INTRUSA EM THE MAGICIANS escrita por Jace Jane


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lost and found




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Eliza tentou acalmar a garota, lhe oferecendo um copo de água que foi muito bem aceito pela morena. Na cabeça de Elena tudo que pensava, era se devia usar as informações que tinha da série para impedir que os eventos futuros acontecessem, mas o seu lado racional lhe lembrava dos filmes que havia visto  sobre viagens e manipulações do tempo, a maioria das vezes dava errado e coisas piores aconteciam em resposta a mudança temporal. Constatou que não poderia fazer nada, se mudasse alguma coisa poderia causar o efeito borboleta ou pior. A garota respirou fundo, e tentou retomar a compostura.

— Agora que está melhor, precisamos falar sobre sua estadia aqui. – disse Eliza.

A morena a encarou com a sobrancelha erguida em confusão.

— Seja bem vinda, você foi aceita em Breakebills, tudo o que precisa fazer, é preencher esse formulário e assinar este. – Indicou a ruiva, com expressão simpática.

— Oi?

— O teste que você fez, foi para testar sua aptidão em magia, e você foi aprovada. – esclareceu Eliza.

— Eu sou normal. – disse Elena. – Não tenho nada de especial.

— Pelo contrário, você é muito especial, e verá isso aqui, em Breakebills. – Reafirmou Eliza.

— Você não está entendendo, eu venho de um mundo onde magia não existe, a fé virou comércio, a política um negócio, é impossível eu possuir magia. – disse Elena.

Eliza cruzou as pernas e encarou a garota a sua frente, mantendo sua face simpática.

— A marca que recebeu, adicionou certas propriedades mágicas em seu corpo, sua magia é fraca, mas ela existe. – Explicou a mais velha, com toda a paciência que poderia oferecer.

— Resumindo: Eu atravessei uma fenda dimensional, fiz uma prova, e acabei passando na prova de admissão da Universidade de Magia de Breakebills por causa da marca que adicionou magia em meu corpo. – Sua mente estava surtando com tudo aquilo, mas não poderia demonstrar, ou poderia acabar revelando tudo que deve esconder a todo custo.

— Está tudo bem? – Perguntou Eliza.

— Estou ótima pra quem nunca mais irá ver a família, mas já que estou presa aqui... – Pegou a caneta oferecida pela moça e começou a preencher sua fixa de inscrição. – Vou precisar de coisas básicas, como produtos de higiene, roupas e dinheiro, e não posso esquecer um carregador para o meu celular.

— Não se preocupe, suas necessidades básicas serão providenciadas.

Depois que as casualidades técnicas foram resolvidas, Elena foi encaminhada até suas acomodações, um dormitório simples. Ao chegar ao seu quarto, reparou que havia duas camas.

— Terei uma companheira de quarto, maravilha. – Se jogou na cama, colocou os fones de ouvido e deixou a música fluir.

A música deveria afastar todos os pensamentos ruins que estava tendo, mas só redirecionou. Será que a marca realmente havia lhe dado poderes mágicos?

— Não pense, relaxa! – disse a si mesma.

— Se relaxar mais do que isso, vai alcançar o teto – disse uma voz familiar no quarto.

A recente maga abriu os olhos assustada e reparou que estava mais perto do teto do que gostaria; O susto a fez cair de volta na cama.

— Eu tenho magia! – Gritou embasbacada.

— É por isso que você está aqui. – disse a garota.

Elena tirou os fones e encarou a sua companheira de quarto, para sua surpresa era a aluna mais inteligente de Brekebills, Alice.

— Sou Elena Haining, prazer em conhecê-la! – apresentou-se.

— Alice Quinn.

Quando a loira deixou o quarto, a morena a seguiu. Elena estava louca para conhecer todos os cantos daquela universidade, sentir o calor do sol em sua pele, ouvir a empolgação dos novos alunos e dos antigos, talvez assim esqueceria da tragédia que aconteceria no dia seguinte.

A garota observou os alunos fazendo suas magias, tentava copiar os movimentos das mãos, mas era tudo falho, acaba se perdendo no meio das tentativas.

Ficou matando tempo até a primeira aula do dia começar, tentou se sentar perto de sua colega de quarto, para tentar se aproximar da garota. De todas as escolas que já frequentou, em todas elas, aprendeu a mesma coisa: "Sempre faça amizade com os inteligentes".

— Cada um de vocês na prova, acabaram usando magia, o que estava dentro de vocês foi influenciado, a questão é: Quem pode transformar essa magia em uma coisa maior? Quem pode ser um mago? – Discursou a professora. – Alice, por favor.

A professora chamou sua colega, cheia de expectativa, a morena viu a loira fazendo movimentos delicados com a mão, moldando o vidro a sua frente, até ele se tornar um cavalo, que trotou por alguns segundos antes da própria Alice o pegar.

*

Depois da aula, um dos professores chamou Elena no corredor ao qual a mesma passava, e lhe entregou uma caixa, nela estava escrito: “Achados e perdidos”.

— É o que conseguiram para mim? – perguntou Elena fazendo uma careta.

— Sinto muito.

Pegou a caixa e voltou ao dormitório, jogou toda a roupa em cima da cama e ficou vendo o que tinha.

— Minha nossa senhora! – colocou as mãos no rosto espantada. – Oito ou oitenta, ou sou patricinha ou gótica, prefiro patricinha.

Pegou uma blusa branca de franja, a vestiu, colocou a jaqueta de couro rosa, e uma saia da mesma cor. – Hmmm... Até que fiquei bem...

A garota arrumou as roupas de volta a caixa, e a colocou debaixo da cama, queria curtir o resto da tarde, já que no dia seguinte teria que ficar presa no quarto.

Com muita dificuldade, e perguntando para todos que atravessavam o caminho, conseguiu encontrar a biblioteca, precisava estudar, aprender algo de útil.

— Não pense nele Elena, você sabe das consequências. – repetiu em voz baixa em quanto procurava algum livro.

Se sentou em uma das mesas de estudo da biblioteca e ficou revirando as páginas do livro que pegou. Com o tempo, Elena acabou mergulhando em suas lembranças: O homem de seis dedos matando o professor, o diretor tendo seus olhos arrancados, o sorriso em sangue... Ela fechou o livro em um baque. Os livros não estavam ajudando. A garota correu para fora da biblioteca, indo para os jardins do campus, só parando quando chegou em frente a fonte da escola.

Ela acabou se desequilibrando e caindo de joelhos, os deixando escorregarem no chão e acabou por tombar contra o chão, e permaneceu lá, caída.

— Deuses do tempo me ajudem... Eu não sei o que fazer... – Implorou a maga. Seus olhos lacrimejavam enquanto era torturada pelas lembranças da besta. – Pessoas vão se machucar... E eu posso impedir isso! Mas qual seria o preço? Preciso de orientação...

Para sua infelicidade sua oração não foi respondida, a maga então chorou, estava sozinha e carregava um grande fardo, o conhecimento.


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Notas finais do capítulo

Se tivessem no lugar da Elena o que vocês fariam?



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