Antes que você se case escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 10
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá!

O epílogo demorou, mas saiu!

Estava me esforçando para transformar em uma bela narrativa as ideias maravilhosas que recebi da Cris (SenhoritaEverlark), da Fefer (SnowEveerdenSmith) e da Bel (Belrapunzel) para as cenas finais.

Minha concepção inicial era escrever cenas curtinhas, como as que aparecem após os créditos finais dos filmes, mas eu não poderia fazer justiça às sugestões das meninas com poucas palavras... Espero que tenha ficado legal!

Gostaria de agradecer imensamente a elas, em especial à Bel, que me presenteou com tantos banners lindos e também com uma capa muito fofa, se um dia essa fic virar uma original!

Boa leitura...

Nota: atenção à classificação etária! 
Contém insinuação de sexo.
+16 anos

❤❤❤❤❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/765861/chapter/10

 

Cenas após os créditos finais


|□|■■■■■|□|
|□|■■■■■|□|
|□|■■■■■|□|
|□|■■■■■|□|

 

 

 

— Você vai continuar a ter aulas na academia do Thresh?

— Eu já falei que o Thresh só queria fazer você ficar enciumado.

— E conseguiu!

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

— Katniss, Haymitch tem outra sobrinha, a Enobaria, e ela está fazendo uma exigência: quer libélulas voando na hora da saída. Não seria lindo?

— Effie, qual é o problema das sobrinhas do Haymitch com os pobres insetos?

— Já que tocou no assunto... Por acaso, você se incomodaria de perguntar ao Gale se eu e Haymitch poderíamos aproveitar aquela autorização para fazer fotos exclusivas no borboletário do museu?

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨' *•.¸¸.•*'¨'*•.¸

— Thresh, estou tão insegura... Preciso de uma opinião masculina.

— O que foi?

— Quem em sã consciência vai querer fazer sexo comigo depois de se relacionar com Johanna Mason, a força da natureza, por anos e anos?

Meu professor de dança gargalha com vontade, olhando por sobre meu ombro e imagino que alguém mais ouviu minha pergunta nada sutil.

— Eu.

A voz de Peeta sobressai em relação à música que Thresh deixou tocando após a aula.

— Quer dizer que vocês estão ensaiando o Ritmo Frio, muita dança e nada de sexo?

— Uma coisa está levando à outra, Thresh. – Peeta me abraça por trás, beijando meu pescoço.

— Posso imaginar. – Thresh coça o queixo. — Oh, droga! Não posso imaginar nada! Como tiro essa imagem da cabeça agora?

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Depois que se passa a tormenta que o toque dele desencadeia na minha pele, sou preenchida por essa onda de prazer avassalador.

O calor que se transforma em êxtase sobe pelo meu ventre e me força a fechar os olhos. Os lábios de Peeta abandonam o meu pescoço, onde ele deixou beijos sôfregos entre sussurros, e sinto que ele apoia seus antebraços na cama para contemplar meu rosto.

Abro os olhos lentamente e a iluminação externa contorna a silhueta do homem que acabou de me fazer tocar as estrelas.

Ele, sim, é uma força da natureza e, agora, parece novamente o ser de luz que pensei que fosse, no instante em que o vi pela primeira vez.

— Morri e estou no céu? – repito a pergunta que fiz a ele no momento em que nos conhecemos.

Peeta ri e roça o seu nariz no meu.

— Você caiu do céu. E está nos meus braços, meu amor.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Effie invade o ateliê de Cinna sem cerimônias, apesar das tentativas de bloqueio de Flavius, o assistente do estilista:

— Effie! Hoje eu preciso anunciá-la! – grita ele, atrás de sua mesa na recepção.

— Ora! Isso nunca foi necessário, Flavius. – Effie o ignora solenemente.

Eu paro no meio do caminho e me viro para ele, sem graça, porém Effie retrocede alguns passos para me puxar pela mão.

Flavius ergue os ombros, desistindo de protestar.

Não tenho alternativa, a não ser seguir a minha sócia.

— Cinna! Cinna, meu querido, não estou aguentando de ansiedade para provar o meu vestido de noiva, feito por você! – exclama ela, enquanto abre portas e cortinas até nos depararmos com uma cena inesperada.

No centro do círculo cercado de espelhos, que forma o provador principal, Cinna e Johanna protagonizam um beijo arrasador.

