Forbidden escrita por Marimachan


Capítulo 1
Capítulo 1 - De Volta À Kuuto


Notas iniciais do capítulo

Yo~
Primeira fic na categoria! Sei que estou com várias fics em andamento, (algumas em hiatus --'), mas eu fui apresentada à essa obra magnífica semana passada e fiquei altamente viciada! HakYona se tornou meu mais novo OTP, e como boa shipper que sou, não consegui não pensar em fics e começar essa :p

A ideia é que tenhamos o desenvolvimento da situação do casal em meio a um arco político, como acontece na obra. No entanto, tentarei não focar tanto nos detalhes dessa situação política quanto a autora. Podem esperar muita comédia e romance por aqui! XD

Espero que gostem! Boa leitura! ;)



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O céu estava estrelado como fazia alguns dias que não via. Sem nuvens e sem lua, as pequenas luzes distantes brilhavam com fulgor. A noite que acabara de começar estava quente, embora uma brisa fresca vinda da floresta aliviasse a sensação térmica. Yona parara a caminhada por um minuto, apreciando a vista superior com certa hesitação. Ao longe, o castelo Hiryuu sobrelevava-se às construções e ruas iluminadas. Fazia meses que não se aproximava daquela cidade. Dessa forma também, desde a última batalha contra o Império Kai que não via os cinco generais ou o próprio Rei de Kouka.

Seria mentira dizer que não estava apreensiva.

Por mais que no último encontro não tivesse ocorrido qualquer tipo de hostilidade declarada ― nem mesmo por parte de Hak, que a impressionara utilizando-se de seu autocontrole e razão ―, sabia que não importava quantas vezes estivessem batalhando lado a lado, jamais seriam, de fato, aliados; e ela nem mesmo queria que assim fosse. Portanto, ser chamada à Kuuto pelo próprio Soo-won, para que pudessem lidar com a situação atual do Reino, a deixava hesitante, duvidosa e até mesmo temerosa ― principalmente após as últimas noites ―, mesmo que o jovem tivesse deixado claro as intenções do encontro e os motivos por trás dele.

― Yona? ― Foi desperta de seus pensamentos pela voz de Yoon, poucos metros abaixo na trilha que seguiam para chegar à cidade. ― Algum problema?

― Hime! Se estiver cansada, posso te carregar! ― dispôs-se Kija imediatamente, sendo o terceiro atrás da ruiva, pois estavam em fila indiana.

― Ah, estou bem, Kija ― garantiu curvando-se para trás, ultrapassando com os olhos Hak e Shin-ah para alcançar o albino. ― Obrigada. ― Sorriu doce, logo voltando a andar.

Por mais que temesse pelas possíveis conclusões daquele encontro, não desistiria ali. Era pelo Reino inteiro que fazia aquilo. E se fosse preciso lutar mais uma vez ao lado daquele homem para o bem de Kouka e as pessoas que lá viviam, então ela assim o faria.

(...)

― Ainda está em tempo de cancelar esta reunião, Sua Majestade. Por favor, volte-se para sua razão ― o conselheiro apelou mais uma vez ao jovem a quem servia, tentando persuadi-lo a desistir daquela ideia que ele acreditava ser imprudente.

― Ela acontecerá ― prestou-se a responder somente, tranquilo, ainda que estivesse o fazendo pela vigésima vez só naquele dia.

― Majestade, é perigoso permitir que a Princesa e seus seguidores se envolvam em assuntos tão referentes ao governo ― insistiu quase desesperadamente. ― Como ficará a confiança de seus servos se permitir a entrada do suposto assassino do Rei II e sequestrador da Princesa no castelo?

― Essa farsa já caiu por terra há algum tempo, Kye-sook. ― Ele permanecia calmo, como sua personalidade sempre o permitia. ― Por mais que muitos se neguem a admitir, sabem o que realmente aconteceu. E aqueles que não sabem ao certo, ao menos já têm a certeza de que ele nada teve a ver com a morte do Rei II.

