Era uma bela manhã e Toshinori Yagi aka All Might (aquele que tudo pode, o frei mais badalado de Verona, o que mais benzia o povo, curava caxumba, rubéola, peste negra, dor de cotovelo, dor de corno, amor platônico, síndrome do macho top e outras doenças mais) estava cantando enquanto catava umas jabuticabas para o lanche da tarde (?).

“Ri para o baladeiro a pessoa que ficou em casa vendo Netflix e não está de ressaca; como aquele puto do All for One, o baladeiro foge cambaleante pela Avenida Brasil, deixando para trás o carro (afinal, se beber, não dirija); antes, porém, que a ressaca venha bater forte e tornar a manhã insuportável, com a dor ardente e o suor a cair da cabeça latejante, encher vou meu copo de Gatorade e minha barriga de pizza barata. A pista é a mãe e a glória das drag; ministra a festa e, assim, apresenta o glitter. Oh, é admirável a potente graça que há nas ervas, nos fios de cabelo de pessoas louras, até porque nem tudo no mundo está perdido; mas nem todo pedaço de mal caminho deve ser seguido, até porque sobre a terra caminham muitos boy lixo. Até mesmo a catuaba de excelente qualidade, se consumida em excesso, em pt se transforma, e este, por vezes, com o rolê acaba sem demora. Semelhantemente, enquanto coca-cola zero e mentos são ótimos para a saúde se separados, pois dão energia e hálito decente para beijar o crush; basta juntá-los que terá morte certa. Assim, dois poderes poderosos bar, cachaça e homens oponentes têm; mas se bobear, perdeu”.

“Frei All Might” Todoroki cutucou o velho de meia idade a sua frente “que erva o senhor vem consumindo ultimamente?”

Toshinori, virando-se para o jovem, nunca parecera tão surpreso. “Ah, jovem Todoroki! Bom dia para você também, esses jovens de hoje em dia não têm bons modos, que desgraça. Que vens tratar comigo tão cedo do dia? Por acaso dormiu? Na minha época, eu estaria de ressaca”.

“Dormi como jamais tinha dormido em muitos dias.” respondeu o jovem.

“Minha nossa, você dormiu com Shinso?”

“Quem?”

“Ah, que bom, já superou.” Toshinori balançava a cabeça, indignado. Esses jovens volúveis! Ao menos não iria mais encher o saco. Apoiou a bacia de jabuticabas na cintura e fitou Todoroki com desconfiança. “Então o que você aprontou, hein? Você só tem a cara de santo, porque o resto…”

“Puxa vida, Frei All Might, poderia ter mais confiança em mim” Todoroki jogou sua franja para trás “pois bem, eu estou na pindaíba, caí num caso de amor ‘from haters to lovers’ sem a parte do ‘haters’, na verdade essa parte tem a ver com a minha família né, adentrei território inimigo e se você não me ajudar, será como a morte”.

“Querido, se vai confessar, faça-o em português claro, não o fanfiqueiro, obrigado” bufou o velho.

“Noivei com o filho dos Capuleto, tô louco de amor e quero que o senhor nos case hoje mesmo, valeu falou” e o jovem colocou as mãos no rosto, nem ele mesmo acreditava nas próprias palavras.

Toshinori ficou tão puto que até colocou a bacia de lado para não jogar seu conteúdo na cabeça do Montecchio.

“Meu querido, esse não é o programa do Rodrigo Faro não! O senhorito ficou SEMANAS falando o quanto amava o belo Shinso, fez greve de fome, xingou a minha instituição por seduzir jovens rapazes para o celibato, quase me deixou surdo de tanto se lamuriar, comeu TODA a geleia de morango que eu fizera para minhas comadres e, depois de chorar até enrugar a pele, usou meu creme especial para rugas. Tsc tsc. Que papelão, hein Todo-boy”. Toshinori andava de um lado para o outro, completamente indignado.

“MAS”

“OLHA O TOM”

“Mas o senhor odiava meu amor por Shinso…” Todoroki reclamou.

“Nunca falei isso, só reclamei desse seu exagero idiota por um cara que nem te dava bola”.

“Mandou-me enterrar esse amor em um litro de catuaba”

“Não em catuaba, mas sim em uma bebida de melhor qualidade, para depois ir achar outros sad-boy. Tem como parar de distorcer tudo o que eu falo?”

“Ok, mas pode parar de brigar comigo! Meu amado Midoriya me AMA, ao contrário de Shinso. Satisfeito?” Todoroki encarou o mais velho.

Toshinori olhou para o garoto com deboche, mas resolveu não discutir. “Vamos então para a cozinha, e enquanto eu faço minha geleia de jabuticaba, você me conta tudo. Vai que esse lance acaba com a briga entre as duas famílias, nunca se sabe”.