— Oh! – espanta-se Effie. — Cinna e Johanna?

O casal, nada constrangido, interrompe o espetáculo apaixonado. Ao som das exclamações de Effie, ambos se entreolham, como se perguntassem um para o outro: "Você conta ou eu conto?"

Antes de qualquer explanação, no entanto, Johanna ergue a mão esquerda, exibindo um belíssimo anel de brilhantes e uma aliança dourada.

Assim que se certifica de que eu e Effie enxergamos as joias, ela pega a mão esquerda de Cinna, que também ostenta uma aliança no dedo anelar.

— Já que estamos em família— começa Johanna —, com a presença da noiva do meu tio Haymitch e a namorada do meu ex-noivo, eu e Cinna podemos comunicar que nos casamos em Las Vegas no último fim de semana.

— E estamos muito felizes! – completa ele, com um amplo sorriso estampado em seu rosto.

— Sem borboletas? – questiono.

— Minha única exigência foi a presença do Cinna – responde Johanna, divertida.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Numa manhã, Peeta me leva à padaria para o que ele disse que seria uma aula de confeitaria.

Eu prometi preparar um bolo para Primrose e essa seria minha tarefa do dia.

No entanto, Peeta não está fazendo o papel de professor desta vez. É Rue quem me dá lições de como confeitar a torta.

Estou me saindo relativamente bem, enquanto Peeta está em outro balcão, concentrado na preparação de biscoitos.

— Terminei – avisa ele. — Você pode vir aqui ver se ficaram bons, Katniss?

Peeta pisca para Rue, que logo saca seu celular e começa a filmar meus passos.

Fico desconfiada, pois está claro que Peeta e Rue combinaram alguma coisa, mas me aproximo da bancada onde ele está mesmo assim.

Dispostos um ao lado do outro, estão os biscoitos que ele confeitou com letras e um ponto de interrogação bem desenhados, que formam os dizeres: "Casa comigo?"

A princípio, fico sem chão de tão emocionada.

Levo minhas mãos ao meu rosto, surpresa. Só consigo sorrir e admirar as letras agrupadas para dar origem à frase mais maravilhosa que eu poderia ler.

Assim que me recomponho minimamente, continuo sem dizer nada. Apenas seleciono os biscoitos com as três letras necessárias à minha resposta e as organizo na palma de uma das mãos: "sim".

Em seguida, pego a guloseima em que está escrito o ponto de interrogação e dou uma mordida.

— Esse é o pedido de casamento mais gostoso que já vi... E que já provei.

Peeta mordisca o pedaço do biscoito que lhe ofereço, depois toca levemente os lábios nos meus.

— Só um momento. – Ele ergue o indicador e Rue, ainda filmando tudo, já começa a rir.

Numa prateleira, Peeta alcança um pacote de biscoitos, que reconheço logo como um daqueles que comprei na cantina do hospital.

— Por que você trouxe esse biscoito, Peeta? Zero glúten, zero açúcar, zero lactose e, segundo você, zero sabor, zero alegria, zero vida?

— Tenho uma dívida de gratidão com o biscoito sabor tijolo.

— Afinal, ele não é ruim?

— Não. Ele não é ruim. Ele é horrível! Mas me fez convidar você para o que posso chamar de nosso primeiro encontro. – Peeta abre mais o pacote e o estende para mim. — Pegue o seu, meu amor. Afinal, como você aceitou se casar comigo... é na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...

Relutante, tento pegar um biscoito, porém o que está dentro da embalagem é uma caixinha de veludo com o anel de noivado mais delicado e perfeito que se pode imaginar.

Peeta se ajoelha à minha frente e, dessa vez, pergunta em voz alta:

— Então, você aceita mesmo se casar comigo?

— Sim, eu aceito.

Ele desliza a aliança em meu dedo, mesmo que minha mão ainda esteja com resquícios de glacê e farelos de biscoito. Mas essa é uma das coisas que torna tudo ainda mais especial.

— Eu me lembro de quando me deu essa resposta pela primeira vez, quando convidei você para ir ao restaurante de Greasy Sae. Aquela imagem não saiu da minha cabeça por dias. Acho que eu já estava me apaixonando por você.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

— O que aconteceu com vocês dois? – resmunga Plutarch. — Perdiam todas as partidas. Agora, ganham uma atrás da outra! Eu apostei alto aqui.