― Ainda assim, Majestade. A Princesa estar em tanta evidência em uma situação como essa não é favorável para o senhor ― contra-argumentou obstinado. ― Ela pode representar grande perigo à sua soberania. Como seu conselheiro, suplico que, por favor, repense sua decisão.

― Kye-sook, não irei desmarcar esse encontro. Por favor, não insista mais ― advertiu-o, finalmente cansando-se da insistência do servo.

Ainda que contrariado e insatisfeito, o moreno apenas curvou-se com subordinação, largando um “Como o senhor desejar” para o superior, e retirou-se do terraço a céu aberto. Soo-won apenas permaneceu ali, observando a noite estrelada que o envolvia.

Era fato que também lhe deixava desconfortável a ideia de pedir auxílio à Yona e seus companheiros. Tornara-se rei para transformar sua terra natal em um país mais forte, no qual seus habitantes pudessem viver uma vida digna, e não se arrependia de ter usado de meios tão extremos para isso, porque assim tinha que ser. No entanto, a consciência de que encará-la ― e assim encarar o passado que jogara fora para chegar até ali ― sempre era doloroso tornava a reunião marcada para a manhã seguinte um desafio enfadonho. Desafio, porém, que ele não podia negar.

O futuro de Kouka dependia daquele encontro.

(...)

Yona acabara de sair das fontes termais da pousada em que se encontravam hospedados. Passara o dia caminhando até pouco menos de uma hora atrás, e por isso mesmo ainda não havia tomado banho até então. Minutos depois de chegarem à hospedagem, contudo, seguiu até as águas quentes para banhar-se, e naquele exato instante terminava de se trocar no quarto que dividiria com Yoon, já que os cômodos eram pequenos demais para arcar com 5 homens baderneiros e mais os dois.

Os dragões e Hak se encontravam pela propriedade, já de banhos tomados, conhecendo o lugar enquanto esperavam pela comida, com a qual o garoto gênio da turma conseguiu um desconto no valor da diária, oferecendo-se para cozinhar. Era um cantinho agradável e, embora simples, muito aconchegante.

A princesa exilada acabava de amarrar a faixa em sua cintura, quando ouviu a leve batida na porta e em seguida a voz conhecida lhe chamando.

― Hime, posso entrar? ― pediu, tendo consciência de que ela se trocava.

― Sim ― permitiu, já concluindo o laço.

A porta abriu-se, revelando o homem alto, que não demorou-se a se arrepender de ter se disposto a ir chamá-la. O cheiro agradável que a garota de banho recém-tomado exalava impregnou-se em suas narinas, o deixando atordoado.

― Hak? ― Inclinou sua cabeça para a esquerda, levemente confusa pelo silêncio imediato do companheiro, o qual, aliás, parecia encará-la tomado por diferentes tipos de sentimentos.

Todavia, não conseguiu conter o leve rubor em suas bochechas pelo desejo explícito que encontrara nos olhos azuis quando finalmente os encarara curiosa. Essa percepção, entretanto, logo fugiu de sua mente quando percebeu a porta sendo fechada e o moreno caminhando até ela sem titubear. O tom de vermelho em suas faces só aumentou com a atitude seguinte do guarda-costas.

Sem hesitar, Hak a abraçou, afundando seu rosto entre os cabelos recém-lavados, porém quase secos, não disfarçando de qualquer maneira a aspiração profunda em sua pele agora completamente arrepiada.

De fato, fora-se o tempo em que ele hesitava em fazer aquele tipo de coisa, ainda que tivesse que continuar lutando para que não fosse além do que devia ir. Com o passar do tempo aprendera ― e gostara muito disso, ficando até mal-acostumado, diga-se de passagem ― a simplesmente deixar-se levar por suas vontades. Afinal de contas, ele finalmente podia dar-se a esse luxo depois de toda uma vida vivendo um amor não correspondido.

― Hime, é muito perceptível que você finalmente tomou banho ― declarou zombeteiro, não resistindo a provocá-la.

