Tell Me You Love Me escrita por WeekendWarrior


Capítulo 9
Everytime




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Logo migrávamos para a cama onde matamos a saudade de várias maneiras e posições. Amá-la era indescritível, o corpo um tanto mais volumoso, voluptuoso, perfeito. Se eu pudesse me perderia em suas curvas, seus beijos e carinhos, gemidos e arfares para sempre. Ficaria horas assim e não perderia nada.

A tinha aconchegada a mim, a cabeça apoiada em meu peito como há tanto fantasiei, nessa mesma cama, madrugadas em branco desejando que ela estivesse ao meu lado, satisfeita, sorrindo, simplesmente minha.

Suspirou puxando os lençóis brancos mais para cima, a olhei por um segundo, os olhos estavam pesados, provavelmente dormiria. Bom, eu mesmo sentia-me exausto, depois de tanto exercícios necessitava de uma pausa mesmo que minha mente negasse a descansar depois de tantas coisas para processar.

— Logan…

Chamou baixinho.

— Sim?

Respondi acariciando suas costas.

Demi apoiou-se nos cotovelos para fitar-me, parecia que o sono havia sumido de sua feição.

— Você tem alguém?

Franzi o cenho com a pergunta tomando consciência de minha situação… Sim, havia Sandy.

— Sim.

Respondi dizendo a verdade. Demi nada transpareceu, apenas assentiu como se me entendesse e antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa falou:

— Ela é famosa?

— Não. Não é nada sério, mas temos um relacionamento… frequente… Se assim posso dizer.

Assentiu mais uma vez.

— Você a ama?

— Sim… mas não como amo você. Você é o amor da minha vida, sabe disso.

Demi abaixou o olhar por um segundo e voltou a fitar-me.

— Desculpe. Não quero te incomodar com minhas perguntas bobas.

A trouxe para mim num abraço.

— Sabe que senti falta de suas perguntas bobas?

Ela riu levando sua mão livre até meu rosto, fitava-me sorridente.

— Na maioria das vezes queria apenas te irritar.

— Bom, agora algumas coisas fazem sentido.

Rimos e nos beijamos. O silêncio tomando o aposento, apenas o som dos grilos eram ouvidos, a noite já se estendia, madrugada para ser mais específico. Perdi a conta de quanto tempo ficamos na cama entre beijos, abraços, conversas bobas, risos e muito, muito sexo.

A manhã chegou lentamente e por causa das cortinas abertas os raios de sol tinham total acesso ao quarto. Esfreguei os olhos e me espreguicei abrindo os braços como de costume, mas dessa vez encostei em algo… Demi.

A realidade caiu sobre mim de maneira pesada e o dia de ontem veio à tona; a felicidade em meu peito era maior que eu poderia aguentar. Demi ali, deitada ao meu lado, dormindo plenamente, centímetros de mim.

Levei meus dedos até seu braço, ela estava de costas e soltou um gemido do fundo da garganta quando colei meu corpo ao seu. Passei meu braço livre ao seu redor, beijei seu ombro e pescoço. A senti retesar e sorrir.

— Dormiu bem?

Indaguei baixinho.

— Maravilhosamente bem – virou-se para me olhar – E você?

— Tão bem como nunca antes.

Ela sorriu levando sua mão ao meu rosto numa carícia.

— Te disse o quanto senti sua falta? – perguntou.

— Algumas vezes.

— Senti tanta falta do som de sua voz, você não tem noção… Do jeitinho que balança o corpo quando anda e fala. Saudade de passar meus dedos pelos seus cabelos macios e te fazer dormir no meu peito… Eram essas coisas pequenas que mais machucavam.

As íris verdes dela me diziam tudo, mais que suas próprias palavras. Compartilhava dos mesmos sentimentos, as pequenas coisas doíam mais que as maiores.

Sorri e acariciei seu belo rosto.

— Vai ficar tudo bem agora – balbuciei.

Ela assentiu e me abraçou fortemente. Fechei meus olhos e entreguei-me ao acalento de seus braços. Relaxei e deixei o medo esvair; medo de que ela partisse novamente. Não falar do futuro era difícil pra mim, pois perguntas rodopiavam minha mente incessantemente.

— Café da manhã?