“SIMBORAAAA” Todoroki saiu correndo para a cozinha.

“Malditos sejam os hormônios” e Toshinori foi cozinhar.

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“MINHA NOSSA SENHORA, QUE HINO DE FESTA, POR MAIS ROLÊS ASSIM” Momo, a prima do Todoroki, caminhava pelas ruas da cidade ao lado de Kirishima, enquanto conversavam sobre o after-party dos Capuleto.

“Amiga…. AMIGAAAAA” Kirishima parecia uma criança no Nicolândia “EU CONHECI O HOMEM MAIS INCRÍVEL E MAIS MÁSCULO DE TODOS, EU TÔ MUITO APAIXONADO PLMDDS” e um suor másculo caiu de seus olhos.

“Eu fiz foi ficar mais rica” a mulher riu, debochada “a maldita da Uraraka finalmente me pagou por todo o dinheiro que eu perdi no casamento do príncipe consigo mesmo”.

“Por falar em dinheiro, cadê o Todoroki? Tenho que contar pra ele que eu conheci a paixão da minha vida. Dormiu aonde, aquele safado?” Kirishima indagou-se.

“Nunca voltou pra casa, aquela piranha. Tenho certeza” Momo afirmou, enquanto comprava um churrasquinho, com farofa e mandioquinha, ninguém é de ferro.

“Será que ele surtou e foi atrás do Shinso? Porque ele é meio doido, principalmente quando bebe” Kirishima colocava o molho de alho no espetinho, encarando a amiga.

“Mas menino, ouvi um babado fortíssimo. Sabe aquele parente do velho Capuleto, o tal do Tokoyami, enviou uma carta lá no pai do Todo-boy. Juro por meus livros de química que não é fake-news” Momo arregalava os olhos e acenava enquanto comia a vinagrete.

“Toko quem?” Kirishima perguntou, enquanto comia.

“Um figurante, aparentemente. E Todoroki vai responder o sujeito” respondeu a morena.

“Mas se para morrer basta estar vivo, para responder a uma carta, basta saber ler. Qualquer um faz” Kirishima encarou a amiga, meio indignado. “Mandar essa carta não foi nada másculo da parte dele.”

“Mas queridinho, ele vai mostrar que tem culhões. Quem com ferro fere, com ferro serás ferido e Todo-boy vai ensinar uma lição a esses Capuleto de merda que nem sabem desafiar”, respondeu Momo, virando a pinga numa tragada.

“Ah, mas que treta, hein! Já não bastasse o safado do Shinso partir seu coração, agora tem que enfrentar um Capuleto, hein” Kirishima balançou a cabeça, finalmente terminando a cerveja “será que consegue enfrentar o Tokoyami?”

“Quem é Tokoyami perto de Todo-boy?”

“Bom, tenho que reconhecer que é um homem bem másculo. Usa bem uma espada, mas com certeza não chega aos pés do meu paixão”, ponderou o ruivo.

“Já tá chamando o cara de paixão, mais um pra vir chorar no meu ombro.”

“Ele é diferente, okay? Eu vou conquistar aquele cara, ou não me chamo Kirishima.”

“Então já pode escolher outro nome” Momo sussurrou.

“Aqueles músculos, aquele sorriso, aquele olhar! Puxa vida, que homem mara-”

“Fala, galera” Todoroki entrou no ambiente, sorridente como nunca.

“Apareceu, a madame” Momo falou.

“Bom dia pra você também, prima” nada iria abalar um homem apaixonado.

“Pois é, o bonito resolveu nos abandonar no meio de uma festa daquelas” Kirishima fez biquinho.

“Perdão, Kirishima amigo, mas tinha um assunto a resolver” respondeu o Montecchio.

“Mais importante do que seus amigos de rolê? Achei que éramos bros, mas tudo bem” o ruivo virou para o outro lado.

“Sim, mais importante. Para de ser chato, Kirishima” Todoroki revirou os olhos.

“Momo, não vai me defender? A irmandade não pode ser tão desprezada assim” Kirishima continuava a bater o pé.

“Vocês vão me deixar falar ou tá difícil?” Todoroki disse.

“Antes eu vou te contar do boy maravilhoso que eu conheci ontem.”

“Você também conheceu um? Não me diga que é o mesmo que eu!” Todoroki pensou que ia morrer.

“O meu é um loiro lindo, musculoso e estava levemente irritado” Kirishima se gabou.

“Ah, não faz meu tipo.”

“DE QUALQUER FORMA, GAROTOS, a ama tá aqui esperando os princesos pararem de discutir para anunciar alguma coisa” Momo berrou.

