This Is Us escrita por Rayanne Reis


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Como disse lá no aviso, This Is Us é a continuação de Ovelha Negra. Resolvi mudar o nome porque amo a série que leva esse nome e também porque eles não são mais ovelhas negras, nunca foram na verdade.

Para quem leu a primeira parte, seja bem vindo e espero que também gostem da continuação. Para quem não leu, sejam bem vindos também e não se preocupem que vai dar para entender muito bem a história.

This Is Us começa exatamente após o último capítulo de Ovelha Negra, sem avanço temporal.

Espero que gostem e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766862/chapter/1

—Está tudo bem? Você parece meio nervosa. - ele a observou morder os lábios e sorriu do nervosismo dela.

—Não, está tudo bem. –respondeu sem olhar para ele, mantendo a atenção no trânsito.

—Agnes, te conheço muito bem, então não precisa esconder nada. – colocou a mão no ombro dela.

—Só estou nervosa com o almoço. Quero muito que dê certo e que você goste da minha família. - confessou tirando um peso enorme dos ombros. Ela, realmente, gostava muito dele e queria que o namoro deles desse certo e aquele almoço seria crucial para isso.

—É a sua família, não tem como não gostar deles. – sorriu para ela e ela revirou os olhos.

—Você não conhece a minha família. Não somos muito normais e os outros caras saíram correndo.

—Os outros eram uns idiotas e fico feliz que tenham corrido. Você já me contou algumas histórias sobre a sua família e sei que são meio excêntricos e acho isso o máximo. Sou filho único e meus pais são bem caretas, vai ser legal conhecer a sua família. - deu um beijo no rosto dela quando parou o carro em frente a uma casa enorme. Ela era afastada do centro da cidade, mas não ficava tão longe, cerca de vinte minutos.

Agnes sorriu para o namorado, ele era diferente dos outros e aquilo era ótimo. Ela amava a família e daria a vida por eles e não deixaria que ninguém os magoasse. Ela foi adotada por Bella e Edward, quando tinha 9 anos, após a avó, e última parente próxima, morrer.

Os pais dela não tiveram um começo de relacionamento muito normal, mas com o tempo as coisas foram evoluindo e eles eram o casal mais apaixonado e unido que ela conhecia. Ela queria ter um relacionamento assim e torcia para que Connor fosse o cara certo.

—Espero que esteja preparado então. - sorriu nervosa. - Só mais uma coisa, cuidado onde pisa, temos vários animais por aqui.

—Ei, seus irmãos não devem ser tão maus assim. - a cutucou de leve, a fazendo rir.

Além de Agnes, Bella e Edward adotaram Tyler, John e Lucy. Tinham também dois filhos biológicos, Henry e Hayley. Agnes nunca sentiu a diferença entre eles, é claro que rolava um ciúme entre os seis, coisa normal entre irmãos, eles sempre foram tratados de forma igual e eram muito amados.

Agnes, durante a semana ficava no alojamento da faculdade e aos finais de semana ia para casa. Apesar das confusões e bagunças dos irmãos e dos animais, ela contava as horas para estar em casa e rodeada pela família. Eles eram o porto seguro dela e tinha sempre uma aventura acontecendo. Tédio era uma palavra desconhecida para eles.

—Não estava falando deles e sim dos animais de verdade. Temos uma iguana, um furão, um porquinho da índia, uma tartaruga, uma chinchila e um cachorro, mas não corre o risco de pisar nele. Ah, temos também duas ovelhas e alguns cavalos. - apontou para uma parte mais afastada da casa e que parecia ser um estábulo. Sim, a casa deles era praticamente uma mistura de fazenda com zoológico. Bella amava os animais e aquilo foi passado para os filhos e até Edward acabou se rendendo, logo ele que corria dos bichinhos de estimação da esposa quando se casaram, o que na verdade não mudou muito ao longo dos anos. - Fora os peixes da mamãe.

—De todos, o que mais me deixou intrigado foram as ovelhas. - os dois riram.

—Depois explico, é meio que uma piada interna dos meus pais. - respondeu abrindo a porta. Eles eram considerados as ovelhas negras da família, por isso Edward achou que seria bem propício e engraçado terem ovelhas como animais de estimação. - Chegamos! - anunciou e esperou a algazarra dos irmãos, o que não veio.

 

[...]

 

—Não sei porquê tenho que me vestir bem para receber esse garoto. Ele que tem que me impressionar. - Edward reclamou amarrando o cadarço do sapato.

