Pride and Passion escrita por oicarool


Capítulo 22
Capítulo 22




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764920/chapter/22

Elisabeta não lembrava-se de algum dia em sua vida estar tão feliz. Observava Darcy trabalhar em sua sala, e quase não conseguia conter o sorriso que brotava em seu rosto. Se lhe dissessem, meses antes, que o homem grosseiro e desconfiado que conheceu se tornaria o amor de sua vida, teria negado a possibilidade. Mas agora ele estava ali, e de repente seu olhar voltou-se para ela, um bonito sorriso surgindo.

Estava cada vez mais difícil esconder aquele relacionamento, tanto em casa, quanto no trabalho. Suas costumeiras discussões já não eram tão frequentes, e era óbvio para qualquer um que os observasse a adoração que tinham no olhar. Elisabeta não se surpreendeu quando Olegário questionou sua relação, e poderia jurar que via um brilho divertido nos olhos de Lorde Williamson, vez ou outra.

Mas ainda não estava preparada para contar à todos. Naquelas semanas que se passaram após o início de seu relacionamento, Darcy e Elisabeta viviam em uma espécie de redoma, e ela tinha medo que a realidade passasse por cima deles. Já podia imaginar sua mãe exigindo casamento, os olhares desconfiados de alguns colegas, e não havia como prever a reação de Archiebald.

Era mais fácil viver um relacionamento sem interferências. Darcy invadia seu quarto todas as noites, e intercalavam momentos de paixão com longas conversas a respeito da vida, e Elisa dormia em seus braços. Pela manhã, tomavam café da manhã como meros conhecidos, mas Darcy a levava para o jornal. Criaram, inclusive, o hábito de ir embora juntos, e mesmo quando Darcy precisava resolver outros negócios, passava na redação para busca-la.

Darcy até mesmo conversara com Julieta a respeito de Susana, e agora, quando precisavam resolver algum negócio, era a própria Rainha do Café quem os visitava. Sem a presença de Susana, as refeições na mansão eram tranquilas, Charlotte ria das tentativas de Darcy e Elisabeta de esconderem seu relacionamento, e Elisabeta experimentava uma sensação de felicidade interminável.

Apenas um ponto em todos esses a deixava preocupada, e Elisabeta evitava pensar nele. Mas estava cada vez mais difícil ignorar os enjoos matinais, e suas regras atrasadas. O sorriso se desfez ao pensar nisso, e Darcy a encarou, desconfiado. Precisava ir ao médico e confirmar suas suspeitas. Mas não estava preparada para aquela notícia, para aquela mudança.

E não sabia a opinião de Darcy sobre uma criança. Não sabia se ele queria ser pai, muito menos se queria ser pai naquele momento, ou ser pai de um filho dela. E como diria aos pais ou a Lorde Williamson? Ter relações com Darcy fora uma escolha sua, mas Elisabeta duvidava que estivesse preparada para as consequências. E por isso respirou fundo, tentando ignorar novamente a possibilidade.

##

Mas, alguns dias depois, não houve mais como ignorar. Seu enjoo estava pior pela manhã, e Elisabeta não conseguiu comer nada no café da manhã. Alegou uma indisposição, mas foi à redação com Darcy. Tentou trabalhar, tentou concentrar-se em textos, fotografias e fatos. Mas sentia-se fraca e enjoada.

Quase no final da manhã, quando tentou levar para beber um pouco de água, Elisabeta sentiu as pernas fraquejarem, e Olegário saltou em sua direção, impedindo que caísse. Lembrava-se vagamente da voz de Darcy e dos braços dele em volta dela, e agora estava em seu quarto, deitada em sua cama – a mesma cama que dividia com Darcy, e um médico a encarava, com a expressão neutra.

— A senhorita não parece surpresa. – um pequeno sorriso surgiu no rosto do homem. – Mas agora precisa se cuidar, descansar, buscar uma alimentação equilibrada. Precisa pensar no seu filho.

Elisabeta assentiu, ainda em silêncio. Um filho. Um fruto do amor dela e Darcy. Uma pequena combinação de suas personalidades, de suas aparências. Levou a mão ao ventre, respirando fundo. Sentiu o medo se dissipar ao imaginar seu filho, e naquele momento foi como se o amor que sentia por Darcy se multiplicasse.

Viu o médico deixar seu quarto, e os três Williamson entraram em seu lugar alguns segundos depois. Tinham expressões preocupadas no rosto, e por isso Elisabeta deduziu que não imaginavam que a causa de seu mal-estar era o quarto Williamson que habitaria o mundo. Darcy sentou-se a seu lado na cama, e Elisabeta buscou o olhar de Archiebald, que parecia impassível.

— Como você está? – Darcy perguntou, acariciando seu rosto.

— Eu estou bem. Foi apenas um mal-estar. – ela sorriu.

— Você não pode dar sustos como esses na gente. – Charlotte reclamou.

— Eu fiquei preocupado. – Archiebald suspirou, aproximando-se de Elisabeta.

O homem sentou-se do outro lado da cama, e segurou a mão de Elisabeta. Depositou um beijo nas costas de sua mão, e abriu um sorriso tranquilo.

