Agridoce escrita por Camélia Bardon, EsterNW, Teruque


Capítulo 5
Monocromia colorida


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Hallo hallo, meu povo! Acharam que tínhamos abandonado a história? Mas de jeito nenhum! Voltamos com os bônus, então, preparem-se, porque eles podem vir quando vocês menos esperarem xD
Então vamos pra one de hoje!
A cor escolhida é o rosa, representando romantismo, ternura e suavidade. De gêneros trocados nós temos:
Leigh-Anne - Leigh
Roger - Rosa
Boa leitura pra vocês ;)



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Leigh-Anne apagou mais um dos traços em seu croqui, refazendo o desenho do corpete.

Enquanto raciocinava, coloriu a parte de cima do vestido com o lápis, pintando-a de preto. Parou para observar a obra enquanto brincava de enrolar uma mecha do seu longo cabelo negro no lápis. Aquele modelo parecia comum demais, tão… Sóbrio. O problema não era a sobriedade da peça, contudo, ela sentia que faltava algo ali. Apenas não sabia o que.

Apoiou o queixo sob a mão e soprou uma mecha da franja de seus olhos, não adiantando, já que o cabelo voltou ao lugar em questão de segundos. Pensativa, fez um coque com o objeto que usava para desenhar, prendendo os cabelos e tirando-os dos olhos. Fez um bico enquanto olhava para a loja. Logo, findaria o horário de almoço e o ambiente vazio e o silêncio seriam substituídos pelos clientes e pela voz de seu namorado, Roger, que adorava falar, espontâneo de um jeito que só ele sabia ser. Leigh-Anne gostava dele… Correção: Leigh-Anne amava Roger. Entretanto, ficava em dúvida se conseguiria terminar o croqui daquele vestido em sua presença, afinal, o tempo estava se esgotando e ela precisava entregar a roupa no prazo para o concurso que participaria. Se no primeiro em que entrou, ela ganhou e conseguiu montar sua loja, não imaginava o que conseguiria se ganhasse dessa vez.

O silêncio foi interrompido pelo sino da porta. A menina ergueu seus olhos do balcão, vendo Roger fechar a porta e tirar os óculos escuros, saudando-a com um sorriso estonteante, que fazia seu coração parar uma batida toda vez. Roger sempre conseguia esse feito, que Leigh até hoje não compreendia como. E aqueles olhos dourados… Leigh-Anne amava a alegria e vivacidade transmitida neles, perdendo-se no olhar do namorado e gerando riso nele, que sempre comentava de seu olhar de “Alice no País das Maravilhas” nesses momentos.

— Boa tarde, amor — Roger aproximou-se da namorada, segurando o queixo dela e depositando um beijo casto, que acabou aprofundando-se por alguns instantes. — Já almoçou? — ele questionou assim que distanciou seus lábios dela.

Leigh negou com a cabeça, passando as mãos pelos cabelos e soltando o lápis de seu coque.

— Eu não consigo terminar meu croqui para o concurso — confidenciou para o namorado, que já havia pegado a folha e analisava o desenho.

— Mas por quê? — questionou enquanto devolvia o papel para cima do balcão. — O modelo está maravilhoso, como sempre, amor — Roger comentou e foi para trás do balcão, ajudando a namorada que ainda brigava com o cabelo. — Deixa que eu dou um jeito pra você.

Dito isso, começou a pentear os cabelos dela com os dedos. Leigh-Anne voltou os olhos para cima, curiosa com o que o outro fazia.

— Não vira a cabeça, tá me atrapalhando — ele reclamou com seu jeito de sempre, fazendo a menina sorrir.

Leigh voltou seus olhos para o croqui, enquanto o namorado parava de pentear seus cabelos e começava a trançá-los.

— Sinto que falta algo na peça, só não... Consigo pensar no que. — Ela voltou a olhar para cima e Roger abaixou seu rosto novamente. — Parece sóbrio demais. Não parece digno de vencer o concurso.

— Como não, querida? Suas criações são tão lindas — ele elogiou, chegando ao final do penteado.

A conversa dos dois foi interrompida pelo sino da porta e uma dupla de amigas adentrou a loja.

