Com amor, Lutávio escrita por Le petit prince egoiste


Capítulo 20
Com todos os meus olhos


Notas iniciais do capítulo

Um hot mais soft com a cena anterior ao primeiro "eu te amo" exibido na novela.



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A música ia cessando, mas os corpos de Luccino e Otávio mantinham a beleza e o fôlego advindo da primeira vez em que disseram “eu te amo” um para o outro. Os dois ainda embriagados com o clima do baile de máscaras, aquele do qual fugiram para que pudessem dançar a sós.

Amore mio. Gosto de você assim perto de mim” Luccino sussurrou ao pé do ouvido de Otávio. O major fechou os olhos e sentiu o cheiro adocicado que vinha do italiano, tão lindo como em todos os outros dias de sua vida. “Já posso te chamar de amore mio?”

“Luccino, você pode me chamar do que você quiser...” Disse Otávio.

Luccino sorriu, seu corpo leve sendo guiado por Otávio. A oficina concentrava alguns dos melhores momentos da vida dos dois. Ali, tudo havia começado, através de algo tão simples e que agora tomava proporções imensas.

“Otávio?”

“Hum?”

“Você foi um presente na minha vida. Você sabe... Eu tinha tantas coisas que não sabia como dizer... Que eu guardava... E quando você apareceu, eu senti que podia começar a entender tudo.”

“Eu... Eu sinto o mesmo, Luccino. E...”

Houve uma espécie de silêncio consensual entre eles. A música ia terminando, a oficina escurecendo. Quase podia se escutar ou, pelo menos sentir, a agitação do baile em polvorosa, o evento da cidade naquela noite. Mas para Luccino e Otávio, aquele era o seu momento mais precioso, o qual poderiam ser eles mesmos sem possibilidade de olhares estranhos de terceiros, sem a contenção necessária quando em público.

“Como é que se diz?” Otávio teve dúvida “Amore... Mio?

“Isso. Amore mio.” Luccino observou o rosto do amado ao vê-lo falar em italiano. “Então?”

Amore mio... Lembra do dia em que eu disse que não estava preparado?”

“Lembro.”

Otávio encarou-o, fazendo uma pausa.

“Eu estou pronto agora. Eu quero você.”

Luccino congelou seu olhar no dele, observando os detalhes do rosto, e levou uma das mãos para acariciar seu queixo. Assim, enquanto Otávio se rendia a ele, Luccino plantou um suave beijo em seus lábios. Mas era um beijo diferente. Um beijo onde os dois se entregavam por completo. Era uma afirmação mútua.

O italiano foi dos lábios ao pescoço, notando que a respiração de Otávio tremeluzia como a luz do sereno que invadia a oficina. Ambas intrusas e desejadas, ambas proibidas, mas rebeldes, resistentes. Otávio ouvia os estalos da boca de Luccino em sua pele e via seu corpo reagindo a cada movimento, desejando que pudessem ia cada vez mais, e mais...

Otávio retirou a primeira peça de roupa do seu palhaço triste, o Pierrot que escolhera para se fantasiar no baile. Pois ali já não era uma fantasia para si mesmo. Era o mais sincero Major Otávio que poderia ser.

“Essa oficina, se pudesse ver como nós, se pudesse escutar e dizer como nós...” Luccino foi falando enquanto o major tirava as primeiras peças de roupa, maravilhado com a leveza de Otávio, sua paixão, seu amor.

“Ela não poderá ver a você e a mim agora, poderá?” Otávio brincou “Eu tenho vergonha de tirar a roupa para estranhos...”

Luccino fez uma expressão irônica.

“Mas para seus colegas de quartel...”

Otávio não o deixou completar a fala. Puxou-o para perto de si, Luccino ofegando pela surpresa, e o italiano sentiu o choque que seu peito nu lhe causava. O major o encarou de frente, dominador.

“Meus colegas de quartel não são você...”

“Então... só poderia ser eu?”

“Só você...”

Enquanto Otávio o preenchia de mais beijos, suas mãos habilidosas se concentraram em agarrar a parte de trás dos seus cabelos e pressioná-lo para perto. Ofegantes, os dois se encararam já quase fragmentados pela luz parcial da oficina. Luccino se dirigiu para perto do carro enquanto Otávio fazia o caminho das velas, apagando uma a uma, deixando acessa somente aquela próxima ao veículo.

Ao fim, o major foi até o carro, onde Luccino o esperava com aqueles olhos que algum anjo lhe deu... Seu corpo, sua expressão, tudo nele chamava por Otávio, que não fazia nada senão ir ao seu encontro e tomá-lo para si.

“Meu amado Luccino... Posso, por favor, amar você todos os dias da minha vida?”

“Todos os dias e noites das nossas vidas...”

Então, Otávio acariciou o peitoral do amado, enquanto seu corpo dava sinais de confiança e nervosismo. Para eles, naquela noite aprenderiam das artes de amar e ser amado, e de traduzir seus sentimentos pelo corpo.

“Major...” Disse Luccino, segurando o rosto de Otávio enquanto ele dava singelos beijos ao redor da covinha de seu queixo. “Quanto você sabe disso tudo? Eu... Quero dizer... Você é o meu primeiro.”

“Eu também não sei muita coisa, amore mio. Não sei nada sobre a paixão, suponho que você também não. Mas começo a entender que... Nós sentimos antes mesmo de entender. Vamos fazer juntos, tudo bem?”

