Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 28
Doce encontro


Notas iniciais do capítulo

Bom dia gente, mais um capítulo pra vcs!!!
Acabei atrasando uma semana, mas aqui está!!!

Quero agradecer aos comentários carinhosos, MUITO OBRIGADA!!!

Vamos ao capítulo >>>>>>>>>>>

(PS: para quem leu antes do dia 20/11/2019 tive que acrescentar a última cena, a partir de quando a Sakura acorda)



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Se a sorte estivesse a seu favor, aquele dia teria amanhecido nublado e chuvoso, mas aparentemente a sorte não estava a seu favor, não do jeito que queria pelo menos.

Não, estava uma linda manhã, o céu estava de um azul tão límpido que parecia irreal de tão perfeito, não havia uma sombra de nuvem sequer.

Sakura bufou da janela olhando para aquele céu lindo.

— Vai logo tomar banho para eu poder te arrumar – Ino reclamou da porta do banheiro.

Sakura fechou a cara.

— Fantástico – se jogou na cama. – Um encontro com Sasuke, só nós dois – frisou bem as palavras.

Ino riu pegando algumas peças do armário em dúvida do que vestiria naquele dia.

— Para de reclamar e nem inventa de se fingir de doente, Sasuke deve ter o dia todo livre para ficar com você e é melhor estarem os dois sozinhos lá fora do que aqui dentro do quarto.

Sakura estremeceu.

Era verdade, estando lá fora às chances de escapar das tentativas de Sasuke seriam maiores do que dentro do quarto se fingindo de doente. A filha da Malévola se levantou, pegou a toalha e foi para o banheiro.

A água quente relaxava seu corpo, sequer havia conseguido dormir a noite de tão tensa que estava, acabou indo para o lago ver o nascer do sol, fora lindo é claro, jamais sonharia com tal beleza estando na ilha.

Não queria admitir para ninguém, mas sabia que seus sentimentos estavam conflitantes ultimamente. Se sentia perdida, sem saber o que fazer. Suspirou desligando a água e pegou a toalha para se secar.

— O que acha? – Ino perguntou erguendo um vestido em sua frente. Era roxo com detalhes em verde e preto. – Fiz para você – disse timidamente.

— É lindo – não estava mentindo. – Mas um vestido é bom para esse encontro? – perguntou duvidosa.

— Eu acho que é perfeito – respondeu colocando a peça nas mãos da amiga e foi fechar as cortinas para que a filha da Malévola se trocasse.

Sakura rapidamente colocou o vestido e foi se olhar no espelho. A peça batia um pouco acima de seus joelhos e o tecido era leve e solto, o que era perfeito, pois o dia parecia que ia ser quente. Seu coturno estava ao pé de sua cama pronto para ser usado.

— Sente-se – Ino pediu. Ela segurava um monte de trecos de maquiagem nas mãos.

— Ah não – Sakura negou. – Sabe que detesto maquiagem, acho totalmente desnecessário isso.

— Bom, você não pode usar magia no momento e suas olheiras não vão sumir se eu não usar isso – apontou para um dos tubos – Se tivesse dormido poderia escapar ilesa, mas já que sequer veio para o quarto a noite você vai usar maquiagem sim – Ino explanou enquanto começava o processo de maquiar a amiga.

Sakura suspirou, sabendo que a filha da Rainha Má estava certa. Mas também pensava secretamente que seria bom ter um dia “normal”, sair com o namorado como uma garota que não fosse filha de uma vilã faria, usar vestidos e passar maquiagem, se preocupar com coisas corriqueiras como ir bem na prova e não que sua mãe lhe mataria se não pegasse a varinha da Fada Madrinha.

— Pega leve nessa coisa rosa – pediu Sakura, já bastava seu cabelo chamativo.

Ino revirou os olhos achando a reação da amiga engraçada.

— Minha mãe me ensinou a passar blush antes mesmo de eu aprender a andar – falou a loira. – Pronto – disse ao terminar e mostrou um pequeno espelho para ela.

