A Lenda de Thanatos escrita por Phinderblast


Capítulo 18
Capítulo 18 - O deus da morte




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Cap 18 – O deus da morte

Hipnos estava parado diante de uma grande pedra entalhada, cheia de runas, desenhos e uma escrita antiga. Era como uma enorme placa de cerca de três metros de altura e cinco de comprimento, parecia narrar algum acontecimento, mas a fraca iluminação do local não deixava se ver claramente os desenhos. Analisava ela por longos minutos, tocava-a com os dedos e percorria-a com os olhos.

- Você acha que é ele? – Pergunta uma sacerdotisa que acompanhava o templário.

- Cada dia que passa tenho mais certeza disso Cath... As escritas sagradas são claras como o dia para mim... – Ele não para de olhar para aquilo por um instante sequer.

- Se for mesmo ele... Estamos perdidos não é mesmo? Quer dizer que estamos corrompidos também?

- Se for mesmo ele, sim. Estamos perdidos e corrompidos...

Glast Heim esta movimentada como sempre. Muitos mercadores nas ruas, vários deles gritando e se acotovelando por um lugar nas calçadas. Eles evitavam ficar em lugares próximos a becos e lugares escuros. Os cavaleiros faziam vista grossa com os ladrões, às vezes por medo, às vezes por serem comprados pelos próprios meliantes. Várias vezes os mercadores pagavam para cavaleiros corruptos vigiarem seus arredores, isso já era comum na capital e em cidades maiores.

A ameaça de guerra fazia o preço das armas e itens de primeira necessidade como poções subirem as alturas. Sacerdotes eram pagos para acompanhar grupos de aventureiros e guerreiros no front de batalha. Os magos de Geffenia haviam sido contratados pelo próprio rei para ajudar o exército. GH parecia perdida, ladrões, iminência de guerra, corrupção... Até mesmo os sacerdotes estavam sendo pagos para fazer uma coisa que antes eram para eles uma obrigação: ajudar.

Nesse cenário quase caótico duas figuras singulares correm em meio à multidão, desesperados e cansados. Sem parar a mulher e seu filho correm direto para o castelo.

- Nossos informantes dizem que o exército de Juperos esta quase pronto. Um de nossos espiões disse que há milhares de máquinas de guerra nos galpões do lugar, todos enfileirados e apenas esperando uma ordem. – Enquanto falava, o homem de aparência cansada e já com cabelos grisalhos pela idade avançada, movimentava miniaturas em cima de uma grande mesa com o mapa de rune-midgard como plano de fundo.

- Milhares daquelas cabecinhas bípedes que ficam dando choque? São fracos e fáceis de derrotar, nosso exército dará conta deles. – O rei dizia enquanto bebia calmamente uma taça de vinho.

O rei era apenas um velho obeso de coroa dourada na cabeça. Com certeza não era um guerreiro, deveria ter ascendido ao trono por ser filho do antigo rei.

- Os magos analisaram as carcaças das criaturas metálicas que o senhor se refere, encontraram uma coisa escrita neles... – O homem coloca em cima da mesa uma placa metálica.

- V.E.N.A.T.U.S. 8253. É o nome dessas coisas aqui? Diga-me você conselheiro, o que há de tão terrível nisso? – O rei lê em voz alta a placa que parecia ser a lataria de uma máquina.

- Mas meu senhor... As máquinas que nosso espião viu nos galpões não eram essas... – O conselheiro real se aproxima mais do rei para falar de perto com ele – Eram máquinas de mais de três metros de altura... Sua cabeça é como uma cúpula e tem quatro faces, cada uma para um lado para poder ver tudo o que o cerca... De suas mãos ele pode soltar raios tão poderosos quanto um bruxo... São mais resistentes que aço – O ancião para de falar ao escutar a porta se abrir, alguém entra pela porta e se ajoelha.

- Majestade! – Um cavaleiro de armadura lustrosa se curva diante do rei, era um soldado da guarda real.

- O que você quer meu rapaz? Estamos ocupados aqui, seja rápido – O rei olhava para o jovem com um ar de repreensão.

- O monstro senhor... Esta quase dentro de Glast Heim... Geffenia foi massacrada – Ele se levanta e abre a porta novamente.

A elfa abraçada com seu filho entra na sala real.

- Eles foram os únicos sobreviventes do massacre da cidade élfica senhor.

