Digimon Invocação escrita por Kevin


Capítulo 14
Episódio 13: Invocadores


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora.
Acabei segurando um pouco mais o último capítulo tentando verificar se havia alguma ponta solta.... Sim este será nosso último capítulo! Espero que gostem!



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— Quando um digimon chegava ao Mundo Material fica perdido! Aquele lugar não faz bem a saúde mental dos humanos, quem dirá dos digimons. Então, Nós soldados do pesadelo temos a obrigação moral de tocar o terror naquele lugar! Temos o instinto de querer quebrar tudo e ainda temos a regra do segredo. Mas, garanto, assim que você chega sua vontade de pôr fogo naquele mundo não tem relação com o clã, quão sanguinário você é ou regra de bosta. -

 

O discurso parecia inflamado. Impmon havia voltado ao Mundo Digital assim que suas 24 horas no mundo humano completaram-se. Não demorou para iniciar o ritual de selamento do portal, mas modificou-o com o conhecimento adquirido do núcleo de SkullGreymon. O que eram poucas horas, aumentou seu tempo para o tempo que ele quisesse.

Impmon havia planejado bem essa parte. Esperou o primeiro colocado tentar ir pelo portal e então selou. Com ele longe só precisava terminar de pontuar e torcer. Venceu a seleção e vibrou com isso. Mas, a vitória veio com a informação de que alguns ainda estavam no Mundo Material e vivos e suas vidas agora eram decisão dele. Com um agravante, o antigo primeiro colado ficou preso entre os dois mundos. Ele tinha apenas até a cerimônia de posse da interinidade.

A cerimônia ocorreu e ele começou discursar.

 

— Eu aprendi sobre como somos um clã que tem seus próprios interesses. Como somos um clã que precisa de rituais para manter um sem trair o outro. - Ele parou por alguns instantes encarando a multidão. - Neste momento, membros deste clã estão sendo caçados no Mundo Material. Ir buscá-los e socorrê-los seria fraqueza nossa e confirmação de fraquezas deles. Se eu enviar uma invasão sendo interino, logo no primeiro dia, sem nenhum preparo, vão dizer que me precipitei e passei por cima do lord atual. Mas, eu não ligo! -

 

Impmon criou uma bola de fogo.

 

— Preparem-se! - Impmon gritou. - Nós estaremos prontos para invadir a terra assim que dominarmos o restante de nosso mundo. - Impmon via uma gritaria. - Ir para o Mundo Material é proibido. Não façam nada que possam chamar a atenção, deixem quem está lá se virar sozinho, parecerá uma invasão de verdade que conseguiu ser suprimida. -

 

Impmon escutava os gritos alvoroçados de sua tribo.

 

Daniel, Benjamin, Cecilia e Jose, cumprirei minha palavra, eu vou ajudá-los! Segurarei a invasão ao seu mundo o máximo que eu puder e como ninguém deste lado sabe que eu selei os portais e sou o único que posso desfazer, nenhum digimon virá ou voltará. É o meu presente por me ajudarem a ser o líder interino. Mas, fiquem prontos porque um dia, esse clã será um exército e marchará pelo portal que eu mesmo abrirei. Espero que não nos encontremos nesse dia, pois vamos ter que terminar o que começamos naquela manhã. Impmon urrou diabolicamente enquanto o clã respondia.

 

Digimon Invocação - Rituais
Arco 01: Pactos
Episódio 13: Invocadores

 

Salamon estava apressada, havia conseguido se esconder no alto de um prédio que ficava na direção oposta da qual a maioria dos digimons não invocados que estavam na cidade corriam. Ela não tinha ideia de que tantos digimons estavam no mundo real, ainda mais naquela cidade. Estava um caos de perseguições, mas conseguiu esconder-se e havia entendido o básico da siutação. Impmon alterou ou errou o ritual que fizeram juntos e agora o portal estava selado permanentemente até que alguém descobrisse um jeito de desfazê-lo. Não tinha como reverter aquilo sem saber o que fora feito e muito poder. Mas, se não podia desfazer o selo, iria ao menos abrir uma brecha temporária que a permitisse voltar ao seu mundo.

Nunca achou que precisaria de um ritual de brechas dimensionais já que possuía o de portais. Por isso não estudou-o afundo, sabendo apenas o básico para fazê-lo. Ela faria no método de tentativas e erros.

Desenhos estranhos no chão. Item do mundo para o qual queria ir. Fonte de energia para sobrecarregar o selo e fazê-lo abrir um pequeno buraco na camada dimensional. Tudo pronto e ela executou o ritual de brecha. Sorriu diante ao pilar de luz verde que subiu aos céus, mas ele se desfez. Ela sabia que algo deveria ter sido aberto, uma visão estranha de outro mundo, mesmo que não o seu, ou qualquer lugar, mas nada podia ser visto.

 

— Terei que tentar novamente. -

 

Preparou-se para sair daquele terraço imaginando que muitos teriam visto aquilo acontecer, mas deu de cara com José. Ela deu um passo para trás recuando.

