Survivor escrita por Dandara Santos


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

As princesas lindas que viram que tinham dois capítulos e passaram sem comentar o anterior, voltem, comentem!
já?
Agora podem ler.
obs. Capítulo dedicado a Milena, pela recomendação linda. Muito obrigada mesmo. A primeira recomendação da fic.



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"Eu coloco minha armadura, te mostro o quão sou forte, eu coloco minha armadura, vou te mostrar que eu sou. Sou imparável, sou um Porsche sem freios, sou invencível. Sim, eu ganho todos os jogos, sou tão poderosa. Não preciso de baterias para jogar, estou tão confiante, sim, hoje eu sou imparável. Imparável hoje, imparável hoje. Imparável hoje, hoje eu sou imparável" Unstoppable.

Catarina corria desesperada pelos corredores do castelo, lágrimas atrapalhando sua visão, tropeçou por duas vezes na barra de seu vestido antes de enfim conseguir chegar em seu destino, dois soldados guardavam a porta, mas ela não esperou por eles, abrindo ela mesma, suas mãos tremiam de medo.

Seu pai estava deitado na cama, suas roupas ainda manchadas de sangue, seu rosto pálido e seus olhos fechados. Afonso e Lupércio conversavam baixo próximo a cama, com alguns soldados espalhados no local. Um soluço alto escapou de seus lábios, desviando a atenção dos homens para ela.

"Não, não, por favor não!" Ela falou em meio ao sussurro, Afonso tentou aproximar-se da esposa, mas ela ergueu a mão antes que ele a tocasse. "Saiam todos daqui, agora." Falou de forma baixa, mas firme. Ninguém ousava falar nada, e com um aceno de cabeça do rei todos se retiraram do local.

"Dei uma medicação para ele, então seu pai não está sentido dor majestade." Lupércio falou com pesar para a rainha, mas ela nada disse, seus olhos fixos no pai. Aproximou-se devagar da cama, sentindo como se suas pernas fossem feitas de chumbo, tornando cada passo mais lento que o outro. Sentou na beirada e percebeu quando seu pai abriu lentamente os olhos.

"Meu pai!" Catarina não aguentou e deitou a cabeça no ombro daquele que foi seu exemplo de vida. "Por favor, não me deixe." Ela implorou quando mais lágrimas escorriam por seu rosto. "A mamãe..." Ela não conseguiu terminar a frase, sua voz cortando em meio a um soluço.

"Eu sei minha criança, eu sei. Não chore por nós minha filha." Augusto falou devagar, como se cada palavra exigisse um grande esforço de sua parte, ele conseguiu levantar sua mão, que Catarina pegou e levou aos lábios beijando.

"Xiu, por favor, não se esforce meu pai, por favor, eles vão conseguir lhe salvar, o doutor Lupércio..." Ela começou a falar as palavras de forma rápida e atropeladas, enquanto mais lágrimas caiam.

"Não minha filha." Seu pai falou calmamente.

"Não? Como assim não? Por favor, não me abandone." Ela suplicou e voltou a deitar a cabeça no ombro do pai. "Por favor." Falou de forma fraca.

"Chegou minha hora querida, é assim que as coisas devem ocorrer. Os filhos enterrarem seus pais e não o contrário. E eu estou feliz, feliz pela grande mulher que você se tornou." Ele começou a falar, sorrindo carinhosamente para sua filha. "Você é uma mulher forte"

"Não, eu não sou meu pai, por favor, eu lhe imploro." Catarina falou entrando em desespero novamente, balançando a cabeça de um lado para o outro.

"Você é uma linda mulher, forte e corajosa. Sua mãe e eu temos muito orgulho de você querida. E nunca a abandonaremos, sempre estaremos com você, bem aqui." Falou levantando a mão com esforço e apontando para o coração de sua filha.

"Prometa-me que será forte Catarina."

"Pai, por favor" Ela suplicou, não queria ouvir aquelas palavras.

"Prometa-me" Ele insistiu.

"Sim prometo, eu prometo." Ela sussurrou quando mais lágrimas caiam de seu rosto. Seu pai sorriu para ela, passando sua mão por seu rosto e secando suas lágrimas. "Agora está na hora de juntar-me a sua mãe." Falou com a voz em um sussurro. Catarina segurou a mão de seu pai, esperando que ele continuasse a falar, mas sua respiração foi ficando mais calma até que ele não respirava mais.