Sakura se admirou.

— Está linda – Ino a elogiou. – Agora relaxa e tenta aproveitar o dia, você bem que está merecendo um descanso.

Assim que Sakura terminou de colocar os coturnos uma batida na porta se fez ouvir.

— Dever ser o Sasuke – Ino sorriu.

Sakura foi até a porta e respirou fundo antes de abri-la.

Realmente era Sasuke quem estava do outro lado.

— Uau! – soltou ele ao admirar Sakura da cabeça aos pés. – Pela primeira vez em minha vida e sei a diferença entre linda e bela – ele a elogiou erguendo uma de suas mãos até os lábios.

Sakura sentiu um formigamento em suas bochechas.

— Aqui – Ino estava com sua jaqueta em mãos. – Tenham um bom dia e se divirtam – desejou ela.

Sasuke pegou uma das mãos de Sakura e a apertou firme.

— Vamos?

— Sim – ela concordou, com uma última olhadela se despediu de Ino.

Sasuke não parava de surpreendê-la. Ele tinha uma moto, de cor branca, e a usariam para ir... sabe-se lá para onde. Ele a instruiu a vestir a jaqueta e como colocar o capacete.

A viagem parecia ter sido um borrão, mas só porque Sakura aproveitara o calor do corpo de Sasuke estando abraçado fortemente a ele com medo de cair da moto e a bela vista que o caminho que percorriam mostrava. Era tudo tão colorido por causa das flores que a filha da Malévola ficava sem fôlego diante de tanta beleza.

Sasuke foi aos poucos parando a moto e a estacionou ao lado de um caminho de pedras.

— Teremos que ir andando a partir daqui – informou retirando o capacete.

Sakura ainda se sentia sem fala e por isso só concordou com a cabeça tirando o próprio capacete. Sasuke levantou a parte dos bancos e guardou os dois capacetes ali.

O filho da Bela e a Fera pegou a mão da filha da Malévola e tomou a dianteira a guiando. Em determinada parte do caminho parou e se virou para ela.

— Você confia em mim? – perguntou timidamente.

— Sim – Sakura confirmou sem pestanejar. Realmente confiava nele.

Sasuke soltou as mãos dela e se colocou as costas dela, tampando seus olhos.

— Caminhe devagar – ele pediu.

Sakura o obedeceu e calmamente foi dando um passo de cada vez, obedecendo quando ele dizia para virar a direita ou a esquerda, a baixar a cabeça quando ele pedia ou tomar cuidado com alguma pedra no caminho.

— Pode parar agora – disse ele depois de um tempo.

Sakura tentou captar os sons que ouvia: pássaros, o vento, mas principalmente o barulho de água caindo.

— Pode abrir os olhos agora – disse Sasuke tirando as mãos de seus olhos.

Sakura resfolegou.

Havia uma queda d'água que formava um grande lago de águas cristalinas e no meio havia uma espécie de construção de pedra de colunas gregas.

— Surpresa – disse Sasuke baixinho.

Sakura adorou a surpresa. A cachoeira era magnífica e formava um arco-íris quando a luz do sol batia na água. Por volta de todo o lago as árvores estavam carregadas de flores das mais diversas cores.

— Relaxar e aproveitar – ela sorriu verdadeiramente para ele agradecida.

Sasuke tinha preparado um piquenique para os dois. A filha da Malévola não tinha percebido como estava faminta até comer o primeiro pedaço de bolo.

— Foi você que fez? – perguntou ela de boca cheia. – Tá uma delícia – elogiou.

— Eu tive ajuda – ele esfregou a parte de trás da cabeça, envergonhado.

Depois que já tinham forrado o estômago Sasuke pegou a mão de Sakura.

— Me fala mais sobre você, eu não sei quase nada.

Sakura pensou no que tinha de interessante para falar de si.

— Bom – soltou a mão dele e começou a gesticular. – Tenho 16 anos, sou filha única e morei num lugar só a minha vida inteira.

