Três anos mais tarde ...

Ela correu até sua mãe o mais rápido que suas pequenas pernas conseguiam, seu rostinho avermelhado, sua respiração ofegante, mas ela precisava urgentemente contar sua grande descoberta. Seu pai havia lhe dito que estava orgulhoso dela, será que sua mãe também ficaria ?

Assim que a avistou ao longe por entre as mesas, entretida com alguma coisa, apressou ainda mais seus passos.

—Mamãe, mamãe, mamãe!

Sara se virou para a voz fininha lhe chamando eufórica, em suas mãos um pequeno vaso de violetas africanas. Depositou sobre a mesa mais próxima e caminhou por entre elas ao encontro de sua pequena. Todo o espaço estava tomado por algumas mesas estrategicamente bem colocadas, assim os convidados teriam espaço suficiente para transitarem sem maiores problemas. Na mesa principal, muitas guloseimas, balões coloridos e um enorme painel decorativo destacando um arco-íris que trazia em seu final, o número quatro. 

Havia sido uma ótima ideia locar aquele rancho por um final de semana inteiro. O gramado muito verde e bem aparado, a temperatura agradável e muita luz natural. A calmaria da natureza lhe trazia a paz que tanto precisava em sua atual condição.

Sara olhou além da filha e viu seu marido vindo logo atrás, tentando manter o mesmo ritmo.

Emma olhou para trás por alguns segundos, seu pai estava há uma boa distância dela.

—Mais rápido, papai ...

Ela chegou até sua mãe quase sem ar, apoiou as mãos em seus joelhinhos tentando recuperar o fôlego.

Sara se inclinou com dificuldade, tentando ao máximo manter o nível de seus olhos, tocou em seu rostinho delicado e sorriu.

—Calma, meu amor ... o que foi ?

Após um longo suspiro, ela endireitou a posição, seus olhinhos azuis brilharam ante a revelação. Sua garganta estava seca, mas ela não se importou muito com aquilo.

—O Alfred ganhou asas!

—Quem ?

—O Alfred, mamãe! O casulo que o papai e eu colocamos embaixo da árvore naquele dia.

Sara caiu na gargalhada, levou sua mão até sua barriga quando sentiu um pequeno espasmo. Seus olhos chegaram a lacrimejar de tanto rir, ela os secou antes de continuar. Aquilo havia sido engraçado.

—Você deu um nome à ele ?

—Sim, mas foi ideia do papai! Eu gosto de Alfred, é o nome do gatinho da tia Stela.

—Sua professora ?

—Huhum ...

Sara balançou a cabeça ainda rindo muito, Grissom se aproximou delas.

—Você também está orgulhosa de mim, mamãe ? O papai disse que estava, eu guardei ele direitinho.

Grissom a pegou no colo, beijou sua bochecha e então seus olhos amorosos se encontraram com os de sua mulher. Ela estava tão linda!

—Mas é claro que estou, meu amor! Então o Alfred virou uma linda borboleta ?

—Acho que sim, ele não estava mais no casulo ... mamãe.

Tânia se aproximou deles com um sorriso.

—Emma, venha se arrumar para a sua festa, meu docinho. Daqui a pouco os seus convidados começam a chegar, precisa estar pronta para recebê-los.

—Ah é mesmo, o meu aniversário! - Ela praticamente pulou do colo de seu pai e agarrou a mão estendida à ela. _Tia Tânia, você vai me deixar bem bonita ? - De repente, ela se virou para seus pais quase alarmada. _Vocês não vão ficar tristes, não é ? Eu não vou demorar.

Eles sorriram e ela devolveu o sorriso de dentinhos separados iguais aos de sua mãe. Suas covinhas em evidências, Grissom amava aquele sorriso!

—Não se preocupe, pequena princesa. - Ele a tranquilizou.

—A mamãe vai se juntar à você daqui a pouco, meu amorzinho.

Satisfeita com suas respostas, ela se afastou tagarelando alguma coisa com sua tia Tânia.

Grissom envolveu com carinho sua cintura avantajada.

—Eu não sei a quem ela puxou!

Diante de seu comentário, Sara enlaçou seu pescoço com um sorriso pronto.

—Um pouco dos dois, mas nomear um casulo de Alfred com certeza é a sua parte!

Ele tombou a cabeça para trás em uma gargalhada gostosa.

—Não posso contestar isso ... - E então, aproximou seus lábios em um beijo doce por um longo tempo. Ele precisava provar o seu gosto, era viciante. Assim que suas bocas se separaram, ele distribuiu pequenos beijos em seu pescoço sensível, murmurando. _Meu filho se comportou longe de mim ?

Seus olhos se encontraram novamente, ele acariciava sua barriga gigantesca com carinho.

—Ele é um bom bebê, muito calmo. Acho que vai puxar ao pai dele!

—Então você admite que a parte hiperativa de Emma é sua ?

—Talvez!

Ele deu um sorriso lindo, olhou para sua barriga e se ajoelhou diante dela.

—Noah ... você vai ajudar o papai a cuidar das meninas ? Você não imagina o quanto elas dão trabalho!

—Hey! - Sara reclamou.

—Agora serão dois contra dois! - Ele se levantou novamente com seu sorriso radiante, jamais imaginou que um dia se sentiria tão realizado. _Não perderei mais para vocês duas.

—As meninas sempre terão vantagens! Não se anime muito, podemos trazê-lo para o nosso lado.

—Então é isso, senhora Grissom ?

—Huhum.

Eles diminuíram a distância e mais uma vez seus lábios se tocaram recomeçando a dança sensual de suas línguas.

O sabor de seus beijos a deixava nas nuvens.

A maciez de sua boca o enlouquecia.

Eles se completavam.

E aquele beijo parecia interminável.

—Mamãe! Papai! Parem de namorar!

Imediatamente eles se separaram.

Respirações ofegantes, corações descompassados.

E a garotinha, razão de suas vidas com um adorável sorrisinho travesso. A mãozinha tampando sua boquinha vermelha.

De repente, ela saiu em disparada gritando a plenos pulmões.

—Era só pra dizer que eu amo vocês!

FIM