Depois das Refeições, é Hora do Mistério. escrita por Haruyuki


Capítulo 1
Livro 01 - Death Train [Parte I]


Notas iniciais do capítulo

Inspirações para esta coleção de histórias: Dorama Nazotoki wa Dinner no Ato de, Mangás Magic Kaito e Detective Conan, de Aoyama Gosho
Inspirações para o primeiro Livro: Filme Assassinato no Expresso Oriente
Prólogo contando o passado de Victor e Yuuri estará na segunda coleção de aniversários, que iniciarei em Outubro.
Cada livro será postado de uma vez. No momento, apenas este primeiro está planejado.
Victor é o autor desses livros, caso seja de interesse.
Talvez haja falhas no conteúdo histórico utilizado nesta fic. Tentarei fazer com que ela seja mais fiel possível.
A primeira viagem de São Petersburgo para Moscou levou 19 horas. Estarei usando esse mesmo período de tempo nesta fic.
Contém: Assassinato - Investigação - Mistério - Sec. 19 - Sexo - Genderbending - Ilusionismo



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São Petersburgo - Novembro de 1853
Estação de trem de Moskovsky
~x~


"Trem para Moscou!" Alguém grita, no meio de tantas pessoas que aguardavam a liberação da locomotiva que sairia de São Petersburgo para Moscou. "Todos à bordo!"
Abro um sorriso quando um funcionário, de cabelos negros, olhos castanhos, de quase minha altura e feições asiáticas, se proxima de mim.
"Senhor Nikiforov? A cabine especial está pronta para o senhor." Ele diz, erguendo as malas dele e se virando.
Eu, de bengala na mão direita enluvada, ajeita a cartola na cabeça, e anda atrás dele. 
"Grã-Duquesa Okukawa lhe deseja uma boa viagem. Ele o está esperando em Moscou." O funcionário diz, quando termina de me acomodar em uma das cabines mais caras da locomotiva. 
"Muito obrigado." digo, sabendo que a última parte é mentira.
Afinal, a Grã-Duquesa Okukawa está naquele trem.
Retiro de minha maleta um caderno, borracha e lápis, já começando a escrever, enquanto espero outros passageiros embarcar e o trem partir. 
...
"Senhor Nikiforov." Um garçom diz, me recepcionando no vagão de refeições.
O garçom vai até uma mesa vazia, colocando um prato vazio, talheres e um guardanapo branco nela. Me sento na mesa, colocando o guardanapo no colo. O garçom me serve com um prato de sanduíches, Borsh, Pirozhky e chá, junto com potes de geléia. 
Naquele mesmo vagão, noto a presença diversas pessoas ilustres. Nikolai Illyanovich e Yuri Romanov Plisetsky, Yakov Petrovich Feltsman, Ludmila Evgenova Babicheva, Lilia Alexiana Baranoskaya e Georgi Yullianovisky Popovich. Tirando o menino Yuri, que deve estar ali apenas para acompanhar o avô, todos ali são pessoas influentes, principalmente no mundo das artes. Outros passageiros também estão presentes ali, mas apenas eles que realmente interessam.
Me aproximo do garçom de antes, que me dá uma piscadela. Eu afirmo com a cabeça, uma mensagem que apenas ele entenderia.
"Me traga mais chá às 10 da noite." Digo para ele, que sorri.
"Sim, Senhor Nikiforov." Ele diz, e eu me retiro do vagão, voltando para a minha cabine, onde escrevo ainda mais um pouco. 
'... 
Nikolay Plisetsky é um lorde que havia perdido tudo nas mãos do Lorde Ciadini, antes deste ser exposto por Lupin, o ladrão. Conseguiu reaver parte de sua fortuna graças a isso, mas não totalmente. Seu filho, Roman Nikolaievich Plisetsky, morreu de doença. A viúva abandonou o filho, retornando assim para a casa dos pais dela.
Mila Babicheva é uma condessa, uma das pessoas mais influentes da Rússia, famosa por se envolver sexualmente com outras mulheres e promover festas cheias de bebida alcoólica, drogas e sexo. Isso até ela ter sua coleção de quadros roubada no exato momento que se divertia em uma delas. Quadros que foram parar nas mãos do Lorde Ciadini. Conseguiu de volta boa parte dos quadros graças à Lupin.
Georgi Popovich é um dono de galeria de artes, que ficou famosa anos atrás por exibir três quadros de Katsuki. Também acabou sendo alvo de Lorde Ciandini e teve parte dos quadros devolvidos por Lupin. 
Lília Baranoskaya é uma mulher de muito conceito. Descendente direta da família do Czar Nikolai I. Quando moça, se apaixonou e se casou, mas decidiu abandonar o marido quando rumores o envolvendo começaram a surgir e objetos de arte importantes começaram a desaparecer de sua casa e foram parar nas mãos de Lorde Ciadini. Novamente, Lupin providenciou que boa parte dos itens retorne para ela. 
E para finalizarmos, temos Yakov Feltsman. Ele é um negociador de arte, que trabalhou tanto para a casa de Babicheva, quanto para os Plisetsky, além de Popovich. Ele foi casado com Lília Baranoskaya no passado, e um de seus distribuidores é Lorde Celestino Ciadini, um Italiano que adquiriu seu título de repente e cresceu no ramo das artes ao vender obras de arte de renome, inclusive quadros Katsuki. Com o surgimento de Lupin e todos os esquemas fraudulentos envolvendo Ciadini sendo expostos, diversas pessoas logadas a ele também sofreram ao serem investigadas pelas policias de cada país. E Yakov Feltsman é uma dessas pessoas. Afinal ele revendeu obras primas que Ciadini providenciou, entre elas, quadros de Katsuki, para pessoas como Mila Babicheva, Georgi Popovich, Nikolai Plisetsky e Lília Baranoskaya.'
Duas batidas na porta me distraem de minhas escritas, e eu abro um sorriso.
"Entre." Digo, vendo o garçom de antes surgir com uma bandeija, com o bule de chá que ele havia pedido, potes de geléia e uma xícara. "Muito obrigado."
