Christine contemplava a fabrica de brinquedos mágica do papai Noel.

Era inacreditável.

 Milhares de brinquedos que pareciam criar vida e que seriam entregues as crianças na noite de natal eram fabricados por pequenos elfos que se empenhavam em deixá-los perfeitos antes de serem embalados.

Christine observava Norte andar por todos os setores, se encarregando de checar todos os brinquedos.

Os pequenos elfos, que eram muito semelhantes ás crianças humanas, e usavam toucas com guizos na ponta,  ao verem a tartaruga andando por ali às vezes paravam o que estavam fazendo e sorrirem para ela.

Norte continuava a checar os brinquedos até que ele e Christine chegaram à outra parte da fabrica.

 A tartaruga permaneceu encantada com a quantidade de bonecas e caixinhas de música que haviam naquela sala.

—São tão lindas! -Exclamou Christine olhando para todas aquelas bonecas sendo confeccionadas pelos yetis que trabalhavam minuciosamente em todos os detalhes das roupas, enfeites de cabelo e sapatinhos.

Os elfos as embalavam nas caixas e organizavam em vagões, onde os brinquedos seriam levados para a sala do trenó.

—Muito rosa! Pinte essas de Azul! - Resmungou Norte para um yeti ao ver uma piramide de bonecas loirinhas, todas de vestido rosa.

A criatura resmungou confusa e gesticulou com o pincel nas patas peludas com  certo desgosto como se pudesse dizer:

"Tanto trabalho pra isso!"

Foi então que a tartaruga notou a presença de um elfo que vestia roupas douradas, e espalhava uma poeirinha magica acima de sua cabeça enquanto pairava no ar.

Tambem havia uma linda fada que passava voando ligeira, como um raio.

O corpo coberto por penas esverdeadas, cor de rosa e azul, no qual as asas batiam rapidamente como as de um beija flor.

Ao olhar para ela, a tartaruga a confundiu com um pássaro.

Uma miniatura dela passou voando e entregou a ela um pequeno bilhete rosa.

A fada o leu com uma rapidez e foi então que percebeu Christine a observando.

Isso por que a tartaruga percebeu que era o bilhete que Urso havia escrito para ela, dias antes de tudo aquilo acontecer.

—Então essa é a agente especial Christine que também ajuda as crianças humanas? - Perguntou Dentiana curiosa para Sandman que confirmou com um gesto de cabeça.

—É sim. Ela e o esquadrão da justiça agora irão viver conosco por que a Terra já não é mais um lugar seguro para eles. - Contestou o Coelhão, que adentrou na sala saltitando. - Agora, com esses humanos que não acreditam mais em nós criaturas fantásticas e espalham o ódio, eles estão sob a ameaça do governo humano de serem exterminados.

Sandman permanecia calado, e percebeu que a tartaruga estava cabisbaixa enquanto continuava a andar pelos corredores da fabrica de brinquedos.

Observou quando a tartaruguinha segurou uma das caixinhas de musica, e depois de abri-la, ela ficou muito tempo fitando o casal que girava dançando com a musica suave.

—Oso— Suspirou ela chorosa. _Donde estas ahora.

A tartaruga tentou localiza-lo com Guia Palm, mas o mapa não mostrava o ponto exato da localização.

—Não consigo mais receber o sinal. Me desculpe Christine. Com essa ventania é impossível receber qualquer informação dos satélites. - explicou a pixie apontando para a janela, e a tartaruga viu que do lado de fora uma tempestade de neve cobria toda a floresta com uma camada densa e profunda de uma neve branca e brilhante.

A tartaruga então deu corda novamente na caixinha de música, e embalada pela melodia começou a entoar uma canção:

Vuelve a mí del ayer un recuerdo que duerme

La canción que escuché una vez en diciembre

Un abrazo protector

Por la nieve al galope voy

Y aquel baile tan feliz que sueño que viví

Os quatro guardiões, os elfos e os yetis observaram a tartaruga cantando e perceberam que ela realmente nutria algum sentimento especial por Urso.

Un abrazo protector

Por la nieve al galope voy

Y aquel baile tan feliz que sueño que viví

El ayer no apagó el rescoldo más tenue

Que alumbró mi razón aunque hoy no lo recuerde

La canción que escuché

Una vez en diciembre

Christine foi aplaudida por todos, que a elogiaram por cantar tão bem.

Mas mesmo assim, seus pensamentos ainda estavam focados nele.

Enquanto isso, em uma vila distante...

Urso abriu os olhos.

Contemplou o lugar onde estava e só via um infinito vale verde.

E uma casinha logo a frente.

—Oi.- Disse uma voz infantil e alegre que a olhou nos olhos mesmo ela estando deitada.