Tanto o rei quanto o conselheiro se espantam. Os elfos nunca saíam de sua cidade, era mais fácil uma cachoeira correr ao contrário do que um elfo andar por GH.

- Pelos deuses mulher! Diga-me o que houve! – O rei estava realmente espantado.

- Foi um só homem majestade... Somente um homem... Nossas defesas não foram páreo para ele... Fomos completamente aniquilados... – Ela abraça seu filho ainda mais forte.

- CHAMEM O SÍSIFO AQUI! – O rei brada para os guardas.

A grande cidade, com seus muros gigantes e impenetráveis, estava bem a sua frente. Um grande fosso cercava os muros, impedindo o uso de escadas ou a possibilidade de alguém escalar. Os portões estavam fechados e vários arqueiros e caçadores miravam no paladino que andava sem parar, mesmo vendo o local totalmente fechado.

- PREPARAAAR! – Gritou um caçador que estava em uma torre do muro.

Todos os arqueiros armaram os seus arco. Thanatos continuava avançando sem sequer olhar para cima, fitava o portão fixamente.

- APONTAAAR!

Uma leve brisa começa a rodear o paladino. Sua longa capa, agora vermelha, tremula levemente. Seus cabelos flamulam continuamente. Aquela era a mesma técnica que ele havia usado contra Sísifo em sua batalha, a aura sagrada. No entanto, dessa vez ele a usou sem parar de andar, sem falar e sem sequer ao menos se concentrar, era como se fosse uma coisa extremamente fácil para ele. Aquela habilidade era usada apenas pelos templários mais experientes. A brisa que percorre seu corpo desvia o caminho das flechas e o torna muito difícil de ser acertado por ataques de longa distância.

- FOGOOOO!

Uma nuvem de flechas se levanta e logo cai em direção ao paladino.

- Hahaha! Impossível qualquer coisa escapar de tantas flechas. Nem um bafomé sairia ileso dessa – Um arqueiro se gaba falando para o colega do lado.

Um grande estrondo pode ser ouvido em toda a capital. O enorme portão principal de GH foi jogado pra dentro da cidade acertando várias casas e mercadores durante o trajeto.

Thanatos aparece andando em meio à poeira levantada. Era como se não tivesse acontecido nada para ele, nenhum arranhão, nem mesmo diminuiu o ritmo. Os mercadores e ferreiros correm desesperados, alguns para cima do paladino, alguns para longe dele. Aqueles que decidiram atacar tiveram um fim rápido.

Na abadia já se escutava o barulho do ataque de Thanatos.

- Começou... – Hipnos estava sentado em uma cadeira próxima a um balcão.

- O que vamos fazer agora?... – Cath estava de pé e olhava pela janela a fumaça que vinha do portão sul.

- Não há muito que fazer... Na verdade não há nada a se fazer... – Hipnos olhava a enorme placa que segundo ele contava uma profecia.

- Vamos apenas sentar e esperar a morte chegar? – Catherine se vira para ele com um ar triste.

- Não... Vamos dar um jeito de fazer com que as gerações futuras se lembrem do que realmente aconteceu... – Ele se levanta e caminha até a placa – Você me ajuda?

- Claro... – Ela caminha lentamente até Hipnos.

O paladino não tinha piedade com quem estava a sua frente, era rápido e certeiro, um ataque e uma morte. Para trás dele ficava a destruição e os cadáveres.

Os arqueiros e caçadores que estavam em cima do muro continuavam a atacá-lo. Thanatos se vira e arremessa sua espada em direção a eles. Aquela lâmina parecia ter vida própria, um a um ela foi ceifando as almas, como um bumerangue, girando e cortando a todos, até mesmo aqueles que tentaram pular de cima do muro foram pegos pelo ataque.

A espada volta para o paladino que a agarra no ar, ele rapidamente se vira para continuar, mas para ao ver um ferreiro bem à sua frente.

- Você não vai passar por mim! Quem você pensa que é para... – O ferreiro faz uma cara de espanto ao ver o rosto do paladino. – T-thanatos...

O ferreiro ostentava um par de chifres majestosos na cabeça e seu jeito de falar era inconfundível. Era Érebo.

Naquele instante Érebo se lembra do amigo há muito tempo esquecido, lembra-se dos anos que passaram juntos, das aventuras, de tudo o que passaram. Não entende por que não se lembrava dele mais, era como se tivesse sido apagado da sua memória, mas a visão do rosto amigo lhe trouxe as recordações de volta.

