Send escrita por wldorfgilmore


Capítulo 13
Capítulo 13




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A única coisa que Elisabeta enxergava naquele momento era a escuridão dos campos do Vale do Café, iluminado somente por a luz da lua. Mas mesmo com a dificuldade que o desenho da noite representava, ela conhecia aquele caminho tão bem que não encontrou empecilhos em seguir adiante.

Elisabeta tinha a respiração ofegante e acelerada, assim como o trotar de seu cavalo. Esse era, inclusive, o único som audível em toda aquela escuridão, teve a impressão que nem os grilos queriam cantar naquela noite.

Havia pegado um cavalo no estábulo da Fazenda Ouro Verde, local da festa de sua irmã. Não conseguiu se manter um segundo no local depois do que quase acontecera com ela e aquele estranho.

Elisabeta se sentia pesada, angustiada e o nó que levava em sua garganta era uma coisa quase desumana. Seus cabelos, anteriormente bem arrumados, estavam despenteados por conta do vento que batia forte contra o seu rosto. Também não ligava nada para o amassar de seu vestido devido a sua velocidade, desconfiava que grande parte da pedraria havia sido deixada pelo caminho.

Ela corria, ela corria como jamais havia corrido em cima de um cavalo. Ela parecia querer fugir de seu próprio corpo. Desejava fortemente que aquele ar gelado que agora arrepiava seu braço limpasse parte de sua alma.

Elisabeta não havia beijado o estranho, sequer roçou os lábios nos deles. Mas o desejo incontrolável que sentiu ao se aproximar daquele homem misterioso a deixou completamente entregue à ele. E não tinha certeza do que teria acontecido se ele tivesse ousado dar um passo a mais.

A moça nunca havia se interessado por nenhum outro homem antes de Darcy, sempre tivera pequenas paqueras, mas que nunca levavam a sequer um beijo por conta da falta de desejo da menina, e esse era um dos principais motivos para tornar incompreensível aquela sua vontade de querer pular no pescoço do desconhecido daquela maneira avassaladora.

Era errado, aquilo era completamente errado. Elisabeta iria se casar em dois meses. Ela não conseguia entender o motivo de quase colocar tudo a perder por alguém que sequer sabia o nome. Será que o desejo que sentia por Darcy, em conjunto com a ansiedade, havia despertado nela uma sede incontrolada de qualquer tipo de toque? Elisabeta procurava qualquer justificativa para se agarrar. Aquilo era uma insanidade.

Em mais 10 minutos, ela chegou em casa. Elisa amarrou o animal de qualquer forma no estábulo, junto a Tornado, o seu próprio cavalo.

Não demorou mais nenhum um segundo para correr para o seu quarto. Ela precisava se esconder. Só não sabia se era de Darcy, do desconhecido, ou de suas próprias vontades. Elisabeta se jogou na cama com força, quase como se quisesse se machucar de alguma forma, mas o impacto macio só fez seu coração bater mais rápido do que já batia por a frustração de ter que continuar sentindo aquele único sentimento.

Com uma mão, Elisabeta pegou o travesseiro que estava na ponta da cama, mas o contato com outra textura que não a que imaginava a fez levantar um pouco a sua cabeça.

A moça não demorou para identificar o que era aquilo, já que um dia antes ela própria havia providenciado aquele envelope. O seu peito, já em estado de descontrole, deu um salto a mais. Uma confusão de sensações se instalou dentro do seu pequeno corpo e ela sentiu sua cabeça nebular, apesar disso, a sua primeira reação foi rasgar o envelope e fixar o olhar naquele letra tão reconhecível.

Era a primeira vez que Elisabeta lia cada palavra de Darcy com a garganta embargada e também fora a primeira vez em que desejou não lê-la. Ela respirava fundo, buscando um ar que parecia faltar. Tentava, a partir da percepção de cada parágrafo que se iniciava, justificar a si mesmo que nada havia acontecido na hora anterior. Mas em cada nova palavra de amor de Darcy, ela sentia que traíra seus sentimentos.

Ele falava do nascimento de um amor como algo puro, mas não sabia que ela quase sedia a um desejo insano que não sabia de onde saíra. Ele falava que a sentia, mas ela ansiou, mesmo que por um segundo, outro desejo que não era o dele. Ele tinha chegado até ela, ela tinha dado um passo atrás dele.