— Eu também tenho 16 anos e morei no mesmo lugar a vida inteira – exclamou Sasuke. –Olha só, temos muita coisa em comum.

— Oh não – Sakura negou. – Acredite em mim, não temos nada em comum.

A começar pelo fato de que ela queria a varinha da Fada Madrinha para desfazer a barreira da Ilha e soltar todos os vilões (bem, a maioria deles pelo menos) no mundo, enquanto que ele estava dando uma chance para que os filhos dos vilões, e apenas eles, saíssem da Ilha.

Sakura suspirou.

"Ele é do bem e você é do mal", sua mente sussurrou. Sakura balançou a cabeça para desanuviar os pensamentos. "Hoje não" rebateu em sua mente, hoje seria uma garota completamente normal em um encontro com o namorado.

— Me diga algo que você nunca contou para ninguém – pediu Sasuke pegando a mão dela novamente.

— Tipo o que? – perguntou confusa.

— O seu pai, por exemplo – ele deu de ombros.

Sakura estremeceu e tentou disfarçar.

— Oh não, isso não vale, a Ino sabe quem ele é, contei para ela uma vez – disse sucinta.

Poderia falar sobre como a Úrsula tentara lhe matar, apenas a vilã, Malévola e... seu pai sabiam.

Mas... queria dizer alguma coisa boa sobre si, algo que ninguém mais sabia. E conseguiu pensar em uma.

— Tudo bem, tem uma coisa que ninguém sabe, nem mesmo a Ino e olha que para ela eu conto tudo – apertou a mão de Sasuke na sua e fixou seu olhar na água. – Tem uma espécie de gruta perto do cais na Ilha, essa gruta fica embaixo de uma pedra e só eu sei disso porque nunca vi ninguém andar por aquela área. Eu descobri por um acaso e meio que se tornou uma espécie de refúgio para mim.

— Refúgio como?

— Quando eu brigava com a minha mãe sempre ia para lá – ela deu de ombros.

— Entendo – Sasuke apertou a mão dela. – Minha vez então: tem uma parte do jardim no castelo dos meus pais que eu gosto muito, espero conseguir te levar até lá um dia, acho que você vai gostar.

— Pode-me dizer como é? – Sakura se virou para ele curiosa.

— Surpresa – ele piscou um olho.

— Tudo bem – ela deu de ombros. – Se suas surpresas forem como essa, tenho certeza de que vou gostar muito.

Sasuke olhou para ela com aquele brilho no olhar, "o brilho deve ser por causa da poção do amor", sua mente alertou.

— Aqui está sujo em você – Sasuke interrompeu os pensamentos dela ao apontar para o canto de seus lábios.

— Aqui? – Sakura tentou limpar.

— Não – ele sorriu. – Deixa eu limpar para você – ele tocou os lábios dela com o dedão de sua mão esquerda e limpou a sujeira, era glacê de bolo.

Sakura reconhecia aquele olhar, Sasuke estava se aproximando dela na tentativa de lhe beijar. A filha da Malévola pegou a primeira coisa comestível que sentiu e enfiou na boca, por sorte era um cupcake.

Sasuke sorriu para ela e se afastou.

— Nunca fez isso, não é?

— Ah não – intercalava as falas com as mastigadas. – A gente não tem encontros na ilha, é mais tipo... atividade de gangue.

Sasuke riu incrédulo.

— Gangue? Isso não é perigoso?

— Perigoso é não participar de uma gangue, ficar só não é a melhor opção a se fazer na Ilha, se você está só os outros não confiam em você e não te levam a sério – ela explicou. – O Kiba, por exemplo, todo mundo tem ele como um medroso e é bem difícil ele conseguir qualquer coisa para si; claro que há exceções como o Shikamaru, ele nunca foi considerado confiável, mas por causa do pai ele não era desrespeitado.

— E você e a Ino? – questionou suavemente curioso.

— Ela é da minha gangue – respondeu como se não fosse nada demais.

— Sua gangue? – exclamou surpreso.

