Civil War escrita por Dark Sweet


Capítulo 5
O melhor sanduíche de New York


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como vocês estão? Eu disse que postaria dois capítulos hoje, não disse? Aqui está o capítulo bem bonitinho para vocês, super conceitual e com duas presenças maravilhosas ~mystery~ Nesse capítulo tem um pequeno diálogo em espanhol, mas não se preocupem, a tradução está entre parênteses :v
Boa leitura, bebês.



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 Caminhando pelas ruas do Queens eu me divertia ao ver os olhares surpresos das pessoas.

Talvez não fosse muito comum ver uma Vingadora andando por esse lado de New York.

Algumas crianças haviam me parado para tirar fotos e conversar comigo. Isso tornava meu dia muito melhor.

Avistei o estabelecimento do senhor Delmar na próxima esquina e abri um sorriso. Era para existir um desses em cada bairro de NY.

Ao entrar no comércio do sr. Delmar, abri um sorriso ao caminhar até o balcão.

—Hola, señor Delmar. ¿Cómo estás? (Olá, senhor Delmar. Como está?) – cumprimentei arrancando um sorriso do homem atrás do balcão.

—¡Melinda! ¿Estoy bien y tu? ¿Salvando mucho el mundo? (Melinda! Estou bem e você? Salvando muito o mundo?) – soltei uma risada.

—Bueno, aparentemente los villanos se evaporaron, desaparecieron. No sé si esto es una buena o mala señal. (Bem, aparentemente os vilões evaporaram, sumiram. Não sei se isso é um bom ou mau sinal.) – dei de ombros.

—Si es mala señal, sé que tú y los otros Vengadores darán cuenta. (Se é mau sinal, sei que você e os outros Vingadores darão conta.) – sorri. – Entonces, ¿qué va a querer? ¿Lo de siempre? (Então, o que vai querer? O de sempre?) –

—Sí, pero también voy a querer siete x-bacon. (Sim, mas também vou querer sete x-bacon.) – pedi. Os olhos dele se arregalaram.

—Siete x-bacon? (Sete x-bacon?) – indagou surpreso. Soltei uma risada, assentindo.

—Son para los Vengadores. Prometi que cualquier día llevaría el mejor bocadillo de Nueva York para que ellos probaran y se enamoraron. (São para os Vingadores. Prometi que qualquer dia levaria o melhor sanduíche de New York para eles provarem e se apaixonarem.) – expliquei.

—Entonces haré justicia la frase y hacer los mejores sándwiches de Nueva York. (Então irei fazer jus a frase e fazer os melhores sanduíches de New York.) – sorri.

—Ellos ya son, señor Delmar. (Eles já são, senhor Delmar.) – falei dando as costas e procurando pelo meu sabor preferido de batatinhas.

Desde que comecei a vir até o comércio do senhor Delmar, eu sempre era atendida em espanhol.

Lembro até hoje de quando eu entrei pela primeira vez aqui e fingi que era uma mexicana. Desde então, Delmar e eu só falávamos espanhol.

—Droga. – resmunguei ao não encontrar o pacote de batatinha mais apimentada que tinha na lanchonete.

Soltei um suspiro, pegando a segunda mais apimentada e peguei uma latinha de refrigerante no freezer, voltando para o balcão onde o senhor Delmar falava com um garoto.

Coloquei a latinha e o pacote de batatinhas sobre o balcão e encarei o garoto ao meu lado.

Ele também me encarava. Os olhos arregalados, uma expressão de surpresa e incredulidade no rosto. E então uma risada.

—Meu Deus. Você é a Valente. Caramba. – sorri.

—Amei o seu tom empolgado ao falar o caramba. E sim, eu sou a Valente. – estendi minha mão. – Eu diria meu nome, mas todos já sabem mesmo. – dei de ombros.

—Ela está estendendo a mão para mim, senhor Delmar. – sorri.

—Sim, garoto, e é falta de educação deixar uma dama esperando. – o dono do estabelecimento riu.