 

— Se acalme! - Disse José. - De acordo com os dados de Skullgreymon você não é exatamente uma ameaça ao mundo humano enquanto estiver na fase Salamon. -

 

A digimon ainda que temerosa com a situação mostrou os dentes diante da suposta ofensa. Não gostou de ouvir aquilo.

 

— Acreditava haver um selamento dos mundos para portais, motivo porue os digimons pareciam presos aqui. Ao ver a tentativa de abertura de brecha, tive certeza. - Jose falou. - Fez o selamento junto com Impmon após ele mandar algum sinal do Mundo Digital? -

 

Salamon assentiu.

 

— Acredito que não tenha falhado nos passos. Mas, suas brechas não funcionarão. - Disse Jose. - Pelos conhecimentos que Skullgreymon me passa, o que fizeram foi selar a passagem pelos dois lados. A brecha só abre por um lado, precisaria de um segundo ritual de brecha ou ficaria presa entre os mundos. - Jose parou pensando no que havia acabado de falar. - Ainda assim, nenhuma brecha será aberta pelo Mundo Material por quem fez o ritual de selamento. - Jose pareceu estranho. - Não entendi nada. Outra regra estranha? -

 

Salamon caiu sentada naquele momento. Ela sabia que não lembrava de tudo, apenas que poderia usar brechas em selos. Desconhecia que quem fez o selo não poderia rasgá-lo com uma brecha temporária. Ela estava presa, porque sabia que ninguém mais faria algo assim, mesmo ela ensinando.

 

— Nossa... Isso é um saco, parece que falo como Skullgreymon. - José chegou a rir. - Enfim… Pelo que entendo você é a única que passou pelo portal que terá condições de sobreviver sem um humano. Esconda-se pelo tempo que precisar. Fique por perto, mas nunca deixe-nos saber onde está escon… -

 

Salamon percebeu que José parou de falar. Suas falas estavam certas, ela poderia sobreviver sozinha e com certeza o melhor era estar perto dos aliados de Impmon que confiavam nela, ou ao menos estar próxima de Skullgreymon seria uma vantagem. Porém, viu ele se calar de repente. Olhou para onde os olhos perdidos de Jose estavam, não havia nada no céu.

 

— Ali ... - Salamon analisava a situação e então quase engasgou. - Você está vendo algo que eu não? Porque eu estou sentindo! -

 

— Não. - Disse Jose. - Apenas sinto algo muito poderoso se mexendo lá. -

 

Salamon dobrou a cabeça. Jose ainda estava se acostumando com as informações que Skullgreymon tinha. Certamente o que ele estava começando a ficar confuso sobre quem era ele, mas sentir a presença não poderia fazer parte do repertório se apenas informações estavam sendo acessadas. Mas, os dois tremeram, de repente, assustados.

 

— Digimon de nível extremo! - Salamon ficou desesperada. - Deve ter ficado preso entre as duas dimensões e quando tentei a brecha dei um sinal para ele de como abrir. - Ela se preparou para correr. - Precisamos fugir! -

 

— Por que? - Questionou José. - Ainda que ele viesse a destruir tudo por aqui, ele não duraria muito tempo e os invocadores vão dar um jeito nele. -

 

— Ninguém dá um jeito em um Daemon ainda que não tenha o poder de um LordDemônio. - Disse Salamon que já se pareparava para saltar do prédio, mas percebeu José olhando confuso. - Daemon te diz algo, né? -

 

Jose parecia pensar. De repente viu o garoto arregalar os olhos.

 

— Não pode fugir! Nós três somos a nossa única chance deste mundo! - Disse Jose.

 

— Você está maluco? - Gritou Salamon. - Acessa as informações ai na sua cabeça. Fases em escala de poder. Treinamento que seria eu. Adulto que não sei se viram. Perfeito que é o Skullgreymon e Extremo que é o que vem aí! - Ela olhou para os céus. - Nem todos os digimons presentes aqui vão ter chances contra ele. -

 

— Isso mesmo! Quando selou os mundos limitou a defesa e as ameaças da terra aos digimons que já estavam aqui. De acordo com as memórias de SkullGreymon, na área de Wendell só tinha 3 invocadores que poderiam conseguir digimons extremos. Os três que não trouxeram digimons antes do selamento! - José parou. - Daemon vai absorver todo dado digital que tiver em sua volta para sobreviver, exceto os que forem das trevas porque ele não pode. -

 

— Nós não temos chances! - Disse Salamon.

 

— Sem a gente eles não tem chances! Só temos que fazer o tempo dele acabar para ele definhar! - Jose encarou Salamon. - Eu só posso invocá-lo por cinco minutos, ou talvez nem isso dependendo da batalha, e depois desmaiarei. Mas, você pode fazer rituais de recuperação de energia para que me mantenha em pé. -

 

Salamon balançou a cabeça negando aquilo, nervosa. Aquilo era loucura, mas então escutaram um barulho no céu. Ela estaria segura para não ser absorvida, mas não conseguiria fazer Daemon não a matá-la se fosse encontrada. Talvez a única chance dela fosse realmente Jose e Skullgreymon.

