Once Upon a Time - New Adventures escrita por Melshmellow


Capítulo 3
Jantar em Camelot


Notas iniciais do capítulo

Ooiii criaturinhas!!! Acho que demorei um pouco pra postar esse capítulo. Ia postar ontem, mas acabei esquecendo sorryyyyy.
Mas aqui vamos nós com mais um capitulo, enjoy!!



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     Depois do julgamento de Robin e Neal, que acabou surpreendentemente bem, já que o rei pareceu demonstrar um certo interesse na filha do ladrão, lhes fora oferecido comida e quartos apropriados.

     Cada quarto que lhes fora oferecido possuía duas camas de solteiro relativamente grandes. Eles escolheram seu colega de quarto e se instalaram, tendo suas mochilas devolvidas.

     Tudo acabou com Robin dividindo o quarto com Melody, Neal com Gideon, e os gêmeos juntos.

     — Ele está totalmente de quatro por você! — Lylla exclamou alto, rindo histericamente do rosto corado da melhor amiga.

     — Não exagera. — a ruiva murmurou, afundando o rosto no travesseiro macio.

     — Eu não estou. Você fisgou um rei, minha querida Robin. — ela disse rindo mais ainda. — mas a pergunta é; Você gosta dele também?

     Robin levantou a cabeça, apoiando-a nas mãos.

     — Não. — ela fez uma careta culpada e Lylla fez uma expressão triste, pensando “Meu shipp”.

     — Diga ao rei para não se preocupar. — Luke as interrompeu de sua própria cama. — Aprenda com a história de amor dos pais de Gideon. Não importa se você fique na Friendzone no início, você apenas precisa mantê-la presa tempo o suficiente para que ela se apaixone por você. O que hoje em dia é chamado de síndrome de Estocolmo. — a ironia era clara no seu tom de voz.

     O Jones estava acostumado com as duas falando sobre garotos às vezes, mas quando isso acontecia, ele apenas se afastava. Entretanto, naquele dia parecia que seus nervos estavam à flor da pele, e já fazia horas que Robin havia chegado lá e elas passaram a conversar sobre nada mais do que o abdômen do rei Tristan, por isso, o moreno já começava a se irritar.

     — Não precisa ser tão rude Luke. Achei que já tivéssemos passado isso. — Lylla disse olhando negativamente para seu irmão gêmeo. — Quer dizer, eu não gosto dele, mas devemos uma a ele por ter nos trazido aqui, e se me lembro bem, ele te convenceu a vir conosco, achei que tivessem pelo menos uma trégua.

     Luke se limitou a apenas bufar e se retirar do quarto. As duas ficaram em silêncio por um bom tempo, apenas descansando e pensando no dia maluco que tiveram, Robin deitada no travesseiro e Lylla ao contrario na cama, com os pés no travesseiro.

     — Como está sendo dividir o quarto com Melody? — Lylla perguntou tranquilamente para a amiga.

     — Ela me odeia! — a ruiva exclamou alto em frustração. — Quer dizer, ela dorme basicamente o dia inteiro, mas sempre que está acordada ela só sabe me olhar e revirar os olhos. Eu não fiz nada!

     Lylla riu.

     — Que estranha. — a morena murmurou, mas logo ficou intrigada. O que aquela garota tinha contra Robin, Lylla e seu irmão? Ela sempre parecia respondê-los de forma ignorante. Desde que a morena havia passado a morar com Regina e visitava a casa dos gêmeos de vez em quando, ela nunca pareceu gostar deles, nunca tentou conversar ou soar gentil com nenhum deles, pelo contrário, esbarrava em Lylla de vez em quando de propósito, ao menos era o que a Jones achava.

     Seus pensamentos foram interrompidos por Robin que disse sussurrando:

     — Oh. Outra coisa aconteceu também, uma muito assustadora... Neal foi legal comigo nas masmorras.

     — Isso é uma surpresa. — Lylla comentou e se esparramou na cama, olhando para o teto, achando que o assunto estivesse acabado, e voltando a pensar e tentar criar teorias do porquê de Melody os odiar, mas sua amiga continuava a encará-la esperando que dissesse algo mais sobre o assunto.

     — Só Isso? — Robin disse após Lylla continuar em silêncio.

     — Oh. Desculpa. Você queria falar sobre isso? Você geralmente odeia falar sobre o Neal.— a morena disse confusa.

