Olho de Odin escrita por Eduarda Gomes


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Leiam isso, é importante!
Vão perceber acontecimentos com datas diferentes dos livros/filmes. ex: Voldemort caiu em 98, aqui eu precisei alterar o ano.
Tive que conseguir adaptar tudo na fic, não acho que tenha ficado tão ruim. enfim, só avisei para não ter confusão.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766749/chapter/2

A Mitologia diz que Odin, Pai de Todos, lutou contra seu inimigo Aeon, o deus do tempo, travando uma batalha épica, que resultou a perda de um dos olhos do Pai de Todos. Aeon, vendo que mesmo ferido Odin ganharia a luta, resolveu fugir, mas não sem antes levar o olho do deus mais poderoso que já existiu.

Tempos depois, Aeon foi morto por seu filho Capheus. Odin sabendo que a morte do deus do tempo significava que seu olho, abençoado nas águas de Íris, estava sem um portador, reconheceu que um poder inimaginável poderia ser um risco nas mãos de quem não soubesse usá-lo. Profetizou que apenas aquele que fosse digno poderia ser o portador de seu olho e possuiria sua ajuda. Sendo assim, o Pai de Todos jogou o olho mais poderoso que já existiu no vazio do Universo e, na hora certa, ele saberia seu caminho e a quem ajudar.

                                                          .

Hermione tentou abrir seus olhos, mas não conseguiu, sentiu uma dor cruciante por todo seu corpo, impedindo-a de se mexer. Novamente tentou abrir os olhos, com muito esforço conseguiu, viu tudo embaçado, tentou levar as mãos aos olhos, para tentar enxergar melhor, sentiu dor com o ato, fazendo-a gemer. Forçou a vista tentando ver algo. Viu uma coisa próximo á ela, um corpo. Usou toda força que ainda restara dentro de si, não conseguia sair do lugar, sentiu lágrimas molharem seu rosto.

Ouviu passos pesados se aproximando, fechou os olhos. Não sabia onde estava, nem como estava. Talvez algum Comensal tenha escapado e agora resolveu se vingar da bruxa. Sentiu mãos pesadas pegarem em seu corpo e levantá-la. Era como se todos seus ossos estivessem quebrados, sentia que poderia desmaiar com a dor. Não conseguia gritar. Era como se apenas seu subconsciente estivesse acordado. Mas ela sentia tudo. Tentou abrir os olhos e ver quem estava carregando-a. Seus olhos doíam com seu pequeno esforço. Desistiu. Talvez fosse morrer, mas isso não a incomodou. A bruxa suspirou, soando quase como um alivio, aceitando a morte de bom grado.

E tudo ficou escuro, de novo.

                                                            .

— Então, você simplesmente as encontrou na Floresta Proibida? – a mulher perguntou, não escondendo seu tom desconfiado.

— Foi como eu disse, Professora McGonagall. Fui dar uma volta, como sempre faço antes dos alunos acordarem. Então eu as vi na Floresta.

— O que você acha, Papoula?

— Eu acho que elas têm sorte de estarem vivas, Minerva. – respondeu, analisando a garota – Estão muito machucadas, alguns ossos quebrados. Vejam essa aqui, tenho quase certeza que ela levou um crucio. E... minhas apostas são os Comensais.

— Por que? – Hagrid perguntou.

Madame Pomfrey olhou para a garota com pena e cuidadosamente pegou no braço da mesma. Conseguiu fazer com que o sangramento parasse um pouco, o ferimento não era muito recente, mas ainda sangrava muito. Supôs que ela recebera a maldição depois de terem feito aquilo em seu braço.

Sangue-ruim.

— Pelas barbas de Merlin! – o homem exclamou.

Minerva levou sua mão a boca, lamentando o estado da garota.

— Isso é-

— Mandou me chamar, Professora McGonagall?

— Oh, Alvo, graças á Merlin! Veja isso. – indicou as meninas adormecidas – Hagrid as encontrou nesse estado na Floresta Proibida.

Dumbledore encarou as meninas com curiosidade.

— Não são estudantes de Hogwarts, suponho.

— Mas são bruxas, diretor – Hagrid disse – Veja, a menina ruiva estava com uma varinha presa em sua cintura, a outra estava com uma a poucos centímetros.

— Interessante.

— Olhe isso, Alvo – indicou o braço da bruxa – Quais as chances de ter sido ele?

— Receio que grandes, Minerva. – analisou o braço – Papoula, algum dano irreparável?

— Elas tiveram alguns ossos fraturados, mas logo estarão bons, alguns ferimentos também logo estarão curados. Mas, isso no braço dela vai deixar cicatriz, tentei umas poções e feitiços de cura, mas não serviram em nada. Acredito que o que usaram para fazer isso estivesse envenenado. Devem acordar logo. – explicou. 