— Nós também! – Peeta retruca.

— Não se esqueçam daquela máxima: sorte no jogo, azar no amor— lembra Plutarch, em tom brincalhão.

— Eles estão imunes a isso – assegura Ripper, a senhora que conhecemos no Pike Market e que passou a nos acompanhar nas partidas de carteado no asilo.

O sorriso dela é tão largo e o cenho está tão franzido que suas rugas, acentuadas pelo tempo, ficam ainda mais evidentes.

— Isso mesmo. Nós somos a exceção à regra – replico.

— Quero ver até quando vai durar esse namorico – pragueja Plutarch, já gargalhando.

— Na verdade, fui pedida em casamento – revelo, dando início a murmúrios de admiração de todos os que estão à nossa volta, especialmente quando mostro minha aliança.

— E será uma linda noiva! – exclama Mags, profetizando pela segunda vez.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

— Bufê? – Peeta questiona.

— O que você escolheu.

— Flores?

— Aquelas que vimos no Pike Market.

— Bolo?

— Eu adorei o design que selecionamos naquele dia na padaria.

— Vamos fazer alguma coreografia na festa?

— Claro! Time of my life. Com direito a salto no final e tudo!

— Local da cerimônia?

— A Catedral de St. James.

Peeta me encara por alguns segundos, com um vinco interrogativo entre as sobrancelhas.

— Quer dizer que, durante todo esse tempo, nós estivemos organizando a nossa festa? – indaga ele, já sorrindo.

— Acho que sim. Não precisamos mudar nada do que foi escolhido. Estou de acordo com tudo!

— Só foi necessário alterar um detalhe muito importante nos preparativos para o casamento. Aliás, o principal deles.

— Qual?

— A noiva.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

— Dr. Peeta Mellark, você não ouviu meus conselhos e, mais uma vez, está acompanhado apenas da organizadora do casamento! Que pena! Onde está sua noiva?

— Sra. Paylor, minha noiva é a Katniss.

— Ah! Então, você realmente ouviu meus conselhos.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Exagerada como sempre, Effie recrutou um séquito de ajudantes para a organização do evento de hoje, já que nem eu nem ela estamos a trabalho essa noite.

Afinal, eu sou a noiva e ela, uma das madrinhas.

Peeta já entrou na igreja, acompanhado de Michael, seu irmão mais velho, que é seu best man, bem como de seus dois padrinhos: seu irmão do meio, Brad, e seu primo Blaine, irmão mais novo de Delly.

Há tanta gente à minha volta diante da Catedral de St. James que Mags mal consegue colocar em minhas mãos o buquê de flores que ela mesma teceu.

— Você está uma linda noiva, Katniss – diz Greasy Sae, com os olhos cintilando de emoção.

— Eu sempre disse que seria assim – afirma Mags. — E foi o que aconteceu.

— Peeta vai ficar arrebatado – comenta Ripper ao lado de Mags, levando as mãos ao peito, parecendo sensível e frágil.

Quem a vê nesse momento não diria que é a senhorinha mais durona que eu conheço.

— Parece que esperei uma eternidade para ver você se casar, realmente feliz. – Embora os modos de Effie sejam altivos como sempre, é óbvio que ela está à beira das lágrimas. — Prometa-me que será feliz, Katniss.

— Eu prometo, Effie – respondo.

— Ela já está muito feliz. Não é, docinho? – A pergunta de Haymitch pra mim já é uma afirmação.

Eu acho graça da forma como ele me chama. Haymitch conquistou, não só o coração de Effie, mas também o meu carinho.

— Verdade, Haymitch – garanto.

Effie dá o braço a ele e se aproxima de alguns membros da equipe para algumas orientações finais.

A daminha e o pajem, ambos filhos do irmão mais velho de Peeta, correm de um lado para o outro. A menina carrega sua cesta de flores e o garotinho, a almofada com as alianças.

— Você está como uma pintura – compara Rue, que se aproxima de mãos dadas com Prim, já que se tornaram amigas desde que se conheceram para a escolha dos vestidos de madrinha e dama de honra. — Como uma pintura do Peeta!

— Obrigada, Rue. Você também ficou muito bem em seu vestido de madrinha.