     — Mas isso é algo importante, e totalmente estranho.

     Lylla achou muito estranho que sua amiga estivesse agindo daquela forma. Nunca havia gostado de falar de Neal ou com Neal. Não importa o que falavam sobre ele, ela simplesmente se virava e fazia outra coisa. Por isso sua amiga não pode deixar de achar totalmente estranho aquele comportamento.

     — Ai meu Deus! — Lylla exclamou após criar sua própria teoria sozinha. — Você gosta dele! — a garota gritou. Não havia sido uma pergunta.

     — Não! — a ruiva revidou rapidamente. — É claro que não, não seja ridícula.

     Lylla não se importou, apenas continuou dançando e cantarolando que eles seriam um casal perfeito, como uma criança.

     — Você gosta do Neal, Robin!

     — Pare. Não gosto dele, e posso provar. — Robin disse se defendendo, mas claramente não estava satisfeita com o que iria falar a seguir. — Eu vou no jantar com Tristan.

✓✓✓

     Após Luke sair do quarto, o moreno acabou esbarrando em Gideon.

     — Me desculpe. — o Gold tentou se desculpar.

     — Deveria prestar mais atenção onde anda. — o moreno respondeu grosso.

     Gideon deu um passo para trás com ambas as mãos levantadas em sinal de rendimento.

     — Calma. Achei que já havíamos passado disso. — Gideon disse confuso.

     — Sim. — Luke disse com suspiro. — Desculpe, eu só estava irritado por Robin e Lylla estarem falando sobre garotos, e o quanto o rei Tristan parece lindo e sarado. — ele revirou os olhos e o outro riu.

     — Falando sobre garotos. Foi isso que te irritou? — Gideon disse retórico. — Gosto de falar sobre garotos um pouco. E o rei Tristan é mesmo lindo e sarado. — o castanho disse pensativo.

     Luke bufou e tentou desviar do outro para sair daquele lugar, porém foi impedido por um Gideon risonho.

     — Calma. Foi brincadeira. — ele deu uma pausa para observar o garoto que não parecia ter achado aquilo muito engraçado. — Bom, não foi. Não pode negar que ele é bonito. Mas o comentário foi apenas para te provocar, Lukas.

     O Gêmeo não conseguiu esconder um mínimo sorriso que escapou de seus lábios involuntariamente.

     Os dois garotos no corredor não perceberam que havia alguém os observando das sombras. Olhos castanhos manipuladores os encaravam sem nenhuma pena, apenas tédio com a cena, e ansiedade para que eles dessem passagem para que a mulher pudesse entrar no quarto onde a filha do ladrão e a filha da salvadora se encontravam.

     Os garotos passaram a conversar um pouco, e não havia tido nada que parecesse interessante para a gata, então ela resolveu mudar aquilo. Escolher um assunto tão pessoal que faria Gideon fugir do assunto, como sempre fez. Seu inferno pessoal.

     Pergunte sobre suas visões. Ela sussurrou na mente do garoto de cabelos negros, Lukas, e ele não pareceu perceber que o pensamento não era seu, como o esperado, eram muito poucos aqueles que percebiam. Apenas os mais perceptivos.

     — Gideon. Sobre o que aquela mulher estava falando? A bruxa. — ele perguntou sério.

     A Jabberwocky não pode evitar se sentir ofendida por ser rebaixada a uma bruxa, mas não ousou se intrometer.

     Gideon pareceu desconfortável com a pergunta. Tentou mudar de assunto, mas o outro foi teimoso e insistiu.

     — Me conte. Quem sabe eu possa te ajudar. O que ela quis dizer? — Luke tentou argumentar.

     — Você não pode me ajudar. Ninguém pode, Lukas. — Gideon disse ao garoto em um tom sombrio. — Não se dê ao trabalho de insistir. Não vou ceder.

     Luke suspirou e mudou de assunto, e lá estavam eles novamente, conversando sobre nada importante, e ainda parados na entrada do quarto onde as garotas estavam.

     A Gata bufou e pensou em algo mais, que pergunta os faria sair dali? Então percebeu que não os conhecia tão bem, apenas Gideon, mas ele não tinha tantas fraquezas ao menos nenhuma que pudesse ser explorada ali. Ela não fazia a menor ideia de como deixá-los desconfortáveis, então decidiu que só poderia fazer uma coisa; Entrar na mente de Luke.