“Eae, rapaziada, falaê baranga, digo, boa tarde, jovens senhores e senhorita. Estou procurando o Romeu, digo, o jovem Todoroki” Uraraka, aka a ama do sad-boy, anunciou.

“Da parte de quem?” o Montecchio perguntou.

“Da minha, quero te falar um bagulho” a mulher disse.

“Deve ser convite pra frevo, se for me leva, obrigada e de nada.” Momo gritou.

“Beber, cair e levantar” Kirishima falou, fazendo uma dancinha, que era no mínimo constrangedora.

“Em particular” rosnou a ama.

“Calmaê dona” Todoroki parecia assustado “VAZEM DAQUI”. Expulsos os dois farofeiros, Todoroki se virou para a ama.

“Puta que o pariu, que trabalho desgraçado esse o meu. Já sabia que sua prima não prestava, mas quem é aquele cidadão ruivo?” Uraraka perguntou.

“É um boy de academia que só pensa em macho, mas tem um bom coração. Agora desembucha, velha, que eu não tenho o dia todo, ok”.

“Tudo bem, mas se aquele garoto ousar falar alguma merda de mim, vai se ver comigo. Ô Sero, criado maldito, quando for assim, ajude a manter a maldita ordem” a ama rosnou.

“Nunca nem vi.” respondeu Sero, o criado dos Capuleto que ninguém tinha notado antes.

“Então, meu jovem senhor mandou te procurar. Mas é o seguinte, se você o estiver iludindo, vou te servir aos porcos com molho chimmichuri. Estamos avisados?” a ama encarou o jovem Montecchio.

“Ama, eu amo esse homem mais do que meus lindos sapatos de camurça, mais do que a Pabllo ama sal-”

“Ótimo, meu jovem senhor vai finalmente parar de me encher o saco, que alegria!”

“Mas ama, dá para terminar de me ouv-”

“Tá tá” e Uraraka foi mexer nas unhas.

“Toma uma moedinha pelo seu trabalho, minha senhora” disse Todoroki, porque esnobar era com ele mesmo. “Vai comprar uma coisinha pra você se vestir melhor, porque do jeito que tá não tá bom não” o Montecchio jogou uma moeda de ouro para a ama.

“Aceitarei, só porque perdi quase os órgãos apostando com vossa prima peituda.” Uraraka disse.

“Pede para seu senhor inventar uma desculpa e ir na cela de frei All Might. Lá trocaremos os votos” prosseguiu Todoroki, sem ouvir a ama.

“Direi, pois, mesmo que seja um pé no saco, considero muito meu amado senhor. Por isso te direi uma fofoca da brava: Fica de olho, pois um tal de Bakugou é doido pra pegar teu noivo.” disse Uraraka, sabendo que era mentira, mas adorava uma novela.

“Humpft, mas não vai mesmo. Ah, e depois do pôr do sol, meu criado vai me ajudar a subir a sacada do quarto de meu amado, para que consumemos nosso amor. Diga a ele que o amo” Todoroki disse, suspirando.

“Vou informar ao meu senhor. Tô vazando” Uraraka disse, dando as costas. “Sero! Leva minha bolsinha e vai na frente, se vir alguém para quem eu devo dinheiro, me avise.”

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Após chegar na mansão dos Capuleto, xingar toda Verona por incentivar adolescentes a serem mimados e pedir para Sero uma bolsa de água quente, Uraraka finalmente chega ao quarto de Midoriya.

“Finalmente, amada ama, finalmente! Achei que tinha parado em algum bar para apostar, mas cá está você. E aí, o que achou de meu amado?” exclamou o jovem Midoriya.

“Você lave sua língua com sabão antes de falar assim de mim, garoto! Promessa é dívida, principalmente quando o envolvido é o seu patrão” replicou a mulher.

“Tudo bem, tudo bem, e aí? O que ele disse?” perguntou o jovem.

“Que dor nas costas maldita. Então, esse seu noivo não é lá essas coisas de educação, não garanto que vá te satisfazer, mas ao menos é bem manso. Eu não queria esse destino para você, mas é o que temos para hoje” Uraraka disse, sentando-se ao pé da cama. “Obrigada, Sero, Deus te pague” e colocou a água quente na lombar.

“Mulher do céu, eu só quero saber o que ele disse. DESEMBUCHA”

“Ah, aquele bastardo teve a audácia de debochar das minhas roupas. Roupas pagas com o salário que a sua família me paga, você sabe né? Os jovens de hoje não tem noção” e colocou a bolsa de água na bacia.

“Amaaaaaaaaaaaaaaa” Midoriya queria chorar.

A ama, porém, estava super calma. “Seu pai Aizawa deixa você ir confessar? Se sim, vai lá na cela do frei All Might que seu boy lá estará. Agora me deixe em paz que eu nem comi hoje” e foi para a cozinha.