Sequestrada - Número 1970 escrita por Carolina Muniz


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo



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"Existe um segredo? Existe um código? Podemos fazer melhor? Porque estou perdendo a esperança."

 

¤ Capítulo 9 ¤   

Christian, Kate e Elliot saíram do carro e foram em direção aos portões da escola Revenwood.

— Eu ainda estou achando muito mal contada essa história. – Kate comentou, enquanto atravessavam o campus. - Como uma menina é sequestrada e ninguém descobre. O quê? Ela não tinha amigos, ou família, além da mãe? E o pai dela? Nunca veio saber como a filha está?

— Nisso você está certa. É muito calculado, como se tivesse sido o timing perfeito. É como se ela tivesse sido esquecida. – Christian concordou, distraído.

— Ninguém é esquecido assim, de uma hora para outra. Ainda mais uma garota de 17 anos - Kate insistiu.

— Bom, agora ela tem 18 – Elliot se intrometeu.

— 17,18... Não importa. Ninguém desaparece desse jeito - Christian falou impaciente.

— Eu procurei registros dela dos últimos meses. Nada. Nem viagens, cartão de crédito, ou foi vista em algum lugar. Nenhuma atualização nas redes sociais desde o dia 14 de outubro do ano passado. Nenhum movimento na conta bancária desde que a herança da mãe ficou para ela. Absolutamente nada. Ela realmente desapareceu. – Kate disse.

— Tem alguma coisa muito errada nisso – Christian concluiu.

— Até agora eu não sei quem é essa garota – Elliot suspirou.

Christian revirou os olhos.

— Toma – Kate lhe entregou um envelope pardo.

Ele tirou uma única folha de lá e uma foto.

 

Anastacia Rose Steele

Nascimento: 10 de setembro de 1999, Brighton , Inglaterra

Endereço: Rua Green, 1113, casa 1856

Celular: 370 958 4322

Identidade: 987-56-3467

Dados bancários: Cc – 409362 Saldo: US$ 74.245,78

Ocupação: Estudante

Avaliação de desempenho: Excelente

Educação: Colégio Revenwood – 2º Grau - 4º ano

Pontos no exame SAT: 2350

Pais: Divorciados

Pai: Franklin Ambert Steele

Nascimento: 2 de maio de 1971

Mãe: Carla May Adams

Nascimento: 13 de outubro de 1978

Filiações políticas: Não encontradas

Filiações religiosas: Católica

Orientação sexual: Não encontrada

Relacionamentos: Nenhuma indicação presente

 

— Ah, que ótimo, ela é inglesa. – Elliot sussurrou, enquanto andavam no corredor da escola. – Será que ela tem aquele sotaque sexy?

— Cala a boca, Elliot – Kate vociferou.

— Você conseguiu isso tudo em menos de duas horas? – ele perguntou, espantado.

— Sim. Eu não fiquei com os pés para cima desde a hora em que o Christian falou que íamos sair.

— Hum.

Ela revirou os olhos e suspirou, tirando o envelope de suas mãos, porém, ela o pegou com o lado aberto virado para baixo, deixando a foto cair no chão. Duas alunas que passavam pelo corretor a viu.

— Hey, é a Ana – a garota loira disse, entregando a foto para Kate.

— Você a conhece? – Christian perguntou.

— Sim – a menina respondeu.

— É, ela estudava com a gente. Mas a mãe dela morreu e ela se mudou – a garota ruiva disse.

— Vocês eram amigas? – Kate questionou.

— Na verdade, não. Só estudávamos na mesma sala. Ela era amiga da Lindsay Letherman. As duas não se desgrudavam. Tinha gente até que achavam que elas eram lésbicas – a menina loira falou.

— Tiff! – a ruiva a repreendeu. – Mas é verdade a parte em que não se desgrudavam. Se querem saber sobre a Ana, ninguém melhor do a Lindsay para falar dela.

— Ah, e também tem o namorado da Ana. Bom, não sei se eles ainda estão namorando.

— Não, ele está com a Lindsay agora - a ruiva informou à outra.