—Querido, por favor, colabore. Esse almoço é importante para Agnes, ela gosta muito desse garoto. Então, seja um bom pai e nada de ameaçar o coitado. - pediu com doçura. - E cancele seja lá qual for o que tenha planejado com os meninos, não quero que o coloquem para correr.

Edward era muito protetor, principalmente com as filhas e ele achava que era obrigação dele bancar o sogro malvado e colocar terror nos possíveis candidatos a genro dele.

—Quando coloquei alguém para correr? - perguntou fingindo inocência e Bella levou as mãos a cintura o encarando.

—Você quer que liste por qual ordem?

—Certo. – ergueu as mãos em sinal de rendição. - Vou me comportar e dar a chance para o moleque mostrar que tem pelo menos uma qualidade. - revirou os olhos.

—E vai manter todo mundo na linha. - acrescentou e ele balançou a cabeça concordando.

—Pode deixar, já subornei todo mundo para ficarem quietos. - Bella esperava que ele estivesse apenas brincando, mas conhecendo bem a família, ela não duvidava de que aquilo fosse realmente verdade.

—Contanto que se comportem, não preciso saber qual método foi utilizado. - ela tentava manter a ordem na casa, mas nem sempre conseguia realizar tal feito.

—Chegamos! - Bella sorriu ao ouvir a voz da filha.

—Vamos lá conhecer o sujeito. - Edward colocou seu melhor sorriso psicopata e Bella o cutucou.

—Mãe, pai, esse é o Connor. - Agnes estava suando frio.

—Sr e Sra Cullen é um prazer conhecê-los. Vocês tem uma casa belíssima. - estendeu um buquê de flores para Bella. - Para a senhora e essa cesta é para as crianças, menos o vinho, é claro. - acrescentou rápido e entregou uma cesta de guloseimas para Edward.

—Tão gentil você. - resmungou pegando a cesta com desdém. - Como é mesmo o seu nome?

—ConnorFields, senhor. – ele teria acrescentado uma continência, mas achou que poderia ser um exagero.

—Quantos anos? Faz o quê da vida? Fuma? Usa drogas? Já foi preso?

—Pai! - Agnes o encarou, horrorizada.

—Tenho 23 anos, estou no primeiro ano do curso de medicina e faço estágio na clínica dos meus pais. Não fumo, não uso drogas e nunca fui preso. - respondeu sem se abalar. Agnes contou como o pai era e ele já estava preparado para enfrentá-lo. Gostava dela e admirava o fato dela ser tão querida pelos pais.

—Já acabou o interrogatório? - Bella sorriu achando graça da cara de desapontamento do marido.

—Por hora. - no andar debaixo do que ele trabalhava, tinha uma empresa de detetives particulares, e ele pediria para que alguém levantasse a ficha do sujeito.

—Onde está o pessoal? – Agnes tentou mudar de assunto.

—Lá fora. O dia está lindo, então achei melhor almoçarmos no quintal.

—Perfeito. - Agnes saiu puxando o namorado antes que o pai fizesse mais perguntas.

—Você prometeu se comportar. - Bella lançou um olhar irado para o marido.

—Estou me comportando. Se não estivesse, já teria soltado todos os animais para cima dele.

 -Vamos fazer o seguinte. - foi até a cozinha para colocar as flores em um jarro e Edward a seguiu. - Você não faz mais nenhum comentário sarcástico ou que possa constranger a Agnes e te recompenso mais tarde por bom comportamento. - ele levou a mão ao queixo e pensou por uns instantes.

—Espero que seja uma boa recompensa. - deu um beijo na testa dela e seguiu para o quintal. - Era para os outros estarem aqui. - Edward olhou em volta procurando pelos filhos mais novos.

—Estão ali. - Agnes apontou para os irmãos que vinham em fila indiana, com Tyler a frente. - Connor, esses são os meus irmãos, Tyler, Henry, Hayley, John e Lucy. Pessoal, esse é o Connor, meu namorado. Ele trouxe uma cesta de doces para vocês. - foi logo avisando, aquilo os deixaria mais dóceis.

—Doce? Podemos falar com ele então? - John perguntou confuso sobre como deveria agir com o cunhado. Tyler os instruiu a ignorar o rapaz e mesmo sem entender, ele obedeceria ao irmão.

—Ainda não. Aguardem instruções. - avisou e os quatro balançaram a cabeça concordando. Connor riu e achou bem fofa a atitude deles.

—Seus irmãos são uma graça. Sempre quis ter pelo menos um.

