My Sugar Daddy escrita por Regina Ciccone


Capítulo 3
Sanduíche 5 estrelas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/765459/chapter/3

Papai o senhor me faz tanta falta, e ainda faz.
Fico me perguntando como será a passagem da vida para o reino dos mortos. Será que demora muito? Ou será rapidinho? Como será o caminho que papai fez? Será que ele foi para o inferno e depois para o céu? Ou o inverso? Só sei que tenho medo de morrer. Não, não é medo de como vou morrer, é medo de morrer, simplesmente morrer. Medo de fazer essa travessia sozinha e nunca encontrar um caminho. Medo de vagar na escuridão, no hiato que divide a Terra do plano espiritual.
Papai... se o senhor soubesse como fiquei mal com a sua partida. Havia uma pressão no meu peito como se meu tio-avô obeso estivesse sentado no meu tórax. Meu coração estava constantemente acelerado. A respiração ofegante sem nem ao menos eu ter corrido. Meu corpo tremia sem eu ter frio, sem estar frio. Eu sofri muito, física e mentalmente. A única coisa que eu tinha vontade de fazer era dormir. Dormir para esquecer tudo. Dormir para deixar de existir por algumas horas.
Não entendia o porque mamãe não estava como eu. De duas, uma: ou ela não se importava com a morte de meu pai, ou eu era/sou fraca demais. Gosto de acreditar na segunda opção.
Vendo meu astral moribundo, Dona Teresa -nossa vizinha desde que eu me conheço por gente- me incentivou à arrumar emprego -meu primeiro emprego- para renovar os ares e seguir a vida driblando a depressão que toda a perda provoca. Dona Tetê, como eu a chamava desde criança, tinha um sobrinho que fazia entrega de bebidas num restaurante e através dele ela ficou sabendo que o lugar precisava de uma moça para ser garçonete. Com ajuda da Tetê consegui uma entrevista no tal lugar e lá fui eu para uma área nobre da cidade, que era onde o restaurante se localizava.
Nunca vi lugarzinho mais caprichado. A decoração era simples, porém muito criativa. As cestas de vime que estavam penduradas na parede e no teto remetiam exatamente o que o restaurante comercializava: Pão.
O Panini tinha os melhores sanduíches gourmet artesanais da região, e tudo elaborado -desde o local até a fórmula da massa do pão e as combinações dos recheios- por três jovens rapazes originalmente italianos, vindos de Milão.
Assim que cheguei na frente do Panini, olhei para as mesinhas de madeira cuidadosamente limpas e colocadas sob uma lona transparente que protegia os clientes que desfrutavam dos seus lanches de qualquer eventual chuva. Respirei fundo e entrei no restaurante com passos firmes e cautelosos .


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Sugar Daddy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.