— Katniss! – exclama Prim, minha dama de honra, examinando meu rosto. — Ah, minha irmã, agora sei o motivo de, no fundo, eu ter gostado do fato de o seu casamento com Gloss ter dado errado.

— Primrose! – Nossa mãe a repreende. — Não é hora de se lembrar daquele... daquele...

— Daquele ser humano que ficou no passado – complementa meu pai, antes que ela desqualifique Gloss do que quer que ele mereça ser chamado.

— Não se preocupe, mãe. Eu não poderia me importar menos com ele no momento – afirmo.

O pai de Peeta se acerca nesse exato instante, para convocar Prim e Rue para entrarem na Catedral, não sem antes deixar um beijo carinhoso em minha mão.

— Logo poderei chamá-la de minha filha também, não é? – pergunta ele aos meus pais e ambos assentem.

— Pode chamar desde já – autoriza meu pai, bem-humorado.

Minha mãe estende a mão para o véu acima da grinalda e ajeita-o sobre meu rosto.

Os últimos elogios emocionados e conselhos sábios são trocados, antes que a área externa da fachada da igreja se esvazie, deixando-me sozinha, já que meu pai acompanha minha mãe até o interior do templo, para depois vir me buscar.

Eu me preparo para entrar até a nave central, respirando fundo e admirando tudo ao meu redor, para futuras e doces lembranças.

O céu estrelado e a lua cheia são um presente à parte nessa noite mágica.

Embora Effie tenha insistido para que eu não fizesse economia em rendas, brilhos e babados, optei pela simplicidade.

Estou usando o figurino dos meus sonhos e tenho a aparência que sempre desejei.

O vestido de seda branco tem o decote baixo e a cintura marcada. As mangas e a bainha são enfeitadas com bordados floridos.

A principal característica do modelo é realçar os contornos do corpo, sem vulgaridade.

Ao redor do pescoço, estou usando uma delicada corrente com uma medalha de ouro, que guarda as fotos da minha família em seu interior, um presente de casamento que Peeta me entregou na véspera.

O frio na barriga, que surgiu no instante em que acordei e permaneceu até a hora de começar a me arrumar, está de volta com mais força ainda.

— Seu noivo está aguardando – avisa Octavia, a substituta de Effie na cerimônia de hoje.

— Já basta de espera! – graceja meu pai, quando retorna para me conduzir ao altar.

Eu agarro o braço dele, determinada, e me posiciono em frente à porta, que se abre quando se inicia a marcha nupcial.

É quando ouço os ruídos de comoção no interior da igreja e todos os olhares se voltam para mim.

No entanto, a minha atenção está direcionada para alguém lá na frente, em pé no altar.

Meu noivo.

Peeta está vestido com elegância. A beleza dele está de tirar o fôlego. Não apenas por causa do corpo atlético, cujos dotes o traje de casamento destaca, ou dos cabelos loiros bem penteados. Mas porque é Peeta. Meu Peeta.

Percebo que ele não está sorrindo. Na verdade, ele aparenta estar apavorado. Porém, depois que concentra o olhar em mim, subitamente seu rosto se transforma e, sorridente, ele me faz uma cortesia à distância.

Em seu semblante, vejo o espelho da minha felicidade. E é real. O nosso casamento está acontecendo.

Sorrio de volta para ele e, no percurso, começo a cumprimentar com pequenos gestos os convidados e familiares que estão nos bancos da igreja.

Ao final do cortejo, meu pai abraça Peeta e, muito emocionado, entrega minha mão a ele.

— Você está linda! – diz Peeta, em voz baixa, acariciando minha mão presa na dele.

— E você está perfeito – devolvo o elogio e o carinho.

— Queridos noivos... – começa o celebrante, poucos momentos depois de Peeta e eu estarmos lado a lado à sua frente.

Eu temia que tudo se desenrolasse muito rápido, mas acontece exatamente o oposto.

A sensação que tenho é de que o tempo passa mais lentamente.

Então, consigo perceber cada gesto e saborear cada palavra da cerimônia. Sinto o aroma das flores, arrumadas em dois grandes vasos de cada lado do altar.

Ouço os cochichos entre Rue e Prim e posso distinguir nitidamente o som da minha mãe fungando e o pigarreio discreto do meu pai, talvez tentando desfazer o nó em sua garganta.