—É filho único? - Bella trouxe alguns petiscos e colocou na mesa.

—Sim senhora Cullen.

—Pode me chamar apenas de Bella.

—Certo. - sorriu e Edward bufou sentando ao lado dele, assim poderia vigiá-lo melhor.

—Fiquei sabendo que vocês têm animais bem legais. - Connor tentou puxar conversa com os cunhados e Lucy tirou a pequena chinchila de dentro da blusa.

—É a Chinchin. - estendeu o animal para que ele pudesse pegar.

—Ela é muito bonita. - elogiou e a pequena corou envergonhada.

—Querida, o que falamos sobre ficar escondendo a Chinchin na roupa? - Edward a repreendeu. Não adiantava falar, se pudesse, a garota andaria colada a todos os animais.

—Eu tenho um porquinho da índia. O nome dele é Algodão, porque ele é fofinho igual algodão. - Hayley explicou sorrindo. Ela sabia que tinha que seguir o plano do irmão, mas não achou o cunhado mau.

—Eu tenho uma tartaruga e o nome é Donatelo, igual das tartarugas ninjas. - John olhou timidamente para Connor. Ele era o mais calado dos seis.

—Eu tenho um furão. - já que todos estavam falando, Henry resolveu falar também. - O nome dele é Axel.

—E eu tenho um cachorro. Ele é um malamute do Alasca. Eu o chamode Mamute, porque quando ganhei ele não sabia falar direito o nome da raça dele. - Tyler riu e Agnes relaxou. Connor havia conquistado os menores.

—Muito legal. Posso ver eles depois? - pediu realmente interessado. - Amo animais, mas a minha mãe tem várias alergias e nunca me deixou ter nenhum.

—Nós temos vários, e tem também os que vivem aparecendo aqui em casa. - Agnes explicou.

—Vou trazer o resto das coisas. - Bella avisou e a filha mais velha se colocou de pé rapidamente.

—Eu ajudo.

—Vou com vocês. - Connor ofereceu e Edward revirou os olhos. Ele precisava ser tão educado?

—Estou decepcionado com vocês. - apontou para os cinco. - Já estão tão amiguinhos do sujeito.

—Ah, pai. Ele parece ser legal e você deu 20 pratas para ficarmos quietos. - Henry explicou.

—20 para dividirmos ainda por cima, nem para ser para cada um. - Tyler reclamou do suborno oferecido.

—Muito mão de vaca papai. - Hayley o censurou.

—Vocês aceitam suborno e ainda reclamam do valor? Qual é? - os filhos riram. Eles amavam o pai e o achavam muito engraçado, ele era bem dramático e exagerava em praticamente tudo.

—Nosso preço acaba se subir. - Tyler anunciou e os irmãos concordaram com ele.

—Quero doce. - Lucy exigiu batendo as mãozinhas na mesa. E os demais começaram a fazer suas exigências para continuarem com o plano do pai.

—Qual o motivo da festa? - Bella perguntou e eles se calaram na hora.

—Nada. - responderam juntos. Edward já ia retrucar, mas o casal chegou bem na hora.

—Então garoto, você faz medicina, já tem em mente alguma especialidade?

—Estava pensando em ser cirurgião cardiovascular.

—Que legal, você poderia me operar. - Hayley sorriu para ele e os pais a olharam em choque.

—Você não vai precisar de cirurgia, meu anjo, vai ficar tudo bem. - Bella tentou garantir, mas a verdade, era que não podia afirmar aquilo, apenas torcer e orar para que ela realmente não precisasse. - Agnes quer fazer geriatria. - apressou em mudar de assunto. Falar sobre a condição de Hayley a deixava inquieta.

—Passei muito tempo morando no asilo e apesar de ser nova, eu via as condições deles e sempre quis ajudar mais. Bem, agora vou poder fazer muito mais do que apenas alegrá-los.

Com a morte dos pais biológicos, Agnes foi morar com a avó no asilo e foi lá que Edward a conheceu. Ele era e ainda é um dos voluntários e doadores do local.

—Isso é incrível. - Connor falou admirado. - São poucas as pessoas que se preocupam com eles, a maioria quer as áreas mais badaladas.

—Assim como você. - Edward acusou e ele sorriu envergonhado.

