Um Novo Alvorecer escrita por JC Forbes


Capítulo 3
Capítulo Três- Início das Reformas


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?

O capítulo estava praticamente pronto, então não demorei muito pra terminar e posta-lo hihi
Espero que gostem =)



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O sol queimava forte, Zuko estava debaixo do calor observando as obras. Toph ajudava os pedreiros, alguns dobradores de terra também tinham se oferecidos para ajudar. As famílias que venderam as casas estavam no palácio, o rei ofereceu comida e abrigo a todos que precisavam.

— Os quartos ficaram menores que o previsto, mas estão bons. Agora só falta arrumar a parte elétrica e limpar. — O chefe de obra disse cruzando os braços peludos.

— Já vou indo, limpeza não é comigo não. — Toph protestou colocando as mãos atrás da cabeça.

— Tudo bem, você já fez muito... Muito obrigado a todos. — Zuko agradeceu sorrindo, sentia que uma parte já estava feita e isso o deixava feliz, porém tinha muito o que fazer ainda.

— Vou até o castelinho para comer, minha barriga já está comendo meus órgãos de tanta fome. — A dobradora se espreguiçou e seguiu o caminho que a barriga mandava.

O rei se dirigiu até a base militar, chegando lá encontrou todas a guerreiras Kyoshi, alguns soldados estavam de cara fechada, não aceitavam ser treinados por um bando de garotas. Sokka estava distribuindo algumas ferramentas, alguns já treinavam, batiam espada contra espada. Os soldados que eram dobradores estavam separados, pois além de aprender as mesmas coisas que os demais, teriam um treinamento especial para que aprendesse a utilizar a dobra sem machucar os civis.

— Como eles estão indo? — Zuko perguntou ao se aproximar de Sokka.

— Bem, alguns discutiram por causa das garotas, mas elas fizeram eles calarem a boca.

— As guerreiras Kyoshi é o grupo mais forte que temos, existem há anos e nunca foram derrotadas.

— Elas são incríveis. — Sokka concordou e caminhou até uma espada, entregou ao rei e o desafiou para um duelo. Ambos sorriram torto. — Não irei pegar leve só porque você é o rei.

— Talvez você aprenda algo, cunhado. — Zuko provocou.

Todos os presentes pararam os afazeres para ver o duelo do rei contra o guerreiro, uma roda se fez em torno dos dois. Sokka fez o primeiro movimento, lançou a espada para cima e foi bloqueado por Zuko, logo após seguiram uma frequência: cima, cima, meio e baixo, as espadas se chocavam e revelavam uma pequena e fina faísca. Ambos rodaram as espadas na tentativa de desarmar o outro, porém não funcionou, seguraram mais firme o cabo das armas. Depois de um tempo de batalha, já cansados, se entreolharam, Zuko deu um pequeno sorriso, Sokka inclinou a cabeça, sabia que o rei estaria aprontando alguma coisa. Depois de mais algumas respiradas voltaram a duelar, Zuko deixou ser desarmado para que tivesse uma brecha e imobilizasse o guerreiro. Os soldados comemoraram a vitória do rei, alguns riam da careta de Sokka. Suki fechou a cara brava e se retirou do local, antes do guerreiro pudesse ir atrás da namorada ouviu a voz da viajante.   

— Nada mal, — Muka disse com os braços cruzados — mas poderiam ser melhores... — Ela apanhou um pequeno punhal e entrou no meio da roda — Consigo vencer dois só com isso. — Rodou a arma com o dedo indicador.

— Você vê o futuro também? — Sokka perguntou baixo no ouvido da menina. Ela não respondeu, apenas olhou nos olhos dele como quem dizia “Cala a boca”.

— Fui treinada desde pequena, tive ótimos professores.

— Você ainda é pequena — uma voz respondeu vindo do ar, Aang voava com o planador, pousou no meio da roda. — Prazer, sou o Avatar Aang. — Apresentou sorrindo.