Também escuto a mãe de Peeta pedindo silêncio às crianças, quando perguntam se, depois que o padre terminar de falar, já podemos buscar o primo que o tio Peeta havia prometido que eu daria a eles.

Peeta também percebe tudo isso e nos entreolhamos com o riso preso em nossos lábios.

A mão dele, forte e cálida, segura a minha e seus dedos se mantém firmes, quando escorrega a aliança pelo meu anelar. Na minha vez, minhas mãos tremulam um pouco.

Os olhos azuis não param de se encontrar com os meus, e posso observar seu rosto adorável, mesmo com minha visão sombreada pelo véu.

— E eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva!

Com a frase final, eu me pergunto como é possível vivenciar tanta felicidade.

— Minha Katniss – sussurra Peeta, apenas para mim, então levanta o véu que me cobre o rosto e me encara com uma expressão séria.

— Meu Peeta.

Ele envolve minha cintura com um dos braços e inclina a cabeça.

E me beija intensamente bem ali, na frente de todos os presentes.

Os risos e aplausos da multidão reunida quebram o protocolo de formalidade de Effie, mas até ela solta uns gritinhos animados.

Quando saímos pela porta principal, cercados por risadas e desejos de felicidades, vejo que o carro que nos aguarda está decorado com latinhas e laços.

Dou a mão a Peeta, ergo a saia do vestido com a mão livre e nós dois corremos juntos para o veículo.

Ao longo dos últimos metros, as pessoas atiram pétalas sobre nós.

Quando já estamos acomodados, ofegantes e a caminho da festa, Peeta retira alguns ramos que ficaram presos nos meus cabelos e no véu.

— Você me faz muito, muito feliz – declara ele.

— Também estou muito, muito feliz.

— E esse é principal motivo da minha felicidade.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

A área avarandada do local da festa está enfeitada com uma profusão de flores muito coloridas em grandes vasos, inclusive com aquele que Peeta me ajudou a encontrar no Pike Market.

É um dos espaços mais reservados do salão, onde, finalmente, aparece uma oportunidade de ficar a sós com Peeta, depois de toda a algazarra com os brindes, os discursos e a nossa primeira dança de casados.

— Correndo o risco de soar insensível, fico feliz por Effie ter torcido o pé naquele casamento que vocês organizaram e por você ter levado um tombo na tarde seguinte e ido parar no hospital, no dia do meu plantão.

— Como nossas vidas seriam diferentes hoje, se essas coisas não tivessem acontecido!

— Ou se você não tivesse escolhido aquele biscoito terrível pra comprar na lanchonete do hospital – completa ele. — Ou se, depois da nossa primeira briga, você tivesse desistido de ser uma perfeita profissional.

— Eu disse essa palavra tantas vezes pra você... Você acha que eu exerci bem minha profissão?

— Olhe ao redor. Se eu e você estamos satisfeitos com os serviços da The Wedding Planners, aí está sua resposta.

— Fui contratada para organizar o casamento dos sonhos, que acabou se tornando o meu sonho.

— O nosso sonho.

— Eu amo tanto você, Peeta. Gostaria que existissem palavras que pudessem descrever esse sentimento.

— Não há – diz ele, beijando a minha mão, mantendo-a na sua. — Mas eu sei o que quer dizer, pois sinto a mesma coisa.

Baixo a cabeça e os dedos de minha mão livre brincam com os dele.

As solteiras da festa interrompem nosso momento de sossego para que eu atire o buquê.

É Madge quem pega o ramalhete no ar e o sacode na direção de Gale, correndo para abraçá-lo.

Algumas horas depois, quando já estou sem o véu e sem meus sapatos, após muitos convidados já terem ido embora ou estarem sentados, cansados, eu e Peeta ficamos na pista de dança, balançando lentamente com qualquer música que toque nas caixas de som.

Peeta me segura com uma mão na minha lombar e a outra em minha nuca, enquanto estou recostada em seu peito, com os braços em torno dele, e apenas deslizamos para lá e para cá.

Para falar a verdade, não é exatamente uma dança... É apenas uma maneira de fazer essa noite durar mais. Uma forma de tentar eternizar cada segundo restante.

Em todas as festas de casamento que organizo, minha missão está cumprida ao apagar das luzes.

No evento de hoje, o apagar das luzes será apenas o começo da minha maior e mais importante missão.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Nossa viagem de lua de mel está marcada apenas para o dia seguinte à festa. Então, nossa noite de núpcias será na minha casa.