     Ela mergulhou na mente do filho da salvadora sem ao menos pensar duas vezes, não demorou para encontrar algo, e com isso, riu maldosa.

     Beije-o.

     Luke, estando hipnotizado, cumpriu a ordem mais rápido do que a Jabberwocky esperava, e se aproximou do outro rapaz, deixando apenas um selinho em seus lábios, que não durou nem um segundo, e logo depois arregalou os olhos e, sem saber o que fazer, correu.

     A mulher de cabelos platinados revirou os olhos. É isso que você chama de beijo? Ela pensou olhando para o garoto correndo pelo corredor e virando a esquerda no final.

     O outro se encontrava estático pelo gesto do mais novo, mas logo acordou e foi atrás de Luke.

     A gata sorriu e caminhou até a porta, mas parou ao ouvir uma frase interessante.

     — Você gosta do Neal, Robin! — ela ouviu uma voz exclamar alto.

     — Pare. Não gosto dele, e posso provar. — a outra se defendeu. Mas claramente não estava satisfeita com o que iria falar a seguir. — Eu vou no jantar com Tristan.

     Aquilo não havia deixado a gata nada feliz. Mas ao menos agora ela sabia o que fazer.

     Ela se direcionou ao corredor onde encontraria o quarto do tal Neal, que havia sido julgado junto com Robin. Jabberwocky lembrava de ter visto o garoto, mas não de prestar muita atenção nele, afinal, estava ocupada analisando a garota ruiva que parecia estar querendo roubar seu pobre e inocente rei.

     A mulher não se deu ao trabalho de bater na porta do quarto, apenas entrou e fechou a porta atrás de si.

     Neal, que se encontrava deitado na cama, mergulhado no tédio enquanto tentava ler um livro qualquer que não lhe parecia interessante, levou um susto ao ver a mulher que havia escancarado a porta de seu quarto e agora ia em direção a ele.

     Ela se aproximou e observou o garoto de cima a baixo, prestando atenção em todo e qualquer detalhe.

     — Não é tão bonito. Mas serve. — ela concluiu e se sentou na cama, colocando seus pés no colo do loiro, que ainda se encontrava atônito com as atitudes da mulher. Ela segurou o rosto de Neal, o espetando com as longas unhas. — Você vai me ajudar, jovenzinho.

     — E-eu… — Neal tentou falar mas parecia que sua voz não saía direito, então pigarreou, mas não se afastou da moça. — Eu… c-com… com o que posso te ajudar?

     — Você gosta daquela ruiva sem sal, não gosta? — ela perguntou, mas não deu tempo para que o loiro pudesse responder. — Não importa. O que importa é que ela gosta de você, e você irá me ajudar a mantê-la longe do meu rei.

✓✓✓

     Após correr por algum tempo sem ser alcançado, Luke percebeu o quão infantil aquilo era, e parou, ofegante, logo Gideon parou ao seu lado.

     — Nossa! Para alguém do seu tamanho, você corre muito. — Gideon disse tentando normalizar sua respiração.

     — Tem algo errado. — o mais novo sussurrou.

     — O que foi? — o castanho perguntou confuso.

     — Eu não…

     — Não se preocupe com aquilo lá atrás. — Gideon avisou antes que Luke pudesse comentar sobre o assunto.

     — Oh. Não eu… não fiz aquilo. — Luke virou-se subitamente com a menção do assunto.

     — Tudo bem, se é assim que você prefere. — Gideon disse gentilmente, ainda um pouco ofegante. — Você não fez. Nada aconteceu. — o mais alto bateu uma palma e suspirou pesadamente, antes de se direcionar ao seu quarto.

     — Não! — Luke exclamou irritado pela incompreensão do outro.

     — Lukas. O que foi? — Gideon perguntou se virando, tentando entender a reação do mais novo.

     Luke suspirou e tentou explicar.

     — Não fui eu. Teve algo. Era como um imã, uma voz na minha mente, eu não sei! — ele exclamou a última frase com frustração.

     — Wow. Nunca vi ninguém se apaixonar por mim tão rápido. Talvez eu deva exigir um encontro da próxima vez antes de você tomar a decisão de me beijar e…

      — Pelo amor de Deus, me ouça! — ele gritou chacoalhando o Gold pelos ombros. — Teve algo errado. Eu reconheço magia negra quando sinto. Mas isso não era como magia negra, ou como qualquer coisa que eu já tenha sentido. É magia. Mas não é do nosso mundo.