Urso viu então algo que parecia ser um monstrinho amarelo com pequenas asas e chifres coloridos de um tom verde-água.

A pele preenchida de um amarelo bem claro como a gema de um ovo.

Se levantou  e recuou para trás assim que viu a pequena criatura.

— De onde você veio?- Perguntou o pequeno monstrinho curioso.

Urso permanecia calado.

Não conseguia 

—eu sou Henry Huggle Monstro. E você?-pergunta com um sorriso que fez urso

—Eu sou o agente especial Urso.— respondeu, ainda um pouco receoso.

O pequeno monstrinho a levou até uma casinha onde moravam mais seis monstros parecidos com ele.

Um rosa, era a mãe.

Um verde, um pouco maior que a mãe; este com certeza seria o pai.

Haviam os dois irmãos dele; Cobby, com a pele azul

 Summer que tinha a pele rosa e usava um lacinho amarelo.

E o irmão caçula o bebe Ivor, que ainda era apenas um bebê.

—Henry. Onde você estava?-pergunta a mãe preocupada.

—Fique calma, minha esposa querida. -Diz o pai todo calmo- Ele até trouxe um amigo com ele.

— E quem é ele?- Pergunta Summer toda curiosa.

—É o agente especial urso. Ele diz que caiu do céu.- Respondeu Henry.

—Caiu do céu? Quer dizer que ele veio de outro lugar?- Perguntou Cobby enquanto o encarou tentando adivinhar de onde ela teria aparecido.

Os monstros interessados em sua historia pedem para que ela contasse sua historia.

Urso então lhes contou tudo desde o dia em que havia se tornado um agente especial definitivamente .

E quando uma nova agente, a tartaruga Christine havia se juntado ao time.

Contou suas aventuras que havia tido com seus novos amigos da unique quando estavam a exterminar uma criatura que roubava os bons sentimentos das pessoas e as transformava em escravos.

Contou-lhes sobre a garotinha Dottie que sonhava em ser medica como sua mãe e de como a ajudaram a dormir em uma noite que queria continuar brincando.

Até que Urso lhes contou do dia em que ajudara uma menina humana a se fantasiar para o haloween e conheceu os dois monstros que apareciam de seu armário.

—A menina conversava com o Sulley e o Mike, que pareciam usar a porta do armário dela como um portal. -Explicou Urso para os monstrinhos que reconheceram de quem ele estaria falando.

—Nós conhecemos o Sulley e Mike. Eles são amigos nossos da cidade de Monstrópolis. - Explicou o pai de Henry.

—Mesmo? - Perguntou Urso e ele acenou que sim com a cabeça.

—Sulley é um grande amigo que adora me dar conselhos do que posso fazer. As vezes ele vem até aqui com os amigos e nossa casa vira um lugar alegre onde todos conversam como uma família.

— Eu queria arranjar um jeito de voltar para Unique. Só quero voltar pro Christine e pros meus amigos. – Explicou Urso cabisbaixo.

 Henry viu que ele parecia estar chorando.

As lagrimas escorrendo de seus olhos.

Os monstros o acolheram e prometiam que a ajudariam a voltar para o mundo onde vivia.

—Por favor, não chore. -Pediu Henry retirando as lagrimas dele.

Henry e os irmãos observaram o panda o erguer nos braços e começar a dançar com ele, cantando uma canção.

Assim que os pais reconheceram a canção, pegaram o disco e puseram para tocar na vitrola.

E assim toda a família dançou reunida na pequena sala até que o bebê Ivor adormeceu nos braços de Urso e a mãe o levou para dormir em seu berço.

No dia seguinte, bem cedinho de manhã.

Deitado na grama do jardim e contemplando as estrelas desaparecendo, Urso percebeu que realmente sentia muita saudade de  Christine e que a amava muito.

Desde o dia em que ela havia se juntado ao time de agentes da Unique.

E quando adormeceu, pensou ver Christine em seu sonho, pegando-o  pela mão e o guiando para um lindo jardim florido onde eles dançavam e a tartaruga o abraçava e o puxava para mais perto para um beijo suave e envolvente.

Ele então acordou naquela manhã e se pôs a fazer algo que nunca pensava que iria fazer; uma canção dedicada todinha para ela.

Pegou o gravador que mantinha guardado no bolso de seu colete e começou a cantar.

Cantou com todo amor e admiração que tinha por ela.

E desejou que depois ela teria a chance de ouvir.

Pensou no que queria dizer a ela se tivesse tido a chance de declarar com as palavras guardadas em seu coração em forma de uma musica.

Estava sozinho e no jardim da casinha, onde não seria visto por ninguém até que todos despertassem.

Assim que terminou, guardou o gravador em seu bolso e foi até a cozinha onde todos estavam se servindo de um delicioso café da manhã com waffles e geleia de frutas.