 

— Se Daemon me identificar... Vou fugir! Se você sabe meus planos não é traição. Esse é o acordo para que eu arrisque minha vida. Não tem ritual de não traição que me faça ficar de frente para ele! -

 

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E foi assim que eu parti para o que seria minha morte certa. Eu sabia que não sobreviveria. As informações de Skullgreymon eram tão claras quanto a isso que era engraçado que eu sentisse que ele não queria fugir e sim cair lutando. E enquanto corria para a batalha Jose sabia que seria o seu final.

 

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Todos os invocadores estavam do outro lado da cidade, exceto ele. Era o efeito de suas marcas, estavam caçando o que estavam vendo, o que já sabiam que existia. Só José sabia o que existia e o que estava vindo. Sabia que informar ao grupo não seria o suficiente, o tempo não seria o suficiente, mas o fez mesmo assim. Além disso, havia o risco de quando seus amigos tentassem avisar aos demais ou mesmo mudar de direção do alvo que seguiam, entrariam em confronto com os que a regra já estava ativa a mais tempo.

 

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A hora do rush em uma cidade parecia a coisa mais entediante e estressante para uma pessoa viver. Sempre presa ao trânsito de um veículo automotor, parado em filas quilométricas que não pareciam avançar um único centímetro especialmente se você estiver a caminho de casa.

Se você tivesse sorte poderia não estar na condução de um veículo e assim arrumaria uma dose de paciência e algo para se distrair enquanto o tempo passava. Algo como ter companhia para conversar, escutar uma música, ter um livro para ler, apreciar o pôr do sol que se aproximava ou quem sabe observar as coisas ao seu redor que nem sempre seriam tão interessante. Mas, naquele dia especifico talvez poderiam dar atenção a uma pessoa gritando desesperada no meio dos carros e quem sabe assim tivessem uns minutos a mais para tentar se salvar.

 

— Fujam! Fujam! -

 

Os gritos eram repetidos diversas vezes, mas não eram diversas pessoas e sim um único garoto. Ele parecia convicto e desesperado em convencer as pessoas que estavam presas no trânsito daquele horário que precisavam fugir, mas não parecia que alguém realmente lhe daria atenção. Mas, os roncos dos motores e buzinadas constantes impediam a voz única de alerta fosse escutada.

 

— Fujam! Fujam! - Os gritos não eram escutados. - Ele está vindo! - E este último berro estranhamente foi escutado por todos os que estavam ao redor e o garoto percebeu isso. -

 

Tudo naquela área da cidade havia parado. Os semáforos não funcionavam, os carros haviam deligado seus motores do nada e os prédios em volta pareciam ter perdido qualquer sinal de eletricidade. Com os semáforos apagados totalmente alguns veículos colidiram em cruzamentos e alguns outros apenas chocaram-se um atrás do outro após os veículos perderem a energia que os mantinha em funcionamento. Foi neste momento que todos puderam escutar o berro do garoto.

Inicialmente a maioria até brincaria com a gritaria do garoto, mas a estranha ausência de energia que estava ocorrendo naquele momento deixou as pessoas duvidarem. Muitos já estavam fora de seus veículos para tentarem entender o que o que havia acontecido, mas não deixavam de olhar para o jovem que ainda gritava agora subindo em cima de um carro.

 

— Corram, corram, cor… -

 

O garoto parou de repente olhando para um ponto fixo no ar, acima dos carros parados, eletricidade estática começava a ocorrer em grande quantidade. As estáticas aumentaram e um grande buraco no meio do ar começava a aparecer.

 

— Agora já era! - O garoto suspirou levantando o braço esquerdo onde estava a tatuagem de um estranho círculo que continuava pelo seu braço com uma espécie de tatuagem de dragão. A tatuagem de círculo formado por estranhos símbolos começou a brilhar enquanto ele berrava. - Quem ainda puder corra e não parem para se esconder! Ele este será de nível extremo! - Ele engoliu um seco. - E... Estou sozinho. -

 

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Eram pelo menos 20 digimons cercados. Todos prontos para lutar por suas vidas, ainda que soubessem, não tinham a menor chance. Mas, todos ali eram Soldados do Pesadelo e cairiam lutando. Seria o momento de glória conseguir ao menos dar um golpe bem-dado em um dos mais de trinta invocadores presentes.

Os invocadores cercaram o grupo e analisaram tudo. Eles já os teriam eliminado não fosse o fato de estarem a luz do dia e precisavam confirmar que a população não estava vendo aquilo. Mas, antes que pudessem acabar de confirmar, todos os digimons viraram sua atenção para um ponto da cidade em que logo todos percebiam, um portal se abria.

 

— Extremo! -

 

Wendel disse rapidamente enquanto segurava os pulsos de Daniel e Benjamin assim como Cecilia teve o seu segurado pelo de seu pai. No mesmo instante, os demais invocadores, com exceção de May, partiam. Os digimons que estavam encurralados por sua vez curvaram-se aos últimos seis invocadores presentes, os três lendários e os três adolescentes.