Indagou sentando-se e espreguiçando o corpo. Estiquei-me e verifiquei meu relógio de pulso que deixei no criado-mudo.

— Bom, parece que é meio tarde para café da manhã.

Ela me fitou confusa.

— Que horas são?

— Cinco minutos pras onze.

— Caramba! Que horas dormimos ontem?

A encarei sorrindo de canto, sobrancelhas arqueadas. Cocei meu queixo enquanto respondia.

— Bem… bem tarde… Talvez você se lembre.

Ela riu e jogou o travesseiro em mim. Levantou-se, vestiu a calcinha e foi até o guarda-roupa.

— Em que porta ficam suas camisas?

— Primeiras duas portas.

De lá tirou uma camisa cinza e a vestiu. Foi para a suíte do quarto quando me levantei também procurando por roupas, optei apenas por uma calça de sarja, o sol já brilhava lá fora, denunciava o dia quente que se seguiria.

— Tem uma escova de dente sobrando?

A ouvi perguntar do banheiro.

— Na gaveta da pia.

Respondi abotoando a calça camuflada.

— O que quer para o almoço?

Indagou escovando os dentes, sorri ao contemplar a cena, algo tão simples e cotidiano, mas vivenciar esses pequenos momentos com Demi eram muito bons.

Fui até ela e beijei sua bochecha.

— Fica a seu critério escolher.

E adentrei o banheiro.

Logo estávamos no andar de baixo, mais especificamente na cozinha. Depois de uma busca no congelador decidimos por coxas de frango assadas a molho verde. Preparamos tudo juntos, cozinhávamos entre sorrisos e beijos. Conversávamos sobre o passado, mas nunca citávamos o futuro. Era difícil porém ela pediu assim, não queria pressioná-la… Bom, se ela estava aqui e dizia amar-me era um sinal para ficar calmo, não? Então por que sentia que ela poderia partir a qualquer momento?

— Vai levar mais ou menos uns trinta minutos.

Falou colocando a forma no forno já aquecido.

— Está com muita fome?

— Bom, um pouco.

Apontei para a fruteira no balcão.

— Tem maçãs.

— Acho que vou comer uma metade.

Quando prestes a pegar maçã a campainha tocou. Primeiramente estranhei, franzi o cenho, Demi também.

— Está esperando alguém?

Indagou se aproximando de mim.

— Não, ninguém.

A campainha tocou mais uma vez.

— Ok. Atenda a porta, vou pôr meu vestido.

Dito isso tirou a camisa cinza que vestia e entregou a mim que estava sem parte de cima. Saiu correndinho para o andar de cima apenas de calcinha, fiquei a observá-la até sumir de minha vista.

Saindo de meu estupor vesti a camisa e fui até a porta de entrada. Destranquei e a abri devagar… Fiquei extremamente surpreso ao achar uma sorridente Sandy.

— Oi! – cumprimentou-me sorrindo abertamente.

Limpei minha garganta antes de saldá-la.

— O-oi, Sandy… Não esperava sua visita hoje.

— Você nunca espera minhas visitas, Logan.

Meneei a cabeça e sorri minimamente.

— Desculpe. Fui um pouco negligente com você.

— Não tem problema. Mas está tudo bem? Posso entrar ou vai me manter aqui na porta por muito tempo?

Dei uma olhada pra dentro e depois fitei Sandy.

— Não sei se é um bom momento.

— Tem alguém aí, não tem? Isso responde aquele Chevrolet branco.

Falou apontando para trás de si.

— Espero que entenda.

A moça nada falou por alguns segundos, apenas fitava-me nos olhos, como se tentasse ler minha mente. Por fim ela sorriu assentindo.

— É ela, não é? Meu Deus, está escrito na sua cara! A moça quem te fez sofrer, certo? Aquela pra quem escreveu milhares de canções. Não pode ser outra a não ser ela… Você nunca traria outra mulher pra cá. É ela que está aí?

Engoli a saliva de minha boca e assenti lentamente.

— Sim, é ela.

— Posso conhecê-la?

Soltei o ar um pouco apreensivo.

— Bom, não sei… Acho melhor não…

Senti a porta ser puxada e uma sorridente Demi apareceu na batente.