"Pai?" Ela perguntou tocando seu rosto. Ele permaneceu imóvel, morto.

"Não, não, meu pai, não." Ela engasgou em meio ao seu choro, não podia ser, como ela tinha perdidos as duas pessoas mais importantes da vida dela em um único dia? Sem conseguir se conter deitou-se na cama e abraçou o corpo ainda quente de pai, enquanto as lágrimas continuavam a cair.

XXX

Afonso andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Viu o olhar de Catarina quando entrou no quarto. Não era para ter sido assim. Virgílio entrou na sala, fechando a porta atrás de si. Quando o rei o viu, avançou furioso em cima do conselheiro.

"Eu disse que queria uma morte rápida Virgílio, não que ele ficasse agonizando naquela cama com Catarina debruçada a horas sobre ele." O rei de Montemor falou de forma baixa, para que ninguém os ouvisse.

"Eu sei Vossa alteza, mas os guardas de Artena estavam preparados, e ainda conseguiram capturar um dos mercenários vivos." Falou rapidamente. "Mas tenha calma, os homens contratados eram rebeldes do reino, foi preciso apenas uma informação e eles fizeram todo o resto. Não tem nada que lhe ligue ao crime."

Afonso afastou-se, ele enfim seria rei de Artena, mas não conseguia comemorar sua vitória. Gritou de ódio e jogou o primeiro objeto que viu, ele deveria está comemorando, mas só conseguia pensar em sua mulher chorando sobre o corpo do pai. "Ela está lá a quantas horas?" o rei perguntou, apertando a lateral da cabeça.

"Já faz três horas que o rei de Artena morreu, e ela se recusa a se mover ou falar com qualquer pessoa." Ele falou com pesar, mesmo sendo um dos responsáveis por aquela tragédia, sentia muito, realmente sentia.

"Vou falar com ela." Afonso disse por fim, estava evitando esse momento, esperando que ela saísse de bom grado, não queria encarar seus olhos, ver toda a dor que estaria ali e saber que foi o responsável por aquilo. Sabia que o que fez era necessário, mas os sentimentos que nutria por Catarina eram cada vez maior dentro de si. Andou pelo castelo até o quarto onde estavam, os guardas abriram as portas, e seu coração perdeu uma batida ao ver a cena diante de si.

Catarina sentada na cama, segurando a mão de Augusto contra seu peito, seus olhos fixos no rosto do pai, ela não chorava, mas parecia estar em choque. Como se ainda não acreditasse no que tinha acontecido.

"Catarina" Ele sussurrou tocando em seu ombro.

"Não." Ela disse debilmente, ainda encarando o rosto do seu pai.

"Não é mais seu pai aí, ele se foi." Afonso sentia a cada momento as suas decisões pesarem mais em seus ombros.

"Não posso deixa-lo ir" Catarina falou, olhando fixamente para o rosto do pai, ele parecia em paz. Como poderia ficar em paz deixando-a despedaçada?

"Deixe e se agarre a mim." Falou puxando gentilmente a esposa, ela foi de encontro ao seu corpo, soluços rompendo por seus lábios. Ele a ergueu, tirando-a dali. Seu choro angustiado lhe partia o coração. O que ele tinha feito?

XXX

ARTENA

Todos estavam parados no pátio do castelo, vários nobres de diversas partes da Cália estavam ali para prestar suas condolências e ver a coroação da herdeira do trono que ocorreria logo depois. Um reino como o de Artena não podia ficar sem um regente por muito tempo, e como Catarina era a única herdeira legitima ao trono, não tinha porque esperar.

A futura rainha de Artena estava parada em frente a dois caixões, usando um véu preto, que combinava com suas roupas e sua alma. A cerimonia seguia em um silêncio fúnebre, ninguém ousava falar nada. Era nítido seu sofrimento. A coroa do rei de Augusto juntamente com sua espada foi posta em cima de seu caixão.

"Não era para ser assim" Catarina falou para Afonso, que se manteve ao seu lado o tempo inteiro.

Catarina deu alguns passos a frente, tocando o caixão de seu pai e no de sua mãe. Depositando um beijo em cada. Lágrimas voltando a escorre por seu rosto.