— É, eu tenho minha própria gangue, ou tinha antes de vir para cá – suspirou, apesar de tudo o que havia passado na ilha sentia falta dos outros membros da sua gangue.

Sasuke absorveu as informações calmamente.

— Então você nunca teve um namorado? Nunca beijou ninguém? – sussurrou ele se aproximando dela.

Sakura colocou outro daqueles bolinhos doces na boca.

— Nunca namorei, mas já beijei sim – disse de boca cheia.

Um longo tempo havia se passado desde o seu primeiro beijo com... de repente começou a rir.

— O que? – ele perguntou curioso, não entendendo porque ela estava rindo.

— Você pode achar engraçado – ela avisou. – Sua primeira namorada foi a Karin? Seu primeiro beijo foi com ela?

— Sim para as duas perguntas – ele afirmou um pouco constrangido não entendendo onde ela queria chegar.

— Enquanto que seu primeiro beijo foi com a filha da Bela Adormecida, o meu foi com o filho do Gaston – ela riu quando Sasuke fez uma cara de surpresa.

— Você quer dizer... – ele balbuciou.

— Sim – ela continuava rindo. – O nome dele é Sasori, eu tinha 12 anos quando aconteceu, só que ele se mostrou ser filho de quem é – revirou os olhos.

— O que aconteceu? – Sasuke perguntou curioso.

— No dia seguinte eu descobri que ele havia espalhado isso para toda ilha, até a minha mãe ficou sabendo – se lembrava da briga, afinal, estava no top três das piores brigas com a mãe. – Então eu fui até ele e quebrei o seu nariz, ficou torto desde então – disse com satisfação.

— Então é melhor eu tomar o cuidado para não te irritar – disse Sasuke horrorizado.

— Me dá um desconto, eu tinha 12 anos

— Tudo bem – ele sorriu e tornou a pegar a mão dela. – Então só beijou ele?

— Não – ela se perdeu em pensamentos. – Teve mais um garoto que eu já beijei, o nome dele é Nagato, ele é filho do Hades – Sasuke se sentiu abismado. – Foi ano passado – ela deu de ombros, parecia outra vida.

— E não deu certo por quê? Ele também se comportou de maneira grosseira?

— Não – ela negou. – Pelo contrário, ele é muito gentil – sorriu com a lembrança.

— O que aconteceu então?

— A gente meio que tem um lema na Ilha, sabe? Não dá pra confiar em ninguém, então lealdade vem em primeiro lugar, a amizade vem em primeiro lugar – afirmou intensamente. – O Nagato é o melhor amigo do Yahiko, filho da Madame Medusa e o Yahiko namora a Konan, ela é filha da Úrsula, isso faz com que nós duas sejamos inimigas declaradas, primeiro por causa das nossas mães, a divisão dos territórios reforça isso e segundo porque a gente se odeia. Logo, o Nagato e eu não teríamos como dar certo – terminou dando de ombros. – A lealdade vem em primeiro lugar não importa o que aconteça.

Sasuke ficou pensativo.

— Acho louvável – disse ele por fim. – É um princípio muito honrado, lealdade em primeiro lugar.

Instantes depois ele começou a tirar os sapatos que calçava e ficou em pé. Sakura arqueou a sobrancelha.

— Vamos nadar? – chamou ele sorrindo e começou a desabotoar o a camisa azul clara.

Sakura resfolegou.

— Agora?

— Sim, eu estou com calor – ele tirou a calça e Sakura desviou o olhar, constrangida.

De maneira nenhuma ia ficar só de roupa de baixo perto dele.

— Vem?

— Não, eu vou ficar aqui – ela negou.

— Por favor, prometo que não saio de perto de você nem um minuto – tentou convencê-la.

— Não, vai você, eu vou ficar aqui e comer esse... morango – apontou para a fruta dentro de uma caixinha transparente ainda na sexta. – É que eu nunca comi um, de verdade – pôs um na boca e fez um hum forçado que logo se tornou verdadeiro porque a fruta era realmente deliciosa. Como nunca tinha comido um morango antes? Logo pôs outro na boca e mais um antes de escutar Sasuke rir.

