11 Cores em uma escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 1
Azul


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira fanfic da categoria Trolls, a maioria das estórias que leio são inglês, então decidi fazer uma em português, focando-se no passado do Tronco, e no relacionamento com a Rainha Poppy.
Boa leitura.



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Os olhos azuis de Tronco encarava o reflexo de sua imagem em um grande espelho, presente da rainha Poppy no dia do seu aniversário, enquanto com as mãos analisava a pele da face, um verde claro, quase apagado, sentia-se feliz cada vez que reconhecia como sua, há um ano a textura cinza havia sido substituído, graças a ela, às vezes ficava imaginando como seria sua vida sem a amiga rosa, todavia voltava-se a sua figura, alegre, divertida, corajosa e bonita, poucos adjetivos para enaltece-la.

A alegria de vê-la todos os dias foi substituído por uma tristeza crescente, embora ambos não se encontravam com tanta frequência, seria egocêntrico de sua parte supor que a rainha estava o evitando, contundo a razão era os deveres, se antes a amiga rosa gastava a maior parte do tempo cantando e dançando, agora o dever a chamava sempre, seja no café da manhã ou no momento do banho, ela marcava presença. Gostaria de conversar, cantar ou simplesmente tê-la por perto, amava seus sorrisos, seu cheirinho de morango, até mesmo o temperamento indestrutível.

Pensou o que ela estaria fazendo e depois de minutos de desvaneio, ajeitou o cabelo azul real com ajuda de um pente, e por fim decidiu deixar o abrigo subterrâneo.

Primeiramente Tronco foi para a biblioteca troll, combinou com rei Peppy de contar histórias para os pequenos trolls. Demorou cerca de uma hora e meia para narrar contos, quais eles gostaram, principalmente porque nada os impressionava, exceto quando expôs a história do Troll Orchid :

"Há muito tempo, a vila Troll era divida por gêneros diferentes de música, todos viviam em harmonia, até o dia que o Príncipe Orchid descobriu a pedra celeste, qual revelou seu lado obscuro, o troll azul de cabelos vermelhos, usou a jóia mágica para o mal, atacando as aldeias trolls, após tornar-se rei, a grande mama previu que um troll acabaria com seu reinado e a profecia compriu-se, o príncipe foi derrotado e a pedra mística desapareceu para todo o sempre, fim".

Fechando o livro, Tronco encarou cada um dos olhares atentos a ele, poucos segundos para a reação de medo e choro dos pequenos trolls. Assustado, tentou acalmar-los, em vão, suspirou derrotado, sentou-se em uma cadeira, esperando que o cansaço os atingisse, enquanto isso releu novamente a história do príncipe, por alguma razão encantou-se com a narrativa.

Logo após, as mães buscarem seus filhos, Tronco caminhou para o casulo do rei Peppy, esse pediu para falar com ele. No caminho, presenciou a figura de Poppy em meio a outros trolls, incluído Cetim e Chenille, notou os gestos e a voz dela, isso o partiu o coração, embora quisessem falar com ela, toda vez que tentava, era empurrado para longe, como uma praga, não era a intenção, presumiu ele, mas a sobrecarga e a gama de responsabilidades fez seu horário ser reduzido.

Com mais alguns passos encontrou o galho onde o casulo está, aproximou-se da porta e levemente bateu três vezes, a voz rouca do rei veio de dentro permitindo a sua entrada, abrindo ligeiramente, olhou pela fresta, vendo-a sentando no sofá e com um livro base mãos, suspirou; hesitante chamou-lhe atenção, qual de bom grado olhou para ele.

— Troco, meu garoto! — exaltou alegremente, deixando a leitura de lado e indo até seu encontro.

— Rei Peppy. — Inclinou a cabeça e o corpo em uma saudação.

— Sem cerimônias filho, é bom vê-lo. — Em um gesto rápido abroçou-lhe com forma, quase acabando com o oxigênio dos pulmões de Tronco, que desenvicilhou-se do aperto do adulto. — O que te traz aqui?