—Ah, desculpa. – o garoto apertou minha mão. – Eu sou o Peter. Parker. Eu sou muito seu fã. Acho incrível quando você usa seus poderes ou quando luta com os vilões sem precisar soltar jatos de energia ou usar seus escudos. Mostra que você não é só seus poderes e... eu estou apertando sua mão por tempo demais, né? – soltei uma risada. – Desculpa. – Peter soltou minha mão.

—Está tudo bem. Eu também reagi dessa mesma forma quando conheci os Vingadores. – coloquei as mãos no bolso da calça. – Falando pelos cotovelos, mas com em um estado de euforia. Entendo como você está se sentindo, Peter. –

—Aquí están sus peticiones, Melinda. (Aqui estão seus pedidos, Melinda.) – o senhor Delmar me entregou uma sacola com os sanduíches dos Vingadores e os meus dois sanduíches separados.

—Gracias, señor Delmar. (Obrigada, senhor Delmar.) – agradeci. – ¿Agregó la patata y el refresco? (Acrescentou as batatas e o refrigerante?) – ele assentiu. – ¿Cuánto dio? (Quanto deu?) –

—Nada. De gracia para ti. (Nada. De graça para você.) – ele sorriu.

—No. (Não.) – neguei pegando a carteira. – Tengo que pagar. No tomaré provecho de usted sólo por ser una Vengadora. Aquí. (Faço questão de pagar. Não tirarei proveito de você apenas por ser uma Vingadora. Aqui.) – deixei uma nota de US$ 50 sobre o balcão.

—Melinda, aquí tiene mucho más del valor de su compra. (Melinda, aqui tem muito mais do valor de sua compra.) – exibi um sorriso indo até o gato que estava deitado sobre o balcão.

—Hey, Murph. – acariciei sua barriga.

—Melinda. – o sr. Delmar estendeu o troco na minha direção.

—Se queda con el cambio, señor Delmar. (Fica com o troco, senhor Delmar.) – pisquei para ele, pegando minhas compras. – Adiós, Peter. Placer en conocerte. (Adeus, Peter. Prazer em te conhecer.) – passei pelo garoto que acenou.

—Adiós y el placer es todo mío, Valiente. (Adeus e o prazer é todo meu, Valente.) – ele sorriu.

Sai do estabelecimento tirando meu sanduíche do saco e dando uma generosa mordida.

Eles nunca erram no tempero.

Abri o refrigerante e fui comendo enquanto caminhava pelas ruas do Queens até onde tinha deixado minha moto.

Não importava se agora eu era uma Vingadora ou não, nunca deixarei essa prática de lado. Sair caminhando pelos bairros de New York é algo maravilhoso.

Observar as pessoas caminhando, rindo, se divertindo ou só pensando na vida era algo reconfortante.

Terminei meu sanduíche e o refrigerante poucos metros antes de chegar na minha moto.

Guardei o outro sanduíche junto com os dos Vingadores e subi na moto após jogar a latinha vazia no lixo.

E então eu dei a partida, saindo em alta velocidade.

***

—Cheguei. – cantarolei ao entrar na sala do complexo. Não havia mais ninguém além do Visão. – Cruzes. Que ótima recepção. – resmunguei.

—Melinda, que bom que chegou. O Capitão estava procurando você. – franzi as sobrancelhas.

—Por quê? –

—Pelo que eu entendi, parece que vocês tinham um compromisso. – o andróide respondeu.

—Compromisso? – franzi as sobrancelhas. – E por que ele não me ligou? – cruzei os braços.

—Você não levou seu celular. – Natasha respondeu passando por mim. Ela ia em direção a cozinha. – Quanta responsabilidade, hein, Melinda? E se tivesse surgido uma missão e precisássemos de você? –

—Por que você tem que sempre vir com alguma lição de moral para cima de mim, Romanoff? – a segui. Sam estava na cozinha mexendo em alguma panela.