 

— Somos seus prisioneiros e prometemos lealdade até o final de nossas forças se nos salvarem dele. - Disse um tremendo de medo. - Você sabem quem está vindo, não é? -

 

Wendel apenas assentiu com a cabeça para aqueles digimons e depois olhos para os três adolescentes que iam questionar algo, mas via-os consultando-o celular de Daniel.

 

— É Daemon! Jose está lá. - Disse Daniel.

 

— Se não fomos enganados... - Benjamin olhou para Daniel que sorriu. - Daemon absorve qualquer coisa digital e isso vai garantir que ele tenha energia além do tempo normal. Mas, não pode absorver quem for das trevas. José pretende usar SkullGreymon para acabar com o tempo dele aqui. -

 

— Ele morre antes de conseguir. - Disse May em entender como eles tinham a informação. - Mande-o fugir. Deixaremos que sitie a cidade para pensarmos. -

 

— Não podemos fazer isso! - Disse Cecilia. - Muitos vão morrer. -

 

 

— Nenhum invocador pode contra Daemon. Talvez nós três juntos, mas não sem nossos parceiros. - Disse o pai de Cecilia. - Além disso, ele certamente apelará para rituais ou mesmo encontrar uma fonte de energia para se manter. -

 

— Então temos que ir até José e juntos enfraquecê-lo até o tempo dele acabar. - Disse Benjamin. - Aururamon e eu podemos fazer o mesmo que fizemos com Skullgreymon, sugar a energia dele aos poucos sem que sejamos vistos. -

 

— Nem pensar! - Disse Wendel. - Skullgreymon era grande e de pouca locomoção. Daemon tem forma humanoide e grande velocidade e habilidade. -

 

— Tem ideia melhor? - Questionou um dos digimon que renderam-se.

 

Wendel consultou os dois amigos de datas e eles não tinham como negar, Benjamin e Aururamon talvez fosse o melhor meio para resolver o problema.

 

— Estou indo! - Disse Benjamin preparando-se para correr, mas Daniel e Cecilia se emparelharam com ele. - Não deveriam ir. -

 

— Se falhar agora não teremos como vencê-lo. - Disse Cecilia. - Você luta e eu Penmon tentamos manter você vivo quando a energia começar a acabar. -

 

— Gabumon sabe evoluir sozinha absorvendo a energia do lugar. Vamos drenar a energia dele. - Disse Daniel.

 

Os três continuaram a correr em direção ao local que Daemon havia se manifestado.

 

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— Eu agradeço pelas baterias! - A voz era sinistra e pesada. - Confesso que não esperava receber oferendas dessa forma tão ligeira. -

 

Devia medir cerca de dois metros para dois e meio. Todo seu corpo estava coberto por um capuz de cor vermelha terra. Exceto suas mãos azuladas com garras vermelho sangue e sapatos da mesma cor. Sua face estava oculta pelo capuz, mas seus olhos amarelos brilhavam permitindo que todos o identificassem.

Os humanos paralisados ao longo do campo de distorção. Olhavam apavorados, sem entender o que estava acontecendo e o motivo de não poderem se mexer. Mas, a ignorância e a paralisia era uma benção. Talvez tivessem ainda alguma chance estando ali até o desfecho, mesmo expostos. Afinal, o segredo dos outros mundos seria preservado, fosse pelos invocadores ou pelo demônio digimon.

José estava olhando para Daemon tripudiando da situação. Ele realmente metia medo e as ondas de Invocadores que chegavam pareciam não serem nada. Todos os digimons que entravam no campo de alcance eram transformados em dados e absorvido. Os invocadores caiam esgotados pela perda de ser servos, quem ainda tinha forças tentava salvar os caídos ou os paralisados durante as distrações adversárias.

 

— Eu sempre achei que os invocadores eram muitos mais imponentes! - Daemon pareceu coçar a cabeça, parado no meio da avenida, em cima de um ônibus. - Garoto, acho que você é o único que ainda não fez nada. Ou tem juízo ou está borrado. - Ele pareceu farejar o ar. - Bem… Alguém se borrou. -

 

José tentou se acalmar, 15 minutos naquela situação e o adversário parecia nem sentir o tempo. Se as informações de Skullgreymon estavam corretas, e ele sabia que sim, Daemon aguentaria apenas 5 minutos naquele mundo.

 

— Eu sei o que quer. - Disse Daemon. - Ganhar tempo! Desgastando minha energia e esperando que eu definhe. Seria cinco minutos se eu fosse um qualquer nesse nível. Mas, graças a esses lanches maravilhosos não vai conseguir calcular o tempo que tenho. Tornar meu tempo aqui permanente, só preciso pensar. -

 

Jose cerrou os punhos entendo que não poderia ficar parado. Mas, ao fazer aquilo seus ossos estalaram alto e de forma diferente, o que fez ficar interessado.

 

— Conheço esse rangido de ossos. - Daemon sorriu.

