Sons & Silêncio escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 1
Complicated


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, primeira vez que escrevo na categoria Nyah, desculpe os erros, em breve vou corrigir. Boa leitura.



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O crepúsculo era nítido, percebeu Seiji enquanto sentando na mesa de seu pequeno escritório, olhava pela janela, suspirou levemente, retirando os óculos por breves segundos, ainda com os olhos fechados, desejou que o dia exaustivo terminasse, voltou-se para o monitor a sua frente, terminava a tarefa da faculdade de Letras, embora tivesse até três dias para ser entregue. Ajeitando a armação avermelhada no nariz, o jovem de cabelos negros começou a digitar, a luz branca iluminando a sua face.

Houve minutos de silêncio, antes de ser interrompido, alguém tocava a campainha, supôs que fosse Misaki, a única que tocava mais de três vezes repidamente. Bufou irritado, tentou ignorar a situação, todavia após incansáveis dez segundos rendeu-se. Saiu do escritório, passando pela sala de estar, até a porta da frente, suspirou novamente fechando o olhar, rodou a maçaneta e abriu.

Na sua frente uma garota de cabelos rosas, esperava impaciente pela demora, notou-se a fisionomia aborrecida e as leves batidinhas que o pé dela fazia no solo, não demorou muito para alegra-se e começar a falar como um trem desgovernado.

— Quero que venha na minha festa hoje a noite, terá bolo, sorvete, dança, música, chocolate, bexigas, jogos, bebidas…

— Espere um minuto — interrompeu ele — , você sabe que odeio festas.

— Eu sei.

— Que sempre digo não.

— Eu Sei.

— Por que acha que será diferente?

— Sei lá, talvez porque você foi gentil comigo naquele dia. — Ela viu sua testa franzir, com estranheza. — Quando estávamos no seu carro, no dia que me deu uma carona para a faculdade. — disse com um sorriso, lembrando-o do acontecido, e como o seu espírito sério continuava acrescentou: — Já que somos amigos.

— Não sou seu amigo — interrompeu bruscamente — nós dois somos parceiros de faculdade, nada que ultrapasse a barreira da minha casa com a sua casa.

Tentou fechar a porta, mas Misaki o impediu colocando o pé, o adolescente irritou-se com seu ato, passou a mão rapidamente nos fios pretos e com singular atenção a viu tirar do bolso da saia azul cobalto um convite, ela estendeu a mão esperando que ele pegasse, como não fez, Misaki balbuciou palavras sobre a festa, cada dez palavras que saíam da boca dela, Seiji entendia três, resolve agarrar o pedaço de papel para assim vê-la fechar a boca, ela sorriu, agradecida.

" Se você apenas deixasse rolar, você iria ver." — pensou Misaki, centrada no semblante do amigo, que olhava para o convinte, trazendo-lhe expectativa.

— Você vai? — perguntou ela, a esperança formanda em seus olhos azuis.

— Não. — respondeu secamente.

— Vamos lá Seiji, vai ser divertido. — insistiu agarrando um de seus braços.

— Não. — Soltou-se do seu aperto. — Estou ocupado, e mesmo que não estivesse, minha vida é mais importante do que uma festa de gente barulhenta e desconhecida.

— Por que você fica tão tenso com outras pessoas? — Ele não a respondeu. — Bem, mesmo assim gosto de você do jeito que você é.

— Do jeito que eu sou?

— Sim, por trás de um Seiji sério, com roupas de mauricinhoe com essa pose durona, honestamente, vejo o jeito que você é, lá no fundo tem um senpai divertido e alegre.

— Obrigado Misaki por acreditar — Um meio-sorriso de escárnio surgiu em seus lábios. — em suas bobagens! — acrescentou irritado.

Com um baque fechou a porta.

— Ei, é falta de educação bater a porta na cara de uma amiga! — articulou, zangada.

— Não somos amigos.

— Por que você tem que tornar as coisas tão complicadas?! — questionou frustada.

— Bem, curta sua festa Misaki-chan.

O espírito de Misaki causava dor cabeça a Seiji, sua alegria e exaltação brilhavam junto com sua personalidades, às vezes gostaria de tê-la longe, a preocupação era um termo desconhecido em seu dicionário, fazendo-a ser imprudente, havia vezes que a livrava de enrrascadas, no entanto voltava a causar mais atos impensáveis, aquilo o transtonava, por isso, nos dias de mau humor, ele batia a porta na sua cara, sabendo que se algo acontecesse a culpa seria dele também.

— Então é isso, você não vai?

— Não!

— Não?

— Não!

— Só sabe dizer não, não e não. — pausou a voz, tentando recuperar a compostura. — Alguma vez vai dizer sim?

Ele a ignourou.

— Ora! — E pisando firme, deu meia volta para casa.

Revirou os olhos, e assim que teve a certeza que Misaki se foi, suspirou aliviado, olhou de relance para o papel rosa na mão esquerda, depois o jogou na lixeira mais próxima, embora na maioria das vezes queimava os seus convites, hoje era daqueles dias insuportáveis de ignorar tudo que ela fazia, e sim sua existência seria esquecida.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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