— Foi rápido... — Zuko comentou.

— Como o Avatar tinha que ver isso de perto, é o meu dever manter o equilíbrio da terra, e já estava aos redores. — O monge sorriu e cumprimentou os soldados.

— Pensei que você fosse mais alto. — Muka comparou as alturas, ergueu os pés para ver se chegava na mesma altura que o garoto.

— Voltem a treinar! —Sokka gritou e a roda se desfez. Aproveitou para ir atrás de Suki e saber o motivo da irritação.

Aang e Muka acompanharam Zuko até o palácio, o monge se assustou ao ver a casa cheia, algumas crianças corriam e brincavam, os adultos conversavam alto e trabalhavam, Toph estava deitada na sala de estar com os pés sujos em cima do sofá e sujando o tapete com farelo de sanduiche. O rei foi avisado que as casas construídas estariam prontas até dois dias.  

— Vou deixá-los à sós. — Zuko falou quando chegaram a sala do trono.

— Obrigado Zuko. — Aang sorriu e fez uma referência para o rei.

Quando estavam sozinhos a menina explicou todos os acontecimentos, o monge questionou se havia alguma possibilidade de ela ser um Avatar, porém ela negou, disse que já haviam revelado quem era o Avatar daquela geração.

— Dobrar dois elementos é algo quase impossível, e você praticamente domina uma sub-dobra de ar também.

— Sempre dobrei fogo e água, não sei nem qual foi o primeiro, estudei sobre meditação e sub-dobras. Meus irmãos duvidaram que eu conseguisse dominar o ar e comecei a praticar, no começo não acontecia nada.

Os dois continuaram a conversar, Tio Iroh entrou no assunto, ouvia tudo atentamente enquanto saboreava o chá de Jasmim. O velho havia se mudado quando o sobrinho subiu ao trono, sabia que Zuko precisaria de ajuda. 

— Os monges têm me ensinado sobre os quatro elementos, mas nunca viram algo parecido. — Aang começou a andar de um lado para o outro, a preocupação do Avatar aumentava tentando encaixar as peças no lugar.

— O fogo é um elemento de vida própria e a água está em toda a parte... Você disse que não tinha controle sobre essa “viagem” e isso não é uma projeção, não é dobra de ar, poderia ser uma técnica avançada de dobra de água e fogo... Um controle das energias ao seu redor. Os dois elementos são opostos, mas também são complementares. Com o controle dos dois você tem o poder de Yin e Yang.

— Yin e Yang... Dois espíritos, opostos e complementares, como água e fogo, juntos são tão poderosos quanto o Avatar. — Aang concluiu o que Iroh havia explicando.

— O que? — Muka perguntou confusa, não havia entendido nada o que os dois haviam acabado de falar, havia estudado os espíritos, mas tinha muitas coisas que não conseguia entender sozinha.

Katara entrou na sala acompanhada de Nevada, a pequena loba correu ao encontro da dona e deitou nos braços da menina. A dobradora de água avisou que estavam terminando que construir a escola para os dobradores, também pediu a ajuda de Muka para curar os enfermos. Aang se ofereceu para ajudar no que estava ao seu alcance.

— Tenho que voltar para minha casa de chá, afinal os chás não se fazem sozinhos. — Iroh saiu andando calmo e soltando uma risada contagiosa.

Havia uma enorme fila, crianças e idosos esperavam ser atendidos. Todos os dobradores de água que sabiam cura foram solicitados para ajudar, os reinos vizinhos negaram o empréstimo de profissionais da área da medicina, disseram que assim evitariam que o vírus contagiasse os seus povos e a praga se espalhasse. O atendimento durou até a noite cair, o sereno já estava presente e os grilos cantavam quando Katara atendia a última criança do dia.

O palácio estava todo bagunçado e sujo, o grupo deixou o local e foram até a casa de Sokka e Katara. Lá foram bem recebidos por Kanna, ela já tinha servido o jantar. O grupo conversava e riam alto. Sokka fazia milhões de perguntas sobre o futuro, uma mais idiota que o outra, como, por exemplo, se ele tinha ficado mais bonito do que já era.