—Porque nosso trabalho é coisa séria, Melinda. Comunicação entre nós é de extrema importância. – ela me encarou séria. De soslaio vi Visão observando nossa conversa.

—Ok, ok. Vou começar a sair com o celular, certo? Para todos os lugares. – cruzei os braços. – Agora se eu for assaltada e levarem meu celular, a culpa será sua. – ela arqueou a sobrancelha.

—Ah, claro. Por que poder para parar um ladrão você não tem, não é? – escutei a voz de Wanda atrás de mim.

—O que deu em vocês hoje, hein? Eu saio para comprar sanduíches para vocês e é esse tratamento que eu recebo? – perguntei indignada. – Por acaso surgiu alguém tentando dominar o mundo enquanto eu fui até o Queens? –

—O que você foi fazer no Queens? – Sam questionou.

—Comprar sanduíches. – respondi deixando a sacola com a comida sobre o balcão.

—No Queens? Aqui por perto não vendem sanduíche? – Natasha indagou abrindo a sacola.

—Eles não vendem o melhor sanduíche de New York. – dei de ombros. – Nananinanão. Esse daí é meu. – tirei o sanduíche das mãos de Wanda. – Os de vocês são os outros. X-bacon. Todos. Para não criar desavenças entre vocês. –

—Eu ouvi a palavra x-bacon? – Tony surgiu atrás de mim.

—A sua palestra sobre a Fundação Setembro não era hoje? – franzi as sobrancelhas.

—Não. É daqui uns dias. – respondeu pegando um sanduíche. – Você é ótima com datas, hein? – ele ironizou dando uma mordida. – Santo Einstein! – sorri. – Onde você comprou essa maravilha? –

—Queens. – respondi indo até a geladeira e pegando uma garrafa de refrigerante. – Cadê o Steve? –

—No quarto. – Sam respondeu. Ele tinha deixado as panelas de lado e pegado o seu sanduíche.

—Sexta-Feira, pode chamá-lo, por favor? Estamos fazendo uma refeição em família e ela está incompleta. – deixei o refrigerante no balcão.

—Agora mesmo, Melinda. –

Peguei copos para todos e levei até o balcão, abrindo o refrigerante e distribuindo nos copos.

—Eu tenho que concordar com a Melinda. Esse é o melhor sanduíche de New York! – Sam exclamou, fazendo-me abrir um sorriso.

—Sexta-Feira me disse que está havendo uma refeição em família. – Steve entrou na cozinha.

—Chegou bem na hora, Picolé. – peguei o sanduíche dele e um copo com refrigerante, entregando ao mesmo.

—Já são 11:00 AM, Melinda. Isso é hora para almoçar e não comer sanduíche. – revirei os olhos.

—Deixa de ser estraga prazeres, Steve. Nós ditamos as regras agora. –

—Capitão, quando você provar essa maravilha na sua mão, irá deixar essa ideia do almoço de lado. – Tony falou, comendo mais um pedaço do sanduíche. – Eu posso comer o sanduíche do Visão? –

—O sanduíche do Visão é do Visão. – esclareci.

—Se eu pegar, é meu. – ergui um escudo na frente de Tony antes que ele chegasse até o balcão. – Trapaceira. – resmungou assim que deu de cara com o escudo.

—Obrigada. – sorri. – Visão, pegue logo seu sanduíche antes que o Cabeça de Lata coma. –

—Sabe... – interrompi o andróide:

—Não estou nem aí se você não sente os sabores das comidas. Come. – o encarei.

—Você daria uma ótima mãe, Melinda. – Sam riu. – Imagina os filhos dela não comendo a verdura da comida? –

—Vira essa boca para lá, Piu-Piu. – falei desfazendo o escudo assim que Visão pegou o sanduíche dele. – Eu não vou ter filhos. Nunca. –

—Acho que alguém esqueceu de avisar a Pirralha que uma prevenção à gravidez nem sempre é 100% eficiente. – Tony comentou bebendo seu refri.