"Majestade, é costume que a rainha de Artena vá na primeira carruagem." O antigo conselheiro de seu pai, Demétrio, falou, quando todos se preparam para o enterro.

Ela balançou a cabeça, limpando as lágrimas antes de sussurrar. "Eu não sou a rainha de Artena."

"Majestade" O homem pediu com pesar, ele estava extremamente abalado e triste pela morte de seus monarcas, mas sabia que nada poderia ser comparada a dor que ela estava sentindo. Catarina enfim concordou com a cabeça entrando sozinha na primeira carruagem, que conduziria o cortejo.

Encerrado todo o ritual, os nobres voltaram para o castelo, onde ocorreria a coroação. Mas os ânimos não eram de festa, apesar de ser uma cerimônia bonita, o reino inteiro estava de luto. Todos estavam no salão quando as portas foram abertas e Catarina surgiu trajando um outro vestido, de tom preto com detalhes em cinza escuro, ela usava as joias que sua falecida mãe usou no casamento com seu pai, como que se assim eles fossem de alguma forma estar com ela naquele momento, dando a força necessária que ela tanto precisava. Era uma rainha, e agora seria rainha de dois reinos. Uma nação inteira precisava que ela fosse forte.

Ela seguiu de cabeça erguida pelo tapete vermelho que a levava até o altar, ajoelhando-se frente ao ministro da fé. Onde após proferir algumas palavras, a coroa que um dia pertenceu a sua mãe, foi colocada em sua cabeça. A coroa de Artena.

Virou-se para as pessoas ali presentes e o coro de "Deus salve a Rainha" e "Vida longa à rainha" foi ecoado pelo salão. Foi nesse momento que o rei Ricardo, rei de Swyty ficou de frente a rainha, ainda comovido por toda a cerimônia, colocou um joelho no chão e estendeu sua espada.

"Eu, Ricardo II, rei das terras de Swyty. Juro lealdade a você Catarina de Lurton e Monferrato, rainha de Montemor e Artena. Para lutar em suas batalhas, e sermos leais a vossa coroa e de sua geração. Prometo perante os homens e Deus" Catarina olhou para o rei a sua frente, e antes de pudesse dizer algo, outro homem juntou-se ao primeiro.

"Eu, rei Robert, primeiro do meu nome, rei das terras de Ninho da Águia. Juro lealdade a você Catarina de Lurton e Monferrato, rainha de Montemor e Artena. Para lutar em suas batalhas, e sermos leais a vossa coroa e de sua geração. Prometo perante os homens e Deus."

A rainha olhou para os dois reis com os joelhos prostrados diante de si, ela não podia mais ser aquela garotinha indefesa que era, agora era a rainha dos reinos mais fortes de toda a Cália, e protetora de outros três reinos.*

"E eu juro, que sempre terão um lugar junto a minha lareira, carne e bebida a minha mesa. E prometo nunca pedir um serviço a vocês que traga desonra a seus reinos. Juro perante os homens e Deus." Catarina enfim falou.

Afonso não podia acreditar no que estava vendo, Catarina conseguiu os dois últimos reinos que faltava para que enfim eles se tornassem protetores do Norte e do Sul.


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Notas finais do capítulo

Vocês ainda estão com o fósforo na mão por causa do que Afonso fez, eu sei. Mas não podemos negar a beleza que foi nossa menina de fato virando rainha.

* protetora de três reinos: Artena já tinha a lealdade de Arryn, ou seja, Catarina no momento da coroação era rainha de Artena, Montemor e protetora do reino de Arryn, assim como seu pai foi. Nesse momento rei Ricardo de Swyty (aquele reino que Afonso tanto queria, que era o único no norte que não tinha jurado lealdade a nenhuma coroa) jurou lealdade a ela. Juntamente com o rei Robert de ninho da Águia ( do sul, lembrando que no sul são apenas dois reinos, um que é Alfambres, reino que Afonso conquistou recentemente e Ninho da Águia).

Ficando Assim: No norte nos temos 5 reinos. Trácia, que é leal a Montemor. Swyty e Arry que agora são leais a Artena.

No Sul temos Alfambres que foi conquistada por Afonso, e Ninho da Águia que jurou lealdade a coroa de Catarina.

Isso torna Afonso e Catarina protetores do Norte e do Sul.



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