— Deixa que eu atendo elas. — Roger terminou a trança, pegando um dos elásticos da pequena pilha de cima do balcão e usando para prender a ponta. — Tenho certeza que você vai conseguir terminar.

Dito isso, deu um beijo no topo da cabeça da namorada e foi atender às clientes, que estavam entretidas em uma das inúmeras araras de roupas.

Leigh-Anne apoiou o queixo sobre a mão, observando o namorado com as jovens.

Roger sempre conseguia contagiar a todos com seu jeito alegre e divertido. Fora isso, à primeira vista, que a atraiu nele. Mesmo como concorrentes no concurso em que participaram e se conheceram pela primeira vez, Roger conversou com ela, elogiando seu trabalho e falando desde as peças dos outros participantes, até breves coisas que ele lembrava na hora.

Leigh-Anne não era uma menina das mais falantes, entretanto, aquele rapaz a deixara tão à vontade que… Foi inevitável não rir junto com ele.

Os frutos daquele concurso não foram apenas a oportunidade de abrir sua sonhada loja de roupas. Roger não estava incluso no prêmio, contudo, Leigh afirmava que ele era o melhor prêmio que ela poderia ter recebido.

Com as moças ainda na loja, logo chegou mais uma cliente. Roger afirmara que dava conta de tudo. Enquanto ele atendia-as e mostrava as inúmeras peças que possuíam e usava sua “lábia de vendedor” para com elas, Leigh-Anne ocupava-se em observar o namorado. Era divertido vê-lo atender às clientes. Espontâneo, divertido, ele até dava dicas de moda! Não era qualquer um que atreveria-se a fazer isso com um desconhecido. Mas esse era Roger.

Leigh-Anne teve uma ideia e sentiu sua mente inundar-se com cores. Logo, correu e pegou os lápis coloridos, voltando a sentar-se o mais rápido que podia.

O amarelo de seus olhos, o laranja de sua alegria, o azul escuro e o rosa de seu romantismo, e o preto, dela mesma. Uma mistura perfeita de cores que representava os dois: Leigh-Anne e Roger.

Enquanto ela perdia-se entre as cores e trazia mais vida àquela sobriedade de antes, Roger atendeu todos que passaram pela loja. De tão concentrada que estava, Leigh sequer viu quando elas pagaram suas compras no caixa e foram embora.

Quando a loja encontrava-se vazia e silenciosa novamente, o rapaz voltou os olhos para a namorada, sorrindo ao vê-la tão compenetrada no que fazia. Não querendo atrapalhá-la, esgueirou-se e foi para a parte de trás, querendo preparar algo para Leigh, afinal, a menina não almoçara ainda, e já passava do meio de tarde.

Leigh-Anne terminou a última cor que faltava em sua criação, descansando o lápis sobre a bancada e finalmente erguendo a cabeça e olhando ao redor. Estranhou não ver ninguém e estar tão distraída ao ponto de todos terem saído e ela sequer ter percebido. Como ela não viu que Roger não estava mais ali?

— Eu acho que já temos uma vencedora nesse concurso — a voz de Roger sobressaltou um pouco a menina.

O rapaz colocou o prato com o sanduíche ao lado do papel e pegou o croqui, não contendo o sorriso ao admirar a obra de sua namorada.

Leigh-Anne se levantou e apoiou o rosto sobre o ombro do rapaz, os dois admirando o desenho que Roger segurava.

— Da onde você tirou essas cores todas? — Roger questionou, devolvendo o papel para a bancada e abraçando a namorada.

— De uma das minhas maiores inspirações — Leigh respondeu enquanto olhava para os olhos do namorado e perdia-se na alegria daquele amarelo.

— Sem graça — Roger reclamou, já que ele não gostava muito das metáforas que a outra usava de vez em quando.

Leigh-Anne tomou os lábios do namorado em um beijo, unindo sua sobriedade ao colorido que ela tanto amava.


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Notas finais do capítulo

Ester:
Pra quem ficou curioso de como era esse vestido que ela estava desenhando, é o mesmo que aparece ali no aesthetic, no canto esquerdo :3
Pra quem quiser a música que eu ouvi enquanto escrevia: https://youtu.be/HaccRfeia60



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