—Eu não uso só um método de prevenção, anta. – revirei os olhos. – Para vocês terem noção, eu sou tão paranóica com a simples ideia de engravidar que eu uso o diu, uso camisinha de vez em quando e sempre tomo anticoncepcional. – falei atraindo os olhares surpresos deles. – Eu posso esquecer onde coloquei a chave do carro, mas nunca esqueço de tomar anticoncepcional. –

—E por que você simplesmente não fez uma laqueadura? – Tony questionou, levando-me arquear a sobrancelha. – Ah, sim. Seu medo de médicos e agulhas. – revirei os olhos.

—E como você colocou o diu? Digo, teve que ir a um médico, não? –

—Lógico, Wandinha. Foi um processo demorado da minha parte, claro, mas eu consegui. – dei de ombros. – Afinal, era para um bem maior. Primeira e única vez que fui ao médico por conta própria depois da explosão. – mordi o sanduíche.

—Você devia trabalhar isso, hein? Imagina uma garota da sua idade com medo de agulhas. – Stark balançou a cabeça.

—Vai ver se estou na esquina. – resmunguei.

—Certo. Esse é o melhor sanduíche que eu já comi em toda minha vida. – Steve falou causando-me uma risada.

—O senhor Delmar vai surtar quando eu contar as reações de vocês. –

—Espera. Senhor Delmar? Dono do Delmar's? – soltei uma resposta positiva para a pergunta de Tony. – Você foi bater no Queens só para comprar esses sanduíches? –

—É o melhor sanduíche de New York. – respondi como se fosse óbvio. – E como você sabe da existência do estabelecimento, mas nunca comeu o sanduíche? – arqueei a sobrancelha.

—Eu me lembro vagamente de alguém ter comentado sobre ele comigo. Talvez eu tentei comprá-lo, não sei. – balancei a cabeça, terminando meu sanduíche.

—Se foi isso que aconteceu, agradeço ao senhor Delmar por ter negado sua oferta. – peguei minhas batatinhas.

—Ei, eu quero. – Stark pediu, fazendo-me arquear a sobrancelha.

—Pidão. – resmunguei abrindo o saco e erguendo na direção dele.

—Olha quem fala. – ele rebateu após pegar uma grande quantidade de batatas. Arregalei os olhos.

—Era um pouco, Tony. Um pouco! – protestei.

—Devia agradecer por eu ter pego apenas algumas batatinhas e não o pacote inteiro. –

Stark abriu um sorriso, jogando uma piscadela na minha direção enquanto saia da cozinha.

—Estou no meu escritório caso precisem de mim. – informou antes de sumir da minha vista.

—Sim! Steve, o Visão disse que você estava me procurando porque eu tinha um compromisso com você ou coisa do tipo. – lembrei. – O que era? –

O Capitão deixou seu sanduíche de lado. Após mastigá-lo e ingeri-lo, ele respondeu:

—Íamos treinar, lembra? –

—Não, não lembro. – respondi. – Não lembrava mesmo. No entanto, como estou sem nada para fazer o resto do dia, não tem problemas. – dei de ombros. – Eu vou me trocar. –

—Você acabou de comer, Melinda. Treinamos em meia hora. – assenti.

—Certo. Eu vou me trocar logo. – informei, saindo da cozinha.

Peguei o elevador e apertei o botão que levava até o último andar do Complexo. Enquanto esperava eu comia mais batatinhas.

Caminhei até meu quarto que ficava entre o de Wanda e Bruce (sim, tínhamos esperança que o Verdão voltasse um dia), e fui até o meu closet.

Procurei por uma roupa apropriada para treinar e joguei sobre a cama. Andei até a escrivaninha e peguei meu celular.

Tinha uma ligação perdida do Steve e uma mensagem do Clint. Abri a mensagem.

"Não achei justo só vocês terem a tatuagem do grupo. Estou aposentado, mas ainda faço parte, não?"

Logo abaixo da mensagem tinha uma foto que me causou uma risada.