— Namorado? – Elliot perguntou.

— Com a Lindsay? - Kate questionou ao mesmo tempo.

— Sim. Ele é do time de futebol. É o capitão. Bradley Peterson – Tiff, a loura, respondeu.

— Espera, então a Lindsay, a melhor amiga, está com Bradley, o nado da Ana? - Kate questionou.

As duas meninas concordaram, e Kate franziu o cenho.

Que puta.

— Obrigado – Elliot agradeceu e Tif lhe deu uma piscadinha.

— Tudo bem, temos que ir – Kate murmurou, puxando Elliot pelo braço seguindo o corredor – Sério? Aquelas meninas são umas criancinhas mimadas – resmungou, quando já estavam longe das garotas.

— Acho que tem alguém com ciúmes – Christian sussurrou para Elliot.

— Será? – Elliot perguntou, olhando para Kate.

— Quer saber? Se vocês vão ficar de brincadeira, não ligo. Só sei que eu vou achar essa garota, por que ela deve está assustada. Vocês parecem não está levando isso a sério. É a vida de uma garota de 18 anos! Ela foi sequestrada por alguém que provavelmente é muito mal, e ela está com essa pessoa a um ano. Eu não quero nem imaginar o que pode ter acontecido com ela. Mas se fosse eu, com certeza iria gostar que as pessoas que vão me encontrar parassem de brincar e fizessem alguma coisa últil – Kate vociferou de uma vez só.

Os dois a encararam, sem dizer nada.

— Agora vamos falar com o diretor, talvez ele saiba de alguma coisa – ela disse, e bateu na porta de madeira vermelha.

O diretor Scanpball era alto, resignado, mas firme. Com certeza os alunos tinha medo dele, porém, ele parecia ter medo do FBI.

— Estamos procurando essa garota – Kate disse, mostrando-lhe a foto de Ana.

— Ah, claro. Anastacia Steele. Uma excelente aluna. Pena que se mudou – o diretor disse.

— Se mudou... para onde? – Elliot perguntou.

— Não faço ideia – o diretor respondeu.

— Como assim? Uma aluna sai da sua escola, e você não sabe para onde ela foi? – Christian falou.

— Bom, um homem veio trancar a matrícula dela. Pelos acontecimentos... A mãe e o irmão. Que Deus os tenha! Mas, enfim, ele não deixou nenhum endereço.

— Ele? Ela não está com uma tia? - Kate sondou.

— É, foi o que ele disse. Que iria morar com a tia em outro país - o diretor respondeu tenso.

— E você não perguntou para onde?

— Não achei necessário.

— E esse homem, ele era da família dela? Você o conhecia? - Christian perguntou.

— Não, mas ele me mostrou um documento, respondendo por ela.

— E a guarda? Ela é menor de 21 - Kate se impôs.

— Ele tinha o papel da guarda - o diretor engoliu em seco.

— E era verdadeiro?

— É claro... Quer dizer, por que alguém forjaria um documento apenas para trancar a matrícula de uma aluna?

Christian suspirou irritado.

— Era só isso, obrigado - Elliot disse semicerrando os olhos.

Foi um dia difícil, nada se encontrava com nada ali, e horas depois Christian recebeu o aval de que não poderia simplesmente invadir um lugar porque uma mulher dizia que uma garota havia sido sequestrada há um ano - claro, depois de receber um sermão por decidir sozinho num possível caso.

— Senhor! Senhor! - Andréa gritou enquanto Christian entrava no carro, já pronto para ir para casa continuar seu trabalho.

— O quê? Meu horário já deu, vai procurar outro agente que esteja de plantão, Andréa - Christian resmungou. Ele estava doido para ir pra casa.

— Não, senhor... É que o senhor disse que gostaria de saber qualquer notícia sobre Anastacia Steele - a mulher respondeu.

Christian se virou na mesma hora.

— Viram ela? - ele perguntou, fechando a porta do carro.

— Sim. Parece que uma foto dela foi escaneada no aeroporto principal.

Christian voltou para a agência com Andréa logo atrás.

— Quem? - ele perguntou enquanto entrava no elevador.