Obviamente que o bule está vazio, afinal o pedido de chá e apenas uma desculpa para ter este homem em minha cabine. O garçom fecha a porta e a tranca, começando a se despir. Claramente ele sabe disso. Ele me deseja também. Eu me levanto e vou até ele, o ajudando a retirar as roupas e deslizando minhas mãos pelo belíssimo corpo dele.
"Zoloste, posso te ter agora?" Pergunto, vendo o homem em meus braços abrir um largo sorriso.
"Sempre, Meu Vitenka." Ele também me despe, deslizando suas mãos pelo meu corpo.
Eu o beijo, deslizando minhas mãos pela cintura até os quadris dele e o erguendo. Solto um gemido ao sentir ele se esfregando em mim, com nossos pênis, já endurecendo entre nossas calças. Eu o deito na cama, retirando as calças dele e desabotoando as minhas, logo o preparando com minha língua, antes de penetrar nele. A penetração é lenta e prazerosa para ambos, cercada de gemidos nossos que ecoam pela cabine. Passamos a noite assim, fazendo sexo em um trem que está viajando de São Petersburgo para Moscou. 
Ainda é noite quando eu acordo e vejo o homem já de pé, vestindo um uniforme diferente. De concierge. Eu faço bico, lamentando não poder passar mais tempo com ele.
"Já vai?" Pergunto, o vendo me olhar com um sorriso. 
"É claro." Ele responde, se aproximando de mim e me dando um beijo nos meus lábios. "Eu tenho um trabalho importante para fazer." 
"Como pude me esquecer disso?" Digo, me sentando na cama. "Te vejo mais tarde?"
"Você deveria saber minha resposta, Vitenka. Apenas você e merecedor de meu coração. É óbvio que nos encontraremos mais tarde." Ele então sai do quarto, e eu me jogo de costas na cama.
Deus, esse homem é incrível mesmo!
Checo o horário pelo relógio da cabine, bocejando. Melhor dormir o resto da madrugada. Nunca se sabe o que poderia acontecer...
~x~
Acordo com o nascer do sol e me levanto da cama, já voltando para as minhas escritas, onde ponho em palavras a maravilhosa noite que passei e mais uns detalhes importantes. 
Uma forte batida na porta me interrompe e eu levo a mão mo rosto, me irritando. Não poderiam esperar só mais um pouco?
"Me desculpe interromper seu sono, Sr. Nikiforov. Mas o senhor é requisitado com urgência." Uma voz desconhecida me avisa e eu me levanto da cadeira, abrindo a porta e olhando outro concierge ali, pálido e assustado. 
"O que aconteceu?" Pergunto, de testa franzida.
"Um assassinato, Senhor. E como o senhor é um famoso jornalista investigativo, sua precença foi requisitada para solucionar o mistério." Victor solta um suspiro e agradece ao concierge, fechando a porta e trocando de roupas. 
...
Minha primeira parada é no quarto da vítima, que lamento ser Sr. Yakov Feltsman. Começo a analisar o corpo dele com minhas mãos enluvadas, tomando nota dos ferimentos causados por uma faca ou punhal, da rigidez e palidez da pele dele, de estranhos cheiros que possam estar vindo do corpo. Entãoentão olho pelo quarto, também tomando nota de estranhos  papéis no lixo, de um frasco de tinta negra fechada e uma pena manchada de tinta no chão. Por que ela estaria no chão? E cadê o papel que ele usou essa pena para escrecer? Hmm. Que interessante.
"Onde estão os outros passageiros?" Pergunto para o concierge, que me observava do lado de fora da cabine.
"Um dos nossos insistiu que eles fossem para o vagão de jantar, para garantir que todos sejam vigiados e o assassino ser impedido de fazer outra vítima." Ele responde e eu abro um sorriso.
"Então vamos para lá." Digo, ajeitando minha cartola e minha bengala na mão, me deixando ser guiado por ele até o vagão em questão. 
...
"O que diabos está acontecendo?"
"Ouvi dizer que foi um assassinato."
"Mataram alguém neste trem? Que terrível!"
"Por que estamos aqui? Tem um assassino entre nós!"
"Deda, o que aconteceu?" Victor escuta Yuri Romanov Plisetsky perguntar para Nikolai, que está sentado ao lado dele.
"Nada demais, Yurochka. Nada demais."
Victor, que pensava em falar sobre o assassinato em voz alta, muda de ideia ao lembrar do garoto. Ele é muito jovem para entender o que está havendo, por isso o próprio avô, explica para ele. Ele também não poderia ter força o suficiente para enfiar uma faca no corpo de alguém, então ele é inocente. Olho em volta, procurando um local onde eu poderia interrogar os passageiros privativamente. Me deparo com uma mesa um pouco mais isolada dos outros. Pego meu relógio de bolso, e checo a hora. 6 horas e 47 minutos da manhã. O trem partiu às 19 horas de São Petersburgo e a viagem leva em média... 19 horas, o que significa que temos mais ou menos 7 horas para chegarmos em Moscou. Fecho o relógio e o guardo no meu bolso. Volto a me aproximar do concierge e pergunto.
"Falta quanto tempo para o café-da-manhã?" 
"Devido ao incidente, nós acabamos por atrasar um pouco o preparo." Ele responde, e eu afirmo com a cabeça. "O senhor deseja alguma coisa?"
"Apenas o sirva quando eu ordenar, está bem? Pretendo interrogar todo mundo neste vagão, começando por você." Digo, o vendo ficar horrorizado.
"Sim, senhor. Eu vou informar aos outros e já volto." Ele diz, pedindo licença e se afastando. Eu vou até a mesa, me sentando de modo que possa observar os outros passageiros discretamente. Pego um bloco de notas, usado justamente para isso e o abro. Retiro também dos meus bolsos meu lápis e uma borracha, já passando a escrever na primeira página minhas descobertas.

