P.O.V. Jace.

Acabo de receber uma mensagem de fogo. A minha avó Imogen e a Consul Penhallow estão vindo de Idris.

Toda a Clave está vindo de Idris.

—Porque estariam vindo pra cá? A Clave toda.

—Eu não sei.

Então chegaram todas aquelas pessoas e a Hope começou a chorar.

—Está tudo bem. Está tudo bem garotinha.

—Oh! Mas, que beleza. Olá minha criança... eu...

—Espera, a Clave toda veio aqui, por causa da Hope?

—Hope? É um belo nome. Estou aqui por causa dela sim. Eu vim buscar a criança.

—Se você encostar um dedo nela, eu juro que eu vou ter o prazer de te fazer sofrer de maneiras que nem essa sua mente oca e perversa pode imaginar!

—Ah, Clary nós só queremos o que é melhor para a criança.

—Você não sabe o que é melhor pra ela! Você não é a mãe dela! Eu sou. E você não vai levá-la.

—Eu vou levar a criança.

—Não. Não vai não.

—Clary...

—Cala a boca Alec!

—Você vai realmente se negar a me obedecer sabendo que significará sua morte?

—Você não vai levá-la e você não é melhor do que o Valentim! Nem você e nem a sua Clave idiota! Então, porque você não chega mais perto. Eu vou adorar te mostrar um pouco da hospitalidade Fairchild!

—Você está assustada, pela sua criança, mas eu lhe asseguro que ela ficará segura.

—Sim. Ficará.

—Clary, Hope ainda é jovem. Ela não se apegará a sua memória, chorará por você antes de dormir. Pode ter conforto no fato de que para ela, será como se você jamais tivesse existido.

—Chega mais perto. Vamos ver como uma Shadowhunter medíocre se sai contra mim!

Hope começou a chorar.

—Vê? Você, aborreceu a criança.

—Vocês não podem estar falando sério?! Não vão levar a minha filha.

—Jonathan...

—É Jace! E você devia estar do nosso lado!

—Segura ela Jace.

A Clary passou a Hope pra mim.

—Clary o que está fazendo?

—Isso não é pra proteger a humanidade. É uma briga estúpida por poder.

Clary estava soltando fogo pelas ventas.

—A ti eu clamo chama que adormecia, faça a noite clara como o dia e queime querida, queime.

A Consul Penhallow foi engolida por chamas angelicais.

—Pelo Anjo!

—Mais alguém quer tentar? Eu aprendi uns truques novos depois que eu tive a minha filha. Não é tão legal quando é você sendo queimada viva, é?

—Caramba Clary! Nem eu tenho esse poder.

—Ah, Magnus... foi só um truque. 

—Você acaba de queimar a Consul viva e foi só um truque?

—E dai vovó Herondale? Quantas pessoas a sua preciosa Consul já não queimou vivas? Ela ia me queimar. É fácil condenar não é? Mas, quando é o seu que tá na reta... ai é barbárie. Que engraçado.

—O meu na reta?

—Quando é você que vai queimar, ai é barbárie. Mas, quando são os outros na fogueira... então tá beleza. É justiça e tudo mais. E eu vou lutar com unhas, dentes, runas, espadas e tudo o que eu tenho pra proteger a minha filha. Se eu tiver que dizimar todos os membros da Clave... que assim seja.

P.O.V. Alec.

Eu nunca pensei que a Clary seria capaz de fazer uma coisa dessas.

—Como ousa nos comparar ao Ciclo?!

—Quando somos jovens somos ensinados a diferença entre um herói e um vilão. Bem e mal, um salvador e uma causa perdida, mas e se a verdade for que a única diferença... é quem está contando a história? Meu nome é Clarissa Fairchild Morgenstern e eu venho de uma longa linhagem dos vilões das suas histórias. Eu sou a filha de uma Shadowhunter e do líder do Ciclo. Sou neta de um anjo, tenho um irmão com sangue de demônio e se quer saber de acordo com a sua Clave eu nasci do mal, mas luto todo dia pra ser boa. Sinto que não tem lugar no mundo para alguém como eu. Mas, se não fosse por mim, Valentim ainda estaria vivo, Jace estaria morto, o submundo teria ido pro saco e ainda assim... você apontando seu dedo pra mim.

—Você é muito petulante. E tem escuridão dentro de você, não negue.

—Eu não nego. Mas, você nega e é por isso que está sendo consumida por ela. Me diz, Imogen quando perdeu seu filho e achou que tinha perdido seu neto... você sentiu alguma coisa?! Nem que tenham sido cócegas.

—Não ouse falar do meu filho!

—Porque não?! Você vive falando do Valentim. Dói não é? Quando alguém enfia o dedo na sua ferida! 

Clary deu uma risada sem humor.

—Coitada. Eu tenho pena de você Imogen Horandale. Está morta e nem sabe.

Imogen ficou quieta. Acho que ficou chocada. 

A sala lotada ficou num silêncio... um silêncio agourento. Até ser quebrado pelo choro de Hope.

—O que foi gatinha?

—Ai, é a fralda. 

—Vem. Vamos trocar a fralda.

—Ai. Essa doeu.

—Magnus!

—O que? Vai dizer que não? Se a Hope tiver metade do gênio da Clary, a Clave tá fodida.

—Vovó?

—Ela não sabe de nada!

—Olha, eu acho que... ás vezes é necessário alguém de fora para ver o que está errado do lado de dentro.

—Está apoiando-a?

—Só estou dizendo que... nós queremos ser melhores do que vocês. Queremos evoluir e não repetir os erros daqueles que vieram antes de nós. A Clary conseguiu trazer a irmã Cleophas para o nosso lado. Mostrou a ela a verdade sobre o Valentim.

—E eu sei que se estivesse no lugar da Clary, se o Jace tivesse morrido nos meus braços e eu pudesse pedir ao anjo para trazê-lo de volta, teria feito a mesma coisa.