Os olhos castanhos do adolescente de feições orientais desviou-se para a janela de seu quarto, as gotas escorriam pela vidraça, ele suspirou levemente guiando sua face em direção a jovem de cabelos rosas, qual distraía-se com um cubo mágico, sorriu ligeiramente, mostrando levemente suas covinhas; a algum tempo estava acordado tentando fazê-la dormir, demorou para deixá-la intretida com algo que não fosse seu abajur, a geladeira, a cama, o microondas… ainda estava bêbada, contundo as alucinações haviam passado, incluindo o estado eufórico, agradecia por ter a levado antes no banheiro para vomitar, odiaria ter que limpar seu quarto na manhã seguinte, agora vendo-a concentrada, com mil e uma caretas e expressões considou fofo, embora recusava-se admitir apreciava-se sua companhia.

Teve um momento, analisando-a, quis dizer algo, todavia as palavras ficaram presas na garganta, só no instante que um trovão soou e a jovem assutanda correu para os cobertores, Seiji pronunciou-se quase rindo da cena que precenciava, uma Misaki com medo da tempestade, igual uma criança; seguidamente foi até ela, sentando-se na beirada da cama, a chamou, nada além do barulho da chuva escutou, repitiu a ação, desta vez ela respondeu, o adolescente riu, um riso genuíno, a muito tempo não ria assim, na verdade esquecera a última vez que sorrira, lembraria de esconder esse fato dela. Acompanhando seus olhos azuis, com as mãos moveu ligeiramente a coberta, deixando apenas seu rosto a mostra.

— É uma tempestade Misaki, não precisa ter medo. — Ela analisou sua fisionomia e sua fala, tentando arrancar a mentira, ele continuou em seguida: — Veja, é só a chuva, estamos seguros aqui dentro.

Franziu a testa, e colocando o olhar nele, o respondeu:

— Dorme aqui comigo? — A pergunta era inocente e considerando a sua embriaguez, Seiji eliminou qualquer pensamento indecente, sim Misaki estava na sua cama e sim pediu que deitasse com ele, mas não precisava sentir-se envergonhado, muito menos surpreso. — Por favor… — implorou com a voz arrastada.

Seiji inclinou-se para trás na tentativa de esconder o vermelho em suas bochechas e girou a cabeça para o lado, piscou inúmeras vezes, nem por um minuto ela percebeu que tal questionamento era irracional, mesmo assim perguntou novamente, o adolescente cruzou os braços relutante, contundo o olhar da amiga o contrariuou, droga, ele odiava aquele olhar, qual suas órbitas oculares cresciam, sua boca frazia em linha reta, suas sobrancelhas curvavam-se ligeiramente para baixo, tudo para um pedido, um simples pedido, dormir com ela.

"O que eu vou dizer, quando você faz com que eu me sinta desse jeito?" — pensou, e depois de certa relutância sedeu as suas artimanhas, logo após acenando com a cabeça disse: — Certo, mas amanhã quero você bem longe de mim, se puder esqueça a minha existência.

Depois de minutos, tentando adormecer, a respiração de Misaki contra as suas costas tornou-se insuportável, assim como os dois pés na altura da cintura e a falta de coberta, que a adolescente puxou para si. Ajeitou-se novamente na cama, desta vez olhando-a diretamente, adormecida como uma personagem de anime, traçada com suavidade e beleza, as orelhas de gatos contraiam-se ligeiramente, fofo do jeito Misaki, exceto a babá que escorria no canto de sua boca.

Debaixo das cobertas, ficando secos e quentes, esquecendo-se de tudo, ela lhe presenteava com sentimentos que adorava, embora admitir fosse um fardo, a maneira que começava na ponta dos pés enquanto ia erugando o nariz, trouxe o desejo de guardar todos os dias seus sonhos, a cobrir como uma criança, aquecê-la em seus braços confortável o suficiente para sentir o seu calor. Droga, ele estava realmente pensando assim? Repreendeu-se mentalmente, girando para ficar de costas, fechou os olhos e desejou que amanhecesse logo… Quando sentiu um dos braços dela em volta de sua cintura.

" Por que você me faz sorrir, mesmo por um tempo?" — pensou e com a voz sonolenta articulou: — Boba.