A noite estava agitada. Carros passavam para lá e para cá numa pressa sem sentido para chegar aos seus destinos. Ele acabou de sair com um de seus amigos de dentro de um supermercado, dois jovens animados com um pouco de bebida alcoólica que a liberdade poderia lhes proporcionar. Conversavam animados e entretidos até que uma garota passou de bicicleta e prendeu a atenção de um dos garotos, não era a primeira vez que havia visto ela, mas novamente um choque perpassou seu corpo. – Um dia vou estar com aquela garota.

Haviam-se passado décadas, séculos, milênios. O mundo estava completamente diferente daquele cenário “inabitável” do passado, porém nem tudo realmente precisa ser diferente. Existem inúmeras cresças de que é possível uma alma reencarnar, outras dizem que a liberdade da alma decorre que uma missão ou lição que ainda deve ser concretizada. Mas qual seria a resposta mais correta?

O acaso os aproximou. Ela estava apenas chateada com mais um dos insignificantes problemas humanos. Ele só estava ali se atualizando nas redes sociais quando viu algo que ela postou e um simples comentário foi o suficiente para gerar cascatas de conversas. Foi questão de dias até que estivessem tão envolvidos um com o outro que a dependência era inquestionável.

Estavam agora ali, sentados em um banco à beira da orla, admirando devidamente o belo eclipse lunar do dia 27 de julho de 2018. Carl Sagan certa vez teve a felicidade de afirmar: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.”, aquela era a frase ideal para aquele momento, com certeza.

— Você acredita em karma? – Ele perguntou, distraído, segurando a mão dela.

— De certa forma, sim, eu acredito em energia. Tudo que fazemos, volta para nós. Tanto coisas boas, quanto as ruins. É como se fosse um efeito borboleta. Ah, você acredita em destino? –

— Não sei. Acredito em energias que se atraem. –

— Como se fosse uma necessidade para o universo entrar em equilíbrio? –

— Talvez, mas não necessariamente. –

— Se eu dissesse que te amo tanto que extrapola minhas forças físicas, o que responderia? –

— Diria que estamos na mesma conexão, eu não sei colocar em palavras o que sinto em ser amado por você e em te amar. –

— Atingimos a mesma frequência, então. Entramos em equilíbrio. Uma possibilidade em múltiplos universos. Acho que eu acredito sim em destino. –