- Thanatos... Meu ami... – Antes de poder completar a frase, Érebo sente uma forte dor no estômago.

Ele olha para baixo e vê claramente a espada de Thanatos trespassando seu corpo. Sua cara de espanto só não era maior que a de dor. Aquela espada não apenas perfurava, mas parecia queimar a carne.

O paladino não expressa nenhuma emoção, era como se não conhecesse mais Érebo, para ele era apenas mais um para ser morto. Com um rápido movimento ele retira a espada e continua seu caminho, deixando mais um corpo para trás.

Érebo cai no chão, inerte. Ele observa o seu velho amigo em sua caminhada assassina. Não sentia raiva de Thanatos, nem ódio, sentia raiva de si mesmo, de ter esquecido do amigo. Enquanto ele lentamente sentia sua vida escoar pelas ruas da capital, imagina o que teria acontecido com seu velho companheiro templário para ter se tornado um monstro. Pensa no quanto queria voltar atrás para reverter aquilo.

O ferreiro era apenas mais um dentre os tantos corpos jogados pela rua, morreu como todos haviam morrido, sem piedade, sem tratamento especial por ser um antigo amigo.

- Escutem bem seus vermes! Estamos lutando contra o monstro mais forte que já se teve notícia! É claro que eu poderia ir até lá e acabar com ele sozinho, mas qual seria a graça?! – Um caçador falava em cima de um palanque improvisado para uma platéia de cavaleiros e outros aventureiros, era um público realmente grande.

- Sei que muitos de vocês morrerão... Mas vão morrer por Glast Heim! Vão morrer por sua casa! Vão se sacrificar pelo nosso povo! – O caçador faz uma pequena pausa.

Seu discurso estava pronto, agora era só distribuir as ordens e a estratégia.

- Muito bem... Quero os cavaleiros e templários na frente, vocês devem barrar ele, NÃO O DEIXEM PASSAR!... Enquanto isso, os sacerdotes ficarão atrás de vocês te dando suporte... Mais atrás ainda ficarão os magos e arqueiros, eles alvejarão o monstro até matá-lo, não quero que ninguém pare até as flechas ou a energia de vocês acabarem, mesmo que ele caia!

- Sísifo! Senhor! O que o senhor vai fazer enquanto isso? – Perguntou um cavaleiro que estava próximo ao caçador.

- Eu ficarei arrumando a formação, distribuindo ordens e dando apoio moral a vocês... É para isso que serve o ministro da guerra, ou vocês querem que eu entre na batalha e morra? – Ele diz meio nervoso.

- Não senhor! Perdão senhor... – O cavaleiro fica constrangido com a repreensão.

- O QUE VOCÊS AINDA ESTÃO FAZENDO AQUI? TODO MUNDO ÀS SUAS POSIÇÕES! AGORA!

Em meio a um alvoroço todos os guerreiros se posicionam, apenas esperando a chegada do monstro.

A fumaça e as chamas tomavam conta da parte sul de GH. O exército esperava pacientemente, todos em suas devidas posições.

O prelúdio da batalha é anunciado pelas pesadas nuvens de chuva que começam a tomar conta do céu. Elas apareceram em questão de minutos e já inundavam o céu com raios e trovoadas. Todos os guerreiros olham para o céu, confusos por aquela tempestade repentina em um dia tão ensolarado. Um imenso raio corta o céu em direção à torre sul da cidade. O exército se cega por um segundo e Thanatos aparece como que num passe de mágica a apenas algumas dezenas de metros de todos. Até o mais corajoso tremeu ao ver a figura do paladino parada diante deles.

Thanatos já não era mais aquele templário bondoso, isso era certeza... Mas também não era mais aquele paladino com dúvidas sobre sua missão.

- É ele... O deus da morte... O próprio Hipnos me contou... – Um templário sussurra para outro.

- Dizem que ele se chama Thanatos... Dizem que ele era um templário como a gente...

Um templário que estava escutando tudo resolveu liderar e tirar todos daquele medo de agir.

- Vamos! Temos que atacar Thanatos, o deus da morte! Ou vocês querem morrer aqui?!

Os cavaleiros e templário erguem suas espadas e escudos e gritam com toda a força dos pulmões antes de partirem para o ataque.

