P.O.V. Clary.

Eu não acho o meu caderno de desenho em lugar nenhum. Mas, eu vou até a festa de aniversário da Izzi hoje.

Assim que eu cheguei ela me recebeu calorosamente.

—Clary!

—Oi.

—Eu acho que isso é seu.

—Obrigado.

Peguei o caderno e o coloquei na bolsa.

—Você não vai nadar de camisa vai?

—Não.

Respondi tirando a minha camisa do Linkin Park.

P.O.V. Jace.

A diaba é bonita que só ela. Eu vi quando ela tirou aquela camiseta, foi um gesto simples, mas cara foi tão sensual.

—Você tá bem cara?

—To.

—Tá de olho na novata. Apesar das esquisitices ela é gostosa.

—Eu vi primeiro.

P.O.V. Izzi.

—Idiotas.

—O que?

—O seu primo e aquele outro. Falando de mim como se eu fosse uma mercadoria.

—Como sabe que estão falando de você?

—Infelizmente sou o assunto do momento. Todos estão falando de mim.

—Então, Clary Fray me fala sobre você.

—Eu prefiro não.

—Porque não?

—Porque as coisas mudam quando eu falo sobre mim. As pessoas mudam. E eu sempre sei que estão perto de mim, não por quem eu sou enquanto pessoa, mas por causa do que eu tenho.

—Como assim?

—Sempre que eu começo a frase com essas palavras as pessoas acabam contando só porque prometeram não contar.

—Eu não vou contar. Prometo.

—Eu sou Clarissa Fairchild Morgenstern. Clary é um apelido e o Fray é tipo sobrenome artístico.

—Caramba!

—Ela vai cair. Vai se estabacar.

—Quem?

—A líder de torcida.

A vacaline tentou fazer um movimento, se exibir e então... ela caiu feio.

—Caramba! Como você sabia que ela ia cair?

—O ângulo do movimento estava errado. E ela está sob influência de álcool.

—Você já foi líder de torcida?

—Não. Mas, já vi muitos filmes á respeito.

Clary levantou e foi ajudar a Vacaline.

—Você está bem?

—Eu lá preciso da sua ajuda.

—Arrogante. Ser arrogante te ajuda a ser uma líder de torcida melhor?

—Como é que é, garota?

—É uma pergunta. Ser arrogante te ajuda a ser uma líder de torcida melhor?

—Você é uma nerd esquisita.

—E isso é crueldade. Você acha que ser cruel comigo vai te fazer se sentir melhor?

—Oh, Vince!

—O que?

—A novata quer entrar.

—Não faça isso, Vince. Eu não quero que se machuque.

O mala do Vince tentou pegar a Clary. Ela correu, entrou dentro da casa e a porta fechou atrás dela.

—O que? Essa porta foi automatizada?

—Não.

Então, ele me agarrou. A Clary atravessou a porta quebrando o vidro.

—Caramba!

—Vocês viram aquilo?!

Ela tava pisando no vidro, mas não parecia se incomodar.

—Se afasta dela.

O Vince me agarrou de novo e então, não deu pra acreditar. Se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos, eu não teria acreditado.

Ela se esquivou de todos os ataques do Vince e então, deu um chute no meio do peito dele fazendo ele cair dentro da piscina.

—Eu falei pra se afastar dela!

—Minha nossa Clary!

—Você não está fisicamente ferida. Me desculpe pela janela. Eu vou concertar.

—Vai concertar?

—Digo, vou pagar o concerto.

P.O.V. Alec.

Ela atravessou uma janela para salvar a minha irmã do Vince. Então, ela pulou dentro da piscina de cabeça. Ficou lá embaixo por alguns minutos.

—Galera, saca só!

—O que?

—A vidraça! A vidraça!

Os cacos de vidro até os menores começaram a se aglomerar e em questão de segundos, a vidraça estava inteira de novo.

—Que que é isso?

A Clary emergiu. E fez cara de confusão.

—Ué? A janela não tava estilhaçada?

—Sim. Ela se concertou sozinha!

—Não! Isso é impossível. As coisas não se concertam sozinhas.

—To falando, a vidraça se refez.

—Que louco. Alguma ideia de como isso é possível?

—Não.

—Eu ein. Coisas estranhas acontecem na sua cidade.

—Desde agora.

—Vai ver sempre foi assim, só que você nunca tinha visto.

Ela tava apoiada na beirada da piscina. Estava usando um biquíni vermelho que combinava super bem com o cabelo ruivo e o tom de pele clara. A pele dela era pálida como leite fresco e ela tinha umas sardas quase imperceptíveis nas bochechas.

O jeito que ela estava apoiada na beira da piscina parecia aquelas sereias do Piratas do Caribe que estavam prontas para afogar os marinheiros.

E ela tinha uma joia no pescoço. Era uma pedra que parecia que tinha um brilho próprio. Um brilho laranja bastante intenso.

—Clary, o seu colar pode ser radioativo.

Ela sorriu pra mim.

—Você é inteligente. Aprecio sua preocupação, mas eu vou ficar bem e o cristal também. Vamos nadar e deixar essa interessante discussão para depois.

—Ai! Vamos fazer uma briga de galo!

As garotas começaram a subir nos ombros dos garotos dentro da piscina e a Clary ficou só olhando. Até o Jace passar embaixo dela e a colocar sob suas costas.

—Isso não é uma boa ideia.

A vacaline que estava encima dos ombros do Vince veio direto pra cima da Clary.

—Você vai se dar mal.

—Isso não é uma boa ideia.

Ela começou a empurrar a Clary e então... a vacaline voou longe. Ela quicou na água como uma pedra. E eu vi a mesma energia laranja que derrubou todo mundo no estacionamento. E a energia vinha diretamente de dentro da Clary.

—Eu tenho que ir.

Clary saiu de cima das costas do meu primo, da piscina, pegou a bolsa correndo e saiu em disparada pelos fundos da casa.

P.O.V. Clary.

Isso não é bom. Está ficando pior. Essa energia, essa quantidade exorbitante de poder. Eu posso senti-lo dentro de mim e está crescendo.