✓✓✓

     O jantar estava prestes a ser servido aos convidados do rei, e duas pessoas se encontravam ausentes.

     — E onde está o seu namorado? — Lylla sussurrou para Robin tomando cuidado para que ninguém ouvisse, o que não ocorreria, afinal a música estava alta e todos na mesa conversavam alegremente.

     — Não faço a menor ideia de onde Neal pode ter se metido. — Robin sussurrou de volta, o que fez sua melhor amiga rir como se soubesse de algo que a ruiva não sabia, e a mais velha a encarar confusa.

     — Estava falando do rei. — Lylla sussurrou de volta enquanto tomava um gole de sua taça de vinho sem álcool, cortesia de rei Tristan, apenas para ela e seu irmão gêmeo, já que a idade para beber em Camelot aparentemente era 18 anos. Ninguém nem ao menos sabia que havia esse tipo de lei naqueles reinos.

     Robin iria se defender, mas então as portas abriram e um rei radiante entrou por elas. Ele usava uma roupa formal dourada com detalhes em vermelho, seu sorriso estava contido, mas ainda assim ele parecia muito feliz.

     Ele se sentou na ponta da mesa, com Robin ao seu lado direito. Ele sorriu para a ruiva, e, quando o cozinheiro disse que a comida iria ser servida, as portas se abriram novamente, revelando Neal em uma espécie de terno azul escuro, e a Gata, vestida de preto, como sempre, porém dessa vez, era um vestido grudado ao corpo, destacando sua bela curvas, com as mangas caindo nos ombros e um decote moderado.

     Ela estava com seu braço enganchado no do garoto, e sorria maldosamente para o rei.

     Eles andaram até o lado esquerdo do rei, que estava desocupado, pois todos sabiam que era o lugar da Gata, ela se sentou ali, dando apenas um olhar para um homem que se encontrava na cadeira a sua esquerda e logo ele se retirou e Neal ocupou seu lugar.

     Ela sorriu e o rei segurou sua mão firmemente, a puxando para ficar próxima de seu rosto para que ele pudesse sussurrar palavras que não poderiam dar mais prazer a Jabberwocky.

     — O que significa isto? — ele disse irritado.

     Ela sorriu.

     — Game On. — fora sua resposta e se virou para seu jantar que estava sendo servido.

     — Eu disse que poderia vir. Mas não disse acompanhada. — o rei se pronunciou dando um sorriso forçado para o resto dos convidados além dos viajantes de Storybrook.

     — Oh. Não estou acompanhada, Neal só estava… entrando comigo, conversando comigo, e irá ficar comigo a festa inteira. — a gata disse sem se importar em disfarçar a ironia.

     — Isso é o que faz um acompanhante. — Tristan responde entre dentes.

     — Me desculpe. Eu não sabia disso. Afinal não sei nada da realeza, sou apenas uma gata. Seu bichinho de estimação, como seus empregados costumam falar. — a platinada respondeu irritada, mais alto do que deveria.

     A reação do rei não fora ficar irritado com ela, fora apenas ficar confuso, e levemente culpado.

     — Eu… eu não sabia. Fora apenas um apelido, não estava ciente que a desagradava, Milady. — Tristan respondeu, culpado pela revelação.

     — Você algum dia se importou em saber a minha história inteira? — a gata perguntou, com um sentimento que Tristan nunca havia visto nela, magoa. O rei abriu a boca para responder, mas ela se levantou e encarou a todos na mesa, tomando uma decisão. — Qualquer um de vocês se importou? Eu nasci muito antes de todos vocês. — ela exclamou alto para que todos na mesa pudessem ouvi-la. Ela queria que eles ouvissem sua história, queria que soubessem o quão poderosa ela havia sido um dia, e como poder se perde facilmente.

     “Era a época em que Jabberwockys reinavam em Wonderland, antes de qualquer humano ao menos pisar ali. Éramos enormes feras que cuspiam fogo. Maior que qualquer gigante ou dragão que já viram. Vivíamos em paz com a nossa espécie, até outros invadirem nosso mundo, eles eram pequenos, e assim, representavam pouca ameaça. Isto foi, até arranjarem armas para nos destruir. Usaram a única arma que pode nos destruir; Magia. Logo não havia muitos de nós, e aqueles que ainda viviam tinham que se disfarçar da forma ridiculamente pequena e frágil dos humanos.