— Olá – cumprimentou a morena e estendeu sua mão – Sou Demi. Prazer em conhecê-la.

Sandra estendeu sua mão lentamente, por fim sorriu.

— Sandra. O prazer é meu.

Naquele momento meu coração batia um tanto descompassado. Demi nunca foi o tipo ciumenta, mas isso era muito, muito estranho.

— Gostaria de entrar? O almoço fica pronto em menos de vinte minutos – falou Demi.

— Eu não sei…

— Venha, entre. Será ótimo recebê-la.

Dito isso Sandra sorriu assentindo e seguiu porta adentro. Fiquei alguns segundos estático no lugar lidando com o que aconteceu, pisquei aturdido e fechei a porta seguindo as duas.

Demi parecia muito confortável com a presença de Sandy, então tentei relaxar. A morena sabia da existência de Demetria e que meu coração ainda pertencia a ela, nunca escondi nada de Sandra, nunca menti nem omiti.

Logo almoçávamos e conversávamos distraidamente, parecíamos mais amigos de longa data, não tocávamos em assuntos pessoais e íntimos, a conversa era leve e boa de se levar. Senti-me muito feliz com isso, Demi era um anjo… Claro que ela não era boba nem nada, sabia muito bem quem Sandy foi pra mim, comentei sobre a mulher na noite passada, porém, não havia inimizade ocorrendo no momento, muito pelo contrário, Demi a tratava mais que bem, minha garota não via a mulher a sua frente como uma concorrente e nem haviam motivos para tal.

Houve um momento que tive de deixá-las a sós na mesa de jantar, subi para atender um telefonema importante, demorei cerca de vinte minutos e quando voltei Sandra estava de pé, já despedindo-se de Demi num abraço.

— Adorei conhecê-la – confidenciou para a ruiva – Quem sabe nos vemos novamente.

— Sim, digo o mesmo.

Se afastaram e Sandra olhou-me, encarava-me fraternalmente.

— Te levo até a porta.

Ofereci me aproximando. Fomos até a entrada, paramos na escada de acesso a varanda.

— Ela é incrível, Logan. Agora entendo porquê seu coração ainda está atado a ela.

— Eu a amo mais que tudo.

— Sim, eu sei e espero que tudo dê certo desta vez, desejo o melhor para você. Sabe que o amo, não? Bom, não do jeito que Demi o ama… Me importo muito contigo…

Ela aproximou-se abraçando-me e deu-me um leve beijo nos lábios.

— Entende que acabou, Sandra?

Afastou-se assentindo positivamente.

— Sim, não precisa repetir. Desejo a vocês tudo de melhor…

— A desejo isso também. Que encontre alguém…

Sandy riu.

— Ficarei bem. Até breve, Logan.

— Até breve, Sandy.

Fiquei ali observando-a partir em seu carro e depois segui casa adentro, fui em direção a cozinha encontrando Demi a guardar a louça nos armários.

— Tudo bem?

Indaguei me aproximando. Ela virou-se e sorriu.

— Sim, tudo ótimo.

— Sobre Sandra…

— Está tudo bem, Logan— falou me interrompendo – Você teve uma vida enquanto eu estive ausente. Realmente entendo. Sandra é uma mulher sensacional, se importa muito com você.

Sorri e trouxe Demi para meus braços aconchegando-a, beijei seus lábios.

— Agora tudo está nos eixos, nada mais nos impede.

Ela sorriu minimamente e apoiou a cabeça em meu peito.

— Sim, mais nada…

 

E os próximos dias seguiram-se calmos e ensolarados com a presença maravilhosa de Demi.

Demi em meus braços, Demi em meus lábios, Demi em minha cama.

Até mesmo as noites eram melhores dormidas e as risadas mais constantes. Seria ela a causadora de toda essa felicidade? Sem dúvida alguma, sim. Ao mesmo tempo que me acalentava, me assustava. Era doido ser apaixonado dessa maneira, amar desse jeito era de se arrebentar o peito.

Seria dependência? Minha mãe diria que não estou saudável, um tanto fora da casinha, porém muito, muito mais que feliz. Minha felicidade não cabe dentro do peito, seria necessário apenas uma rachadura para que tudo fosse ao chão.