— Então eu vou me refrescar sozinho – ele se afastou dela indo em direção ao lago.

— Tá bom – disse ela de boca cheia já com mais uns dois morangos nas mãos.

— Não vai comer todos! – riu ele. – Tenho mais uma surpresa para você, está dentro da cesta – disse carinhoso. – Vou te deixar mais a vontade, espero que goste – e pulou na água.

Sakura o observou nadar indo em direção a cachoeira escondida na gruta e tratou de ir atrás do tal presente, ficou surpresa ao encontrar um espelho, a moldura era dourada e parecia antigo e quase... mágico.

Resfolegou pensando na possibilidade de ser o espelho da história da Bela e a Fera.

"Será?"

Não custava tentar.

— Mostre minha mãe – pediu. Por um estante nada aconteceu, mas logo em seguida o espelho lhe mostrou a imagem da mãe.

Malévola parecia... frágil? Sakura custava a acreditar, ela estava em seu quarto e segurava algo entre os braços, parecia um caderno bem gasto. A imagem não fazia barulho, então não ouviu a batida na porta, apenas a mãe se virar para ela e endireitar a postura escondendo o caderno em uma das caixas velhas que tinha no quarto e logo em seguida sair pela porta muito irritada, ali estava a mãe que conhecia.

Em seguida a imagem se desvaneceu e tornou a virar um espelho, refletindo a própria imagem.

Pensou se queria ver a mãe de novo, mas não.

— Mostre meu pai – pediu delicadamente. Como antes, o espelho demorou para mudar e mostrar a imagem de seu pai, lá estava ele, muito bem vestido em um terno como sempre, mas a imagem parecia escura, como se ele estivesse... embaixo da terra?

"Que estranho" pensou, nunca soube o que seu pai fazia fora da ilha, ele também nunca havia lhe contado.

Ver a mãe lhe fez lembrar-se de sua missão e por um instante cogitou a ideia.

— Mostre onde está a – "varinha da Fada Madrinha", completou apenas em mente. Não conseguiu formular a frase. – Não, não mostre – pediu guardando o espelho dentro da cesta rapidamente.

Tinham um plano, não precisava se precipitar.

Logo ficou pensativa, aquele estava sendo um dia muito bom, se fosse uma garota normal, como as princesinhas da escola, aquele dia deveria ser apenas corriqueiro, mas para ela era muito especial.

Mas não era uma princesinha, era uma garota da Ilha, um lugar temido por todos ali e ainda por cima era filha da Malévola, a vilã mais temida por todos.

Suspirou e guardou a caixinha com os morangos que restavam dentro da cesta.

Tratou de desanuviar os pensamentos e percebeu que não ouvia Sasuke já fazia um tempo.

— Sasuke? – chamou por ele, mas nada. – Sasuke? – se levantou de supetão preocupada. – Sasuke?! – gritou mais forte.

Rapidamente foi para a beirada do píer e pulou na água. Não sabia que era tão funda e tentou subir de volta para a o píer. Onde estava? Não conseguia tocar em nada. Começou a entrar em pânico, logo não teria mais oxigênio e iria se afogar. Parecia quando a Úrsula tentara lhe matar.

"Sasuke", pensou, será que ele teria se afogado? Ele parecia saber nadar muito bem.

Sentiu braços ao redor de si, lhe puxando para cima. Era Sasuke.

Segurou-se nele e tratou de recuperar o fôlego assim que saíram da água.

Logo Sakura ficou com raiva, odiava se sentir frágil.

— Você me assustou! Onde estava? – exigiu dele.

— Você não sabe nadar? – ele devolveu a pergunta.

— Não! – respondeu ela.

— Mas você mora numa ilha – disse ele confuso ajudando ela a sentar no píer, em seguida pegou impulso ele mesmo e subiu ao lado dela.

— É, com uma barreira mágica em volta! – ela ainda estava furiosa. – Não dá pra ir muito longe e acredite, eu já tentei!