— Setor 8 - Andréa respondeu enquanto as portas se fechavam.

Christian sabia que se acionasse que a garota estava desaparecida, logo ela seria considerada um caso e seria encontrada. Quem quer que estivesse com ela, seria rápido em querer tirá-la do país.

Ele chegou ao setor 8, e Kate já estava a sua espera.

— Na foto ela está diferente, mas é photoshop no passaporte. A equipe de imagens já detectou tudo e confirmaram que é a Ana - Kate disse, entregando-lhe uma foto 3x4 de uma garota loira - E essa aqui é a foto capturada no aeroporto por uma das câmeras de segurança - ela lhe entregou outra.

Ele olhou para as duas fotos. Na segunda, a menina na fotografia estava usando um boné dos Yankees, um casaco preto e cabelo estava preso, mas era claro os fios negros.

— Passaria despercebida até por mim - Kate murmurou. - Eles pegaram um avião para

— Vamos - Christian não perdeu tempo.

Os dois entraram no elevador e desceram para o térreo.

A equipe de segurança já estava lá.

— Quero dois carros do lado de fora, caso ele fuja. Vou precisar de dois de vocês no telhado e dois na porta dos fundos. O aeroporto principal de Nova York é muito grande, então vão ter que se espalhar e não deixar nenhuma porta de saída. Ele não pode fugir, entenderam? - Christian deu as ordens e todos concordaram com a cabeça.

Logo eles estavam a caminho do aeroporto.

— Eles pegaram um vôo para a Inglaterra, o avião decola em 13 minutos - Kate disse, enquanto procurava os dados no computador do carro.

— Só eles dois? - Christian perguntou, acelerando.

— Não, parece que ele fez o chekin de três pessoas: Joshua Tanner, Pietro Masen e Marie Monteigo. Na verdade, Marie é a Ana.

— E o outro cara?

—Procurei pela foto dele e na verdade ele se chama Freddward Basten. Fichado por roubos de carros. Mas cumpriu pena e foi solto há dois anos.

— E o outro?

— Se chama Jack Montoio Hyde. Ele é russo!?

— Russo?

— Sim. Veio para os Estados Unidos em 2003, desde então ele sumiu.

— E na Rússia, alguma coisa?

— Nada de mais. Ele era professor de uma universidade, pediu demissão e veio para cá.

— E aí desapareceu? Ele veio sozinho?

— Não, ele veio com a filha, Elizabeth Hyde.

— E onde ela está agora?

— Não faço ideia. Não tem nenhum registro dela. Nenhuma foto, nem nada. Ela veio com 16     anos.

— Como assim? Uma garota de 16 anos e nenhum registro?

— Não. Nem redes sociais, nem nada. A menina desapareceu do mapa.

— Como Anastacia Steele?

— Sim.

— Que estranho e quanto coincidência.

— Pois é - Kate concordou.

Eles chegaram ao aeroporto com apenas segundos de antecedência.

— O avião para a Inglaterra já está decolando - Kate disse, olhando para o quadro.

— Vai pará-lo, eu vou fechar o local - Christian ordenou e cada um foi para o seu lado.

Ele seguiu para o servidor do aeroporto e se identificou com o segurança chefe.

— Vocês precisam fechar as portas de emergência - ordenou.

Os seguranças saíram. As portas de ferro do aeroporto começaram a descer em dez segundos, e da sala Christian pôde ouvir os gritos das pessoas.

Ele revirou os olhos para tanta algazarra e foi em direção ao hall.

— O vôo para a Inglaterra? - ele perguntou a um dos seguranças que estava tentando fazer com que as pessoas mantivessem a calma.

— Avião 6, ala norte - o segurança informou.

O avião já estava decolando, mas Christian chegou a tempo de vê-lo voltar para o chão, Kate já do lado de fora, os dois pegaram a arma e seguiram o campus em direção ao enorme avião.

— Você acha que ele está mesmo lá? - Kate sussurrou.

— Sim - Christian respondeu.

A porta do avião levantou, a escada desceu, e os dois entraram.

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