—Mentira, boy. – murmurei sorrindo. – Clint do céu. – soltei outra risada.

Barton tinha feito a tatuagem com o símbolo dos Vingadores no braço, a mesma que todos nós fizemos aqui no Complexo com o Karl.

"Agora só falta o Bruce e o Thor", enviei.

Deixei o celular de lado e me troquei depois de terminar minhas batatinhas. 

Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e encarei meu tênis.

Treinar de tênis nunca foi minha praia. Resolvi calçar meu chinelo e treinar descalça mesmo.

Meu celular vibrou.

"Difícil será convencer o Verdão a fazer uma tatuagem"

Sorri, deixando o quarto ainda com o celular em mãos.

Ao chegar na sala, não encontrei ninguém. Nenhuma alma penada.

Sentei-me no sofá, esperando por Steve enquanto mexia no Twitter. Havia algumas fotos minha andando pelo Queens com o sanduíche e a latinha de refrigerante nas mãos.

"A Valente é gente como a gente"

Sorri, curtindo e retweetando o tweet. Steve entrou na sala.

—Melinda? – ergui a cabeça. – Está pronta? – assenti. – Vamos. –

O Capitão passou por mim e saiu em direção a saída do Complexo. O segui.

—Assim, eu vou poder usar meus poderes, não é? – indaguei ficando ao lado dele.

—Sem poderes, Melinda. Apenas seu corpo e tudo que você aprendeu sobre técnicas de luta. – observei um sorriso em seus lábios.

—Sem graça. – resmunguei.

Ao chegarmos no andar do QG que era para treinos, eu deixei meu celular sobre uma mesa e tirei meu chinelo.

—Perguntinha rápida. – falei indo até Steve que me encarava. – Será só eu e você ou terá alguma presença surpresa? Como da última vez que o Visão simplesmente brotou do chão e me deu uma surra. – o Capitão riu.

—Nunca se sabe. Preparada? – suspirei.

—Vamos logo com isso. – ergui meus pulsos. – Atacar para matar? – levantei a sobrancelha.

Steve em vez de responder minha pergunta com palavras, ele respondeu com movimentos.

Um movimento que quase acertou meu rosto.

Bloqueei o ataque dele com o braço no exato momento em que ele erguia sua perna acertando minha barriga.

Ignorei a pequena dor e segurei seu pulso, passando por baixo do seu braço e puxando o mesmo, imobilizando-o. Steve pisou no meu pé, causando-me uma dor bem chata, levando-me a soltá-lo.

—Você tem tênis. Por que não os usa? – ele questionou tentando me acertar com um soco. Me defendi.

—Não gosto de treinar de tênis. – acertei um chute no pé da sua barriga.

Aproveitando do pequeno tempo que ele baixou a guarda, eu corri na direção dele. Subi na perna dele e passei a minha perna pelo pescoço dele, usando o golpe que Natasha me ensinou e que eu tanto amo.

No entanto, Steve segurou minha outra perna antes que eu desse uma chave de pescoço nele e me jogou no chão acolchoado. Trinquei o maxilar.

O Capitão desferiu um chute na direção da minha barriga, mas antes que ele me acertasse eu rolei pelo chão, ficando de pé o mais rápido possível.

—Você é rápida, Melinda. Use isso ao seu favor. – ele tirou uma faca militar da cintura.

—Eu não posso usar meus poderes, mas você pode usar faca? É sério? – arqueei a sobrancelha.

Steve não me respondeu.

Ele avançou com a faca em mão e eu tentava bloquear os ataques dele sem que a lâmina encontrasse meu corpo. Duvidava muito que aquela faca fosse de brinquedo.

Em dado momento, Steve conseguiu driblar minha defesa e a lâmina acabou encontrando meu rosto. Levei minha mão até a bochecha, sentindo meus dedos ficarem úmidos.

Ao encarar o homem a minha frente, notei que por trás do olhar sério tinha uma pequena amostra de preocupação. Vacilo seu, Melinda.