Mesmo com a já aparente culpa, ela não estava preparada para o próximo parágrafo que sentenciaria o seu desespero. Vou ao baile de casamento de sua irmã, Mariana Benedito. Elisabeta não soube mais se estava no seu quarto, na sua casa, no seu Vale, no seu mundo. Sentiu o espaço desaparecer diante de seu corpo e seu respirar pareceu parar. Uma apatia incoerente deturpou seus pensamentos. Ele estava lá. E aquilo não parecia lógico.

Ele queria encontrá-la.

Ele marcou o encontro.

A carta não chegou.

Ela quase beijara outro e Darcy estava no mesmo ambiente.

Elisabeta procurou seu local que parecia não estar ali: para que lugar do hemisfério a sua mente fora teletransportada? Quando se tornou tão difícil raciocinar? Uma lágrima solitária - e a mais amarga que já havia sentido - pareceu saltar de seus olhos, molhando uma parte ínfima de seu rosto.

O homem estranho havia roubado a sua paz,

o seu ar,

o seu choro

o seu amor,

e, ao tentar, ao longo daquela noite, escrever inúmeras devolutiva para Darcy Williamson, concluiu que aquele estranho também lhe roubara as palavras.

 

A dor que Elisabeta sentia na cabeça no começo daquele dia era excruciante, ela não se lembrava de já ter sentido tanta dor naquela região tão fundamental de seu corpo, além de desconfiar que nunca dormira tão mal quanto naquela noite. Havia pregado o olho lá pelas tantas horas da madrugada, era tão tarde que ela não ousou olhar no relógio e contabilizar seus minutos de angústia.

Evitara, no começo daquele novo dia, tomar café da manhã com a família. Também não falou com nenhuma de suas irmãs depois do fatídico baile de noivado da sua irmã. Ela havia conseguido, com a mente um tanto mais calma e com o êxtase em níveis mais baixos, redigir uma carta a Darcy.

Era uma carta sincera, mas não completamente verdadeira, se é que isso poderia ser possível. Havia deixado em linhas subentendidas a sua angústia, mas o medo não lhe deixara ser totalmente clara em suas palavras. Ela queria que Darcy entendesse, mas ao mesmo tempo, ansiava para que ele nunca cogitasse aquela ideia que nem ela mesma gostaria que fosse esclarecida.

Elisabeta, logo depois de entregar a carta ao cocheiro, pôs-se porta a fora. Precisava, definitivamente, lavar o que incomodava o seu corpo.

 

Darcy havia saído bem cedo do hotel em que estava hospedado, precisava de um café forte para se manter de pé aquele dia. Ele não havia pregado o olho nem por um minuto aquela noite.

Teoricamente, todas as partes de seu corpo deveria ser indissociável do seu próprio ser. Mas tinha a sensação que todo os seus orgãos parecia funcionar no lugar errado. Tudo estava fora de lugar, seus pensamentos pareciam desordenados e suas sensações estavam bagunçadas. O que havia acontecido com aquela mulher dos olhos verdes? O que havia acontecido com o seu coração que parecia querer pular de seu próprio peito para se encontrar com o corpo a sua frente? O que havia acontecido com os seus pés no dia anterior quando correram atrás daquela moça assim que a viu fugir do baile?

Darcy não planejou, mas não conseguiu ter controle do seu próprio corpo quando saiu em disparada atrás da mulher que quase havia beijado. Também não parecia raciocinar direito depois de quase sentir sua alma vazia por tê-la perdido por entre as pessoas quando não avistou mais aquele vestido vermelho.

Ele chegou em casa poucos minutos depois do episódio, sua cabeça zonza não o deixara pensar e o cheiro doce que se impregnou na sua roupa também não o ajudara a colocar suas sensações em ordem.

Durante toda a noite, Darcy lutava com o desejo que parecia não querer largá-lo e a vontade de esmurrar-se por sentir aquilo. Ele não poderia sentir, não era compreensível. Darcy não poderia ansiar por o que estava ansiando, tampouco poderia concretizar o que aquele maldito cheiro embriagante queria dizer.

Sua respiração se tornava quase cortante quando lembrava-se de Elisabeta. Seu primeiro amor, seu primeiro desejo profundo, a mulher com quem se casaria dali há 2 meses e fora quase como um jato encontrar no Vale do Café.

Era torturante imaginar o que se passou naquela festa e logo depois lembrar da dona do seu sorriso, que estava no no mesmo local, sem ao menos saber que ele estava ali e sem ter ideia do que havia acontecido. Como fora capaz de desejar outra mulher, mesmo que quase como mágica, sob o mesmo teto daquela com quem juraria ser fiel?