 

Tenso e torcendo para que Salamon realmente conseguisse o recuperar sem ser notada, José deu um passo para partir para o combate, mas, de repente, algo, passou em seu campo de visão, muito distante de Daemon e em suas costas.

 

— A paralisia de alguém acabou, mas vou deixar que fuja porque eu gosto do ardor da caçada tanto quanto do da batalha. -

 

— Materializar! -

 

Muitos passos para trás e um abaixar de corpo esperando quase um desmaio. O brilho fez SkullGreymon surgir em seus diversos ossos rugindo e esmagando alguns carros. Jose tentou não pensar que ele havia esmagado junto algumas pessoas. No momento preferia ficar feliz que a energia usada para materializar foi bem menor do que quando fez a invocação.

 

— SkullGreymon… Como eu te admirava e queria você fosse meu tut.. -

 

Uma pancada com o rabo de ossos fez Daemon parar de falar. Ele queria conversar com aquele digimon que ele reconhecia com um grande mestre, mas que ele quase nunca teve oportunidade de ter contato. Pensou em tentar de novo, mas diversos carros foram jogados contra ele. O digimon das trevas na fase da perfeição não estava para brincadeira.

 

— Não me trate como se eu fosse lixo! - Gritou Daemon. - Você é o lixo! -

 

Daemon esticou a mão e lançou chamas contra Skulgreymon que rapidamente colocou um ônibus no trajeto impedindo que as chamas chegassem nele. Uma grande explosão aconteceu. SkullGreymon permaneceu imóvel, mas Daemon balançou em seu lugar.

 

Isso não podia tomar essas proporções! Ele está matando todo mundo que está paralisado! Jose pensava enquanto mantinha-se abaixado. Mas, aquelas chamas não parariam de queimar até consumirem tudo. Ele precisava impedir que chegassem a ele. Fazer uma explosão para consumir de vez o alvo era o melhor.

 

Deixe essa batalha comigo, Mestre fraco! Não se trata de batalha de forças e sim de experiência e resistência. Ele evoluiu a menos de um dia, não sabe como usar tudo que tem. Não tem como salvar os sacos de carne paralisados. Somente o seu mundo!

 

Jose piscou algumas vezes aturdido. Escutava os pensamentos de Skullgreymon e tinha quase certeza que ele também escutava os seus. Não sabia se os outros eram capazes disso, mas aquilo só indicava que o grandão entendia não estar batalhando sozinho.

Daemon havia começado atacar com lâminas de energia, jogando-as na direção de seu gigante oponente de ossos que recebia todo o impacto. Depois de muita fumaça Daemon percebia SkullGreymon estava bem e ele muito cansado.

 

— Temos ratos! - Disse Daemon fazendo chamas surgirem de suas mãos. - Morram nas Chamas Infernais! -

 

Daemon esticou seu braço direito para algo a esquerda de Skullgreymon, cerca de uns 100 metros. Enquanto sua mão esquerda foi apontada para baixo. Os diversos bueiros começaram a explodir, pilares de chamas surgiam e as tampas ganhavam os céus derretendo. No entanto, de uma, pouco antes do fogo surgir um vulto saltou de dentro dela rapidamente.

Arfando e com os olhos arregalados Aururamon agradecia insistentemente a Gabumon e sua velocidade, ou tinha certeza que seria queimada. Mas, assim que Daemon olhou sorrindo para eles, ambos desapareceram.

 

— O que? - Ele voltou-se rapidamente para o outro local que atacou com a mão direita. As chamas consumiam o local, mas nada parecia ter estado lá. - Não pode ser! Eram três! Não deu tempo de absorver nenhum deles. -

 

— Corte em X! -

 

A voz não foi tão clara ou forte, bem como o golpe que Daemon levou lateralmente. Ele virou-se rápido tentando absorver o digimon que o fez, mas além do digimon ter desaparecido ele perdeu o momento em que SkullGreymon usou as garras contra ele fazendo-o rolar pelo chão.

 

O digimon extremo levantou-se e viu três jovens ao lado do outro que comandava SkullGreymon. Havia uma menina que estava com Salamon no colo.

 

— Então você está recuperando o sentado e o Skullgreymon. - Daemon compreendeu. - E esses são os invocadores desses merdinhas que.. -

 

Daemon levou um golpe caindo de joelhos. Olhou para o lado e lá estava Gabumon. Ele arregalou os olhos. Até aquele momento ele sempre tentou absorver tudo o que via, mas naquele instante, numa segunda visão mais atenciosa, percebia que aquela era uma loba solitária. Ele olhava para ela e depois para Salamon, sem saber quem era o digimon invocado daquela história. Ele jamais absorveria um Lobo Solitário porque as regras dentro dos digimons daquele clã certamente destruiriam um digimon como ele.

 

Mas, todo aquele momento de hesitação apenas fez ele perder o momento que alguns cipos tocavam-lhe discretamente o corpo e drenaram lentamente suas energias. Ao perceber tentou absorver o digimon para ganhar um tempo extra, mas ele foi desmaterializado.