Sakura tirou os coturnos que usava e as meias também, odiava a sensação de pisar no molhada com meias nos pés.

— E mesmo assim tentou me salvar – ele murmurou.

— É, e você agradece? Não! Só o que eu ganho é ficar ensopada – apertou a barra do vestido nas mãos torcendo a água.

— Obrigado – ele disse agradecido e foi até a mochila que havia trazido, tirando uma toalha dela. – Aqui – ele enrolou a toalha nos ombros dela.

Ficou parado observando ela se acalmar.

— Melhor? – perguntou.

Ela apenas anuiu a cabeça. Sasuke então estendeu uma pedra a ela.

— Tome, é uma pedra lunar – brilhava bastante contra a luz do sol. – Faça um pedido e a jogue de volta na água, dizem que se realiza.

Sakura não se concentrou em nada, apenas olhou nos olhos de Sasuke e jogou a pedra na água com bastante força.

Ele suspirou. Não queria acabar com o encontro ainda.

Esperou ela sentar na toalha do piquenique antes de ir até ela e deitar a cabeça em seu colo.

— Me faz cafuné? – pediu ele baixinho.

— Fazer o que? – ela estranhou, o que era aquilo?

— Cafuné – disse ele abismado. – Não sabe o que é um?

— Não, eu deveria? – retrucou.

Sasuke pegou a mão dela e a colocou em sua cabeça.

— Imagine que eu sou um cachorro e faça carinho na minha cabeça.

Sakura se perguntou se ele não teria batido a cabeça em alguma pedra na água, imaginá-lo como um cachorro? Que pedido estranho, mas tratou de fazer o que ele pedia, começou a acariciar o cabelo dele calmamente. Era macio, muito mais do que o seu.

"Príncipe", revirou os olhos.

— Assim está muito bom – ele fechou os olhos, parecendo extremamente satisfeito. Não demorou muito para que Sakura o sentisse dormir em seu colo.

Não queria acordá-lo, então ficou exatamente onde estava. Estava mais calma depois da situação, quase se afogar lhe fez lembrar de Úrsula. Aquela parte da ilha até podia pertencer a sua mãe, mas a água ainda era domínio da vilã do mar.

Tentar ir até a barreira não fora uma boa ideia na época, mas tinha brigado com a mãe mais uma vez e não aguentava mais. Úrsula lhe encontrara rápido demais, não esperava por isso, detestava se lembrar dos braços de polvo dela em torno de si, lhe apertando e tirando o oxigênio de seu corpo, o sorriso maquiavélico da vilã ainda lhe dava pesadelos. Se a mãe e o pai não tivessem interferido... não queria nem pensar na hipótese, aquela provavelmente fora a única vez que os dois concordaram em algo.

Sakura calmamente se deitou de costas, tomando o cuidado para não acordar Sasuke ainda com a cabeça em seu colo, e ficou observando o sol, se estivesse na ilha tudo o que veria eram os pequenos flashes acima da névoa cinza eterna que era a barreira. E foi assim, comparando seu presente com seu passado que dormiu sem perceber.

.

.

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— Sakura? – escutou seu nome ao longe. – Acorda, já está de noite.

Sakura se remexeu e sentiu uma pontada de dor no pescoço, virou ele calmamente para cima e abriu os olhos devagar.

Realmente já estava de noite, as estrelas já tinham saído, inclusive umas eram verdes e que se... mexiam?

Sasuke estava virado de costas quando ela, ainda deitada, perguntou:

— Que estrelas verdes são essas? – sua voz estava meio rouca de sono.

Sasuke se virou para onde ela estava olhando e sorriu, deitada como estava realmente deveriam parecer estrelas.

— Não são estrelas – ele respondeu e bateu uma palma bem forte para provar seu ponto quando os milhares de pontos de luz verde sumiram.

Sakura ofegou e se sentou rapidamente.

— Vagalumes – sussurrou encantada.