A irregularidade de suas mãos que agora, ao levar a segunda xícara de café forte a boca, traduziam bem o peso de suas costas na noite anterior. Elas tremiam um pouco, em um sinal claro de nervosismo. Bebeu o último gole e pôs-se para fora do Café de Dona Agatha.

Não sabia para onde ir. Ele não queria ir de volta ao hotel, que traziam claras lembranças de seu casamento. Mas também não conhecia canto algum da cidade para passar o tempo. Darcy subiu em seu cavalo alugado e começou a trotar.

Ele andava sem rumo até o momento que saiu da região asfaltada e entrar no campo. Quisera a natureza colocar em ordem os seus sentimentos mais confusos ou até aliviar um pouco as suas dores mais limitantes.

Ele sentia o peito bater como as patas daquele cavalo, em um ritmo sincronizado. E, por um momento, esqueceu completamente do que lhe causava pesar.

Darcy observava em volta, assim como no primeiro instante que pisou ali. E era impressionante como aquele lugar, mesmo com a confusão que ele tinha internamente, parecia querer colocar tudo no lugar. Estar ali, naquele momento, parecia certo demais, mesmo com as imagens da noite anterior aterrorizando sua mente. Ele já não compreendia sua cabeça, por mais que lutasse por alguma resposta a uma pergunta que ele nem sabia como formular.

Deixou-se guiar por mais uns quilômetros, até que um barulho constante tomou conta de seus ouvidos. Era um barulho reconhecível, já vira várias daquelas.

A água corrente parecia cantar.

Darcy orientou seu cavalo para o som que lhe invadia a mente. Ele tinha certeza que aquilo era uma cachoeira e, mesmo com a imagem de Elisabeta se formando de forma borrada em sua mente, não deixou de seguir em direção a água. A sensação e curiosidade eram lhes convidativa.

Conforme o barulho ficava mais nítido, seu peito batia como um tambor. Todas as cartas vieram a sua mente como um vendaval e não deixou de recordar da primeira vez em que Elisabeta escreveu-lhe de forma desejosa, diretamente de uma cachoeira de águas claras, como ela proferiu.

Um pensamento intrusivo lhe invadiu: será que aquela cachoeira era a mesma que Elisabeta o amara? Darcy pareceu ter esquecido toda a apreensão em seu peito com aquela informação quando um sorriso largo apareceu em seu rosto.

Ele percebeu que estava há alguns metros dali e resolveu parar, deixando seu cavalo amarrado em uma árvore. Darcy caminhou devagar por entre os arvoredos naquela parte quase fechada na mata, tinha que tirar alguns galhos da frente para poder passar.

Tão logo adentrou, que achou a cachoeira que estava procurando. Ele olhou para cima, de onde a água decidia depressa. Não conseguiu não sorrir com a visão.

Era desonesto dizer que aquele lugar era lindo, já que maravilhoso também não era a palavra adequada para aquele desenho de mundo que parecia um quadro pintado por um renomado artista. Ele pode perceber que a água era clara como o céu que, observando também, era completamente azul. O ambiente era tomado por árvore altas intercaladas por raízes menores. E as flores de múltiplas cores embutidas em suas folhas faziam uma decoração impecável.

Darcy não sabia se aquele era o local descrito por Elisabeta em suas cartas, mas com certeza era um dos lugares mais bonitos que vira desde que chegara ao Vale do Café.

Ele ousou chegava mais perto das pedras que davam acesso a água calma de seu derramar, precisava ver a beleza diante dos seus olhos de perto.

Só não contava com o hipnotismo que lhe atingira novamente, como um encantamento reconhecível por os olhos que lhe tiraram o sono. Olhos esses que surgiram como um deleite por entre as águas, deixando apenas parte do seu rosto exposto.

Ela estava ali, o objeto de sua angústia e desejo apareceu como uma sereia direto das águas para lhe levar ao seu encontro.

Ela parecia ainda mais bonita e intocável, seus olhos pareciam arder mesmo entre as águas. Ela não o olhava, sequer sabia que ele estava ali parado como uma estátua, incapaz de mexer um músculo com a nova visão.

Darcy viu ela subir o rosto, ainda com a água na altura dos ombros, ela abria os braços sobre a água, quase como se acariciasse. Seus ombros desnudos fizeram Darcy se recriminar por a sua imaginação em polvorosa.

Mas ele não conseguia desviar o olhar, sequer chamar a atenção da sua mulher misteriosa e sabia que não se arrependeria por aquilo, não quando a viu começar a se levantar.