Na nossa casa, a partir de hoje.

Assim que cruzamos o limiar de nosso novo lar, com Peeta me carregando em seus braços, ele me põe cuidadosamente no chão e me conta uma curiosidade:

— Eu vim de uma família tradicional de padeiros e nós, os Mellarks, fazemos um ritual no dia do nosso casamento...

— Um ritual?

Ele percebe meu espanto inicial e logo trata de me acalmar.

— É algo simples, simbólico, mas muito significativo. Você vai ver.

Com paciência, Peeta enumera pra mim as etapas para a realização da sua tradição familiar.

Então, depois de suas explicações, cada um de nós põe um pouco de lenha na lareira e acendemos o fogo juntos pela primeira vez, sentados um ao lado do outro sobre o tapete felpudo no chão.

— O pão que reservei é recheado com passas e nozes. – Ele pega o cesto que havia deixado mais cedo na cozinha, sem que eu desconfiasse o motivo, e me entrega uma pequena faca para eu cortar o pão.

Reparto as frações e entrego-as a ele, para que atravesse os pedaços com um espeto.

Nós dois o colocamos no fogo para torrar as fatias que vamos compartilhar. Eu apoio uma das mãos em seu ombro e recosto minha cabeça nele.

Quando a crosta das fatias fica bem torrada, retiramos o espeto das chamas e nos preparamos para oferecer um pedaço de pão um ao outro.

Peeta segura seu olhar no meu por um longo tempo e pronuncia a frase:

— Katniss, eu lhe dou esse pão, para alimentar o seu corpo. E o meu amor, para alimentar a sua alma. – Ele se inclina um pouco e me beija gentilmente. — Agora é a sua vez.

Unimos nossas mãos que estão vazias, apertando uma a do outro, e começo a dizer:

— Peeta, eu lhe dou esse pão, para alimentar o seu corpo. E o meu amor, para alimentar a sua alma.

Peeta delicadamente coloca o pão em minha boca, enquanto reproduzo o gesto, dando a ele o pedaço que eu seguro. As lágrimas afloram em nossos olhos e, enfim, o ritual se concretiza.

Meus lábios se colam aos dele e, quando o beijo termina, Peeta ainda me segura firmemente pelos braços e toca sua testa na minha.

— Talvez isso soe antiquado, mas agora eu sei a razão pela qual nenhum Mellark realmente se sente casado até torrar o pão – confessa ele e eu concordo.

Estamos casados. Casados!

Não é possível saber de antemão como é, de fato, entrar na vida de alguém e... ficar.

No entanto, eu sei que quero isso, porque há mais, muito mais entre nós do que essa conexão pele com pele, muito mais do que todas as maneiras com as quais posso me entrelaçar com ele.

Nessa noite, nesse momento, em frente à lareira...

Meus dedos se embrenham em seus cabelos macios e ele segura meu rosto.

— Você é minha esposa – sussurra Peeta, depois ri, e eu tento memorizar os detalhes da covinha no queixo dele e do brilho nos seus olhos, para levar essa imagem comigo para todo o sempre.

— Sua – concordo. — Daqui por diante, somos nós. Juntos.

Vislumbro um lampejo do modo como o infinito se desfiará a partir de onde nos encontramos. E essa visão me faz sorrir.

Peeta afaga minha face.

— Juntos.

¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*'¨'*•.¸

Sabe aquele momento em que parece que você está prestes a cair, com o corpo quase paralelo ao chão?

Pois é. Já senti algo parecido algum tempo atrás, talvez no dia mais conturbado e importante da minha vida... Mas o que sinto agora são as mãos precisas e os braços fortes do meu marido, Peeta, que está me sustentando no ar, depois que eu lhe dei a notícia de que teremos um bebê.

***FIM***

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi!

Agradeço imensamente a quem acompanhou a publicação dessa fic!

Antes de me despedir, gostaria de convidar a quem chegou até aqui a conhecer minhas outras obras, em especial, a mais nova delas, pois já comecei a publicar minha nova short-fic:

"Vestida para matar"

Link para a fic e a coletânea em que publiquei a one-shot que deu origem à ela no meu perfil!

Obrigada!

Nós nos vemos por aí…

Beijos!

Isabela



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Antes que você se case" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.