...
Vítima: Yakov Feltsman
Encontrado morto em sua cabine, na cama. 
Apunhalado 8 vezes, enquanto dormia.
Claramente um assassinato, sem chance dele se defender.
Ferimentos são profundos, concentrados na região peitoral do homem. Facadas em posições diferentes, mostram o desespero do assassino. 
Hora do óbito estimada: 02 da madrugada.
Álibi de quem posso confirmar: Meu amado, que passou a noite comigo.
Quem teria motivos para matar Sr. Feltsman: Georgi Popovich, Mila Babicheva, Nikolai Plisetsky, Lília Baranoskaya e meu amado. (mas eu tenho certeza que não foi ele.)
Observações: Papéis no lixo da vítima são mensagens de ameaça a ele, usando letras cortadas de jornais para compor os recados.
...
O concierge se senta e eu giro a folha, escrevendo esse nome no topo da nova página.
"Seu nome, por favor?" Pergunto, olhando para ele.
"Illya Makarov." Ele diz, mordendo o lábio inferior, muito nervoso. 
"Você poderia me dizer onde estava às 3 da manha?" Pergunto, o vendo respirar fundo.
"Na minha cabine, no vagão da tripulação, dormindo."
"Quando viu a vítima pela última vez?" 
"Às 11 da noite. Ele pediu uma garrafa inteira de vodka após o jantar e eu a entreguei na cabine dele nesse horário."
"Ele ia beber uma garrafa de vodka sozinho?" 
"Não senhor. Ele estava acompanhado no momento que cheguei com a bebida por um homem."
"E como sabe que era um homem?" Pergunto, curioso com essa informação.
"Pela voz, senhor." Makarov responde, se tremendo.
"Entendo. Algo de estranho que notou esta noite?" Pergunto, o vendo franzir a resta por um tempo até erguer as sobrancelhas, numa expressão de surpresa.
"Um dos nossos garçons disse que uma das cabines do vagão da tripulação estava trancada no início da viagem. Ele tinha confudido o número da cabine dele, mas mesmo assim, é estranho, porque ela estava toda escura." Ele responde, e eu afirmo com a cabeça, surpreso com essa informação e escrevendo tudo no bloco de notas.
"Ok, eu já encerrei por aqui. Pode chamar outro funcionário para mim?"
"Sim senhor." Makarov diz, soltando um suspiro e se levantando.

 


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Notas finais do capítulo

[Continua no Próximo Capitulo.]



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