Demi passou os últimos três dias comigo, quais passaram rápido demais para meu gosto, não era justo, precisaria de no mínimo trezentos dias com ela para matar toda saudade reprimida. Acho que passava tão rápido pois tudo era muito intenso, cada momento, cada toque e troca de olhar. As conversas profundas que tínhamos e essa conexão maluca que nos rodeava. O mundo lá fora parava por alguns instantes e Demetria era minha órbita, mais nada importava.

Alguns não achariam esse tipo de sentimento bom, mas eu sentia-me completo e isso era o que importava.

 

Subi as escadas num rompante e adentrei o quarto encontrando uma solitária Demi no aposento. Estava encostada a batente da porta que dava para a ampla varanda, qual tinha uma bela visão do enorme lago e pinheiros. Virou-se sentindo minha presença, sorriu minimamente e voltou a observar a imensidão a sua frente.

— Aconteceu algo?

Indaguei me aproximando em passos calmos.

— Às vezes sinto que não fiz muitas coisas por você.

Franzi o cenho e dei um passo a frente encarando-a.

— O que quer dizer com isso?

— Olhe essa casa, Logan. Não acho que mereço isso… Não mereço você.

Ela me encarava com aqueles lindos olhos verdes de maneira estranha. Porém desta vez, eu sabia o que era e não a deixaria sumir mais uma vez.

Me aproximei e a abracei.

— Não tenha medo – murmurei – Por favor, me diga tudo que sente, não omita nada.

Demi suspirou e apoiou ambas as mãos em meu peito.

— O que quer de mim, Logan? De verdade.

— Estamos liberados para falar do futuro?

Ela sorriu assentindo.

— Sim, estamos.

— Bom Demi, talvez esteja tão claro quanto a luz do dia que a quero pra sempre. Quero casar com você, construir uma família… Ter você ao meu lado é o que mais desejo. E você sabe muito bem que meus sentimentos por ti são mais sólidos que rocha, então qual seu medo, afinal?

Suspirou pesadamente antes de falar:

— Meus medos não têm anda a ver com você, são todos sobre mim.

— Então me fale.

Meneou a cabeça se afastando de meus braços.

— Não é tão fácil assim… Droga! Sou uma covarde.

Fiquei a observá-la, estudando sua face e ações, parecia apreensiva, me escondia algo.

— E o que você quer, Demi?

Ela parou para fitar-me.

— Quero ficar com você, quero estar com você, ser feliz com você.

— Então qual o problema? Porque eu não vejo algum.

— Há alguns empecilhos – murmurou ajeitando cabelo.

Dei de ombros andando pelo quarto.

— Me diga os empecilhos e obstáculos, vamos dar um jeito de vencer isso.

— Meu trabalho na Austrália.

— Você vem para a filial de L.A. Simples!

Me encarou por severos segundos, as mãos na cintura.

— Muito fácil para você falar, não é mesmo? Construí minha vida lá, tenho uma carreira sólida em Sydney. Não é tão fácil assim.

Levantei as mãos em rendimento.

— Ok, certo! Então eu me mudo para Austrália com você. Feito! Obstáculo um, vencido!

— Você faria isso mesmo?

Dei de ombros.

— Por que não faria?

Ela sacudiu a cabeça com as mãos levantadas.

— Tá bom, esqueça isso. E sua carreira? E os tabloides de fofoca? Paparazzis? As pessoas loucas que me perseguiam?

— Me desculpe, Demi, mas nada disso é minha culpa; são consequências. Eu nunca quis e pensei que você fosse passar por tais coisas. Pare de colocar obstáculos líquidos entre nós.

Demi ficou a me encarar por algum tempo apenas pensando. Sabia que ela maquinava algo em sua cabeça, mas não a deixaria ir até o fim.

— Pare de inventar desculpas para si mesma – falei me aproximando – Você quer o que eu quero. Eu sinto o que você sente. Não há nada entre nós… Pare com isso, por favor. Não me machuque mais.

Relaxou os ombros e abaixou o olhar.

— E se eu não for boa o bastante? Não for uma boa esposa? Uma boa mãe? E se cometer alguma gafe em frente as câmeras? E se eu não for boa pra você?

A trouxe para mim num abraço, beijei o topo de sua cabeça.