Respirei fundo, voltando a erguer meus punhos. Steve novamente atacou.

Desviei dos seus ataques uma, duas, três vezes. Na quarta, eu ataquei. O Capitão recuou, mas logo ele correu na minha direção.

Eu estava preparada para interceptar mais um dos seus ataques. No entanto, ele me surpreendeu ao rolar pelo chão e passar do meu lado, cortando a batata da minha perna.

Levei minha mão até o corte, virando-me na direção dele. Steve estava agachado em defensiva.

—Agilidade, Melinda. – falou, levantando e investindo mais golpes.
Recuei de todos e quando vi uma oportunidade de revidar, eu girei e acertei um chute na mão dele que estava com a faca, jogando-a para longe.

Steve e eu nos encaramos. Desviamos o olhar para a faca e logo nossos olhares se encontraram novamente. E então, nós dois corremos atrás da faca.

Ele acabou me empurrando, o que me desequilibrou um pouco. Só que eu acabei usando isso ao meu favor e rolei pelo chão, pegando a faca e parando em posição de ataque.

Sorri, arrastando minha perna e acertando Steve com uma rasteira, derrubando-o no chão. Fiquei por cima dele, imobilizando-o e pressionando a faca no pescoço dele.

—Você perdeu, Capitão. – sorri.

—Você poderia ter me vencido sem ter ganhado os dois cortes. – informou.

Sai de cima dele, ficando de pé.

—Você me pegou de surpresa quando tirou essa faca da cintura. – analisei a mesma em minha mão. – Então eu não posso usar meus poderes, mas você pode ter uma faca? – repeti, encarando o homem já de pé.

—Não espere que uma luta seja justa, Melinda. –

Antes que eu pudesse rebater sua fala, senti algo acertar minha perna, me desequilibrando momentaneamente.

Encarei Natasha. Ela estava na sua posição de Dona Aranha: o joelho encostado no chão enquanto sua outra perna estava esticada. Nas suas mãos estavam seus amados bastões.

—Fala sério. – resmunguei.

Ela partiu para o ataque.

—Eu quero saber – me defendi de um golpe. – Quando vocês – outro golpe. – Vão parar – mais um golpe. – De me atacar em grupo. – ela acertou um soco no meu rosto, me levando ao chão. – Merda. – praguejei.

Lembrando que a faca de Steve ainda estava na minha mão, eu pressionei o cabo, pensando em algum ataque.

Quando Natasha estava perto o suficiente, eu desferi um chute na perna dela. Ela se desequilibrou, me dando a oportunidade de levantar e me recompor.

Não demorou muito e logo ela partiu para cima novamente.

Ora eu usava a faca para bloquear os golpes dela, ora eu usava o corpo. Acontece que eu estava me saindo bem. Não tinha recebido mais nenhum golpe, até Steve também entrar na luta.

—Mas que merda! – resmunguei me afastando dos dois.

—Defenda-se. – Steve falou em posição de ataque.

—Ah, muito fácil, não é? – ironizei. – Natasha e você contra mim. E a Nat ainda tem os bastões dela. Já eu só tenho uma faca e nem posso usar meus poderes! – rebati.

—Você reclama demais. – Romanoff falou antes de avançar na minha direção.

Me defendi dos seus golpes e tentei acertá-la com a faca na minha mão. Lógico que não seria nenhum ferimento sério, apenas alguns cortes que me ajudassem a me livrar de um possível olho roxo.

O problema começou quando Steve também partiu para cima de mim. E então a faca não estava mais na minha mão e sim no chão, longe de nós três.

—Muito obrigada. – murmurei erguendo meus punhos.

Corri na direção de Natasha, me jogando no chão e puxando seus tornozelos, levando-a ao chão. Me levantei, correndo agora na direção de Steve.

Ele quase acertou um chute no meu rosto, mas eu fui mais rápida e desferi um chute na perna dele. Peguei impulso e prendi o pescoço dele com minhas pernas, jogando meu corpo para trás e levando-o ao chão.

