ele se aproximou de seu quarto.

 Adrien entrou no cômodo demasiadamente grande e foi direto para cama, se aconchegando ao lado de Plagg que ainda estava preso em um sono profundo. Ele fechou os olhos e tudo ao seu redor escureceu.

 Naquela noite, seus sonhos estavam rodeados por duas garotas, ambas com cabelos pretos azulados e olhos azuis brilhantes. Cada traço retratado delas as fez parecer idênticas, quase como se fossem a mesma pessoa.


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Notas finais do capítulo

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