Thanatos havia mudado mais uma vez desde que pisou na capital. Era como se estivesse se transformando aos poucos. Sua armadura não era mais lustrosa e cheia de runas sagradas, era de um branco fosco e sem nenhum adorno. Estava muito alterada, não protegia mais como antes, era mais aberta e mais leve deixando os movimentos mais soltos. Até sua capa mudara de cor, antes azul agora era de um vermelho sangue. Sua espada não era a mesma também, antes tão clara que cegava os olhos, agora estava cinza e sem brilho. Seu cabelo azul escuro havia crescido e já lhe tampava levemente o rosto, concedendo a ele um ar sinistro. Ostentava no rosto uma expressão sem emoção, nem raiva, nem tristeza, nada.

O exército de guerreiros avança para cima de Thanatos. Sem medo, sem dúvidas, o seu dever era proteger a cidade.

- Não podemos ficar para trás! Vamos! Vamos com eles! – Gritou uma sacerdotisa para as demais colegas de vocação.

- Arthemis-sama tem razão! Vamos! – Disse uma noviça que andava ao lado de Arthemis.

Todos aqueles sacerdotes e noviços seguiram o exército de guerreiros enquanto os magos e arqueiros ficaram para trás, esperando a sua deixa.

Hmm... Muito bom...” – Pensava Sísifo enquanto observava a batalha de uma distância segura.

Não sei se eles poderão derrotar aquele monstro, mas ao menos poderei saber exatamente a hora de fugir caso a situação saia do controle... – Dizia para si mesmo.

O encontro é inevitável, os primeiros cavaleiros, montados em seus peco pecos, chegam primeiro em um ataque em carga contra o deus da morte. O paladino brande sua enorme espada e os guerreiros voam alto, juntamente com suas montarias.

Thanatos recomeça a andar, como quem caminha em meio à selva cortando os arbustos ele caminha entre o exército ceifando vidas. Era necessário apenas um golpe para que caíssem. Noviços e sacerdotes faziam de tudo para ajudar, mas aqueles que caiam em batalha não podiam ser ressuscitados, por mais que tentassem.

- Arthemis-sama! Eles não ressuscitam! O que vamos fazer? Estamos perdendo! Diga alguma coisa Arthemis-sama! O que devemos fazer? – Uma sacerdotisa implorava uma solução de Arthemis enquanto segurava em cavaleiro morto nos braços.

Arthemis pensa enquanto olha para a batalha que mais parecia um massacre.

- Arthemis-sama? Fala comigo Arthemis-sama! Arthemis-sama!! – A sacerdotisa chama em vão, Arthemis não prestava atenção nas palavras dela.

Não conseguindo mais ver aquela destruição e morte sem sentido ela corre em direção ao paladino.

Até o momento o exército não tinha conseguido sequer tocar no paladino, mal chegavam e já caiam por terra, derrotados.

- HEY! SEU MONSTRENGO!

Thanatos para de andar ao escutar o chamado.

- TO FALANDO COM VOCÊ MESMO COISA FEIA! – Arthemis falava de cima do telhado de uma casa para poder ficar um pouco acima do paladino.

O paladino continua parado, sem olhar para ela, o exército continuava atacando, mas os ataques de Thanatos eram rápidos e precisos.

- VOCÊ ACHA QUE PODE VIR ATÉ MINHA CIDADE E FAZER O QUE BEM ENTENDE? NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA! EU VOU TE MOSTRAR...

Antes que Arthemis pudesse continuar seu discurso inflamado ela percebe Thanatos bem a sua frente, cara-a-cara.

- ... Uma coisa... Ou duas... – Ela completa, boquiaberta, enquanto olha bem no fundo dos olhos dele.

A face de Arthemis muda para um ar de espanto e ao poucos para uma terrível expressão de medo, como se confrontasse os piores demônios de sua vida. Ela tenta se livrar daquilo, como se algo a perseguisse. Caminha errantemente para trás enquanto Thanatos continua parado, olhando fixamente para ela com aquela mesma expressão apática. Arthemis tenta desesperadamente fugir daquilo e acaba caindo de cima do telhado. O paladino então se vira novamente para o exército e recomeça a andar.

- ARTHEMIS-SAMA!! – A mesma sacerdotisa de antes corre ao ver sua colega de classe cair de cima do telhado.

Ela segura Arthemis nos braços, mas era tarde demais para ela. O segundo membro do antigo grupo de Thanatos estava morto.

Metade do exército havia sucumbido perante o poder do deus da morte.