Natasha já estava de pé, pronta para atacar. Me levantei rapidamente no mesmo tempo que ela vinha na minha direção.

Me afastei do Capitão que ainda estava no chão. Vai que do nada ele levanta e pula em cima de mim?

Natasha e eu começamos a lutar. Aqueles bastões dela eram bastante apelativos, o que me dava sérios problemas para interceptar seus golpes.

Em um dado momento, nós caímos no chão e eu tive a oportunidade de imobilizá-la. Com minha perna predendo os seus braços e o meu braço pressionando o pescoço dela, eu tentava fazê-la soltar seus bastões.

—Larga. – falei aumentando a pressão do meu braço em seu pescoço. – Anda, Romanoff! – aumentei o tom de voz, assim como a pressão em seu pescoço.

E então ela soltou. Seu pulmão estava quase gritando por oxigênio e então eu a empurrei, pegando os bastões dela e levantando.

Observei Natasha puxar o ar com força.

Será que eu exagerei?

—Muito bem, Melinda. Só que você esqueceu de mim. – ouvi a voz de Steve atrás de mim. Ignorei Natasha.

—Será que eu esqueci, Capitão? – me virei, girando o bastão na minha mão. – Manda ver, Picolé. – sorri.

Ele veio para cima de mim. Agora com os bastões de Natasha, eu conseguia interceptar melhor os golpes de Steve, o que facilitava bastante a minha vida.

Senti algo bater em minhas costas, me levando ao chão.

—E eu preocupada com você achando que tinha exagerado no golpe. – resmunguei levantando e me afastando dos dois.

Natasha já estava recuperada. Os bastões dela ainda estavam em minhas mãos, mas eu resolvi jogá-los longe.

—Vamos acabar logo com isso. – falei indo até eles, sentindo a energia aquecer meu peito.

Eles disseram que não podia usar meus poderes, mas não falaram nada sobre usar a energia dele ao meu favor.

Steve atacou primeiro, logo depois Natasha também entrou no embalo. Eu bloqueava os ataques deles com uma força e agilidade maior que nos embates anteriores.

É, Melinda, você devia ter usado a energia ao seu favor bem antes. Assim não teria ganhado esses cortes causados por Steve.

Em um momento, Steve conseguiu me imobilizar com um mata-leão.

Natasha se aproximava de mim e eu desferi um chute na direção dela, acertando sua barriga.

Joguei minha cabeça para trás, acertando a cabeça de Steve com a minha e fazendo-o me soltar. Dei uma joelhada na barriga dele e um chute na perna do mesmo, levando-o ao chão.

De soslaio vi Natasha se aproximar de mim. Quando ela estava próxima o suficiente para me acertar com um golpe, eu desviei, passando por baixo do braço dela e pulando nas suas costas, dando um mata-leão.

Romanoff jogou seu corpo para trás, nos derrubando no chão. Mesmo com a dor eu não a soltei.

Prendi suas pernas e um dos seus braços com as minhas pernas, aumentando a pressão do meu braço em seu pescoço.

Steve ainda estava caído. Talvez eu tivesse força demais nos golpes. Voltei minha atenção para Natasha que ainda tentava se soltar apenas com uma mão.

—Renda-se. – sussurrei apertando mais meu braço. – Agora. –

Ela ainda tentou lutar contra mim, mas após eu apertar mais ainda o seu pescoço, ela deu alguns tapas em meu braço.

A soltei. Nat saiu de cima de mim, puxando o ar. Levantei feliz comigo mesma.

—Eu ganhei. Vocês perderam. – soltei uma risada. – Desculpem-me se utilizei força demais. Acontece que depois de vocês trapacearem trazendo suas armas, eu não podia fazer menos, não é mesmo? – cruzei os braços, rindo.

—Bom, Melinda, muito bom. Você se saiu muito melhor que das últimas vezes. – Steve levantou.