— Desde que a conheci, desejei que fosse minha filha. E sei que fui um segundo pai melhor para você do que fui para os meus filhos. – ele olhou para Charlotte, e depois para Darcy. – Posso estar velho, mas vejo o sorriso em seu rosto, e no rosto de Darcy. Não poderia estar mais feliz por vê-la virar parte de minha família, oficialmente.

— Archiebald. – Elisabeta suspirou, uma lágrima correndo por seu rosto. – Eu não sabia como contar à você, tive medo de sua reação.

— Medo? Não há ninguém neste mundo que eu faça mais gosto de estar com meu filho.

Elisabeta o abraçou, e sentiu a mão de Darcy acariciando suas costas. Assim que Archiebald levantou-se, Darcy passou seus braços ao redor dela, beijando sua testa. Charlotte e o pai saíram em silêncio, fechando a porta atrás deles.

— Acho que não fui capaz de esconder a preocupação. – Darcy sorriu, entrelaçando os dedos aos dela.

— Não há motivos para se preocupar. – ela sorriu, encostando a cabeça no peito de Darcy.

— O médico disse que foi apenas uma indisposição. – ele suspirou, beijando sua cabeça novamente.

— Sim... – ela foi vaga.

— E agora o meu pai já sabe.

Elisabeta assentiu, aliviada. E ao mesmo tempo, sentia seu coração bater forte. Olhou para sua mão colada com a de Darcy, e suspirou.

— Você já pensou como vai ser quando tiver os seus próprios filhos? – ela perguntou, de repente. – Que tipo de pai vai ser?

— Meu amor, os meus filhos serão os seus filhos. – Darcy riu. – E já posso ver uma criança com seus olhos, com o seu sorriso. Acho que serei um pai melhor do que o meu foi.

Elisabeta ficou em silêncio, pensativa. Não havia uma forma certa de dar aquela notícia. Esperava, apenas, que Darcy não reagisse mal, não a culpasse. Mas parecia imensamente improvável, e por isso um sorriso se abriu em seus lábios. Elisabeta afastou-se um pouco, olhando para ele.

— Talvez isso aconteça mais rápido do que estávamos imaginando. – ela disse, e aguardou sua reação.

E muitas emoções passaram nos olhos dele. O choque, a incerteza, e então só sobrou amor e esperança. E um sorriso grande brotou no rosto de Darcy.

— Você está me dizendo o que eu acho que está? – perguntou, tentando não se precipitar.

— Esses enjoos, e o que aconteceu hoje... eu estou grávida, Darcy. – ela sorriu ainda mais.

— Meu amor! – Darcy a puxou para seus braços, e a abraçou forte. – Quando eu pensei que não poderia ficar mais feliz, você me mostra que posso.

Elisabeta sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos, ao mesmo tempo em que uma risada ecoou. Sentiu a mão de Darcy entre seus corpos, tocando seu ventre com ternura.

— Obrigado. – ele disse, afastando-se um pouco, olhando em seus olhos. – Obrigado por me fazer o homem mais feliz de todos.

— Eu é quem agradeço você, Darcy Williamson. – ela riu novamente.

— Eu te amo. Tanto, tanto. – Darcy se declarou.

— Eu também te amo.

Elisa reduziu a distância entre eles, e tocou os lábios de Darcy com os seus. Recebeu um beijo terno, apaixonado, e cheio de promessas de um futuro que chegava à galope. E que seria avassalador.

##

7 meses depois

Chovia em São Paulo. Uma chuva como Elisabeta não lembrava de ter visto antes. Os trovões ecoavam, o quarto era iluminado pelos raios, mas nada mais importava. Nada além dos pequenos olhos que encontravam os seus. Nada além da perfeição das mãos pequenas, e dos dedos que se fechavam em torno de apenas um dos dedos de Darcy. Nada mais importava além de Thomas Benedito Williamson.

— Ele é perfeito. – foi a única coisa que Elisabeta conseguiu dizer. – Eu não consigo parar de olhar para ele.

— Eu nem acredito que ele é nosso. – Darcy suspirou. – Que fomos capazes de fazê-lo.

— Será que nós vamos conseguir? – seus olhos buscaram o de Darcy. – Educá-lo, fazer dele uma boa pessoa?

— Elisabeta, minha Elisabeta. – Darcy sorriu, acariciando o rosto dela. – Você é uma excelente jornalista, irmã, filha, e recentemente descobri que é uma excelente esposa. Não tenho nenhuma dúvida que será uma mãe igualmente excelente.

— Como você é exagerado. – ela disse, mas sentiu-se um pouco mais segura. – Talvez seja a hora de deixarmos nossas famílias conhecerem o Thomas.

— Sim... – Darcy não se moveu. – Mas, antes do furacão iniciar, eu gostaria de mais uns minutinhos com minha esposa e meu filho.

— Seu desejo é uma ordem, Darcy Williamson. – ela sorriu, e Darcy depositou um beijo leve em seus lábios.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, observando Thomas, sentindo o amor se multiplicar, enraizar. Eram finalmente apenas amor e paixão. Em pensar que houve um tempo em que foram só orgulho...

 

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada à todos que acompanharam esta história. Pride and Passion foi uma fanfic maravilhosa de escrever, e cada elogio motivou a relação conflituosa e apaixonada de Darcy e Elisa. Espero que tenham gostado desse capítulo final. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pride and Passion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.