— Irei levar Toph para casa, se não o senhor Beifong me mata. — Sokka falou após perceber o olhar desinteressado de Muka, se levantou da mesa e encostou a mão no ombro da cega. — Suki, vamos?

A guerreira continuava irritada, se despediu e saiu sem olhar para o namorado. Sokka revirou os olhos e foi atrás dela novamente.

— Suki, o que foi? Qual é o problema? — perguntou quando estavam na rua, Toph acompanhava o casal.

— O problema é você Sokka. Como pode querer batalhar contra Zuko no momento do treinamento? Você sabe o quão difícil está sendo liderar um grupo tão grande de pessoas que não aceita uma mulher como treinadora.

— Zuko está tão estressado, apenas queria distrai-lo um pouco. — Justificou.

— E precisava distrair o resto dos guerreiros? — Suki fez uma pausa e respirou fundo, com a voz chorosa continuou — Eu estou cansada.

— Suki. — Sokka se aproximou para abraça-la, a menina recusou e continuou andando.

O rapaz pegou a mão da garota cega que havia ficado para trás e a puxou.

— Eu acho que ela precisa de um tempo. — Toph sussurrou para o amigo. Ele sorriu e deu leves tapinhas nas costas da cega.

 Diferente de Sokka e Suki que discutiam, Zuko e Katara namoravam sob a luz da lua. A menina estava sentada encostada em um tronco de árvore, enquanto ele estava deitado sobre o colo dela, a dobradora de água brincava com os fios longos do cabelo do rei.

— Sokka disse que Muka pode ser nossa filha. — Ela comentou rindo.

— Acho que ela se parece mais com Azula. — Retrucou, ele sorria encarando o rosto da amada.

— Imagina ele e Azula juntos. — Katara pensou, o olhar brilhava e tentava segurar o riso.

— Ah, Katara! — Zuko reclamou se levantando, ele balançava a cabeça tentado dispersar as imagens, enquanto ela já segurava a barriga pelas gargalhadas — Eu juro que mato ele.

— Desde quando você é o irmão protetor? — perguntou limpando a lagrima que surgiu no canto do olho.

— Desde o momento que comecei a namorar a irmã dele. — Zuko se inclinou para roubar um beijo.

O casal interrompeu o momento quando Sokka passou cabisbaixo, Zuko percebeu que Katara estava preocupada e queria ver o que havia acontecido, então com a desculpa de estar cansado se despediu e deixou a namorada consolar o irmão.

Aos poucos os problemas iam se resolvendo. O palácio continuava bagunçado, o rei subiu até o aposento real, antes de dormir leu alguns papeis e somou algumas porcentagens.

— Com licença, — Muka pediu abrindo uma fresta da porta — queria conversar um pouco.

— Senta aqui. — Zuko deu leves tapas na borda da cama e largou os papéis. — Sobre o que quer conversar?

— Sobre o futuro, acho que seria mais fácil eu apenas contar como está a situação atual do reino, o que mudou, mas não acho que seja a hora certa ainda.

— E por que está dizendo isso?

— O reino está passando por uma crise, e de certa forma tenho as respostas para alguns desses problemas. Mas não sei se posso dizer, quero ajudar, porém não sei como.

  — Muka, — Zuko a puxou para um abraço — você ajudou muito hoje, viu quantas pessoas você atendeu hoje? A princesa Yue só está viva, pois você ajudou a cura-la.

—  Queria poder fazer mais. — Ela abaixou a cabeça.

—  Você irá fazer, mas na hora certa. — Zuko beijou os cabelos castanhos da menina. O quarto foi invadido por Nevada, a loba subiu na cama do rei e começou a lambe-los enquanto balançava o rabo.


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Notas finais do capítulo

Afinal, Muka é filha de quem?

Bjss
Até ♥