Então Sasuke visualizou uma das cenas mais bonitas que ficariam em sua memória: os vagalumes começaram a rodear Sakura, como se a reconhecessem. Inclusive um deles pousou no dedo dela.

— Oi pequenino – ela cumprimentou o minúsculo vagalume.

Logo o bichinho alçou vôo e Sakura ficou em pé.

Sasuke se aproximou calmamente dela, agora era ele quem estava encantado. Passou uma toalha em volta de seus ombros e a beijou. Sakura recebeu o beijo muito bem. Os lábios dele eram doces e delicados nos seus.

Se sentia entorpecida quando ele se afastou calmamente, ele tinha um sorriso no rosto e os olhos ainda fechados, aquela era uma cena que guardaria consigo, ele abriu os olhos e por causa das luzes dos vagalumes, o preto de seu olhar tinha um brilho esverdeado.

Ele era tão bonito.

— Por mais que eu esteja amando ficar aqui com você, precisamos ir, já está bem tarde e seu vestido ainda está úmido, não quero que se resfrie.

A filha da Malévola quase tropeçou ao se mexer para ajudá-lo a guardar as coisas e quando terminaram o seguiu trôpega ainda balançada pelo beijo.

"O beijo que não deveria ter acontecido!", sua mente alertou.

Ficou cautelosa. Como algo que não deveria ter acontecido podia ser tão bom? Sasuke... mexia com algo dentro de si. Aquilo não era bom.

Estava tão perdida em pensamentos que nem percebeu quando chegaram a escola, só foi se dar conta ao sentir as mãos dele nas suas, que ainda estavam na barriga dele já que  o abraçava pelas costas por causa da moto.

Se soltou dele e pulou rapidamente da moto.

— O dia de hoje foi incrível – ele sorriu calidamente. – Espero que possamos repetir logo – ele se aproximou tão depressa e ela ainda se sentia zonza que nem conseguiu se afastar quando ele lhe beijou novamente.

Aquele beijo foi mais... faminto, a língua dele se entrevia em seus lábios tocando sua própria língua de maneira quase... ousada.

Estava sem fôlego quando ele se afastou.

Ele tocou em seu queixo com uma das mãos e disse:

— Para pensar em mim enquanto passo o dia de amanhã fora, nos vemos segunda – e depositou um beijo em sua testa. – Boa noite – se despediu.

Sakura logo tratou de forçar as pernas a pararem de balançar e tomar o caminho do quarto.

Precisava tirar o vestido úmido e tomar um banho quente.

Ignoraria as batidas fortes de seu coração, o seu estômago que não parecia bem e aquela tremedeira nas pernas. Era só dormir, quando acordasse tudo aquilo que sentia passaria.

— Temos um problema – Ino informou assim que pisou os pés no quarto. – O último cookie enfeitiçado que você fez sumiu.

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Notas finais do capítulo

NOTA: TIVE Q ACRESCENTAR A ÚLTIMA CENA (a partir de quando Sakura acorda)

E aí, gostaram?! Espero q sim!

Notas:
♦ Enfim o tão aguardado encontro!!!
♦ Sasuke é um fofo, como sempre ♥♥♥
♦ Sakura tem uma gangue!!! Vcs conseguem imaginar quem faz parte dela? (se bem q eu acho q falei lá nos primeiros capítulos)
♦ Sakura perdeu o bv (beijo virgem) com o Sasori!!! E ele é filho do Gaston!!!
♦ E a Sakura já ficou com o Nagato, aqui na fic ele é o filho do Hades, eu pensei nisso faz muito tempo, antes do lançamento do terceiro filme de Descendentes!
♦ Eu tentei seguir a cena do filme bem a risca com alguns acréscimos, é claro...
♦ Mias importante de tudo: O BEIJO ENTRE ELES FINALMENTE SAIU!!!
♦ Teorias para esse cookie sumido?

Me digam o q acharam e o q estão achando da fic, eu sempre fico muito feliz de receber os comentários de vcs!!!
Bem, por hoje é isso, beijos e até o próximo capítulo ♥♥♥



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