—Sim, senhor. Mas eu tenho um motivo especial para isso. - Edward o encarou esperando pela explicação e Connor se mexeu desconfortável no lugar, sabendo da condição da cunhada, não queria falar na frente dela o motivo, mas pelo olhar do sogro, não teria como fugir. -Perdi uma pessoa muito especial e me senti tão impotente por não poder fazer nada, que decidi que precisava mudar essa situação. Não posso garantir que salvarei todos os meus pacientes, mas posso garantir que farei de tudo por eles.

—E essa pessoa especial era…? - ele era realmente implacável.

—Minha prima. Ela tinha cinco anos. - abaixou a cabeça para não começar a chorar. Edward e Bella engoliram em seco, Hayley tinha 6.

—Vamos comer? - Agnes sugeriu mudando de assunto e os irmãos a apoiaram.

—Estou com muita fome. - Tyler levantou num pulo.

—Fiz sua sobremesa favorita para comemorarmos a vitória de ontem. - Bella avisou balançando a cabeça. Não era hora de pensar em coisas ruins, a filha ficaria bem, olhou para pequena que tentava a todo custo fazer a irmã menor largar o animal.

—Põe no chão Lulu, vai precisar das mãos para comer.

—Não. - a garota colocou a animal de volta dentro da blusa e Edward apareceu para interferir na situação.

—As duas tem que lavar as mãos. - Pegou cada uma delas em um braço e elas soltaram gritinhos de animação.

—Você joga basquete é? - Connor perguntou ao cunhado mais velho e ele assentiu.

—Ele arrasa na verdade. - Agnes respondeu orgulhosa dele.

—Podemos jogar mais tarde. - Henry sugeriu. Ele não era muito bom no esporte, mas gostava bastante.

—Ótimo. - Connor concordou ajudando John com o prato dele. - Vai jogar também? - o garoto olhou para os próprios pés e não respondeu.

—Pode jogar, querido, vai ser divertido. - Ele deu de ombros e foi sentar a mesa. - É um pouco tímido, mas logo se solta. - John foi o último a chegar a família e ainda estava em fase de adaptação. Era o que os especialistas diziam, mas Bella desconfiava de que havia algo de errado, mas não o pressionaria, quando estivesse pronto, ele diria.

A família sentou na grande que havia no quintal e entre garfadas e colheradas, contaram várias histórias, dentre elas a explicação para terem as ovelhas. Connor segurou a mão de Agnes e ela suspirou feliz, apesar das ameaças do pai ao namorado, todos gostaram dele e ele pareceu bem à vontade com a família. Uma vez ela perguntou aos pais como eles sabiam quem deveriam adotar e eles disseram que simplesmente olharam para cada um deles e souberam que eles faziam parte da família e ela sentiu o mesmo ao olhar para o namorado. Eles namoravam a pouco mais de dois meses, mas ao vê-lo ali, rindo, soube que ele fazia parte deles agora.

[...]

—Então…? - Agnes começou. O carro estava estacionado em frente a casa de Connor e os dois permaneciam em silêncio.

—Foi legal conhecer a sua família, mas… - ele fez uma cara séria e Agnes travou no lugar, será que tinha entendido tudo errado? - Mas… - ele ergueu o queixo dela para que pudesse olhar nos olhos dela. - Mas nada. Eu amei a sua família, eles são incríveis, unidos, protegem um ao outro, são engraçados e os seus pais são demais. Espero que possamos ter um relacionamento como o deles, de muito amor e cumplicidade.

—Então você quer continuar namorando comigo? - perguntou corando.

—Você quer continuar a namorar comigo? A minha família não é tão divertida quanto a sua.

—Vamos marcar um almoço entre as nossas famílias e tudo se ajeita. - ela aproximou para beijá-lo, mas parou a centímetros dele. - Só tem uma coisa, você disse que queria ter um relacionamento como o dos meus pais, mas quando as famílias deles se reuniram após o casamento, meu pai levou um tiro do meu avô. - Connor arregalou os olhos e esperou que ela dissesse que era apenas uma brincadeira.

—É sério? Ele atirou por querer? - temeu que o sogro pudesse fazer o mesmo.

—Nunca soubemos a verdade, mas não se preocupe, eu te protejo. - o beijou e Connor relaxou. Ele a amava e não importava as loucuras da família dela. Ovelhas negras ou não, Bella e Edward eram os pais dela e a amavam, e se eles tinham isso em comum, tudo ficaria bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Edward está ainda mais doido e engraçado.
Os seis primeiros capítulos serão cada um deles focado em um dos filhos e vai ser na ordem em que eles chegaram na família.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade. Dúvidas é só perguntar.

Bjs e até mais.