— Avise-me de imediato quando elas acordarem, certo? – ela assentiu – ótimo. Logo os alunos estarão no Salão Principal para o café, devemos ir.

Os três saíram da Ala Hospitalar. 

                                                          .

— O que você realmente acha que aconteceu?

Minerva perguntou assim que chegaram no escritório do diretor.

— Várias suposições, mas acredito que o prudente seja esperar que elas acordem. – Dumbledore respondeu sorrindo enquanto acariciava Fawkes.

                                                          .

Hermione abriu os olhos com dificuldade devido á claridade repentina, sentiu um leve incomodo por todo seu corpo mas percebeu que não doía tanto como antes. Reconheceu o lugar que estava de imediato, estava na Ala Hospitalar. O lugar não tinha sido tão afetado na guerra, mas ainda sim teve algum dano. Mas agora estava impecável, nem parecia que havia tido uma batalha ali. Talvez Madame Pomfrey tenha arrumado para curar os feridos. Tentou lembrar como fora parar ali. Floresta Proibida. Uma luz. Gina.

Levantou bruscamente, ignorando a dor em seu corpo. Gina estava lá. Ainda conseguia ouvir a amiga gritando e indo em sua direção. Não lembra de mais nada.

— Oh Merlin, você acordou. – Madame Pomfrey parou ao lado da menina – Não tente se levantar, por favor.

Hermione sentiu sua garganta queimar ao tentar dizer alguma coisa.

— Aqui, beba. – disse dando um pequeno copo para a garota, vendo-a fazer uma careta ao engolir o liquido – Como se sente?

— Bem, obrigada – sorriu minimamente para a mulher. – Não dóis mais como antes.

— Que bom, querida. Você tinha alguns ossos quebrados, mas já cuidei disso e não lhe causará problemas. – a curandeira sorriu gentilmente – Volto em um instante.

Hermione viu a mulher ir em direção a maca de um garoto. Já sentia seu corpo menos dolorido que antes, resolveu tentar levantar novamente. Sentiu uma pequena dor momentânea quando seus pés tocaram o chão frio, esticou seus músculos agradecendo mentalmente a existência de Madame Pomfrey.

Reconheceu Gina deitada em uma maca próxima a sua. Hermione deu passos largos em direção a amiga pegando em sua mão. Gina tinha uma expressão serena em seu rosto, Hermione sorriu aliviada ao ver que a amiga parecia estar bem.

— Ela está bem, está dormindo apenas. Acordou antes de você, mas foi rápido, só teve tempo de beber a poção. – Madame Pomfrey disse, avaliando as duas – eu disse a ela que diretor deseja conversar com vocês, já mandei chama-lo.

Hermione encarou a mulher quando ela disse isso, não escondendo a expressão confusa de seu rosto. Dumbledore estava morto. Snape também.

— Quem?

— O diretor Dumbledore, ele-

Hermione não conseguia mais escutá-la, seu corpo enrijeceu. O que estava acontecendo?

Gina remexeu-se na maca, apertando levemente a mão de Hermione, chamando sua atenção. Estava acordando.

— Mione?

— Sou eu, Gina. Como se sente? – Hermione perguntou sorrindo para a amiga, acariciando sua mão.

— Bem melhor agora. – sorriu amarelo para a amiga. – e você está melhor?

— Sim... 

— Vou pegar sua poção revigorante e deixar vocês conversarem. – Madame Pomfrey disse, se retirando do lugar. Gina agradeceu por isso, queria conversar com Hermione a sós e não sabia como pedir isso sem parecer grosseira.

— O que está acontecendo? – as duas perguntaram em uníssono.

— Eu acordo e ela me diz que o diretor Dumbledore — soprou o nome – quer conversar com a gente.

— Ela me disse o mesmo, Gina! – Hermione exclamou alarmada – Você lembra de alguma coisa? Digo, eu estava na Floresta Proibida e minha última lembrança é você correndo na minha direção.

— Eu peguei sua mão, depois disso apaguei e acordei aqui – disse gesticulando – eu não ‘to com um bom pressentimento, Mione.

Madame Pomfrey retornou com a poção revigorante, fazendo-as ficarem em silêncio.

— Eu também não – confessou em um sussurro quando a curandeira se afastou – Harry ainda não apareceu aqui, isso só deixa tudo mais estranho. Talvez não tenhamos ficado tanto tempo aqui, não é?

— Pode ser. – deu de ombros levando o pequeno fraco a boca – Madame Pomfrey não é tão nova, certo? Pode ter se enganado quando nos disse que o diretor Dumble-

— Fico feliz em ver que já estão bem, senhoritas.