— Senhor… — pausou a voz recuperado o ar — Na verdade quem me chamou foi o senhor.

— Oh, é verdade. — levemente bateu a mão na testa. — Aceita bolinho e suco, fui eu que fiz.

— Muito obrigada, mas com todo o respeito tenho trabalho para fazer em meu burker, então se me disser logo o que quer, respeitosamente espero.

— Apressando hen? Como quiser. — Sentou-se no sofá, acenando para o interlocutor fazer o mesmo, tendo-o defronte a vista, com aspecto sério continuou o diálogo: — Vejo que nutre grande amizade por minha filha, logo não será difícil dizer o que quero.

— Como assim?… — questionou, franzindo a testa.

— Como rainha a minha filha é excelente, contundo a vejo cada dia mais sobrecarregada, me pergunto se você poderia ajudá-la com as responsabilidades.

Por um instante ele analisou a fala do Troll mais velho.

— Eu lhe ajudo, protego os nossos amigos. Criei inúmeras armadilhas para invasores, rotas de fugas, preparatório para acidentes…

— Pare — interrompeu sua fala. — Qual foi a última vez que falou com ela diretamente?

Aquilo fez Tronco sentir-se mal, a uma semana ambos não tinham tempo para além de um aceno com a cabeça e meia palavra, todavia culpava a rainha, ela o distanciou de modo que não importava mais.

— Quero que case com Poppy.

As palavras foram ditas tão secamente, que o troll de pele verde clara caiu do assento e com surpresa, adquiriu um tom avermelhado nas bochechas.

— O quê? — perguntou surpreso.

— Talvez no tempo de hoje não se utilize mais casamento arranjando, mas estou a lhe pedir que case com minha filha, ela precisa de você.

Ele ergueu os olhos grandes para encara-lo.

— Senhor, o que está pedindo é uma loucura. — disse, seu tom de fala saiu falho no final. — A Poppy é uma líder ótima, nenhum troll vai fazê-la se tornar melhor, porque ela já é a melhor. — acrescentou, após retomar a postura. — E digo mais, ela é independente, não precisa de mim para dizer o contrário.

— Sei das qualidades de Poppy, o que estou tentando dizer é que Poppy precisa mais do que uma ajuda, ela precisa de amor, o seu amor.

Aquela palavra, a maldita palavra. Todos os anos sozinhos no bunker, a única vez que seu coração nutriu um sentimento parecido foi com sua avó Rosiepuff, morta por um Bergen, por sua causa, depois desse dia sua vida tornou-se cinza. Era horrível ter a sensação da escuridão na alma, de estar sozinho e emocionante destruindo, viver com a dor cada dia, esperando que um dia ela fosse embora e curasse a cicatriz que causara.

Então veio Poppy. Mesmo destruindo seus convites, a tratando de modo rude, ela nunca desistiu dele, seu espírito o fazia sonhar, acreditar nas suas cores verdadeiras, e ainda assim a palavra "amor" era inexistente em sei dicionário, talvez "paixão", pois essa era nutrida como a brasa de um fogo, sendo atiçada por lenha.

Ficou ali parado, sério, pensando se deveria correr dali ou pular pela janela da sala de estar, duas possibilidades que desapareceram de imediato a sua fala:

— Devo recusar sua proposta.

— Mas..

— Eu não a amo.

Saiu da presença do rei em seguida.

Voltou o caminho para casa, a palavra amor em seus pensamentos, assim como Poppy, mentiu para si próprio dizendo que não amava, conquanto necessitava saber a razão de sentir-se diferente a seu lado.

Tão distraindo que afastou da vila e adentrou a floresta, parou a escutar um grito agudo e fino, correu em direção ao responsável, uma troll lutava contra as mesmas aranhas que atacaram a amiga rosa uma vez, sem pensar correu para ajudá-la, aproximando dela, viu que estava desmaiada, analisou de relance o semblantes da estranha e com coragem encarou as aranhas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, comentários são sempre uma ótima forma de incentivo.



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