     “Não demorou para que muitos de nós fossem revelados e mortos. E esta foi a primeira guerra entre nossas espécies. Quanto mais o mundo avançava, mais a mente dos humanos pareceu se abrir para coisas novas. E então, quando um de nós, se apaixonou por uma deles, houve paz. Todos eventualmente perceberam que não éramos mais ameaças, ao menos não éramos enquanto estávamos vestidos em peles de humanos, por isso, sua única condição era que nos mantivéssemos nessa forma. Ou a paz acabaria.”

     “A calmaria durou bastante. Quer dizer, não gostávamos de nos esconder naquelas peles, mas entendemos que eles tinham medo, então mantivemos isso para nós, sabendo que a guerra só traria mais mortes para ambos os lados. Mas após gerações, eles aprenderam que fazíamos mais do que nos transformamos em criaturas gigantes que cospem fogo. Podemos ler mentes, explorar memórias e às vezes, até plantar uma pequena ideiazinha na sua mente e você a fará.”

     “E novamente. Eles tiveram medo de nós. A guerra se iniciou pela segunda vez, e agora sabíamos que não acabaria até que uma das espécies acabassem extintas. E foi o que houve. Em cada lado houve mortes. Mas nós fomos aqueles perderam. Todos morreram exceto por mim, que consegui me esconder, mas não por muito tempo, eles me encontraram. Porém, ao invés de me matar, eles me trancaram em uma caverna onde ninguém me escutaria, e colocaram uma espada em minha barriga que me segurava de cair no chão. Sim. Eu fui posta no teto. Eu fiquei ali por anos e algumas pessoas iam até mim e faziam perguntas, como se eu fosse a serva deles. Oh, será que eu gosto desse ou do outro? Por Deus, vão encontrar dramas melhores.”

     “A pessoa mais divertida que ia me visitar era Cora. Ela era uma pessoa esperta. Mas logo ela se foi. Suponho que conseguiu sair de Wonderland como queria e nunca mais voltou. E logo depois, teve um homem. Ele não fez perguntas como todo o resto, ele me soltou e me levou com ele para que eu fizesse tudo o que ele mandasse, e eu fiz, não vou fingir que não gostei de matar aquelas pessoas, mas eles eram todos humanos, pessoas que haviam matado toda a minha espécie milhares de anos atrás. Jafar era seu nome. Ao invés de me soltar como prometido, ele colocou a espada em mim novamente, e eu fui obrigada  a ficar naquele castelo por um tempo, até alguém me encontrar e decidir me vender em um leilão. Quem me ganhou fora a Lagarta Azul. Ele me manteve consigo por anos tentando me mudar por algum motivo. Contando histórias, etc. Ele me perguntava se eu já me sentia boa no final de cada dia, e eu sempre dizia que não, não conseguia mentir, todo dia eu tentava dizer sim, mas apenas não saía de meus lábios, era como se ele não deixasse. Até que um dia eu consegui dizer sim, e ele simplesmente me soltou e me mandou ir embora de Wonderland, dizendo que eu tinha um destino a cumprir. E eu fui, para virar prisioneira de um novo rei.”

     Ela terminou a história olhando para Tristan com raiva. Todos os convidados estavam surpresos. Ninguém dizia nada. Ninguém ao menos se mexia. A primeira pessoa a falar fora surpreendentemente, Luke.

     — Então… foi você que me fez beijar… ele. — ele indicou o rapaz a sua frente.

     Todos encaram os garotos surpresos, e Lylla não pode evitar rir. Ela sabia que ele provavelmente não havia percebendo que falou aquilo em voz alta até a gargalhada dela soar pelo salão.

     Luke corou, e Gideon riu com Lylla. Logo todos na mesa estavam rindo também, sem motivo nenhum, apenas porque os fazia sentir bem. A Jabberwocky apenas sorriu levemente, aquele grupo de viajantes era muito precioso, não de uma forma política, apenas de uma forma… humana. Ela não se ofendeu com as risadas pois sabia que não eram sobre ela, e sim sobre a sensação boa de saber que tudo ficaria bem, para todos.

     Quando as gargalhadas cessaram e todos tentavam recuperar o fôlego. Finalmente, o rei se pronunciou.

     — Eu aconselho a todos que comam seu jantar. Eu estarei ausente por alguns minutos e volto logo. — ele se levantou e levou a Jabberwocky com ele para fora do salão.