- Lembrem das palavras de Sísifo-sama... Se morrermos agora, é pela nossa cidade... Nossa terra... E lembrem-se, somos guerreiros! Morrer em batalha para nós é uma honra! E batalhar junto com vocês também é uma honra para mim, vamos dar o nosso máximo e quem sabe conseguiremos um lugar em valhalla! Que todos possamos ver as valkírias cavalgando pelo campo!

As palavras do cavaleiro veterano enchem de esperança os mais novos. Eles retomam suas posições e agora atacam em conjunto o paladino, todos juntos de uma só vez, em um ataque fulminante e esmagador.

Thanatos para e segura a espada firmemente com as duas mãos. Vira a lâmina dela para baixo e a mesma adquire uma aura vermelha e abrasiva. Assim que os guerreiros chegam a uma curta distância ele a finca no solo. Um enorme impacto explosivo acontece, jogando todos a dezenas de metros dali.

Agora haviam sobrado apenas os magos e arqueiros. Os cavaleiros e outros guerreiros eram agora apenas corpos chamuscados jogados ao chão. Assim que percebem Thanatos intacto pelo ataque dos companheiros eles começam a atacar.

Uma nuvem de fechas avança pelo céu em direção ao paladino. Magos e bruxos conjuram suas magias mais poderosas. Era tudo em vão. As flechas resvalavam na armadura e na pele de Thanatos como se fossem feitos do mais puro aço. Lanças de fogo e de gelo despencavam bem em cima do paladino, mas o mesmo nem se importava com as estacas afiadas que se despedaçavam ao encontrar seu corpo sem nem ao menos arranhá-lo.

Thanatos caminha mais alguns metros e para. O exército não hesita e continua atacando por mais que todos os ataques não adiantassem nada. Ele guarda sua espada e lentamente levanta seu braço direito, aponta-o para o meio do exército com a palma da mão aberta. Por alguns segundos nada acontece, mas os atacantes nem percebiam nada, atacavam feito loucos na esperança que alguma coisa o parasse, tinham muito medo de morrer agora.

- MEUS DEUSES! O QUE É AQUILO! – Exclamou em pânico um caçador que olhava o céu.

Todos olhavam para o céu quando escutaram as palavras do caçador e olharam para cima. Bem em cima deles havia um enorme círculo de conjuração. As nuvens se abrem e nenhum deles tem tempo de correr quando o primeiro aparece nos céus. Um enorme meteoro se choca contra eles, devastando boa parte do exército. Imediatamente todos soltam seus arcos e cajados e correm desesperados do local, mas era tarde. Vários e vários meteoros seguidos fulminam a todos, foi tudo muito rápido e incessante.

Ao longe um certo caçador treme diante da visão. O exército que tanto prezava ser o melhor de todo mundo correndo feito animais assustados, sendo derrotados facilmente por Thanatos. O paladino continuava sua caminhada rumo ao norte, passando por todos e por entre a chuva de meteoros, não sendo acertado por nenhum fragmento.

- Aquilo... Aquilo é o Thanatos?... Não pode ser... Ele nunca faria uma atrocidade dessas...

Sísifo não consegue esconder o medo que sentia. Ele rapidamente arruma suas coisas e foge para o leste, correndo o mais rápido que pode.

Nada mais impedia Thanatos de chegar ao castelo do rei. Atrás dele só havia destruição e morte. Nada sobreviveu a ele naquele lugar, nem aqueles que se esconderam conseguiriam viver. A chuva de meteoro fez o chão tremer e todas as cavernas e passagens subterrâneas cair, matando a todos aqueles que se escondiam e tentavam fugir por debaixo da terra. Os tremores também abalaram as casas e todas caíram, sobrando apenas grandes mansões e templos em pé, mesmo estes tiveram sérios danos. Enquanto todo o sul, leste, oeste e centro da cidade ardia em chamas, apenas o norte, onde ficava o castelo do rei e os jardins reais estavam quase intactos.

- SOLDADOS! EM GUARDA! NÃO QUERO VER AQUELE MONSTRO PASSAR, ESTÃO ME OUVINDO?! – Falava em alto e muito bom som um cavaleiro vestindo uma pesada armadura de batalha.

- SIM SENHOR! – Responderam um coro cerca de uma dúzia de cavaleiros reais.

A guarda real guardava a entrada da sala do rei, enfileirados e esperando.

