*Lauren*

O jantar está quase pronto quando aquele perfume pra mim já familiar invade minhas narinas.

— Está um cheiro maravilhoso! - Seus braços envolve minha cintura, não consigo evitar um suspiro e então ia barba de 3 dias por fazer roça no meu ombro o que me faz arrepiar toda.

— Pode parando, você está me desconcentrando. - Empurro ele para trás com a bunda. - Você sabe arrumar a mesa? Vê se Bran mandou mensagem. - Digo enquanto estou ralando cenoura para salada.

— Vou arrumar a mesa, e na próxima vez que encostar essa bunda em mim vou te virar do avesso. - Ele ri e dá um tapa na minha bunda e vai para cozinha, meu corpo se arrepiou da cabeça aos pés dele fazendo o que disse. Eu só posso estar maluca, eu realmente pedi para ele ficar? É estranho, outro homem em casa sem ser meu filho, é estranho beijar outro homem, sentir outro perfume, é tudo tão novo, tão diferente, tão inesperado e também tão bom? E ao mesmo tempo tudo para e tão errado, e no mesmo instante tão certo. Só um simples toque dele causa em mim sensações que Mário não fazia eu sentir em nossos 20 anos juntos.

*Graham*

Em poucos minutos a mesa está pronta, volto para cozinha e me encosto no batente da porta, Lauren está parada segurando uma cenoura e um ralador, porém está com a cabeça em outro lugar. Fico observando ela por alguns instantes até que ela volta a falar.

— Eu sei que você está aí.

— Claro que sabe, e eu sei que você estava com a cabeça em outro mundo.

— Bran mandou mensagem?

— Sim falou que chega em 15 minutos. - Digo parando atrás dela e a viro de frente para mim segurando na cintura dela. - Vai se arrumar, eu termino a salada. - Roubo um selinho dela e ela fica corada, ela fica tão linda assim, será que ela tem um pouquinho de noção de como ela é linda?

— Eu já terminei tudo, vou me arrumar.

— Eu também vou.

— Meu filho deve ter algo que deve servir em você.

— Tenho roupa no carro. - Ela nem reparou que trouxe roupa quando fui me arrumar para ir almoçar, por isso não surtou, e eu inocente pensando que ela tinha visto.

— Sério que você veio de mala e tudo para minha casa? - Ela diz incrédula.

— Você iria para minha?

— Não

— Exatamente, se você não fez eu fiz. - Digo rindo e vou com ela para o andar de cima.

— Pode tomar banho no quarto do Bran! - Ela abre um sorriso e entra no quarto dela fechando a porta bem na minha cara.

— Eu nem queria tomar banho com você mesmo. - Digo rindo. - Logo mais vou fazer mais do que isso.

Em 10 minutos estou pronto, uma calça de moletom e uma regata, não acho que será um jantar tão formal. Saio e vou para sala e sei que Lauren vai demorar um pouco.

— Boa noite, você ainda está aqui? - Diz Bran rindo. - Cadê minha mãe? - Diz ele entrando e dando espaço para uma bela garota de cabelo longo e ruivo natural, baixinha e aparentemente muito tímida, ela tem sardas no rosto, e os olhos castanhos bem claro e ela teve ter entre seus 15 e 17 anos, não mais que isso.

— Ela está se arrumando, mas não deve demorar, sintam-se a vontade. - Digo rindo como se eu morasse aqui.

— Obrigado Graham! - Ele diz rindo muito. - Bom, essa é Samantha. - Cumprimento a moça.

— Um prazer conhecê-la, sou se tudo der certo o futuro padrasto do seu namoradinho.

— E minha mãe já sabe disso? - Ele ri e abraça a menina pela cintura e ela também ri.

— É um prazer conhecê-lo também. - Diz a menina com uma voz doce.

— Do que estão falando? - Em segundos vejo Bran sendo abraçado pela mãe e em seguida ela já pega na mão da menina sem dar tempo de Bran falar algo. - Prazer, sou a mãe do Bran.

— Olá, sou Samantha, é um prazer conhecê-la Sra. Lindwaw.

— Pode me chamar pelo primeiro nome.

— Mãe, por favor, vai com calma. - Bran revira os olhos e encaro ele rindo e dou de ombros.

— O jantar está pronto, podem ir para mesa, eu já vou servir. Graham, faça algo útil e me ajude com as panelas. - Reviro os olhos com sua ousadia e vou com ela.

— Lauren, não se esqueça que não sou teu filho, fica falando assim, vou te mostrar minha utilidades. - Dou um tapa na bunda dela. - Agora por favor, tente agir naturalmente, você vai assustar a garota. - Digo enquanto pego as panelas.

— Você não achou ela muito nova? Será que os pais dela sabe que ela está aqui? - Ela parece desesperada. Pego a panela da mão dela e coloco no fogão.

— Calma, é só uma namoradinha, pra que tudo isso?

— Bran nunca namorou.

— Calma, para tudo tem uma primeira vez, e deixa ele mais a vontade, não enche a garota de pergunta… Eu posso não ser um pai, mas sei como é ser um filho. - Digo rindo. Abraço ela e dou um beijo no topo de sua cabeça. - Tudo bem?

— Eu não acredito que meu bebê tá namorando. - Ela esconde o rosto em meu peito. Suspiro e seguro a cabeça dela para que me encare.

— Bran já tem o que? 20 anos? - Arqueio uma sobrancelha. - Nessa idade você está parindo ele, então entenda, ele não é mais um bebê.

— Ok, ele não é um bebê, mas ele é meu bebê, meu filho, meu Bran, e não quero que ele se case, saia de casa, não tô preparada

— Calma, você tá levando as coisas muito a sério. - Digo rindo e ela ri também.

— Tô exagerando muito? Ok, vamos logo. - Ela pega uma panela e eu ajudo com as demais e logo estamos todos só redor da mesa jantando e um silêncio infernal. Sorrio e olho para o Bran.

— Namoram a quanto tempo? - Pergunto de forma casual só para puxar assunto.

— Vai completar 9 meses, mas já estamos juntos a 1 ano. - Arregalo os olhos. Demorou 9 meses para contar para mãe do namoro? Óbvio, ele conhece a mãe e sabe que ela surtaria se ele aparecesse com uma namorada. Olho para menina, que me olha sem jeito e não consegue nem comer, fica apenas revirando a comida.

— Por que demorou tanto para me apresentar ela filho? - Lauren fica super séria.

— É que você… mãe, você ia surtar igual tá fazendo agora. - o menino suspira e segura na mão da menina.

— E decidiu apresentar agora porque?

— Mãe, Samantha está grávida. - Vejo a forma que Bran aperta a mão da menina tentando confortar ela de certa forma. - E antes de você falar qualquer coisa, eu sei a gravidade disso, mas eu amo a Samantha, amo esse bebê, e você vai ser vovó. - Olho para Lauren que está totalmente sem reação. Seguro a mão dela.

— Parabéns garoto. - Murmuro lançando um sorriso reconfortante para o casal a minha frente, que barra essa, não sei mais se foi uma boa escolha ficar para o jantar.

— Obrigado, e mãe? - Ele ainda está apreensivo. - Mãe, você não vai falar nada?