Levantou-se atordoado. Percebia-se o quanto estava cansado e exausto. Não teria muito mais tempo, mas ainda tinha energia suficiente para abater a todos e tentar encontrar uma fonte de energia. Porém, tentava compreender como tudo aquilo havia acontecido. Nunca que um digimon extremo teria perdido daquela forma para digimons sem evoluir e para um digimon perfeito.

 

— Ainda posso abate-los e ir atrás da fonte de energia que sinto nesse mundo. Parece que ficou distante de repente, mas ainda sinto sua localização. - Daemon demonstrava que não desistiria.

 

— Ocê mesmo a destruiu! - Disse Benjamin. - Diga suas últimas palavras, pois vai definhar! -

 

Daemon piscou sem entender o que ele havia destruído. Mas, como ele ainda sentia, percebeu que apenas tinha destruído um de vários, ou que talvez aquela figura que deixou fugir estivesse levando a fonte. Todavia, isso não o preocupava. Sua preocupação maior era que aqueles quatro pareciam conseguir anular suas habilidades de absorver dados.

 

Ele está confuso. Ótimo! Isso confirma que o mais inteligente deles é Impmon e o que estiver por aqui dá para superar com inteligência, mesmo que o poder dele seja devastador. Não teríamos chance alguma não fosse Impmon ter nos dado as informações de todos os candidatos a Lord demônio em troca de ajuda na seleção. A habilidade de absorver dados qualquer um entenderia, mas como ele o faz foi chave. Ele precisa encarar o alvo e isso nos deu a chance de saber que se ele não pudesse ver o alvo ele não teria fonte de energia a absorver.

 

Daniel sorria diante ao plano que arquitetou usando da informação de como o inimigo usava suas habilidades. Daemon precisava encarar o alvo para absorver e isso significava que eles podiam atacar e desmaterializar o digimon. Mais do que isso, não precisavam se preocupar dele começar a sugar dados digitais dos computadores ou internet, pois ele não conheceria cabeamentos ou outros para fazer isso.

O plano foi simples, fizeram Jose saber que eles estavam ali para apoiá-lo. Gabumon foi para o esgoto com Aururamon para que a planta pudesse sugar as energias dele por baixo e ocultamente. Passou as raízes no meio das rachaduras criadas no combate e tomava cuidado de absorver só quanto ele estava atacando para parecer que ele realmente estava perdendo energia com suas ações. Ele percebeu algo estranho quando o ônibus explodiu, mas não se ligou.

Assim que foi materializado, Gabumon explicou que ele provavelmente não tentaria absorvê-la devido a ela ainda ser uma Lobo Solitária. Nela havia regras especiais em seus códigos que destruiriam a qualquer ser das trevas que tentasse absorvê-la. Além disso, a digimon identificou a presença de Salamon escondida.

Cecilia ficou de cuidar cadela das trevas. Não sabiam se eram ainda aliados, mas a menina foi rápida em perceber que ela estava ajudando Skullgreymon a se recuperar. Fez sinal para a cadela abandonar o esconderijo e não fosse isso, talvez Salamon não teria sobrevivido. Logo depois, Penmon foi liberado e deixou-o correr para uma posição que pudesse atacar melhor.

O plano era desgastar como podiam até que não conseguissem mais ficar escondidos. Finalizar da única forma que conheciam.

 

— Eu vou explodir tudo aqui com vocês! - Gritou Daemon começando a criar uma grande bola de fogo acima de sua cabeça.

 

— Vamos nos afastar. - Disse Benjamin indicando que Cecilia se afastava. - Rápido! -

 

Jose assentiu percebendo que a coisa estava ficando perigosa, mas foi então que viu Gabumon com uma postura estranha e fazendo sinal para Daniel que não se afastasse.

 

Ele vai evoluir usando a energia do ambiente para sugar a energia do local. Jose percebeu o que aconteceria e com isso SkulGreymon já sabia, mas parecia que seu parceiro não queria desmaterializar.

 

Tem que me deixar aqui! Ele sabe das habilidades de um Lobo Solitário e Salamon. Se eu sair do combate ele saberá que não é por falta de energia, já que Salamon está do nosso lado. Restará para ele a evolução de Gabumon via absorção da energia do ambiente. Gabumon precisará de tempo. Adquirirei esse tempo!

 

Skullgreymon ao dizer aquilo mentalmente a Jose, partiu para cima de Daemon que ainda energizava seu ataque e por isso era um alvo fácil para as garras de ossos serem passadas em seu corpo. A resistência do corpo do digimon extremo era grande. Ele parecia não precisar parar de energizar para fortalecer seus músculos enquanto era golpeado.

 

— Isso não é o sufici… - Ele caiu de joelhos sentindo o ataque adversário, desfazendo o que preparava. Rapidamente segurou as garras que vinha novamente usando suas duas mãos. - Não... É possível… eu tinha… Eu tinha mais… -

 

Daemon sentia sua energia indo embora de forma violenta. Olhou para o lado a tempo de ver Gabumon começando a brilhar. Ele arregalou os olhos.