Ela se movia devagar, levantando cada parte do seu corpo em pequenos quadrantes, parecia querer sentir a água passeando por o seu corpo. Darcy nunca havia se sentido tão vivo como naquele momento, a sensação se sentir todas as células vivas do corpo foi tão perceptível como as batidas de seu coração. Ela levantou mais um pouco, deixando a água na altura do seu quadril. Darcy poderia pintar seus seios expostos em inúmeras quadros por anos só com a força da sua imaginação, ele tinha certeza que não esqueceria aquela imagem nem por um milhão de anos.

Sentiu seu corpo aquecer ainda mais quando ela levantou o resto de seu corpo e ele conseguiu ter a visão do corpo daquela mulher em uma completude que jamais imaginou ver. Se um dia o perguntassem, ele conseguiria ser capaz de contar cada gota que passava pela sua clavícula, que caia no formato de seus seios, que deslizavam pela curva de sua cintura fina e chegavam na altura de suas nádegas. Ele pode sentir cada canto do corpo daquela mulher só de olhá-lo.

Sua respiração já era irregular e o latejar de seu desejo já era quase palpável. Mas ele só conseguiu sentir a boca seca quando o olhar daquela mulher cruzou com o seu olhar.

Elisabeta sentiu as bochechas corarem ao encontrar o olhar do homem com quem havia sonhado por as poucas horas que conseguiu dormir. Seu olhar era escuro, sua boca estava um tanto aberta. Ele parecia vidrado.

Elisabeta teve a consciência de que estava nua sobre as águas, mas não conseguia mexer nenhuma parte de seu corpo. O olhar do estranho sobre si era constrangedor, mas a aqueceu de uma forma que parecia que seu corpo estava pegando fogo.

Ela percebeu que ele a olhava com desejo, um desejo quase tangível. Ela também conseguia contar todas as vezes que o corpo dele parecia descer e subir devido a respiração.

Ela estava despida. E, estranhamente, quis estar despida.

Elisabeta parecia querer que aqueles olhos frenéticos a despissem mais do que já estava ali, completamente nua. Darcy deu alguns passos, tomados por um desejo quase doloroso. Ele tomou a iniciativa quando ela sustentou seu olhar no seu, e não teve receio algum do estado em que estava. Ele se aproximou tanto que já sentia as águas cruzarem seus pés.

Com a distância de Darcy cada vez mais invisível, o corpo de Elisabeta vibrou sem pedir permissão. Ele ficou a distância de um palmo do corpo nu.

— O que é isso? - Ela perguntou, ele pareceu entender a frase não explicada.

— Eu não sei. - Ele tinha a voz sussurrada.

— Quem é você? Quem é você que me desestrutura assim? - Ela tinha dor na voz. Darcy teve vontade de abraçá-la. Nua.

— Quem é você que me hipnotiza e rouba minha razão? - Darcy olhou profundamente em seus olhos. Também quis despi-los.

— A culpa é sua. - Elisabeta sussurrou. Ela sentiu ele colocar as duas mãos em seus braços.

— A culpa é nossa. - respondeu, engolindo em seco. Darcy já sentia o seu terno molhar pelo o corpo levemente encostado no seu.

— Diz que você sente a mesma coisa que eu. - Elisabeta passou a língua nos lábios secos, sedentos e desejosos. Ela tentou explicar silenciosamente o que acontecia com a fervura que seu interior parecia emanar.

— Meu corpo arde. - Ele disse.

— O meu também. Ele parece querer correr pra você.

— E eu quero abraçá-la. - Ele apertou os braços de Elisabeta, ela gemeu. - Assim. - Ele olhou para o corpo da menina.

— Eu não posso. - Ela disse. - Eu não devo. - o olhar dela era de súplica, ela parecia em desespero.

— Eu também não. Não é compreensível, não é… lógico.

— Eu tenho alguém. - A frase saiu quase inaudível, ela não conseguia mais falar.

— Eu também. - Por um momento, seu olhar foi de reconhecimento. Ele parecia conhecê-la. Eles pareciam iguais.

— Então qual o motivo de meu coração estar batendo assim? - Ela disse, olhando para baixo, na altura de seus seios.

— Assim? - Ele perguntou, olhando para os seios de Elisabeta. Ele viu sua respiração acelerar.

— Assim. - Ela respondeu em concordância.