Thanatos arrebenta a porta da saleta que leva a sala do rei e se depara com a elite real. Os soldados o observam por alguns instantes e não se movem sem o comando do seu superior. O paladino não para nem um segundo sequer, avançando em direção a eles como se não houvesse ninguém ali, passaria por cima deles se não se movessem.

- ATAQUEM! – Ordenou o cavaleiro.

O ataque daqueles cavaleiros era diferente dos demais, eram sincronizados e bem mais eficientes, atacando pontos estratégicos. No entanto era um esforço em vão, Thanatos não se importava, nem se quer parou de andar. Arrebentou a porta da sala do rei pouco depois de matar os cavaleiros da saleta com uma cruz magnum.

Thanatos observa o local mas não vê ninguém a não ser um enorme animal parado no meio da sala.

- Ora ora... Se não é Thanatos... O que venceu um de nós... – Disse a criatura em um tom gutural e ameaçador.

A criatura segurava uma grande foice de lâmina azul e entrecortada por milhares de rachaduras. Era um enorme bode bípede que media cerca de três metros. Era um bafomé.

Thanatos levanta o olhar e encara o demônio de frente. Sua expressão apática vai mudando lentamente para uma de ódio. Ele vê flashes de sua antiga luta com o bafomé, a Ira de Thor, os insultos, os bafomés jrs., Maeros caída no chão.

- Você pode ter vencido um de nós... Mas saiba que foi pura sor... – O bafomé não tem tempo de continuar a falar.

Enquanto o demônio falava, Thanatos avançou até ele em uma velocidade exorbitante e o cortou ao meio, junto com sua foice e seus braços.

O bafomé caiu no chão, o susto foi tão grande que ele não teve reação e muito menos sentiu a dor.

- C-como vo-você con...

Novamente o paladino não da tempo do demônio falar, esmagando sua cabeça com o pé direito.

Thanatos observa a sala mais uma vez e fita um pequeno armário que tremia levemente, a porta do mesmo se abre e revela o rei e seu conselheiro, abraçados um ao outro, tremendo de medo e de olhos fechados. O paladino caminha lentamente até eles.

- E-esse... É o... F-fim... Não é... Hip... nos?... – Cath falava com um esforço tremendo.

- É... O fim de todos... – Hipnos tentava se mostrar forte.

Os dois permaneciam deitados lado a lado, um de frente ao outro. Estavam em meio àquele exército que havia sido fulminado pelos primeiros ataques de Thanatos. Cath estava fatalmente ferida, pernas e braços quebrados, de sua boca escorria um fio de sangue que já havia formado uma pequena poça perto de sua cabeça. Hipnos permanecia igualmente imóvel. Suas pernas estavam e posições estranhas e havia uma enorme poça de sangue e volta do corpo dele.

Cath tenta chorar mas nem para isso ela arranja forças, apenas lágrimas escorrem pelos seus olhos.

- Não chore Cath... Lembre-se da profecia... Ao menos iremos para um lugar bom... Logo logo a dor vai passar... Eu prometo... – Enquanto fala ele estica a mão e a pousa em cima da cabeça de Cath, tentando afagar a pobre garota, mas era um tanto tarde.

Cath já não chorava mais e Hipnos até ficou feliz por isso, não gostava de ver a garota sofrer daquele jeito. Agora ele poderia descansar em paz porque sabia que a sua querida amiga estava bem agora. Ele fecha os olhos e apenas espera pelo momento da morte, sem poder fazer mais nada.

Thanatos deixa Glast Heim e segue rumo ao oeste. A cidade outrora maior e mais desenvolvida de todo o continente era agora apenas ruínas em chamas. Havia se certificado que ninguém estivesse vivo dessa vez, no entanto quando já estava fora da cidade ele foi atacado mais uma vez. Foi um ataque rápido e furtivo, mataria qualquer um com ele, mas Thanatos não era qualquer um e nem ao menos foi ferido, como sempre. Em um rápido movimento de mão ele segura o atacante pelo pescoço e o ergue a altura dos olhos.

Era uma mercenária, ela se contorcia nas mãos do paladino e o olha nos olhos depois de um tempo.

- T-thana... tos?... – Ela balbucia.

- Ma... eros?... – Depois me muito tempo o paladino fala algo.


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Notas finais do capítulo

(desculpem a demora xP, pra compensar, posto o 19 amanhã :3)



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