 

— Maldito! Maldito! -

 

Enfurecido Daemon encarou Gabumon para absorvê-lo e foi instintivo para Daniel tentar desmaterializar, mas em meio a evolução ele não conseguiu e os dados de energia que faziam evoluir começavam a ir para Daemon.
O grupo escutou o rangido de osso de Skullgreymon. Foram segundos até José entender e avisar que ele usaria o míssil.

 

— Daniel! Daniel! -

 

Benjamin e Cecilia berravam enquanto corriam até ele. Salamon tentava efetuar a recuperação do garoto caído, mas ele estava longe de seu campo de alcance.

O garoto do grande nariz estava esgotado devido a estar dentro da área da energia que estava sendo sugada pelo seu digimon para evoluir e por isso não conseguia nem ficar de pé.

 

— Des… - Daniel sabia que precisava fazer algo. Mas, o que ele poderia fazer se o desmaterializar não estava funcionando? Parecia que uma vez que a evolução havia começado, não podia ser interrompida, ainda que Daemon estivesse fazendo aquilo por meio de absorver a energia. - Ordeno... Não use essa técnica de evolução. -

 

Foi num lapso. Daniel entendia digimons e as regras como programas de computador. Desmaterializar parecia ter baixa prioridade diante a regra de evoluir. A regra de evoluir parecia ter baixa prioridade diante habilidade de Daemon de absorver e os dados. Então precisava de algo que viesse a ter prioridade acima dos dois e a única coisa que ele conheceu naquela história que parecia fazer efeito de imediato era uma ordem de invocador para seu servo.

Os dados de energia dissiparam-se assim que Daniel ordenou. Gabumon caiu sem forças no chão no mesmo instante. A ordem de seu mestre invocador de não evoluir havia interrompido todo o ritual que estava acontecendo para absorver energia do ambiente para evoluir.

A Digimon olhou para o Mestre com respeito naquele momento. Odiava-o por tê-lo tornado-a sua serva, ainda que com isso tenha salvo sua vida. Não teve tempo de brigar com ele por conta de Daemon, mas diante ao pensamento rápido dele, tinha que reconhecer que ele era bom.

 

— Levanta! -

 

Benjamin e Cecilia chegavam a Daniel Levantando-o pelos braços, enquanto o narigudo desmaterializava Gabumon para tentar recuperar um pouco da energia. Salamon pulou em sua cabeça tentando recuperá-lo, mas era tarde para os quatro afastarem-se.

Skullgreymon estava usando o míssil de suas costas para terminar com o adversário. Um clarão e toda a área tremeu fazendo tudo dentro daquele espaço se desintegrar.

 

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Ao despertar, não sabia exatamente quanto tempo passou. Entendia ter sido o primeiro que acordou por causa das Sirenes que tocavam e gritos de pessoas chamando por ele e os demais. Não havia escombros ou nada daquele genero, apenas muita poeira e fumaça. Benjamin tossia enquanto tentava identificar se havia quebrado algo e então sentou-se. Cecilia caída atrás dele desacorda e sangrando pelos braços, pernas, mas podia notar o movimentar de seu peito indicando que ainda respirava.

Ao lado estava Daniel que apesar de desacordado, parecia ter apenas alguns arranhões, diferente dele e de Cecilia. Estranhando aquilo Benjamin virou de lado e tentou ficar de pé, mas não conseguiu. Tentou engatinhar e conseguiu apenas alguns centímetros até cair sem forças.

 

— Eu não consigo curar nenhum de vocês, gastei toda a energia que eu tinha para nos proteger da explosão. -

 

Era a voz de Salamon, cheia de dor, que Benjamin identificou caída e começando pixelar em dados.

 

— Obrigado. - Benjamin disse entendendo como conseguiram ficar vivos. - Esses gritos são dos meus pais. Se tiver o mínimo de forças, fuja, caso não… -

 

Salamon escutava os chamados por Benjamin Daniel e Cecília. Ela despertou com os gritos e viu o rapaz interiorano sentando-se. Conferiu Daniel a poucos metros de si respirando e apenas com alguns ralados, ele foi o que ficou mais protegido pela barreira que ela criou. Tentou levantar-se por mais de uma vez, mas não tinha forças nem para aquilo. Ao escutar José dizer aquilo percebeu que alguém estava de pé junto a eles e simplesmente fechou o olhos para morrer.

 

— Está com sorte hoje! - A voz era de May que abaixou rápido injetando algo em Salamon que abriu os olhos assustada. Algo corria por seu corpo e o estailizava. - Em uma hora isso vai perder o efeito, mas deve ser tempo o suficiente para se mandar daqui e se curar. -

 

Salamon forçou seu corpo sentindo uma estranha sensação de energia, diferente de tudo que já sentiu. De pé deu dois passos confirmando que seu corpo funcionava e se afastou rápido, mas parou.

 

— Jose e Skullgreymon? - Perguntou Salamon olhando na direção em que eles ficaram. - Não consigo senti-los! -

 

A explosão desintegrou tudo por, pelo menos, dois quilômetros. Mas, felizmente Salamon os protegeu os 3 com seus rituais. Mas, por quem ela perguntava tinha ficado longe da proteção e dentro do raio da desintegração.