Ele tirou uma das mãos dos braços dela e encostou a sua palma em um dos seios da mulher a sua frente. Ela estremeceu com a mão fria sobre sua pele molhada, ele continuou com o olhar vidrado naquele corpo. Darcy apertou os seus da mulher a sua frente, sentindo o monte macio. Ele viu ela fechar os olhos e suspirar.

Elisabeta mordeu o lábio inferior inconscientemente e já apresentava a respiração irregular. A mão daquele homem parecia se encaixar em um quebra-cabeça nos seus seios. Ele apertava com delicadeza, parecia querer sentir a pele dela.

Ela abriu os olhos e olhou para baixo. Ele fechou os dedos em volta do seu mamilo e um arrepio passou por todo o seu corpo. Elisabeta sentiu seu ar faltar.

— Eu não posso estar sentindo isso. - disse, enquanto o homem continuava a estimulá-la a sua frente.

— Eu não consigo lutar contra essa vontade. - Ele enlaçou o corpo nu de Elisabeta com a mão livre, enquanto continuava com o movimento em seu mamilo. O centro de Elisabeta já estava úmido de desejo.

— Mas nós temos. Eu não te conheço. - A cada palavra, a fala se tornava mais incompreensível. Darcy já tinha a perna entre as pernas nuas da mulher, sentia seu intimidade sobre a sua coxa. Ela abriu um pouco mas a pena, uma sensação prazerosa se fez presente em constância. - Eu quero querer isso.

— Mas quer. - Ele disse sem pensar, quando sua cabeça afundou-se no pescoço da mulher a quem estava entrelaçado. Darcy raspou o nariz no pescoço dela, sentindo o perfume que tanto almejou.

Darcy ouviu Elisabeta dizer baixo:

— Beija.

E aquilo soou estranhamente familiar, mesmo que nunca tenha ouvido aquela voz em toda a sua vida. Ele teve um frisson de consciência que se confundiu com a inconsciência daquele momento. Darcy sentiu que já havia vivido aquilo, sem nunca ter vivido.

Como poderia reconhecer uma intimidade que nunca teria experimentado? Como poderia conhecer algo irreconhecível? Ele ficou atordoado de repente, enquanto o corpo a sua frente arrastou demorada por a sua coxa, fazendo-o gemer com a sua intimidade que já começava a endurecer.

Ele começou a fungar em seu pescoço, com o nariz passeando por o pescoço de Elisabeta até chegar ao rosto dela, que ouviu emitir alguns sons em seu ouvido.
Lembrou de Elisabeta.

Eu não queria ter gemido, não sem sua presença. Era como se a imagem de Elisabeta estivesse ali, sobre aquela mulher que não sabia o nome. Seu peito pareceu pular com a lembrança e não conseguiu evitar quando sua língua voltou ao pescoço da mulher e o chupou com força, sem se importar com a pele marcada que ficaria posteriormente.

Elisabeta. Aquela mulher. Elisabeta. Aquela mulher. Sua mente já não processava quem estava na sua frente quando a mão que estava em sua cintura a segurou pelas nádegas, encaixando melhor o membro dele, que já procurava o contato com a intimidade dela.

Ele estava duro. Ávido. E completamente pronto para a penetração.

Ele percebeu que ela se apertou mais com a sensação da virilidade de Darcy. Ela o queria. Ele a queria, e queria Elisabeta.

Sua respiração descompassada era quase desesperada quando as duas imagens passavam como flash em sua cabeça, não conseguiu segura-la mais, sentir mais ou até desejar mais.

Darcy soltou Elisabeta como quem soltava algo que não queria segurar, mas desejava. Foi súbito, e ele viu o olhar incompreensível de mulher a sua frente. Ele quis voltar, apertar, pegar.

Ele quis tomá-la. Mas não podia.

Darcy balançou a cabeça inúmeras vezes e não sabia como era a forma com que inspirava o ar ao seu redor. Estava confuso, muito mais do que estava quando acordou. Estava com um amargor na garganta e um frio inexplicável na barriga. Ele via Elisabeta na mulher a sua frente ou via a mulher em sua frente em Elisabeta? Ela tinha o mesmo fogo que a sua mulher, mesmo sem nunca tê-la provado, ele imaginava aquele mesmo ardor ao imaginar-se com Elisabeta, mas parecia muito mais fugaz com aquela que não conhecia.

Darcy estava louco. E ele teve a sensação que de nada adiantaria adentrar-se por entre as árvores, como fez ao dar as costas a desconhecida, com a intenção de fugir daquela sensação, quando já associava a sua motivação de estar ali ao intenso desejo que descobriu naquela mulher.


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