Disse um sorridente Dumbledore entrando no ambiente.

Gina estava assombrada, cuspiu a poção que estava em sua boca em Hermione, se engasgando e tossindo exageradamente. Hermione prendeu a respiração, não acreditando no que seus olhos estavam vendo. Podia jurar ter levado um Petrificus Totalus já que não movera um dedo para limpar o banho de poção que Gina deu nela, abrindo a boca várias vezes, mas não emitindo som.

— dore... – Gina completou em um murmuro se recuperando da crise de tosse, mas ainda não acreditando no que estava vendo. – Diretor Dumbledore. — sua voz saiu esganiçada

Em outra ocasião, Hermione teria rido da semelhança entre Gina e Rony ao usarem uma voz aguda. Mas simplesmente perdeu qualquer tipo de reação. Dumbledore estava morto. Havia um homem morto parado a sua frente. Havia um homem morto parado em sua frente e sorrindo para ela.

— Diretor Dumbledore? O q... como? O senhor- Morgana dos céus! – ela também teria rido de sua semelhança usando a voz dos Weasley.

— Vejo que já me conhecem, então estamos em desvantagem. – o diretor usou seu habitual sorriso aconchegante, fazendo os olhos das meninas lacrimejarem – Como se chamam?

— O senhor nos conhece – Gina respondeu, vendo que Hermione não estava conseguindo formar uma frase.

— Receio que não, senhorita. – soou calmo, mas curioso

— Como não? Nos conhece desde o nosso primeiro ano em Hogw-

— Diretor? Em que ano nós estamos? – Hermione finalmente perguntou, temendo a resposta.

Não se julgou por não ter desconfiado antes, afinal, tinha acabado de acordar. Ala Hospitalar sem nenhum vestígio de luta; Dumbledore vivo e não as reconhecendo. Até mesmo Madame Pomfrey parecia...mais jovem.

— 1975.

As meninas ficaram mais pálidas do que quando Dumbledore entrou. Gina balbuciava palavras desconexas, Hermione dessa vez teve uma reação: repetir a palavra não freneticamente. Dumbledore as olhava com curiosidade, já deduzindo o porquê das reações, também tinha um certo fascínio em seu olhar.

— Presumo que não sejam deste ano. – Dumbledore as encarou – Viagem no tempo é uma façanha perigosíssimas, senhoritas. De que ano são?

— 1996, senhor. – Hermione respondeu hesitante.

— Fascinante! Me digam uma coisa sobre o futuro, meu retrato ainda está no baralho de sapos de chocolate? – questionou em um sussurro, fazendo-as rir pela primeira vez.

— Está sim. – Gina respondeu no mesmo sussurro que o diretor, fazendo ele sorrir e piscar para ela. – Gina Weasley, senhor.

— Hermione Granger.

— É seguro eu perguntar quais circunstâncias as trouxeram aqui?

— Na verdade, senhor, não sabemos como isso aconteceu, nem o porquê. – Hermione confessou.

— Como é curioso o tempo. – Dumbledore sorriu. – Não vou importuná-las, quando se sentirem melhor, eu as espero em meu escritório.

— Não diretor! – Gina levantou da maca em um pulo – Estamos bem, não é Mione?

Hermione rapidamente concordou com a amiga.

— Por favor, senhor. Queremos entender agora oque está acontecendo.

— Bem, sendo assim, vamos ver se Papoula libera vocês.

Após Madame Pomfrey perguntar repetidas vezes se elas estavam realmente bem e dar a Gina outra poção revigorante, já que a sua foi parar em Hermione, elas seguiram o diretor até seu escritório. Foi impossível para as duas não sentir a nostalgia ao caminhar pelos corredores de Hogwarts. Hermione sentiu um aperto em seu peito ao caminhar pelos corredores sem Harry e Rony, sabendo que nunca mais isso seria possível, restava apenas lembranças para ela. Sempre achou que seriam os três até os últimos dias, nunca imaginou uma vida sem Rony. Imaginou Harry sozinho no futuro, depois de perder Rony, ele não poderia ficar sem a melhor amiga e a garota que ama. Precisavam voltar. Sentiu Gina pegar sua mão e olhar para ela com ternura, lembrando a Sra. Weasley. Gina estava sentindo o mesmo que Hermione, talvez até mais, perdeu dois irmãos e estava longe de sua família, mas ainda tinha em seu olhar um conforto, fazendo Hermione sentir que tudo ia ficar bem, e Merlin sabe como ela queria acreditar nisso. Não sabia como foram parar ali, ou o porquê, mas estava grata por Gina estar com ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me digam se gostaram.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Olho de Odin" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.