—Você consegue se sair bem com qualquer tipo de arma, pelo que estou vendo. – Natasha tomou a palavra. Sorri.

—Eu sou Melinda Hunters, a Valente. – abri os braços. – Eu vou tomar banho e limpar esses cortes. – informei dando as costas para eles. – Foi bom derrotar vocês. – os olhei sobre o ombro, exibindo um sorriso arrogante.

Voltei a olhar para frente, indo até a mesa onde tinha deixado meu celular e o peguei, calçando meu chinelo.

De soslaio vi uma movimentação suspeita de Natasha. Como se estivesse prevendo um ataque dela, ativei o escudo, sentindo algo bater nele.

Me virei.

A faca de Steve agora estava no chão e Romanoff tinha um sorriso no rosto.

—Por acaso eu fiz algo para você tentar me matar? – arqueei a sobrancelha. – Porque se eu não tivesse ativado o escudo, estaria com essa faca cravada no meu corpo. –

—Não exagere. Eu joguei na intenção de acertar seu braço de raspão. – ela respondeu.

—Eu nunca mais compro os sanduíches do senhor Delmar para vocês. – dei as costas para os dois.

***

Já de banho tomado e vestida com uma roupa leve e confortável, eu estava deitada na minha cama encarando a luminária pendente que tinha próximo da cabeceira da cama.

Fazia alguns minutos que eu estava encarando ela imaginando as coisas que meus poderes poderiam fazer com a energia que a lâmpada tinha nela. E então eu ergui minha mão na direção da dita cuja.

Me concentrando na energia da lâmpada eu idealizei a mesma em minha mão. Ao fechar meu punho, a lâmpada se apagou; ao abrir, ela acendia.

Um sorriso estampou meu rosto conforme eu repetia o movimento e a mesma coisa acontecia. Baixei minha mão.

—O que eu faço agora? – murmurei.

Levantei novamente minha mão na direção da luminária, mas dessa vez imaginei a energia da lâmpada em minha mão. E foi o que aconteceu.

Ao virar a mão na minha direção, observei que nela tinha algo branco puxado para o azul e com pequenos raios ao redor. Parecia que a energia da lâmpada estava na minha mão.

Voltei o olhar para a luminária, ela estava apagada.

—Oh, meu Deus. – murmurei incrédula, sentando-me na cama. – Isso é incrível! – exclamei passando minha outra mão pelo fluxo de energia que se movimentou conforme eu mexia minha mão.

—Melinda? – a voz de Sexta-Feira soou pelo quarto causando-me um sobressalto.

A energia que estava na minha mão sumiu e então a lâmpada estourou, causando-me outro sobressalto.

—Droga, Sexta-Feira! – resmunguei com a mão sobre o peito. – Você me assustou! –

—Sinto muito, não foi minha intenção. – respirei fundo. – Vejo que aprendeu outra habilidade. –

—Sim, e eu estava muito bem até você me assustar e me fazer estourar a lâmpada da luminária. – encarei os pedaços da lâmpada espalhados pela cama e pelo chão. Suspirei. – O que foi? –

—Você tem um lembrete. – franzi as sobrancelhas.

—Um lembrete? Que lembrete? –

—O aniversário do sr. Pierce é daqui quatro dias. – arregalei os olhos.

—O que? – gritei levantando da cama de supetão.


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Notas finais do capítulo

Hey! E então? O que acharam? Gostaram? Não gostaram? Comentem!
Melinda indo até o Queens só para comprar o melhor sanduíche de New York que nada mais é que o sanduíche do senhor Delmar. Melinda e Peter se conhecendo antes da batalha no aeroporto aaaaaaaaaaa Será que ela vai reconhecer ele no aeroporto quando Peter estiver de Homem-Aranha? E o aniversário do nosso bebê Tyler se aproximando? O que será que a Melinda irá aprontar? Isso só veremos nos próximos capítulos. Bom, galera, é isto. Quem gostou bate palmas e comenta, quem não gostou paciência e comenta também.
Bon revoar, bebês!



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