— Não há ninguém nesse mundo pra mim além de você. Estive esperando por você todo esse tempo.

Levantou o olhar.

— Não quero te machucar nunca mais – balbuciou.

— E não irá.

Ficamos abraçados por alguns instantes, Demi parecia um tanto desconfortável, por fim desfez o abraço lentamente, não olhou-me nos olhos quando deu-me as costas e foi para a varanda.

— Está tudo bem? Digo, entre nós… Você vai ficar, certo? Ah, já sei! Você quer um anel de noivado.

Ela suspirou.

— Não é nada disso, Logan.

Andei até onde Demi estava, parei ao seu lado.

— Então o que é?

Levantou o rosto em minha direção, hesitou antes de dizer:

— Tenho alguém em Sydney.

Primeiramente fiquei sem reação, um choque gelado passando por meu corpo. Tudo bem, tentei não enlouquecer com essa revelação. Demi era uma mulher livre… Ela ainda é uma mulher livre! Deus do céu, como sou tolo.

Será que irá me deixar… novamente? É esse homem melhor que eu? É sério? Irão se casar?

— Eu não disse nada antes porque…

— Tudo bem… Já entendi – a interrompi me afastando e entrando no quarto – Nossa, como sou idiota! Sou um burro mesmo! Tolo apaixonado.

Ouvi a voz de Demi atrás de mim:

— Do que está falando, Logan?

Ainda de costas falei:

— Sabia que estava bom demais para ser verdade – virei-me para encará-la – Mas quer saber? Tudo bem! Eu te perdi uma vez, posso aguentar uma segunda.

Ela franziu o cenho confusa.

— Mas o que… Oh, não! Não acredito que está pensando isso de mim.

— Pode ir embora, Demi, não vou obrigá-la a ficar.

A mulher aproximou-se raivosa, me empurrou e fitou-me furiosa.

— Não estou indo a lugar algum seu imbecil idiota! Acha que faria isso depois de ter vindo até aqui? Acha mesmo? Depois de tudo que falei? Logan, eu te amo!

— Então o que é tudo isso?

Ela meneou a cabeça.

— Deixe-me colocar as coisas no lugar. Irei até Sydney, resolverei tudo e voltarei.

— Vou com você.

Colocou a mão em meu peito como num ato de reprovação.

— Não. Você vai ficar aqui e me esperar.

Ri contragosto.

— Não pode estar falando sério. E… e esse homem? Se ele convencê-la a ficar?

— Ele não vai. Meu lugar é aqui com você.

Levou ambas as mãos até meu rosto, trouxe-me para um beijo suave.

— Não me deixará, não é? – perguntei.

— Nunca.

— Voltará o quanto antes.

Assentiu colando seu corpo ao meu.

— Me perdoe… Não quero que minha fraqueza te cause dor. Minha cabeça está uma bagunça, mas você é minha prioridade. Passarei por cima de qualquer obstáculo – proferiu num tom suave.

A beijei e deixei meu medo de lado. Compromissos firmavam-se sobre confiança e estava colocando toda a minha sobre Demi, estava entregando-a meu melhor, estava com expectativas e sonhos, não gostaria de ver nada disso ruir… novamente.

— Quando irá para Austrália?

— Daqui dois dias, tenho de comprar as passagens hoje.

Assenti e suspirei.

— Não preciso me preocupar, certo?

Ela riu e acariciou meu rosto.

— Não, não há nada para se preocupar. Voltarei o mais breve possível para nossa casa, para seus braços.

O que fiz foi apenas abraçá-la, beijá-la e amá-la. Era errado entregar sua felicidade nas mãos de outra pessoa, mas era o que estava fazendo ao esperar por Demi. Ao esperar que ela resolvesse o que quer que tivesse com este homem na Austrália, que decidisse sobre sua carreira e voltasse pra mim.

Ela voltaria, certo? Ela disse que voltaria.

Contudo, não a perturbei mais com nenhuma questão. Apenas a amei e confidenciei todo meu amor sem medos e resguardos esperando que ela fizesse o mesmo, pois amar era isso, dar sem ter a certeza de receber em troca.

— Eu volto o quanto antes.

Sussurrou tão sedutoramente e eu acreditei.


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