     O resto do jantar havia sido calmo. O rei voltou, sem a Jebberwocky e ninguém perguntou, afinal, era claro o que o rei faria após aquilo. A deixaria livre.

     Os viajantes de Storybrook terminaram seu jantar rapidamente. E após aquilo, esperaram pacientemente para que todos fizessem o mesmo, mas não precisaram, pois quando o rei terminou sua sobremesa, ele já os guiou para seus quartos para trocarem a roupa formal que haviam ganhado de cortesia do rei Tristan. Pra onde quer que fossem agora, não poderiam usar aquelas roupas pomposas. Então foram para fora do castelo, para terem sua despedida.

     Todos se despediram educadamente do rei com um sorriso e uma reverência, exceto por Robin, que quando fora se despedir, decidiu que tinha liberdade o bastante para lhe oferecer um abraço, que Tristan aceitou de bom grado.

     — Você fora muito cordial conosco quando não merecíamos, majestade. — Robin disse, corando ao ver Lylla a encarando de forma maliciosa e com os polegares em sinal de positivo. A ruiva ficou aliviada por que Tristan se encontrava de costas para a morena e não viu sua reação.

     — Foi um prazer ajudá-los, meus queridos aventureiros de Storybrook. — ele disse, ainda encarando a ruiva.

     Neal pigarreou.

     — Acho… que vamos precisar dos feijões mágicos. — ele disse, sendo repreendido com um tapa na nuca vindo de Lylla, que queria ver se sua amiga pegaria o rei.

     O Tristan concordou com a cabeça e entregou os feijões a Robin.

     A ruiva observou os grãos em sua mão, e sussurrou algo para o rei, que os outros não conseguiram entender. Tristan apenas sorriu e sussurrou algo de volta.

     Os seis se reuniram em uma roda novamente, e Robin distribui os feijões para cada um.

     — Então? Quem quer escolher dessa vez? — Gideon perguntou, como o líder.

     — Eu! — Lylla exclamou empolgada.

     Como ninguém se opôs, ela pegou o seu feijão e respirou fundo, o jogando no chão em seguida.

     — Onde vamos? — Luke perguntou, o único ali preocupado com tal coisa.

     Sua irmã apenas sorriu, e o puxou para pular ali com ela.

     Todos pularam no portal em seguida, até Robin ser a única que havia sobrado. Ela virou o rosto em direção ao rei, que a observava com um sorriso. Ela retribuiu o sorriso, mostrando suas covinhas e pulou no redemoinho verde aos seus pés, desaparecendo ali, e o portal se fechou.

     O rei suspirou, e se virou para andar sozinho até seu castelo, mas antes que ele pudesse, uma voz chamou sua atenção.

     — Rei?

     Só havia uma pessoa que o chamasse daquela forma, tão informal.

     — Milady. — ele respondeu, se virando e encarando a mulher de cabelos brancos a sua frente.

     Ele a observou, estava com uma roupa diferente da qual ela usava no jantar, era a que a gata costumava usar sempre. Seu cabelo estava mais bagunçado que o normal, e seu olhar triste. Mais ainda sim, o rei não pode evitar em achar a Jabberwocky linda.

     — Depois de tanto tempo esperando para ser livre, e agora eu sou. — ela disse o encarando, hesitante. — E apenas agora percebi que… não tenho para onde ir. Eu poderia ficar mais algum tempo por aqui até que eu… descubra o que eu quero fazer? — ela terminou, olhando para o chão.

     O rei a observou. Como ele poderia nunca ter percebido? O problema era que ele sempre olhou para a gata como uma posse. E nunca da forma como deveria ser vista, como uma mulher forte e independente. Seu discurso no jantar havia provado aquilo. Ela já havia passado por tanta coisa. E lá estava Tristan; procurando por uma rainha, pois não via que já havia encontrado.

     — Claro. O tempo que quiser.

     Ela sorriu, e ele sorriu de volta, mas aquela era outra história.


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Notas finais do capítulo

Por hj é só, de novo ficou maior do que eu planejava, mas ok. Comentem qualquer erro, e se vcs estao gostando da fic, please. Pra onde vcs acham que eles vão agora? Logo vou trabalhar mais nos demais personagens pq eu realmente amo todos, e cada um tem seu passado e brigas e histórias para contar, entao apenas esperem.
Até o próximo!!
bjsss



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