O resultado da provocação foi seu afastamento abrupto por intermédio das mãos femininas e a expressão que ele amava enxergar na ruivinha toda vez que a enfezava: uma Yona com os olhos irritadiços, as bochechas vermelhas infladas e os punhos cerrados ao lado de seu pequeno corpo.

― Moh~, Hak! Não seja cruel!! ― Sua resposta, no entanto, fora a risada masculina entregue a ela com vontade, o que fez suas maçãs inflarem ainda mais. ― Sai daqui! Seu homem cruel e idiota!! ― expulsou empurrando-o com força, obrigando-o a andar em direção ao corredor, ainda rindo.

Antes que a porta fosse fechada na sua cara, entretanto, ele controlou-se, agora sorrindo levemente.

― Yoon pediu para dizer que o jantar está pronto ― finalmente deu o aviso que fora o motivo para ele ter ido até o quarto, o que fez Yona suspirar resignada para acompanhá-lo até aonde todos já a esperavam para comer.

Fazia cerca de três meses desde que Hak confessara seus sentimentos pela princesa em frente a ela e todos os seus amigos, e pouco mais de dois que a garota finalmente conseguira expor com todas as palavras que eles eram correspondidos. Desde então ambos engataram em um relacionamento que ainda não sabiam definir muito bem, aonde existia todos os aspectos de um namoro, mas ninguém declarara que aquilo era, de fato, um. Embora não o soubessem definir, porém, era mais do que o suficiente para eles.

Todavia, não importava quanto tempo passasse com eles juntos, ela acreditava fielmente que jamais conseguiria se acostumar com as mudanças repentinas de atitude do ex-general, que sempre a deixavam num turbilhão entre a timidez, a irritação e outros sentimentos muito, muito mais intensos e perigosos.

(...)

O sol já irradiava alto no céu, mesmo que ainda fosse sete da manhã. O grupo de Yona caminhava pelas ruas já movimentadas da cidade, seguindo em direção ao Castelo Hiryuu. Não demorou muito mais que alguns minutos para alcançarem a grande construção. Logo na entrada foram recepcionados por Mie-soon, que cumprimentou-os alegremente, e enquanto conversava animadamente com os sete, encaminhou-os pelos corredores até a sala aonde seria realizada a reunião.

Durante o percurso até lá, a garota não conseguira conter o aperto em seu coração que surgia pouco a pouco, enquanto observava tudo a sua volta e percebia que muito pouca coisa mudara desde a última vez que estivera ali, na noite em que seu pai fora assassinado por seu primo. Era óbvio que não podia evitar que todas aquelas lembranças dolorosas viessem, embora, depois de tanto tempo, essa dor tivesse se tornado muito mais aquela que lateja ao fundo e te incomoda do que permanecia a ser aquela que lhe sufoca profundamente.

Por um breve momento, antes de abrir a grande porta que revelaria o salão, a princesa voltou seu olhar para o companheiro ao seu lado, e assim teve que confessar para si mesma que ver aqueles olhos azuis refletindo a dor que refletiam tornava as coisas muito mais difíceis para ela lidar. Surpreendeu-se, entretanto, quando enxergou a mudança imediata no olhar de Hak assim que Mie-soon abrira o acesso ao interior. De um azul melancólico e longínquo, seus olhos agora expressavam um muito mais intenso e obstinado.

Sorrira consigo mesma, baixando seu olhar. Talvez ele também já estivesse alcançando a força para lidar com a presença de Soo-won sem ser tomado pela escuridão que o arraigava antes. Aquilo a deixava mais aliviada, assim como também muito mais confiante para encarar aquele desafio.

Respirou fundo e adentrou o grande cômodo.

Era hora de superar-se mais uma vez para determinar o futuro de Kouka.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui! Comentários são sempre muito bem-vindos! ^^
Os próximos capítulos serão maiores. :)
Então, até mais e um grande beijo!



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