Luccino assentiu, sorrindo com confiança.

Otávio entrou no carro, avançando sutilmente para cima do amado enquanto desabotoava com tranquilidade seus últimos vestígios de roupa. Luccino fazia o mesmo, e logo ambos estavam expostos um para o outro, admirando-se na penumbra, tentando compreender a razão de terem sido tão fortuitamente contemplados com a vida um do outro. O calor da oficina não paralisava os rapazes: com movimentos precisos, Otávio desceu até Luccino, beijando seu órgão, sugando e acariciando-o à medida que o mecânico respondia aos seus movimentos, bem como dançavam a instantes atrás, cada um respondendo aos impulsos do outro.

Luccino sentia a boca quente de Otávio povoar o seu desejo, sentindo arrepios em todo o corpo enquanto se contorcia no banco do carro. Com as mãos, Otávio também acariciava sua zona erógena, a próstata, aliando prazeres que o rapaz sequer sabia da possibilidade. Luccino, com as mãos, segurou os ombros de Otávio e em seguida foi até os pelos de seu peito, pegando-os fortemente, querendo a rudeza deles espalhados pelo peitoral inquieto do major. Otávio passou a língua entre os testículos do italiano, causando-lhe tanto prazer que seus dedos voaram imediatamente para o cabelo do major, segurando alguns tufos com firmeza e agressividade.

“Otávio... Você... É minha vida...”

Otávio sorriu enquanto terminava de sugar o pênis do rapaz.

Mi amor...”

Me beija... Me ama...

Tendo o pedido como ordem, Otávio esperou Luccino se reposicionar no carro para que pudesse penetrá-lo. Mas Luccino queria que tudo acontecesse com os dois se olhando frente a frente. Com medo de que pudesse machucá-lo, Otávio pegou uma solução que lubrificaria Luccino antes de quaisquer movimentos.

“Confia em mim?” Otávio perguntou ao ver seu italiano um tanto apreensivo.

“Com todos os meus olhos.”

“Vai me amar pelos dias de sua vida?”

“Com todas as minhas vozes e meus ouvidos.”

“Vai me tocar como o homem de sua vida que eu sou?”

“Com todo o meu tato e meu desejo.”

“E vai... Viver comigo, mesmo eu sendo um medroso que tenta fugir?”

Luccino riu pausadamente.

“De mim você não foge mais.”

Otávio mordeu os lábios.

“E não é que você tem razão?”

Eles trocaram um beijo caloroso e Otávio penetrou Luccino devagar. A princípio, a dor era maior do que o prazer. O major, no entanto, aumentou os movimentos apenas quando sentiu que Luccino já havia se acostumado. Já estavam tão cúmplices que entendiam as razões do outro, as sensações e reações um do outro. Para Luccino, sentir Otávio inteiro dentro dele era o ápice da entrega, o momento onde enfim poderiam ser apenas um. O carro balançava, o italiano agarrava as costas de Otávio com as mãos em garras, acariciando sua pele enquanto ele era agraciado com os ruídos do major em seu ouvido, sua pele vermelha e úmida, o movimento nos quadris se intensificando para lá e para cá, a boca rosada do mecânico a mordiscar os ombros do amado.

Quando o prazer dos rapazes chegou ao ápice, Luccino gritou o nome de Otávio e pousou seus lábios em seus ombros, dando pequenos beijos por ali. O major fechou os olhos, a cabeça encostando em Luccino como um abrigo. Ofegantes, eles admiraram alguns instantes de silêncio. O italiano passava levemente os dedos nos pelos de Otávio, movimentos em pequenos círculos, e o outro afagava os cabelos rebeldes de Luccino, sentindo dali o cheiro inebriante do amor.

“Meu amor?” Luccino sussurrou, um tanto fraco, olhando para as feições sonolentas do major.

“Hum?”

“Obrigado pela melhor noite da minha vida...”

Otávio deu um meio sorriso, ainda de olhos fechados.

“Tem certeza? Porque ainda teremos mais algumas noites pela frente...”

“Eu quero todas elas com você. Eu te amo.”

“Eu te amo, italianinho.” Otávio respondeu, selando a noite com um beijo nas maçãs rosadas do rosto do mecânico. Adormeceram instantes depois, inconscientes de que a oficina os via, os ouvia e os coroava como bons amantes, puros, detentores de um amor invejável, daqueles cuja ideia transpassa a própria palavra amar, e se torna o ser, só pode viver o próprio ser.


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Notas finais do capítulo

Amores de mi vida, com esse capítulo encerro a fic. Gostaria de agradecer a todos os leitores fiéis que acompanharam, leram, favoritaram e comentaram. Ao fandom incansável do twitter, a família que escolhemos constituir e amar.

Amanhã a novela termina e já fico nostálgico, mas extremamente satisfeito com essa história, com a representação que ela trouxe em tantos sentidos... Essa foi minha primeira fic de personagens já existentes e não poderia ter começado melhor, com personagens fascinantes dentro de um universo que sou apaixonado.

Muito obrigado mesmo a todos que tornaram isso possível! Amanhã estaremos em polvorosa (e em prantos) acompanhando o desfecho de Orgulho e Paixão! Obrigado pela companhia, pelas observações, pela fidelidade, por terem escolhido me ler.

Obrigado Luccino e Otávio, pelos dias felizes. Será inesquecível! Um beijo em todos, até as muitas próximas vezes, com todos os meus olhos!

Amor,
mi-chan.



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