 

— José? Vim de lá e não tem sinal dele ou de ninguém. -

 

May respondeu a digimon mostrando o caminho que veio e confirmando para ela e Benjamin que Jose ficou dentro do raio de impacto. O local parecia ter sido incinerado e por isso era fácil ver que não tinha corpos. O garoto não estavam em lugar nenhum e só os 3 adolescentes e a digimon sobreviveram.

 

— Se o que causou isso foi o golpe de Skullgreymon ele virou dados assim como seu digimon. - Disse Wendel que chegou perto deles. - Mesmo se não estivesse na zona do impacto, aquele golpe o consumiria completamente. -

 

Salamon ao escutar aquilo e ver o invocador correu. Wendel viu-a, mas não fez nada. Para ele ela não passava de um cachorro pulguento, a fumaça e poeira ainda atrapalhavam-nos, não percebeu tratar-se de um digimon.

 

— Vamos ter muito trabalho para ocultar isso. - Disse Wendel.

 

— Vão ocultar? -

 

José… Me Desculpe! Fui eu quem o envolveu nisso tudo. Me Desculpe! Você merecia ao menos um enterro, mas parece que… Ocultar algo assim? Como.. Foram os últimos pensamentos de Benjamin antes de cair para trás sem forças, desmaiando.

 

[][][][][]

 

E foi assim que eu morri. Tendo minha vida sendo ligada um digimon das trevas ressuscitado que levava muito mais energia em suas ações do que qualquer outro servo de invocador. Quando ele agarrou o adversário para eliminá-lo, simplesmente fazendo o que um servo deveria fazer, acabou se matando e me levando junto.

Após fazer a invocação de SkullGreymon, eu sabia o tempo todo que morreria. Não porque tínhamos pouca energia disponível. Mas, porque ele estava morto e algo me dizia que não dava para burlar a morte, mesmo daquela maneira.

SkullGreymon também achava que morreria e era porque eu ia nos fazer morrer. O engraçado é que nas informações que ele tinha e eu acessava era que para o Mundo Digital existiam muitas formas de burlar a morte. Talvez por isso ele não tenha duvidado em se matar para matar Daemon. Será que ele fez algo? Será que é por isso que eu ainda consigo pensar? Será que não estamos mortos?


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Notas finais do capítulo

Como falei no começo, capítulo final!

A fic tinha a pretensão de ser dividida em sagas de 13 capítulos. Os animes andam sendo criados atualmente nessa divisão e tamanho e tinha a ideia de tentar algo assim. 3 sagas num total de 36 episódios, acho que era um tamanho legal.
No entanto, quem acompanhou a sequencia das postagens enfrentou um grande hiato na fic... (novamente peço humildes desculpas por isso).

Ocorreram, basicamente, muitos problemas na construção dela. (Dentre muitos problemas pessoais), em um dado momento percebi que não era esse o tom da fic que eu queria. Não! Não leia bloqueio criativo ou desmotivação da fic... Mas, acabei entrando em um conflito de interesses na fic quanto ao que significava (e ainda deveria significar) o anime Digimon. Qual a mensagem que ele deveria passar? Qual a sua verdadeira essência?

Questão esquisita? Eu achava isso muito tempo atrás, até que em uma das minhas fanfic de pokémon eu errei a mão e criei uma guerra e ai percebi, não era para pokémon ter aquele tipo de temática (ainda que alguém viesse a fazer muito bem explorada, ela tirava do anime a essência de aventura e perseguir/descobrir seus sonhos... ).
Foi isso que aconteceu com essa fanfic de Digimon, minhas fics anteriores de Digimon eram sobre aventurar-se com o desconhecido, novo mundo e como as pessoas influenciavam umas as outras (pessoas e digimons). Nessa, não havia nada disso em seu enredo. Percebi que o anime tinha essa parte de acreditar em si mesmo, fazer as coisas por poder fazer, e descobrir o quanto você é especial e importante para as coisas em sua volta (e sei que muitos vão dizer que não é bem isso o anime digimon... Mas, de Adventures a Frontier é bem isso... ).
Então ao entender que estava construindo algo que só usava o nome de digimon, mas que no final talvez não tivesse a essência que digimon precisa ter, decidi concluir a fic o mais rápido possível.

Então eu digo... Não ficou um primor de fic. Ela está cheia de altos e baixos, onde podemos destacar que personagens não foram tão bem explorados e as ideias inseridas acabaram se tornando estranhas diante a tantas explicações aceleradas para termos uma conclusão. Ainda assim, personagens marcantes como Impmon e Gabumon roubavam a cena (acredito que tenham sido os dois melhores) com as situações nada convencionais em que se metiam.
Quem sabe num futuro eu descubra como refazer essa fic num tom e com os elementos corretos, né?

Agraço imensamente a você que leu e comentou a fanfic. É de grande valia sua visão para que eu possa continuar evoluindo na escrita e criatividade.



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